Opinião

Opiniao 01 12 2015 1760

Confissões do poeta – Walber Aguiar

Sempre precisei de um pouco de atenção, acho que nem sei quem sou, só sei do que não gosto.  RenatoRussoEra o dia 2 de dezembro. Dia de andar por aí sem fazer nada, tentando encontrar alguma coisa que ficou perdida no tempo. Dia de entender o ininteligível e desentender o cartesiano. Tempo de perceber o lado cinza do azul e o lado azul do cinza. Momento de enxergar com os olhos fechados.

Minha vida sempre foi marcada pela simplicidade e pela força do desapego, usando as coisas e amando as pessoas; nunca fiz questão de amealhar o distante, nunca quis possuir o impossível. Tendo aprendido a ler aos quatro anos, entendi que andar pelo labirinto das letras me faria bem. Nunca fui afeito a números, mas persegui a composição, o jogo de palavras, a superposição vocabular. Longe de tudo e de todos, perdido entre a imensidão do Negro e o mistério do Solimões, aprendi que a vida exige mais que páginas frias de um livro. Ela nos lança no caos urbano e no melancólico mundo racional.

Daí ter afirmado Salomão que quem aumenta ciência, aumenta tristeza. Isso porque, quanto mais sei mais sofro, mais entendo que as coisas poderiam ter tomado um rumo diferente. Aprendi com José Barbosa júnior que o conhecimento tem que servir para alguma coisa, não pode ser apenas elucubração filosófica ou cosmético de intelectual. Carece de dinamicidade pra se transformar em felicidade e experiência.

Em Boa Vista conheci a “caverna de Platão”, em Manaus percebi a sombra que se espreguiçava sobre ela. Descobri que a multidão delira, podendo ser transformada em qualquer coisa moldável, envolvida por esquemas de manipulação política e econômica. Por isso sou um ser a caminho, uma espécie de inteiro metade, de grande pequeno, de alguém que tenta se descobrir sem pressa e sem atropelos. Hoje, depois de muita porrada, aprendi com os caimbés a recomeçar sempre.

Seu Genésio me ensinou a ler, dona Maria me deu lições de vida. Drummond e outros me ensinaram a fazer a leitura poética do mundo. Dorval Magalhães me mostrou a importância do ouvir e os pastores Josué e Caio Fábio me iniciaram nas sagradas letras, na singularidade do evangelho de Jesus. Aí veio pastor Raimundo, Com toda sua ternura filosófica e preencheu a lacuna que faltava.

E era 2 de dezembro. Dia de acenar para todos os portos da vida, na expectativa de que a felicidade esteja a caminho, não no destino final. Dia de celebrar a vida e esquecer a morte. Dia de chutar o balde e colher as flores vermelhas da poesia. Até que o dinheiro ou o esquecimento nos separe…

*Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de [email protected] —————————————–Hanseníase tem cura – Marlene de Andrade*A hanseníase é uma doença muito antiga e era conhecida como lepra. Trata-se de uma infecção contagiosa muito grave e sua evolução é crônica. A manifestação clínica se dá principalmente, por lesões cutâneas, a qual cursa com diminuição da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil. O agente causador é o Mycobacterium leprae, o qual acomete células cutâneas e nervosas periféricas.

Quem descobriu essa doença em 1873 foi Dr. Gerhard Armauer Hansen, médico norueguês muito estudioso e profundo pesquisador desse assunto. Trocaram o nome de lepra para hanseníase em homenagem a esse seu descobridor e porque lepra passou a ser uma doença que estigmatizava.

Como o M. leprae ataca não só a pele, mas também o sistema nervoso, ela se torna uma doença muito grave, pois acaba lesando terminações nervosas levando o paciente a ter uma perda importante da sensibilidade. Não fosse só isso, ocorrem ainda atrofias, paralisias musculares e paresias que é a interrupção dos movimentos dos membros. Essa doença, não tratada pode incapacitar a pessoa de forma permanente.

Por causa da hanseníase na Europa, no século XIII, tinha  quase 20.000 leprosários, ou lazaretos, porém no século  XVII, foi ocorrendo uma desativação gradual desses asilos, pois lá essa doença foi acabando. No século XIX esses leprosários já quase deixaram de existir naquele continente.

A hanseníase hoje tem cura, porém se o paciente procurar o médico já apresentando deformidades no seu corpo é bem provável que as deformações não regridam. A transmissão se dá por meio de uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença e que, estando sem tratamento, elimina o bacilo por meio das vias respiratórias, ou seja, através de secreções nasais, tosses, espirros.

A vida de uma pessoa com hanseníase era muito triste, pois ela era chamada pejorativamente de leprosa e obrigada pelo estado, ficar isolada da sociedade. Além dos agravantes peculiares dessa doença, já pensou, caro leitor, a repercussão psicológica ocasionada pelas sequelas físicas desse terrível mal? Claro que a autoestima da pessoa ia lá para baixo. Outro agravante era a segregação que eles sofriam. Interessante que na Europa a hanseníase tende ser erradicada de vez, mas no Brasil esses números são muito altos. Há quem afirme que só perdemos para a Índia.

