Opinião
Opiniao 02 02 2015 574
Será que é? – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Buscando paz Olhei o Bem-te-vi Que da janela cantava o sol”. (Roberta Cruz) Não sei o que é, mas acredito que seja a velhice que esteja me rondando. Ando fazendo umas coisas esquisitas, para quem lida com apenas 80 anões. Mas os caras fazem uma bagunça tão grande na minha cabeça e meu corpo, que me aborrece. É uma gritaria danada. Ultimamente resolvi arrumar a bagunça dos meus livros. Arrumei-os direitinho na estante e botei o livro “Um tom para a poesia”, da Roberta Cruz, bem na cabeceira, para mais tarde, fazer uma leitura bem suave. À noite fui pegar o livro pra relê-lo. Procura que procura e não o encontrei. Fiquei até tarde da noite procurando. Virei tudo às avessas e nada. Irritado, fui dormir tarde pra dedéu. Quando acordei, pela manhã, aborrecido por ter perdido o livro, tomei o café e fui até a estante. Acredite, cara, quando cheguei, o livro estava lá, bem na minha frente. Arregalei os olhos e o livro sorriu pra mim. Era piada. Só podia ser. Sentei-me e fiquei meditando sobre o que os anões estão fazendo comigo. E são só 80. Aí lembrei-me de que dias atrás, recebi um e-mail do Aluízio, de São Paulo, me pedindo para eu lhe enviar a matéria “Espelho da Política – II”, que ele tinha perdido. Aí cocei a cabeça pensando em que época eu escrevera isso. E por que esse II, se eu não escrevo em série? Resolvi procurar no meu arquivo. Assustei-me. Eu tenho aproximadamente quatro mil matérias no arquivo. Necessitaria da semana toda para encontrar o tal número II. Pedi socorro pra o Aluízio e ele me respondeu que eu escrevera a matéria no dia 20-01-15. O Aluízio me respondeu no dia seguinte, mas eu já tinha fuçado todas as duzentas e tantas matérias do ano de 2014. Sentei-me lá no banco e rezando para o Bem-te-vi vir cantar alguma coisa para me equilibrar. Tentei conversar com meus 80 anões, mas eles não estão nem aí pra mim. Só querem é me azucrinar mais. E aí fiquei pensando em como será quando eu envelhecer. Pensei e sorri, lembrando-me do dia em que me encontrei, no supermercado, com uma mulher lindinha. Cumprimentamo-nos. Saí e perguntei pra dona Salete: – Tinha?… Você sabe quem é aquela garota que me cumprimentou na fila do caixa? – Não. Saí pela rua, matutando: meu Deus, quem é aquela mulher? Só quando já chegando a casa, acordei e dei uma risada espalhafatosa no meio da rua. A mulher bonita era a recepcionista da Folha, com quem eu tinha conversado, pela manhã, quando fui pegar o jornal. A Salete contou isso pra ela, que riu e culpou os meus pobres 80 anões que não têm nada a ver com isso. Acho que não. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460 ——————————— Os fins, os meios e as bandas – Tom Zé Albuquerque* Vez ou outra a figura de Niccolò Machiavelli (1496-1527), o Maquiavel, vem à evidência. Sua teoria é tão forte que até foi criado um estilo “maquiavélico” de ser, quando se age a ferro-e-fogo, de forma incisiva e centralizadora, à cata do que se quer a qualquer custo. Este Diplomata, de origem humilde, fundador da moderna filosofia política e social tornou explícitas as vísceras do poder, conquanto é injusto criticar sua obra. Este revolucionário mostrou quão oportunista era o poder, cuja manutenção envolvia sacrificar a Ética e a Moral, em nome do Estado. Maquiavel colocou à margem a ingenuidade superficial do ser humano, desentranhando a essência humana através do exercício da política, para qual era “a arte do possível”. A virtude, a benevolência das pessoas não cabia mais na sociedade, a partir dele. Este filósofo de Florença era um realista, alertando as sociedades a se prenderem no palpável, no possível, não nas utopias. É difícil encontrar na história da humanidade um literário tão pragmático, daí sua defesa em prol de “os meios justificam os fins”, e não somente “os fins justificam os meios”, em razão de a prática só seria possível se houvesse causa e recursos para o seu atingimento. O maquiavelismo está patente na política brasileira, para sua funcionalidade. Não deveria