Deus não existe – Walber Aguiar*Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem. Jó 42:Deus não cabe num tubo de ensaio, numa mente que não chega a usar nem dez por cento de seu potencial. O Eterno não se deixa capturar pela fragilidade, pela superficialidade, pelo pensamento infinitesimal do ser que tece, que elabora, que argumenta acerca da humanidade divina e da divindade humana de Jesus, bem como das teodicéias utilizadas para culpar Deus pelo mal no mundo, pelo sofrimento e seus desdobramentos sociais e psicológicos.
Ora, mesmo o sistema filosófico não serve de modelo aferidor, pelo fato de conter racionalismos. Ora, os ismos são a hipertrofia de tudo que se desvia de seu curso mais amplo. O mísitico, por exemplo, é extremamente viável, quando argumentado dentro de uma perspectiva mais abrangente. Já o misticismo é o apequenamento do místico, a redução de algo que satisfaz à doutrinação e ao modus vivendi de quem, mesmo querendo conduzir à verdade, conduz ao engano. Essa hipertrofia da racionalidade, o racionalismo, diminui, encurrala, afunila Deus.
O eterno não existe; porque tudo que existe pode conter e ser contido, passando assim, a ser um objeto, algo objetalizado, criado dentro de categorias finitas, sob a perspectiva das limitações científicas, filosóficas e religiosas. Assim, nenhum sistema tem a capacidade de enxergar o Deus que é; podendo ver apenas um Deus que existe, que pode ser medido, mensurado pela mente humana e suas limitações.
Desde esse ponto de vista, arrisca-se dizer que o Sagrado não criou marionetes, mas pessoas dotadas de livre arbítrio, ou livre determinação da vontade humana. Seria muito mais fácil ter criado seres autômatos, teleguiados, robozinhos de sua vontade. Aí os que hoje criticam e questionam a livre vontade, usariam o argumento de um Deus tirânico e castrador.
No entanto, embora tenha dotado o homem de vontade própria, de liberdade de escolha, nada impede os planos de um Deus cujos pensamentos são mais elevados que os nossos. Podemos planejar também, mas os planos de Deus não podem ser frustrados por aquilo que fazemos ou deixamos de fazer, pensamos ou deixamos de pensar.
Deus não pode ser medido, concebido por nossas categoriazinhas de pensamento, nosso racionalismo árido e sufocante, limitado e cartesiano. Ele não existe, a partir dessas categorias que o reduzem, encurralam e o moldam nas formas do pensamento hermético e afunilador…
Ele simplesmente é…
*Poeta, advogado, historiador, professor de filosofia, conselheiro de cultura e membro da Academia Roraimense de [email protected] – 99144-9150————————————Cupido brincalhão – Flávio Melo Ribeiro*Iniciei a semana lendo o seguinte post: Procura-se um cupido sério e responsável, porque o último que apareceu era muito brincalhão. Na hora eu ri, mas foi uma frase que me fez refletir: quem nos dias de hoje já não se deparou com um cupido brincalhão que nos fez “perder tempo” numa relação que não deu em nada. Mas antes de colocar a culpa no cupido é importante olhar para si e analisar as próprias escolhas, além dos comportamentos que podem estar diretamente ligado ao fato de não ter dado certo.
Que escolha você está fazendo para conhecer novas pessoas? Comece refletindo sobre os locais que frequenta, eles dizem muito do que você vai encontrar. Obvio que você não pode avaliar preconceituosamente, mas também não precisa se enganar dizendo que pode encontrar “a pessoa dos teus sonhos” em qualquer local, portanto use o bom senso. Observe os critérios que você utiliza para escolher. Procure ordenar esses critérios por ordem de importância, o que realmente importa num relacionamento, que sem ele não vale a pena seguir adiante. E se você não está encontrando essa pessoa, veja se é possível que ela frequenta os mesmos locais que você, caso contrário veja onde e passe a frequentar.