Que país é esse? Temos tudo para sermos um país de 1º mundo e, no entanto estamos fazendo história como sendo um dos países mais corruptos do planeta Terra, onde inúmeras doenças-infectas contagiosas acometem a população em grande escala. É uma verdadeira barbárie o que também está acontecendo com a zika.

Meu povo é destruído por falta de conhecimento. (Oseias 4:6).

*Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMThttps://www.facebook.com/marlene.de.andrade47————————————————Por que diferente? – Afonso Rodrigues de Oliveira*“As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida”. (Artur da Távora)O preconceito é hediondo. Mas faz parte da evolução do ser humano. E porque ainda não evoluímos o suficiente, não aprendemos a lidar com o preconceito. Ele sempre existiu e sempre existirá enquanto não nos educarmos.

Porque a educação não está apenas no que aprendemos nas esolas nem dentro dos lares malformados. Mais uma vez estou caindo em falta com você, no meu compromisso de não falar mais sobre assuntos desagradáveis. Mas eu voltava do jornal, pela manhã, e encontrei o televisor ligado. O assunto mais importante no programa era a maneira como as mães cuidavam dos cabelos das filhinhas negras para evitar o preconceito. Dali há pouco irritei-me e desliguei o televisor.

O preconceito está radicado na irracionalidade do animal racional: o ser humano. E nunca o combateremos combatendo-o. A educação é a arma mais potente no combate silencioso. Mas ainda não aprendemos a educar. Hitler, no século passado, matou mais de seis milhões de judeus, porque eram judeus. A Igreja não matou menos do que o Hitler, e pelo mesmo motivo. Como queremos combater o racismo que é parte do preconceito, tentando nos mostrar, fisicamente, como os preconceituosos e racistas querem que sejamos? O cronista Artur da Távola foi direto ao assunto na simplicidade do assunto. São as diferenças que embelezam o mundo. E o que devemos é aprender a ver as diferenças como beleza. Você nunca vai se valorizar tentando mostrar que é o que é, no que não é. A melhor maneira de mostrar o que somos é simplesmente sendo.

O que o Artur da Távola disse é precisamente o que sabemos quando sabemos que somos todos iguais nas diferenças. Mas só entenderemos isso quando formos suficientemente educados. E, repetimos, não estamos sabendo educar. E o mais elementar na educação é saber que a educação não existirá enquanto não entendermos que ela faz parte da evolução humana; deve vir de dentro para fora. E ainda estamos tentando construí-la, irracionalmente, de fora para dentro. Não podemos construir a igualdade preocupados e perdendo tempo com a desigualdade. São as diferenças que embelezam o mundo e enriquecem o espírito. E só os pobres de espírito não veem a beleza nas diferenças. Então, vamos enriquecer o espírito na evolução racional. Quando você discrimina é porque não se valoriza. Está perdendo seu tempo com o que você considera sem valor. E “você é tão rico ou tão pobre quanto o seu vizinho”. É você que está fora do eixo, do tempo e de você mesmo. Eduque-se para você ser realmente o que pensa que é. Pense nisso.

*[email protected]    99121-1460    ——————————————–

ESPAÇO DO LEITOR

INVASÃO 1O leitor identificado como T.V. ([email protected]) enviou a seguinte denúncia: “Tem uma invasão surgida na área da fazendinha, no bairro Paraviana, a qual vem ganhando espaço há alguns meses. Com isso, já destruíram parte da mata, fizeram gatos de luz, construíram banheiros no buritizal, que é área de proteção ambiental, e nada foi feito até o momento. A maioria dos invasores possui carro e não tem a necessidade de estar se apossando de um bem particular. Já é momento de os órgãos de fiscalização ambiental verificarem esta situação”.INVASÃO 2Sobre o mesmo assunto, o leitor Carlos Augusto comentou: “Além de causarem degradação ao meio ambiente, não entendo por qual razão as autoridades de certa forma são coniventes com estas invasões que ocorrem em Roraima, a exemplo de algumas que já aconteceram e hoje são bairros legalizados, os quais, para surgirem, tiveram inclusive que destruir parte de árvores nativas que existiam nestes locais”.GOLPEO leitor identificado como Marinaldo Brito reclama de eventos que fazem “cobranças abusivas aos clientes”. “Recentemente, em uma destas festas no CTG, para ter acesso à parte interna era cobrado R$ 10,00 por carro. Lá dentro, após pagar um absurdo no ingresso, comparado a grandes shows nacionais, o preço da cerveja era de R$ 4,50 uma lata de 269ml. Estes preços abusivos estão espantando os clientes e gostaria de sugerir à fiscalização de algum órgão de proteção ao consumidor quanto a esta exploração”, escreveu. DENGUE“Gostaria de comunicar o descaso com os moradores de Iracema. Além de a cidade estar totalmente suja, outra agravante é que contribui para os casos de dengue que praticamente triplicaram. A Vila Olímpica está com uma piscina cheia de água parada há vários dias, servindo de criadouro do mosquito da dengue”, relatou uma moradora, que preferiu não se identificar.