ser assim para sua sobrevivência, mas é. Ora, ao defender que o sucesso e a Moral não podem andar juntas – portanto são excludentes – Maquiavel entendia que ser bom era ruim, e que bem sucedido era, em verdade, o mais hábil em mentir, trapacear, corromper, burlar, furtar, descumprir… E nesse diapasão, ele escancara a realidade nua e crua do poder, num ato nobre de autenticidade. Ao contrário do que se trata na seara brasileira, muitos políticos agem com uma hipocrisia doentia, de tão costumeira (para não dizer institucionalizada) que é. No Brasil, devido o sentimento de impunidade ser escancarado, a moral é utilizada apenas como falácia, e o totalitarismo passa a ser prática comum de manobra social. Mesmo que inconscientemente, várias figuras da política brasileira se eivam de métodos difundidos por Maquiavel para manutenção do poder. O seu estudo sobre a variação entre o estável e o caos visava influenciar governantes por longas datas futuras, se aproveitando, de forma sonsa, da instabilidade humana. Entender as aflições dos homens é uma esteira em disparada para se apropriar do poder; a fragilidade das pessoas aduba a astúcia, a dissimulação, o egoísmo e a torpeza de um governante. É producente considerarmos os posicionamentos de Maquiavel para entender os desmandos da política brasileira, sobretudo nesses tempos de desilusão e falta de perspectiva. Vivemos vitimados de uma demagogia imunda, de negociatas partidárias, constantes desvios de conduta, modelos pulhas de gerir e práticas escusas ao lidar com o poder. Não obstante, Maquiavel foi um difusor – e, por consequência, por vezes mal interpretado -, e não um aplicador de sua tese, conquanto sua defesa contaminou gerações de homens dotados de poder. Como ele mesmo cunhou: “Há três espécies de cérebros: uns entendem por si próprios; os outros discernem o que os primeiros entendem; e os terceiros não entendem nem por si próprios nem pelos outros; os primeiros são excelentíssimos; os segundos excelentes; e os terceiros totalmente inúteis”. *Administrador ——————————— VIDA E PAZ – João Silvino* Não devemos chorar a morte, comemorar sim os feitos importantes dos que tiveram tempo de pensar no restante da humanidade. Devemos festejar a morte dos que vieram ao mundo, com intenções de semear apenas e tão somente o ódio, em ações e pensamentos. Para que fingir que a ruindade mereça saudações? Para que tecer elogios sobre alguém que jamais mereceria nem a primeira chance? Devemos condenar pessoas que se vangloriam de suas ignorâncias, suas arrogâncias e atitudes grotescas. Se estiverem também, portando qualquer tipo de arma cortante, a empáfia é ainda maior. Somemos tudo isso num só humano aloprado, para assistirmos cenas covardes contra pessoas inocentes. Comparo uma arma de fogo mesmo legalizada, e outras armas que ferem, a uma dose excessiva de droga ilícita. Alguém que se garanta com uma arma na mão, é porque já nasceu para a maldade e covardia. É mais fácil fazer guerra que dialogar. Alguém que tira a vida de outra pessoa não merece nem ser ouvida. Vejo, revejo, por meio das redes virtuais e outras mídias, cenas tristes de covardia, quer sejam dos representantes de órgãos públicos, ou do cidadão comum, tudo é muito lamentável. Vejo, revejo cenas lamentáveis de pessoas comuns se digladiarem por muito pouco. A quem devemos recorrer para nos protegermos de tanta gente ruim? Um idiota armado, seja ele quem for, tira a vida de alguém inocente porque sua mente é vazia, seu corpo é uma carcaça e sua vida é um lixo. Portanto, vamos, enquanto ainda estamos vivos, enquanto somos a favor da paz, pedindo a Deus que nos deixe viver um pouquinho mais. Síndico – Santa Rosa/Guarujá/SP ————————————- “Ser ou não ser és a questão” – Shaolyn Gomes* “Os homens deviam ser o que parecem ou, pelo menos, não parecerem o que não são”. (William Shakespeare) Como disse o grande mestre que inspira o meu intelecto. Se tem uma coisa que realmente não me agrada é gente que finge ser o que não é. Todo mundo conhece alguém, que acha que é a criatura mais inteligente do universo, e