Opinião

Opiniao 02 07 2015 1158

Eu não respeito a presidente – Lindomar Neves Bach*O delator ou xisnove sempre teve o estigma sórdido e desprezível da vilania, da dita trairagem o único consenso era de que deveria virar adubo. Então, não é de se estranhar que esse termo aplicado a qualquer pessoa não atraia bons fluidos. A lista de dedos-duros na história vai de Judas a Joaquim Silvério dos Reis, usado na fala da presidente para exemplificar o que ela pensa dos delatores na Operação Lava-Jato da Polícia Federal. Errou feio, excelentíssima. Apesar de ser tão culpados quanto seus citados. O delator atual, qual um anti-herói, tem prestado um serviço imensurável à Nação. Merece o respeito pela coragem de se expor e reconhecer que esteve chafurdando com os porcos. Sabe como é, ninguém é apreciador do veneno que vai exterminar a praga que o tem afligido.

A presidente deveria ter pensado nisso antes de aprovar essa prática. Hoje não há como voltar dessa decisão, Dona Dilma.  O povo brasileiro acordou. A migalha social travestida de benefício com finalidade eleitoral já não ilude ninguém. O cidadão compara sua esmola às somas exorbitantes desviadas ou pagas de propinas pelas empreiteiras para custear campanhas eleitorais e tira sempre a mesma conclusão: isso é o que ganho por votar no bandido.

Mas a bandidagem encontrou inimigo dentro da própria casa. Não importam os motivos que levaram o “Paulinho” ou qualquer outro a denunciar os esquemas nos quais estavam metidos, o que realmente importa é que mesmo a mídia não tem conseguido livrar a cara de muita gente influente. E temos que parabenizar a Polícia Federal por não medir esforços para trazer toda essa sujeira à tona, lavando a alma do cidadão de bem e decente que sonha com um Brasil livre da corrupção, não somente na Petrobrás, mas em todos os setores de todos os órgãos públicos.

Os antigos delatores da história entregavam heróis para o martírio, por isso a nossa chefa maior do Executivo federal tentou desqualificar seus atos. Os delatores do esquema do Petrolão estão longe de merecerem uma estátua de bronze na Praça dos Três Poderes, mas no mínimo merecem nosso respeito, ao contrario do que declarou nossa presidente.

*Artista plástico, cartunista, designer gráfico e escritor [email protected]—————————– Contas para pagar – Vera Sábio*Sempre gostei das ciências humanas, dando menos valor às ciências exatas. Porém, com a maturidade, cada vez fica mais claro que, se não tivermos boa saúde física e emocional, analisarmos cada texto e contexto, não conseguiremos resolver nossa vida financeira e viveremos como fala um ditado popular: “da sala para cozinha e da cozinha para sala”. Comendo o pão que o diabo amassou.

São tantos zeros à direita nas contas dos políticos, tantos impostos que nós, pobres cidadãos, pagamos por tudo que consumimos e não consumimos, que nem imagino como calcular. Nunca fui um exemplo nos cálculos, por isto não gosto de arriscar e assim tenho a vida sentimental, social e financeira equilibrada.

Acredito que não importa o quanto ganhamos, mas sim o quanto gastamos. Sendo mais simples fazer esta conta com um contracheque regular no final do mês, e a consciência que parte desse salário deve ser guardada para uma emergência, visto que não tem como contar com a saúde pública, por exemplo, havendo muitos imprevistos.

Todavia, o difícil é quando o montante recebido nunca é proporcional aos valores gastos. Ou porque se ganha pouco perante às maiores prioridades em que precisa gastar; ou porque não sabe colocar as prioridades em seu verdadeiro nível e a compulsividade em comprar o que não é importante supera seu bom senso, e aí o caos acontece como uma enorme tempestade.

Os status em ter o que não precisa, com o dinheiro que não tem, para mostrar para quem não gosta, leva pessoas a fazerem empréstimos incalculáveis e com um cartão de crédito cobrirem outro, virando uma verdadeira bola de neve, chegando à falência total e prejudicando aqueles que dependem deles.

Olhando de fora da situação, é difícil entender por que as pessoas não conseguem um maior planejamento na hora de realizar as ações voltadas ao financeiro, porque elas acham que é normal as pessoas gastarem mais do que ganham e viverem com eternas dívidas.Não compreendo como é possível ter uma vida tranquila e um sono sossegado sem saber o que irá comer ou conquistar no dia seguinte… Quem erra ao planejar estará planejando em errar.

Enquanto não conscientizarmos que nosso suor sofrido não dá as condições da mordomia que a corrupção produz e que, enquanto os poderosos votados pelo povo estão desviando, enriquecendo e, o pior, se reelegendo através das migalhas distribuídas aos pobres de espírito, nunca sairemos desta crise em que a cada dia piora mais e mais.

