Opinião

Opiniao 02 03 2015 682

Reencontro – Afonso Rodrigues de Oliveira* “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaio. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva a vida intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos”. (Charles Chaplin) A cortina fechou-se, mas não por falta de risos, danças, muita alegria e canto. Ela fechou-se precisamente na hora H. Ninguém mais do que você sabia e se afinava com os pensamentos do Charles Chaplin. Você sabe o quanto falamos disso, ali, debaixo do jambeiro. Foram momentos dos quais não há como esquecer, não importa quanto tempo passe. E o que mais me deixa tranquilo, como se a tranquilidade fosse algo estranho pra nós dois, é saber que você sempre foi uma pessoa adorável pela sua tranquilidade. Foi muito importante pra mim, termos vivido grandes momentos de felicidade, sinceridade e muita amizade. Sei que estou sendo inútil, porque você sabe disso muito mais do que eu. Sempre soube. Sabe por que não fui ao seu velório? Sei que você sabe. Por isso não fui. Tinha certeza de que quando eu chegasse lá você sorriria pra mim. E embora sabendo que não viria o sorriso, mesmo assim teria que sorrir pra você. Aí ninguém entenderia e, como sei que você entenderia, não fui, não sorri e estou feliz porque sei que você está. Puxa vida, cara. Você devia ter me avisado que estava partindo. Sei que isso não importa nem preocupa mais você. Você sempre foi o cara que admirei por estar num meio espiritual e intelectual que mais admiro. Lembra-se de como e quando, falávamos, por exemplo, do Bob Marley? Pois é. Ele pensava exatamente como você, quando disse: “Para que levar a vida tão a sério, se a vida é uma alucinante aventura da qual jamais sairemos vivos”? Você foi uma das pessoas a quem mais admirei por saber levar a vida no palco da alegria. Fazendo arte com a vida. Também falamos do Gandhi, lembra-se? Ele disse: “A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte”. E você fez, e muito bem feita. E fez, também, o que o Shakespeare disse: “Plante um jardim, decore sua alma, não espere que alguém lhe traga flores”. Você fechou a cortina sabendo de tudo isso. E agora está num mundo onde não há unidade de tempo. Onde tudo é agora. E por isso não devo lhe dizer que nos encontraremos nesse ou naquele tempo. Isso não importa nem interessa mais pra você. Logo, digo apenas que ainda nos encontraremos. E vai ser legal pra dedéu. Só não sei se deverei abrir os braços e falar: “Dagmar Ramalho!” Não sei se você ainda o será. Mas vai um abraço, não quebra-costelas. Porque você não necessita mais delas. Mas a verdade é que nos encontraremos. Tenho certeza e vou adorar. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460 ————————————– Pão, circo, spray de pimenta e bala de borracha – Tom Zé Albuquerque* Há uma articulação crescente nas redes sociais para uma manifestação a favor do “impeachment” da presidente do país, Dilma Roussef, a ocorrer no próximo dia 15. O que existe por trás de tudo isso? A quem deve beneficiar este movimento? Quais os resultados a serem atingidos com essa aglutinação? Muitos conciliam este manifesto àquele ocorrido no Brasil em todas as capitais dos Estados mais várias cidades interioranas, no início da década de 1990, no qual ficou emblemado como “o movimento dos caras-pintadas”. Naquele tempo, uma multidão de brasileiros incitados pelo Partido dos Trabalhadores – PT, em maioria jovens e adolescentes, com os rostos pintados de verde e amarelo ou em preto, foram às ruas em protesto à gestão déspota do ex-presidente Collor de Mello. É relevante e cômico lembrar que há anos o ex-presidente Lula da Silva (líder do movimento contra Collor), em sua arreganhada gestão e num invejável ato franciscano, aliou-se ao alagoano despejado do poder, perdurando até hoje fartos e hipócritas elogios por parte dele à pessoa pública de Collor. Entretanto, não há correlação entre os dois movimentos. Primeiro, porque o “impeachment” do passado decorreu devido ao rombo de 60 milhões de reais mais um veículo Elba, carro de classe média, enquanto o rombo do partido atual dezenas de milhões é pouco, e saque minguado hoje é batedouro de carteira no país da corrupção institucionalizada. Depois, que o “impeachment” depende