Consciência de rato – Vera Sábio*A principal diferença destacada entre os seres humanos e os animais irracionais é o poder que os seres humanos possuem de pensar, entender, compreender e aprender. É claro que os animais têm, de alguma forma, seu jeito de compreender, pois atendem o que pedimos, tendo também maneiras de aprender e mantendo alguma memória.
Neste ponto, muitos seres humanos são parecidos com os animais, visto que nem tudo aprendem, nem tudo lembram e demonstram preferências inconscientes e irracionais. Existe também o amor incondicional que alguns animais domésticos têm pelos donos, os quais causam inveja a muitos seres humanos egoístas, interesseiros e sem nada de empatia pelo próximo. E estes gestos os tornam com a consciência bem pior do que a deste rato que vou relatar abaixo.
“Era uma vez, um ratinho que, ao observar a dona da casa onde morava desembrulhar um objeto, ficou apavorado ao constatar que era uma ratoeira e resolveu contar aos outros animais da fazenda, para que todos soubessem do enorme perigo preste a acontecer.
Contou à galinha, que ficou aborrecida, pois não tinha nada a ver com isto. Contou ao porco, que zombou do rato, o qual afirmou que não era problema dele, e contou para vaca, que foi clara ao dizer que ela não era rato para se preocupar com uma simples ratoeira.
Porém, o inesperado aconteceu. Ao escutar o barulho da ratoeira no meio da noite, a senhora que a comprou levantou descuidada para apanhar o rato esmagado; todavia, no escuro, não percebeu que a ratoeira havia prendido o rabo de uma cobra que acabou por envenenar a senhora distraída.
Com a doença da senhora, seu esposo matou a galinha para lhe fazer uma canja; e como muitos vieram visitá-la, foi necessário matar o porco para alimentar os visitantes. Mesmo assim, a senhora faleceu e muitos vieram ao velório, o que fez com que o seu esposo matasse a vaca.”Portanto, não é preciso relatar que o único que não morreu foi o rato.
Pare! Pense! haja e seja solidário. Afinal, não pense que quando o problema é com o outro, não pode sobrar para você, para mim e para todos. Estamos todos no mesmo barco e, mais cedo ou mais tarde, um furo neste barco nos atingirá.
Arregacemos as mangas do comodismo, demo-nos os braços à igualdade e construímo-nos um mundo melhor, mais justo, mais fraterno e mais consciente do nosso poder.
*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cegaCRP: 20/[email protected].: 991687731—————————————Vamuquivamu – Marli Gonçalves*Antes, quando me perguntavam se estava tudo bem, respondia habitualmente até sorridente: “Tudo sob controle”. Achava que definia bem, nem bem sendo a Poliana, nem bem sendo Cassandra. Um meio termo. Ultimamente não dá mais, porque não há nada sob controle a não ser a própria imprensa, de certa forma. Então passei a responder: “Vamuquivamu, vamuquivamu”. Diz tudo, né? Se quiser adotar também, fique à vontade. Não vou cobrar.
Tudo bem por aí? Sinceramente estou aqui torcendo para que a sua resposta seja que sim, está tudo bem. Mas, por mais otimista que eu seja – e sou -, temo muito que a partir de agora você também vai é pensar bem e usar e começar a responder vamuquivamu.
É educado, tem até certo humor, embute, mas não aceita uma resignação do momento nacional. O “fazer o quê”? É o que temos no momento. Mudar requer esforço e está todo mundo cansado dos mesmos e mesmas, inclusive dos mesmos assuntos que parecem jamais ter solução – ano após ano. Parece que somos movidos a manivela. Quebrada. Descarrilhada, inclusive; tem coisas que, ao invés de melhorar, progredir, modernizar-se, estão andando para trás com assustadora rapidez.
Eu mesma me sinto a própria Penélope tecendo o pano da vida de dia e desmanchando depois, mas o meu próprio sudário, sempre à espera do grande amor, do meu “Ulisses”, enquanto isso mergulhando e emergindo de relações frustrantes, navegando. São muitas primaveras, verões, outonos, invernos, aguardando. Vamuquivamu, mas Vamuquivamus! Tem movimento. Ação. O ir. O mexer o traseiro, tirá-lo da cadeira, ligar o motor.
