Como vai você?
Eu preciso saber da sua vida, como sugere o rei Roberto Carlos. Quando o assunto é transporte público e mobilidade urbana, nossa vida vai mal. E se você não sabe, mal tem sido usado nosso suado dinheiro público e pior, as iniciativas de investimento nessa área em Boa Vista não nos tiraram do lugar.
Não tô falando dos biarticulados e nem dos abrigos climatizados de vidro. Eles são a vontade de uma gestão, e se avaliarmos a durabilidade verás a inadequação dos veículos e dos mobiliários urbanos escolhidos.
Tudo nesse assunto deveria estar previsto num Plano de Mobilidade que não existe. Como a coisa toda rola no achismo ou no voluntarismo sem a participação da sociedade, você ainda vai ver pontos enferrujados, acidentes nos retornos do Centro e São Francisco, engarrafar no Centenário, Floresta e Satélite…
O empréstimo de 65 milhões de reais na Caixa, os convênios de centenas de milhões de reais, as emendas parlamentares sem diálogo, a falta de Plano Diretor, o terminal do Caimbé, que é fim de linha, para muito dinheiro jogado fora, dois terminais distantes 1 km entre si no Centro são a cara de uma cidade que perdeu até o prazo de abril último para enviar texto ao governo federal que permitiria apoio na política de mobilidade. Financiamento, sabe.
Se tivessem me perguntado, antes de empurrar a irregular Zona Azul goela abaixo, teríamos requalificado a Jaime Brasil para espaço caminhável, tipo Calçadão, com traços como os propostos pelo arquiteto Adriano Melo. Ou que tal concurso arquitetônico com ideias para repensar nosso Centro com vida noite e dia, viabilidade econômica, edifícios-garagem, residenciais para a ‘reocupação’?
A antiga “bola do Ibama”, hoje confuso cruzamento, teria intervenção com viaduto, passagem subterrânea, passarelas como no belo, porém engavetado, projeto do arquiteto Rodrigo Ávila. Solução viária também contemplaria substituição da rotatória por viaduto no encontro da Av. Brasil com a Avenida Centenário e passarela ao Hospital da Criança.
Imagine sinalização, acessos adequados para pedestres e mudança de fluxos nas proximidades das São Sebastião, Nossa Senhora de Nazaré e Ataíde Teive? Pense na “onda verde” com ajustes no tempo de abertura de semáforos inteligentes? E que tal Plano de Arborização para calçadas e ciclovias, dentro das normas técnicas que, com sombra, devolvessem as ruas às pessoas?
Com intrabairros e interbairros, transporte de vizinhança, feito com miniônibus e microônibus, chegaríamos ao perto sem precisar ir no Centro. Motorista de lotação é pai de família e deve subir de categoria para maior veículo. Ônibus de frota, parte movida a energia solar, atraente pra você deixar carro e moto em casa, precisaria de asfalto melhor. Com planejamento, o mototáxi regulamentado trabalharia com responsabilidade naquilo que levaria médio prazo para se ajustar. Transição. Gente ocupada, conectando, reconectada ao sistema produtivo. Ir e vir com apps e gps na hora certa.
E tem dinheiro pra isso? Se você juntar a reforma da Vila Olímpica, as intermináveis reformas da Praça das Águas e das demais seriam umas dezenas de milhões de reais. Para praças, falta conservação. Para tudo, é vontade política, captação de recursos, diálogo com poderes, força-tarefa por prioridades urgentes, já que o tempo não para. Minha cabeça também não. Então, vem e não deixe tanta vida pra depois. Eu só preciso saber: Vamos?
Linoberg Almeida Professor e Vereador de Boa Vista
Empresariar: transformar esperanças em resultados – Luciana Rezende Abram
Acredito que tudo na vida é muito simples, desde que não deixemos para depois o que precisamos fazer hoje. O que deixa tudo mais difícil é o procrastinar, o deixar para amanhã, o adiar, o delongar.
Esta ação, além de não resolver nada, ainda deixa as soluções mais complexas, diminuindo significativamente qualquer produtividade.
Gosto de ter em vista três princípios relacionados com o ato de cuidar, que quando somados levam ao aumento da produtividade: Administrar, ato de cuidar das operações transformadoras; Gerenciar, ato de cuidar de resultados transformadores; e Liderar, ato de cuidar de pessoas, seres humanos que tem esperança que a todo o momento podem ser transformados.
Esta ideia que a todo o momento o empresário cuida de transformações e esperanças faz com que as empresas ganhem valores intangíveis que as deixem mais humanas e muito mais produtivas.
Trabalho com produtividade e aprendi ao longo destes vinte e poucos anos que não existe nada mais humano do que a produtividade, quando transformamos produção em produtividade, concretizamos, tangibilizamos nossas esperanças, somos desenvolvidos. Produzir nada mais é do que transformar algo. Ser produtivo ou ter produtividade é a produção direcionada para um resultado, para a esperança concretizada.
E como brilhantemente explica o educador Paulo Freire e o filósofo Mário Sérgio Cortella, esperança vem do verbo esperançar que significa: sonhar, definir o que se quer e como irá alcançar, é a força que nos torna resilientes. Logo, o verbo esperançar é antônimo do verbo esperar e sinônimo de gestão. Se reescrevermos o significado para a linguagem gerencial, esperançar seria: ter objetivos, traçar metas, planejar ações e implantar.