do Congresso, se ele quer ou não, e o PT, em seu estilo pródigo, detém de razoável bancada sustentada pelo bolsa-família-parlamentar, que pode travar a derrocada do partido do mensalão. Em verdade, na queda Collorida do passado, o Congresso temia a tomada do poder daquele Presidente, e o fechamento da Casa Legislativa, tal qual ocorrera na mesma época no Peru, sob a batuta do amigo do presidente brasileiro, Fujimori. Ademais, ainda há muitas pessoas que, ingenuamente, acreditam terem sido eles, “os caras-pintadas”, os responsáveis por detonarem o presidente Collor. Esse tipo de desvario é preocupante; é muita alienação. Para que o “impeachment” da presidente do partido do petrolão ocorra, precisa que, repito, o Congresso queira, como também que a mídia trabalhe a favor, em especial a poderosa Rede Globo, responsável por ditar o comportamento de boa parte dos brasileiros. Uma enquete enxertada para o cativo público do curral do BBB seria uma boa pedida… Outro motivo que represa a tirada da Dilmona mãezona é o fato de o vice-presidente, substituto natural, não gozar da simpatia de boa parte dos parlamentares no Congresso; no próprio PMDB, partido de Temer, há repartição de interesses. Ao contrário do passado, Itamar Franco era café-com-leite, não fedia nem cheirava, um homem normal, apaixonado por fuscas e mulheres bonitas. A corrupção naquela época vingou apenas na margem aceitável, porque esse nojento atributo é próprio do ser humano e sempre existirá. Eu não acredito que a presidente atual sairá do poder, ao contrário, deslanchará após as manifestações fortificada pronta para devolver o poder ao Lulão. Eu não vou às ruas, isso seria, como dizia o filósofo Saul Silva: “Luta de tolos”, sem resultados práticos. Embora seja pouco provável que haja na história do Brasil algum partido que governe de forma tão prostituída, gastando desmedidamente os recursos da população, se apropriando pra si a coisa pública de forma tão desvairada. Por acaso os 53 milhões de eleitores que convalidaram em 2014 nas urnas o governo Dilma estarão na manifestação do dia 15 de março? Óbvio que não! Então, que continue o circo do faz-de-conta dessa falsificada democracia, forma de governo vencida, longe dos moldes iluministas que alicerçaram essa doutrina. *Administrador —————————————– EIS-ME AQUI, SENHOR! – Vera Sábio* Nos dias atuais, a luta pela sobrevivência está cada vez mais fazendo as pessoas individualistas, egoístas e com pouca empatia pelo próximo. É difícil conquistar uma renda suficiente para manter a casa, estudar os filhos e ter uma vida confortável. Desta maneira, ajudar o outro é questão secundária, onde suponha-se que as bolsas e doações que os governantes distribui são suficientes para os menos favorecidos sobreviverem. A solidariedade mantém-se ausente e o velho ditado é proclamado, mesmo sem palavras: “Cada um por si e Deus por todos”. Verificando esta triste realidade a Campanha da Fraternidade deste ano vem com o propósito de resgatar o valor imensurável que nos deixou de exemplo, o próprio mestre Jesus. Revelando em suas escrituras, o quanto é importante servir:”eu vim para servir”. (Jesus Cristo). O mundo seria muito melhor se todos tivessem a consciência que vieram para servir; fazer o bem, sem olhar a quem; doar sem esperar nada em troca; amar e ser gentil, na certeza que é dando que se recebe… Com tanta tecnologia, tantos recursos jamais imaginados; tanta conquista realizada nos tempos atuais. É triste perceber que a amizade já não é tão fluente, os interesses pessoais e muitas vezes imorais ultrapassam os interesses comuns, os quais modificariam tanta situação desonesta, corrupta e doentia, que dificulta o progresso da nossa nação. Servir é um bem enorme, transformando a solidão em aconchego; o desconhecido em irmão e promovendo a verdadeira fraternidade, onde a união faz a força. Que na Campanha da Fraternidade deste ano, cada um entenda sua missão de “servir” e com isto consigamos resgatar o orgulho de sermos brasileiros. “Ou ficar a Pátria livre, ou morrer pelo Brasil”… *Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega  —————————————— Por que dar feedbacks? – *Eduardo Shinyashiki Um dos instrumentos mais importantes para se comunicar, expressar a identidade