Como fazer enxergar
Vera Sábio*
Enxergar sempre vai muito além de ver; enxergar não depende exclusivamente do órgão olho, do sentido da visão e mesmo da parte do cérebro responsável pela codificação e revelação de tudo que é visto. Mesmo sendo visto, no entanto muitas vezes não é enxergado.
O cérebro inteligente nato, não depende do pensamento lógico, ele define para o próprio bem de quem vê, que nem tudo lhes seja consciente; para que o que for realmente importante, seja lembrado. Afinal quem enxerga vê bem mais do que imagina ter visto.
Pode parecer confuso, mas o que quero fazer refletir, é sobre o que temos provas evidentes, temos certeza comprovada, temos estudos revelados e verificamos na prática, tendo como pelo menos saber o pior rumo a se tomar; mas com tudo isto, ainda tem aqueles teimosos que persistem em não acreditarem, simplesmente para não darem a mão à palmatória e reconhecerem que é bom ter ideia, para se mudar de ideia.
Como as coisas estão sendo expostas, acredito que nunca foram antes, da mesma forma como as coisas estão sendo burladas; devido à facilidade de se modificar uma informação, um áudio e mesmo um vídeo. No entanto, o óbvio bate em nossa porta e contra ele, ninguém tem como negar os fatos.
A segurança é totalmente insegura, a educação é totalmente desvirtuada, a saúde está gravemente doente e ainda muitos não são capazes de enxergar essa triste realidade.
Concluindo que da maneira que está não tem como continuar, a não ser, aquele que quer mesmo mais sofrimentos, quer mesmo esperar a crise instalar de vez dentro do próprio lar, dentro do próprio corpo, para depois na agonia querer reagir, quando não terá mais tempo nem condições para nada.
Se alguém que estiver lendo esta reflexão, entender que para reverter o caso, não tem como continuar votando do mesmo jeito, fazendo exatamente o que foi até agora feito e sendo omisso diante tantos absurdos que a modernidade nos revela. Pois como está, acredito que não teremos futuro mesmo, nem com muita oração; já que não adianta orar se não tiver ação.
Estou da minha maneira pequena, fazendo minha parte e farei minha parte na hora de votar. E você? Tem certeza da sua contribuição?
Não dá realmente para votar em alguém bom e perfeito; mas com certeza dá para votar em alguém com bastante chance de ser diferente, se não for, nós o tiraremos, como já começamos a fazer; mas esquerda… jamais, ela nunca, ela de forma alguma, ela jamais.
*Psicóloga, servidora pública, palestrante, escritora e cega com grande visão interna. Adquira meu livro “Enxergando o Sucesso com as Mãos” Cel. (95) 99168-7731. Blog: enxergandocomosdedos.blogspot.com.br
Do trágico ao cômico
Tom Zé Albuquerque*
De tudo que envolve ou circunda o pleito eleitoral para presidente da República no Brasil é divertido. Eu diria que algumas situações beiram a bizarrice, mas não deixam de ser algo jocoso. Muitos eleitores não levam muito a sério a prerrogativa civil a ele inerente de votar; e de descansar com a consciência limpa.
Dos presidenciáveis, um candidato desvia recursos da merenda escolar de crianças e se alia a uma corja nauseante. Outro faz parte de família dotada de capitania hereditária no nordeste; diz que “… vou receber o Moro à bala”, em referência a um Juiz Federal; afirma que mulher dele só serve para dormir com ele; dispara contra políticos frases impublicáveis de homofobia e preconceito. Tem um que está recluso numa montanha com medo dos Illuminatis e vive apavorado com uma possível conspiração maçônica. Também tem aquele que invade propriedades e cobra dos invasores o aluguel pelo usufruto do imóvel que não é dele. Nem do outro… uma confusão só.
Sob a menção de uma pseudoesquerda, vingou um candidato do PT, também carinhosamente chamado de “poste”, em referência ao argumento do presidiário e ex-presidente Lula pelo qual “a quem ele indicar, elege, mesmo que seja um poste”; foi considerado um dos piores prefeitos da maior capital do país; diz que vai combater o crime organizado, mas recebe ordens de dentro da cadeia, de seu chefe-tutor, sobre sua campanha e conchavos. Como petista genuíno, é investigado pela justiça por corrupção e, pasmem, diz que vai consertar o Brasil… da desgraça que o próprio partido dele montou: um país sem lastro econômico, com a moral destruída, sem perspectiva e com a corrupção institucionalizada.
Em defesa da mudança do caos instalado no Brasil, num viés direitista, se propõe um candidato que foi esfaqueado. Sim, isso mesmo, o candidato a presidente do país sofreu um atentado que, fosse noutro país a mídia estaria cobrando e cobrindo esse insólito fato e, obviamente, apurando os fatos e autores. Mas no país da segregação onde os governos passados, na tara de perpetuação do poder, polarizaram preto e branco, homem e mulher, hétero e homossexual, rico e pobre, nordestino e sulista (como se todos não fossem seres humanos), a informação e o ódio chegam seletivamente.