acha que não precisa aprender mais nada. Isso não existe! As maiores mentes da humanidade admitiram muitas vezes que desconheciam muitas coisas. Mas o que me deixa mais intrigado é o fato de que ser você mesmo é simples e fácil e as pessoas insistem em tentar ser um personagem, o que dá muito trabalho. Eu já tentei, por várias vezes, ser pessoas diferentes: já quis ser o superinteligente, o estiloso e até a popular, o superatleta e etc… Nada disso nunca funcionou, por que eu não sou nada disso. Eu sou simplesmente uma pessoa que aprendeu muitas coisas diferentes, inúteis para alguns, que gosta de ler e ver coisas engraçadas, gosta de histórias de romance, fantasia, esporte, ficção e magia (sim, se tem uma coisa que eu sei é sobre FUTEBOL), estudo que nem louco para passar em um vestibular muito disputado com uma prova filha de uma da mãe, sei fazer tarefas domésticas e durmo muito. Tenho minha família que todo mundo julga ser “esquisita” e que eu acho simplesmente maravilhosa. Tenho meus amigos, cada um a seu estilo, cada um com seu gosto, mas que são leais e um detalhe que me chama atenção. Eu sou muito bom em contar piadas que não tem graça. E sou filósofo de botequim (ou melhor, filósofo de sábado à noite com os amigos). A intenção do texto não é me apresentar, e nem expor a minha aceitação. Eu não quero dizer que aceito a condição de ser assim para sempre. Eu sou assim agora, mas se eu quiser, eu mudo. Mas eu não vou fingir mudar, não vou criar um personagem bobo. Eu vou simplesmente evoluir a minha personalidade. Lentamente ou rapidamente? A velocidade não interessa. Interessa o resultado. Prefiro ser assim, ignorante para uns, e inteligente para outros. Do que ser como algumas pessoas que eu conheço, que se acham tão superiores e não têm nada, só fingem ter. Gente que se finge de inteligente, mas não usa a inteligência. Gente que se acha esperta, mas não é nem notado. Se alguém conseguir tirar alguma lição desse texto confuso e subjetivo, já vai ter valido a pena escrevê-lo, mesmo parecendo insanidade. Por que como diz a música de um autor que não me recordo agora o nome, “No fim, ser você mesmo é tudo o que você pode fazer”. Pense nisso… *Do movimento “Vem pra rua!” ———————————– ESPAÇO DO LEITOR TRÂNSITO1 “Falta prudência para a maioria dos motoristas. O Código Brasileiro de Trânsito diz: ‘quando houver qualquer tipo de obstáculo, fumaça, buracos, animais etc., a velocidade deve ser reduzida’. Porém, não é isso que acontece na maioria dos casos”, comentou o internauta Misael Carvalhedo, sobre o alto número de acidentes de trânsito registrados. TRÂNSITO 2 A internauta Francisca Luciene Sousa dos Santos, também comentou: “Quantas pessoas ainda irão morrer por acidente no trânsito causado por irresponsabilidade? Até quando isso vai acontecer? Só quem já teve parentes mortos em acidentes de trânsito sabe o quanto isso é revoltante. O pior é ver que nada acontece a esses delinquentes”. ATRASADO 1 Sobre o pagamento dos servidores do Estado programado para 11 de fevereiro, o internauta Sandro André Silva Morais, comentou: “Isso é uma vergonha. Senhora governadora, não foi para isso que a senhora foi eleita. Essa atitude só demonstra o grande e profundo desrespeito que a senhora tem pelos funcionários públicos”. ATRASADO 2 Ele acrescentou: “Nós não somos idiotas o salário dos servidores da educação é pago com repasses do Fundeb. Logo, não use esse dinheiro para outros fins. Além do mais, o governo anterior conseguia fazer o pagamento em dia. Como a senhora explica esse atraso? Usar o dinheiro do Fundeb para outros fins é ilegal, além de imoral. Faça o que é certo. Optamos pela mudança, mas assim como a senhora entrou, pode sair”. DERMATOLOGISTA A comerciante, Amanda Rodrigues, denunciou a demora para o atendimento no Hospital da Criança Santo Antônio. “É um descaso. Tem crianças aqui há mais de três dias internada aguardando uma simples consulta com um dermatologista. A resposta que tivemos da direção do hospital é que a dermatologista está de férias. Isso é um descaso com a população”, relatou.