pessoal e construir a qualidade das relações interpessoais é o momento do feedback, da conversa transparente que oferece informações de forma eficaz aos colaboradores e colegas sobre as suas ações e resultados. O feedback representa o verdadeiro processo comunicativo.Porém muitas vezes as pessoas são reticentes a dar e receber retornos, pois o termo “feedback” vem sendo associado a crítica, a julgamentos negativos, conflitos, culpas, tensões e, por fim, o desgaste nas relações, não agregando nada de construtivo. Muitas vezes se cria um julgamento persecutório do tipo: “Ele está me perseguindo”, “Essa pessoa não gosta de mim”, “Ele não vai com a minha cara”. Outras vezes o sentimento é de inferioridade: “Se a avaliação não for boa, como vou ficar com os meus superiores? O que os outros vão pensar de mim?”. Dessa forma, algumas pessoas fazem de conta que está tudo bem, fecham a sua percepção negando a possibilidade de olhar com maior atenção para si mesmo, para o outro e para o que está acontecendo. No decorrer do tempo, a ausência de um verdadeiro feedback tende a destruir as relações e os resultados. Na verdade, podemos utilizar essa ferramenta como uma conversa conciliante e realmente comunicativa, que apoia e encoraja o colaborador e em que a clareza de opiniões entre as partes é presente, evidenciando os lados positivos e negativos da situação, tornando-se um feedback construtivo. Um feedback positivo tem a finalidade de aprimorar ou de reorientar a pessoa e é, na verdade, uma ocasião para redirecionar e melhorar a própria maneira de agir, ou até mesmo as ações dos colaboradores, tendo maior consciência dos pontos de força e dos pontos fracos dos resultados atingidos, permitindo manter alto o nível de motivação e energia dos envolvidos. A sabedoria do líder em dar feedbacks permite que seja fortalecida a relação com o colaborador, transmitindo conhecimento, informações, ideias, visões e sugestões para o seu desenvolvimento. É um compartilhamento de saber, um instrumento importante para troca de informações, redirecionamento de foco e clareamento de objetivos, que auxiliam no desempenho e no crescimento do profissional. *palestrante, consultor organizacional, especialista em desenvolvimento das Competências de Liderança e Preparação de Equipes. Presidente da Sociedade Cre Ser Treinamentos, Eduardo também é escritor e autor de importantes livros como Transforme seus Sonhos em Vida, da Editora Gente, sua publicação mais recente. www.edushin.com.br —————————————- ESPAÇO DO LEITOR FORA DE SALA 1 Sobre alunos que estavam fora de sala no horário de aula na Escola Maria das Neves Resende, no bairro Asa Branca, na tarde de sexta-feira, 27, o internauta Jare Câmara comentou: “Esses jovens não estão aí porque está faltando professor. Eles estão aí porque já são usuários de drogas há muito tempo. Aí culpam o Estado ou até a escola pela falta de professor”. FORA DE SALA 2 O internauta José Augusto Souza Magalhães Ramos discorda. “Sabe por que os alunos estão ociosos na perigosa praça do Asa Branca? Porque não é apenas um professor que falta, são vários. As escolas da periferia são as que mais sofrem com a falta desses profissionais. Mesmo depois de alterar a data de início das aulas, a Secretaria de Educação não providenciou professores, nem merenda, nem equipe técnica pedagógica de apoio, nem pessoal para limpeza, nem assistentes de alunos. Os gestores estão sendo trazidos no laço para as escolas. A gratificação para gestores e técnicos é uma vergonha e eles precisam passar o dia todo nas escolas”, relatou. SELETIVO 1 A internauta Beatriz Silva Cunha do Nascimento afirmou que acompanhou a luta dos professores seletivados. “Tenho um filho matriculado no 1º ano do Ensino Médio e uma vizinha, que é professora de História, falava que haveria seletivo, depois disse que não haveria mais. Resumindo: coisa desorganizada, perdida, sem planejamento”, disse. SELETIVO 2 Ela aproveitou para denunciar que a escola onde o filho estuda, Escola Hélio Campos, não tem professor de áreas específicas. “A gestão está segurando os alunos na escola somente para que os pais não tomem ciência do caos que se instalou na Educação estadual. Isso é vergonhoso! Peço ajuda ao Ministério Público”, afirmou.