Quais os seus comportamentos que refletem diretamente no relacionamento e veja se o desenvolvimento do namoro não estão sendo prejudicado por eles. Uma vez atendi um caso clássico de contradição, o cliente era grosseiro no seu-dia-dia e tinha orgulho de ser assim, porém reclamava da dificuldade de manter um relacionamento amoroso e não via ligação do seu comportamento com os términos frequentes com que se deparava. Considerava que grosseiro era o outro, pois não via que o destempero do outro era na maioria das vezes uma reação do que ele produzia. Esse é apenas um exemplo, analise suas atitudes e procure se colocar no lugar da outra pessoa.
Sou Psicólogo em Florianópolis, cidade que o número de separações oficiais mais se aproxima do número de casamentos, portanto um local propício à se questionar: você presta atenção em como é o outro? Suas atitudes e consequência? É a pessoa que você quer? Não aposte que o outro vá mudar, pois o processo de mudança de personalidade é difícil e a própria pessoa precisa querer mudar. O cupido não tem culpa, geralmente a própria pessoa se deixa enganar quem é o outro por considerar que encontrou a pessoa amada, mesmo quando os comportamentos já indicavam que ocorreriam problemas.
Psicólogo*CRP12/[email protected]—————————————Sem amor não há vida – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Onde há amor as diferenças são estímulos de crescimento”. (Valfredo Tepe)O ser humano é um ser de origem racional. Só falta aprender a viver com racionalidade. Mas isso faz parte da evolução, na imunização racional. Porque ainda necessitamos de conhecimento para entender o nível da racionalidade. Porque o que somos é seres de origem racional, mas que ainda não estamos evoluídos para a racionalidade. E isso demanda muito tempo, porque lá de onde viemos, e para onde voltaremos, não há unidade de tempo. Por isso, o tempo que você ainda passar por aqui, nessa fogueira humana, não faz diferenças para o racional. Um segundo ou um milhão de anos é a mesma coisa para o mundo racional. Senão não seria racional. Mas tudo bem, o que importa é que cada um de nós faça sua parte para que um dia, em tempo qualquer, retornemos ao nosso mundo de origem. E o amor é fundamental para que caminhemos rumo à nossa evolução. E é necessário que aprendamos a ver o amor como um instrumento de racionalidade e não de euforia. Comece por não tentar, irracionalmente, misturar amor com paixão e ciúme. São coisas absolutamente distintas. O primeiro é racional, o segundo é descontrole emocional e o terceiro é descontrole mental.
Aproveite cada minuto de pausa no seu momento de trabalho para uma pequena reflexão sobre este assunto. Ele é muito mais sério do que imaginamos. Sempre pensamos que amamos quando limitamos nosso amor ao desejo. E quando amamos, nosso amor é incomensurável, dentro da racionalidade. E não amamos alguém quando discriminamos outro alguém; quando sorrimos diante da orientação de que somos todos iguais nas diferenças, e rejeitamos alguém pela diferença. E quando rejeitamos discriminamos. Quando temos medo de mostrar e demonstrar nosso amor é porque não amamos de fato. Ainda misturamos as coisas.
Ainda não aprendemos a nos valorizar dentro do valor que realmente temos e ainda o ignoramos. Quando amamos de verdade não vemos as diferenças, mas as respeitamos.
Valorize-se no que você é, e não no que você analisa no que vê no seu próximo. Você só viverá, mentalmente equilibrado, quando respeitar os diferentes sem o risco da familiaridade. Vamos peneirar isso. Você não deve deixar de cumprimentar seu vizinho porque ele tem um desvio social. O importante é que você não se familiarize a ele. E familiarizar-se não é entrar na família. É estreitar a amizade com intimidades. Porque aí você está desrespeitando a você mesmo. Está sendo desatento ao aviso do Emerson: “Você é tão rico ou tão pobre quanto o seu vizinho, senão não seria vizinho dele”. Pense nisso.
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