Estamos vivenciando um fato raro no país: um candidato a presidente com apenas 8 segundos de propaganda política na TV, sem recursos, sem conluios partidários prévios, alojado de pijama em um hospital, corre o risco de lograr êxito em sua candidatura ainda no primeiro turno. E mais, o poder midiático todo contra o candidato. Por que será? Por que as funcionárias da Rede Globo defendem tanto a continuidade da anarquia no país do Pablo Vittar? Por qual motivo as revistas Veja e Exame bombardeiam o candidato direitista com terror e matérias ora cosméticas ora subliminares?
O mais interessante é que os chamados esquerdistas, antes destilando fel a esses mesmos meios de comunicação (inclusive alegando perseguição) agora se calam ou disparam fartos elogios aos sinistros posicionamentos publicados. Seria algo como “conveniência entorpecida venérea”. Jogos de interesses e o particular sobrepondo o coletivo. É cultural, num alienado país onde uma apresentadora de TV passa a manhã interagindo com o periquito.
*Administrador
O CAHIS e o ELE NÃO!
Luiz Maito Jr* Agnaldo Rodrigues dos Santos**
Talvez seja preciso se desvencilhar da modernidade, lembrar que qualquer produção humana lega conhecimento e cultura, são várias as culturas e, por conseguinte conhecimentos e produções, mas é preciso olhar que o estabelecimento de um poder se dá pela escolha de uma cultura e da tentativa de sua perpetuação.
Essa escolha é feita com base numa supremacia que se estabelece entre outras perspectivas muito pela força, pela imponência e claro por uma violência consentida, o que nos remete aos contratualistas, Hobbes, Rousseau, a permissão do Estado em gerenciar a sociedade em favor da própria sociedade, uma maneira de se evitar o caos, o egoísmo, etc.
A despeito das vantagens dessa submissão se construíram monstros, em nome da superioridade, moral, intelectual, cívica, se construíram modelos patriarcais, xenófobos, opressores. Quando surge um elemento como Jair Bolsonaro na cena política e social, ele não é a novidade, não é o futuro, ele é a personificação de anos de História, de anos de aceitação à submissão, anos de patriarcado arcaico.
Tudo que se constrói não é natural, tudo que se separa não é natural, tudo que se oprime não é natural, o que se constrói também se desfaz, porque o processo de envelhecimento destrói. A ferrugem também atinge o social, também atinge ideologias e ideias que se desfazem apenas por não mais caber em um mundo novo. Jair não cabe mais, Bolsonaro não cabe mais, a ferrugem desses tempos e homens obscurecidos tem nome e esse nome é Mulheres. Tem genes XX, tem sensibilidade futu
ra, apostando no presente como desconstrutoras do passado. ELE NÃO! ELE NUNCA!
*Pós-graduando de História da Amazônia **Presidente do Centro Acadêmico da História da UERR – CAHIS
Educar é dever
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Vamos investir primeiro em educação, segundo em educação, terceiro em educação. Um povo educado tem as melhores opções na vida e é muito difícil que os enganem os corruptos e mentirosos.” (Jose Mujica)
O mundo está, como sempre esteve, em transformação. E esta vai demorar muito se nós não nos transformarmos. Victor Hugo também nos disse que
“Devemos ser o que não somos, mas sem deixar de ser o que somos.” E somos seres em evolução racional. E isso se refere a todos os seres viventes sobre a Terra. Mas nós somos nós. Somos considerados animais racionais. E tão racionais que nem percebemos que a cada dia estamos aprendendo com os animais considerados irracionais. Já observou como os racionais estão se aproximando mais pelos cachorros, do que estes a eles?
Domingo, pela manhã, assisti a um programa, ou parte dele, pela televisão, falando sobre os pica-paus. Aí fiquei pensando em como ainda precisamos gastar muito dinheiro para aprender, e mostrar para os que precisam aprender, o quanto os irracionais são racionais; enquanto os racionais nem percebem isso. Cada um na sua. Cada um no seu grau de evolução. De onde viemos e para onde iremos, não há unidade de tempo. E por isso estamos aqui, sobre a Terra, há vinte e uma eternidades. Tempo pra dedéu. Quantos dilúvios nós já vivemos, os racionais ainda não somos capaz de saber. As fantasias que conhecemos sobre o último dilúvio nos mantêm dosados pelo desconhecimento.
Os tempos mudam, as coisas mudam e nós precisamos mudar. E não mudaremos enquanto não atualizarmos a Educação. A população mundial cresce num ritmo aceleradíssimo. E a Educação continua no mesmo passo de tartaruga. O despreparo do ensino não está dando condição de educar. Verifique se seus candidatos, em todos os níveis, estão preparados para cuidar da Educação. Se eles estão percebendo o nível em que ela, a Educação, encontra-se, no pantanal da deseducação. Muito cuidado com a desorientação a que estamos assistindo, nos que garantem construir pontes onde não há rio, sem se lembrar, nem nos lembrar, de que deveriam construir escolas onde há crianças sem condições de aprender na escola, para se educarem. Não considera esse papo como um blá-blá-blá.
Reflita sobre o problema que estamos vivendo com o despreparo de alunos formados nas faculdades e que não têm condições de encarar o teste para um emprego. E isso faz parte da falta da Educação que ainda consideramos como empáfia. Faça sua parte, na semana que vem, mas cuidado: a responsabilidade na eleição do bom ou do mau político é sua e não dele. Reflita sobre o poder que você tem. Pense nisso!
*Articulista [email protected] 99121-1460