Nosso país, aí, sempre enrolado em sua própria história. À espera de que o bom senso recaia sobre a mente humana, e que todos se deixem ao menos viver em paz. Mas não param de surgir guerras, estúpidas, algumas íntimas entre quatro paredes, outras gritadas aos quatro cantos e sete ventos, tentando chamar a nossa atenção, nosso olhar.
Coisas assim. Não podemos calar sabendo todo santo dia que uma mulher, ou várias mulheres, porque agora tem dia de sabermos de mais de duas, três, foi assassinada com requintes de maldade porque disse não, não quero, vou embora. Esquartejadas, apedrejadas, espancadas, massacradas. O noticiário diariamente apenas chama de crime passional, ou seja, crime motivado pela paixão (e por total falta de controle emocional). Se esquece o assunto quase como se o crime então tivesse uma justificativa. Pergunto: que paixão é essa que extermina? Tanta luta pela independência da mulher, por busca de espaços, pela liberação da sexualidade, para ainda ver tanto sangue, tanto preconceito, violência, tanta discriminação, ouvir tantas bobagens? Como saber de homens achando que mulheres vendendo-se por moedas podem ser sinceras com os que as pagam para se submeter, e que isso seria ideal? A mulher ainda sendo vista como cidadã de segunda classe? Pior é que maio é mês de aguentar firme tudo quanto é tipo de pieguices à mulher relacionadas. Toma Dia das Mães e bochechas rosadas e risonhas; rios de perfume barato como sugestão junto com eletrodomésticos, para que ela se mantenha domesticada. Toma Mês das Noivas com todo aquele ritual que diz sim e casa junto com os nubentes, alegrias, gastos e gastos, finais nem sempre felizes.
Ter que aguentar tontas famosas – como é que é, mesmo dona? A tal Paglia que se diz feminista que não é feminista, coisa confusa parecida, vir falando em obrigatoriedades de ser mãe, carinhos, nheco-nheco, pi-ri-ri. Que mulher deve ser maternal e parar de culpar o homem? Essa estudou, estudou, para não entender é nada.
Isso é outra coisa que anda me enchendo. Os que acham que porque podem ficar praticamente a vida toda estudando, mestrando, doutorando, são melhores, superiores aos outros, que estão na prática, pisando no chão, e já quase respirando por aparelhos, com máscaras. Quantas vezes passam por mim insistentes teses, o que dá vontade danada de mandar, bem, deixa para lá, melhor não dizer para onde. No jornalismo que se esfacela a olhos vistos isso tem sido comum. Lindas “formulações” em inglês entre pessoas que mal sabem falar e escrever o português, mas ficam discutindo “a utilização racional da semiótica aplicada à convergência comum das mídias e à estratificação dos parâmetros para o tabelamento digital de tecnologias múltiplas e multifacetadas”.Podiam catar coquinhos, ou se quiserem ser mais “internacionais” podem ser coquiles.
Mas vamuquivamu. O show sempre deve continuar. A gente tem de conseguir sair desse atoleiro gigantesco, providenciar soluções, executá-las.
Para poder logo, o mais rápido que nos for possível, voltar a responder ao cotidiano Tudo bem? – Tudo sob controle. Relativo. Mas sob controle.
E que possam começar a surgir novidades, aparecerem novas propostas e desafios, convites, para podermos voltar a usar o vamuquivamu! para algo bem melhor.