Às vezes vejo times/empresas onde o artilheiro/vendedor é recordista em gols/vendas, porém o time não consegue vencer os campeonatos ou ter rentabilidade, isso porque produzir gol ou faturamento é só uma das inúmeras operações realizada por um ser humano, que leva primeiro para um resultado individual e depois quando somadas aos demais resultados das outras operações desenvolvidas por outros seres humanos, levam a produtividade.
Na sua empresa não é diferente, conhecer cada operação, saber o que se faz como faz e quais resultados precisam ser atingidos é indispensável para o aumento da produtividade. Cada colaborador precisa saber exatamente o que e quanto precisa produzir e entender a importância desta produção e as consequências desta conquista.
Por exemplo, se em uma loja de varejo o vendedor só tiver na mente o quanto em valor financeiro precisa gerar, sem entender que este valor financeiro deve ser suficiente para pagar as despesas, pode ser que venda muito, porém mal, dando descontos que não cobrem os compromissos da organização, muitas vezes, por exemplo, nem rentabilizando para pagar os custos do produto. As metas individuais precisam estar atreladas aos resultados reais da sua empresa, pois, caso contrário, a empresa para de se desenvolver e morre ou o time não chegará nem nas semifinais dos campeonatos.
Diariamente, a cada partida, a cada dia, questionar, entender e ajustar as táticas e ações para o alcance do resultado final é a tarefa do Empresário, e quando esta meta vem ao encontro com as esperanças pessoais dos indivíduos que produzem os resultados, fazemos com que a empresa pertença também aos seus sonhos e esperanças e neste lindo pertencimento todos ganham.
Quando o empresário entende que a necessidade de Empresariar é a esperança de todos os envolvidos, uma vez que todos buscam rentabilidade, resultados positivos
e produtivos nas suas vidas, os negócios se transformam e passamos trabalhar em equipe para a conquista de um mesmo resultado, resultado este relevante para cada um de nós, não interessando quem somos: proprietários, investidores, acionistas, executivos, gestores, colaboradores ou parceiros…
Não existe outra forma de atingir resultados, que não seja com o trabalho de todos voltado para a conquista do um bem comum.
Sejamos Esperançosos, tenhamos sonhos para que possamos definir como iremos trabalhar para conquistá-los e assim nos encheremos de força que nos torna a cada dia mais resilientes.
*Especialista em Administração e Marketing pela FAAP; Graduada em Engenharia pela UNIFEB e consultora de Franchising na Franquear Consultoria.
São só vinte e seis séculos – Afonso Rodrigues de Oliveira
“Aqueles que acham que promovem o bem estar de uma nação, espalhando nela a instrução, enganam-se e arruínam a nação. Manter o povo na ignorância: eis o caminho da salvação.” (LaoTseu)
Faz vinte e seis séculos que o chinês Lao Tseu disse que a salvação do povo está na ignorância. Se prestarmos atenção, o que terá mudado de lá para cá? Ou ainda não percebemos que a estratégia dos políticos, que sabem tudo, é exatamente a mesma de séculos passados? Quem está interessado em educar o povo para que ele possa ser civilizado? Não faz muito tempo, ouvimos de um Governador, que para ensinar às crianças no interior, o professor basta saber ler e escrever. E essa aberração, a ouvimos numa reunião.
Ainda somos vítimas da nossa ignorância, enquanto ela é mantida e alimentada pelos que, no poder, sabem tudo. E para manter esse saber secular, eles são forçados a nos manter na ignorância, sobretudo na ignorância política. E enquanto não entendermos do assunto, continuaremos naquela de: “Voto nele porque ele rouba, mas faz.” Ou você nunca ouvi isso por aí? Só eles sabem, porque são os que sabem tudo. Podem até nem terem estudado os grandes políticos, mas, com certeza, estudaram o Lao Tseu.
Estou lhe parecendo grosseiro? Corta essa. Antes de me julgar, comece a julgar os fatos que nos levam ao atraso na civilidade. Por que ainda somos vistos, pelos “donos do pedaço,” como cidadãos? Porque eles nos dizem que somos. Ainda não somos suficientemente esclarecidos para entendermos que só seremos cidadãos quando formos capazes para entender o que é cidadania. Ainda somos e vivemos como títeres de titeriteiros com crachás de políticos. Mesmo que eu esteja lhe parecendo malcriado, reflita sobre o tamanho do problema que temos na nossa Educação. Ainda não fomos, nem somos, capaz de ver o quanto somos ludibriados num ensino que deveria ser de primeiro mundo.
Ainda entendemos a política como uma rede de falcatruas. E talvez por isso, continuamos mandando para o poder público, desonestos, analfabetos e corruptos. E me perdoem, os honestos e dignos que ainda temos na política. Mas estou me referindo aos que não deveriam estar envolvidos nas falcatruas, escudados no nosso analfabetismo político. Vamos nos aprimorar para podermos ser respeitados, sem o que continuaremos nadando no lamaçal político em que nos encontramos. Se não nos cuidarmos, não sabemos quantos séculos ainda continuaremos no pensamento do Lao Tseu. Vamos no cuidar para que possamos fazer do nosso País o País que merecemos como cidadãos. E para isso é preciso que nos tornemos cidadãos. Pense nisso.
*Articulista [email protected] 99121-1460