*Jornalista [email protected]@uol.com.br————————————–A grandeza interior – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Todo homem realmente grande agrada aos simples, e a simplicidade e a franqueza são atributos da verdadeira grandeza”. (Russell H. Conwell)Chegamos a mais um fim de semana que veio de mãos dadas com o fim do mês. O primeiro mês do segundo semestre já se foi. E não sei se você está preocupado com isso, eu não estou. Faz parte de nossa evolução. O fato é que nem todos estão prestando atenção à aceleração nas passagens. Continuamos, por mais que sejamos advertidos, acreditando que tudo é por conta do corre-corre do modernismo. A verdade é que estamos correndo porque percebemos que se não corrermos ficaremos para trás. E quem quer a lanterninha? Mas precisamos nos preparar para a corrida. Se você está encantado com a modernidade no celular, acorde. Essa mudança aceleradíssima que ele está sofrendo, quase diariamente, indica que ele chegou atrasado pra dedéu. Porque é assim que nós, seres humanos, estamos: atrasados.
Ouvimos, todos os dias, alguém nos dizer que estamos vivendo um momento de intensa vulgaridade no nosso crescimento. Concordo plenamente. Mas não me aborreço. Isso faz parte da evolução. Para que nos livremos dos utensílios já considerados imprestáveis foi necessário que os usássemos. Não sentiríamos o sabor gostoso do atual se não tivéssemos provado o amargo desagradável no passado. Não aprenderíamos com os erros se não errássemos. “Quando eu sou ferido ou quando eu falo com pessoas mesquinhas que me aborrecem, tento deixar que a paciência faça o trabalho perfeito, pois mesmo essas pessoas, se você tiver paciência com elas, podem ao cabo de algum tempo servir de ajuda”.
Quando sabemos o que queremos não nos aborrece o que não queremos. Simples pra dedéu. Quando nos aborrecemos com um tolo estamos nos igualando a ele. Sorria sempre que alguém estiver aborrecendo você. Nada aborrece mais a um cricri do que um sorriso. Mas cuidado, o sorriso tem que ser sincero. O cricri sabe, porque é cricri, se você está fingindo. E quando fingimos não merecemos o respeito que esperamos. Inicie sua semana e seu mês com amor, sinceridade, e muito respeito ao próximo. E você pode muito bem estar respeitando-o mantendo-o à distância. E tal distância deve ser apenas física. Porque não haveria respeito à evolução se não respeitássemos a igualdade nas diferenças. Senão não seríamos racionais, mesmo na nossa condição de apenas animais racionais. Cuidemos de nossa evolução. Pense nisso.
*[email protected] 99121-1460 —————————————-ESPAÇO DO LEITORFEIRA O leitor Antonio Lima comentou novamente sobre a situação em que se encontra a Feira do Produtor, segundo ele, colocando inclusive em risco quem opta por comprar frutas e verduras naquele local. “Os veículos que circulam na parte interna não respeitam os pedestres e, no final de semana, a situação ainda é pior, já que temos que disputar o espaço com os veículos em meio à lama e à sujeira por todo lado”, afirmou.MEDICAMENTOS O leitor Luiz Monte enviou o seguinte comentário: “Virou prática dos governos que sucedem gestões anteriores sempre colocar a culpa na administração anterior. O que realmente necessita é a obrigatoriedade de um planejamento de estoque e principalmente compras programadas para que a população não seja penalizada pela constante falta de medicação, como tem ocorrido recentemente, obrigando as pessoas a ingressarem com medidas judiciais para ter a garantia do medicamento”.CONFUSÃO O professor Anibal Costa enviou o seguinte e-mail: “Na tarde de quinta-feira, fomos convocados para uma assembleia, na sede do Sinter, com o intuito de debater sobre a possibilidade da deflagração de uma greve para a próxima semana no âmbito do Estado de Roraima. Mas o que ocorreu foi uma sucessão de problemas, onde sequer o sindicato não tinha colocado na pauta da assembleia a possibilidade da discussão sobre o referido assunto. Em seguida, um grupo tentou tumultuar a reunião, a qual ficou transferida para a próxima terça-feira. Algo que já poderíamos ter decidido foi protelado mais uma vez”, disse.GREVE”Na área educacional, a atual gestão está parecida com os governos passados. Até a presente data, não tem nenhuma definição sobre os pontos [propostas para o fim da greve anterior] que foram apresentados pela categoria e, ao que parece, teremos uma greve por tempo indeterminado”, comentou o internauta Marco Aurélio Pinheiro.