Antes de termos ambições de possuirmos os bens materiais que muitos conseguiram com dinheiro sujo, devemos querer a valorização dos nossos esforços, as progressões pelos nossos méritos, as divisões de tarefas que nos proporcione um maior crescimento e um salário justo, principalmente a noção adequada de como devemos gastar nosso dinheiro para que ele não falte e nem seja desperdiçado.

Muito mais do que sermos milionários, precisamos entender o valor de sermos justos, honestos e verdadeiros cidadãos capazes de lutar contra tanta corrupção. Percebendo a riqueza que tem o nosso voto e nossa democracia.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/[email protected].: 99168-7731———————————Educação tartaruga – Afonso Rodrigues de Oliveira*“O material escolar mais barato que existe na praça é o professor”. (Chico Anísio)O Chico passou a vida toda, no seu programa, chamando a atenção para a triste realidade da Educação no Brasil. Uma crítica com humor. E quem, na nossa educação, vai dar importância a um humor sério e responsável como o do Mestre Chico Anísio? Mas, nada de anormal. A verdade é que o foco da crítica era a Educação, e quem está aí pra ela? As reportagens e relatos que vemos e ouvimos diariamente sobre a Educação são simplesmente chocantes. Ainda há quem defenda o salário ridículo do professor, alegando que ele não é devidamente preparado. Taí um ponto difícil de discutir. Questionei muito sobre isso na criação da isonomia. E foi exatamente na época que um governador de Roraima disse, num debate político, respondendo a uma pergunta minha, sobre o ensino no interior: “Eu trago essas garotas, do interior do Nordeste, para ensinar, porque para ensinar a essas crianças do interior o professor basta saber ler e escrever”. Preciso falar mais?

Estamos votando contra a redução da maioridade penal, alegando que não temos condições de manter cadeias apropriadas para os jovens. A Itália não vai mandar nosso criminoso de volta pro Brasil porque não temos cadeias adequadas para ele. Vamos afrouxando a severidade contra o crime porque nossos presídios estão superlotados. Que mal faz deixar os presos criarem favelas dentro dos presídios? E como justificativas vamos falando potocas nos programas televisivos. Deu pra sacar?

Aprendi muito cedo que todos os desmandos que vivemos no País não são mais do que crise de autoridade. Ainda queremos mostrar que nossa Educação está numa boa, porque limpamos e tapamos os buracos nas paredes das nossas escolas que estavam em pandarecos. Como se isso fosse solução para a Educação.

Cara, estamos no início do segundo semestre do ano. Uma quarta-feira de sol e tranquilidade. Confesso que adoraria estar aqui batendo um papo bem manhoso e afetivo com você. Mas comecei o papo depois que a repórter nos mostrou os problemas da Educação em Normandia. (Normandia, aqui em Roraima, vê lá). Em termos de educação e de desenvolvimento técnico, tecnológico e outros, sempre estivemos detrás da porta; esperando que os outros fizessem para que os copiássemos. Não somos responsáveis pela invenção do telefone porque o então presidente da República considerou o evento como uma fantasia tola. E por isso não foi permitido que se fizesse a primeira demonstração, na Baía da Guanabara. Os italianos fizeram, lá na Itália. E é assim que sempre fomos. Pense nisso.

*[email protected]    99121-1460   ——————————-

ESPAÇO DO LEITOR RORAINÓPOLISMoradores do bairro Novo Brasil, em Rorainópolis, enviaram a seguinte reclamação: “Desde o início do inverno que estamos solicitando da Secretaria Municipal de Saúde uma parceria junto com o governo estadual para que seja minimizado o problema de ataque de carapanãs no bairro, sem contar nas inúmeras crianças e idosos que contraíram dengue nas últimas semanas. Como todos sabem, estava havendo inúmeros problemas de limpeza na cidade, o que tem contribuído para esta situação”.CÂMERASO leitor Genival Oliveira questionou se as câmeras de monitoramento estão funcionando em Boa Vista. “Próximo à praça Germano Augusto Sampaio tive minha moto furtada e, para maior agilidade, deveriam usar as imagens para dar uma resposta rápida à série de furtos que estão ocorrendo próximo ao local. Se realmente tiverem em funcionamento, será um reforço no combate a criminalidade”, opinou.CULTURAO internauta Mário dos Santos fez a seguinte observação: “Os espaços culturais de Roraima realmente estão  na sarjeta. Já foram feitas várias matérias de que estaria sendo revitalizada a Casa da Cultura, localizada na Avenida Jaime Brasil, mas até agora nada foi feito e a cada dia o prédio se deteriora. Até a promessa de emendas parlamentares  para serem direcionadas para a revitalização do prédio foi anunciada, mas quem passa por lá presencia o abandono deste importante espaço”.CONCURSOAprovados no concurso da Sesau relataram: “Estamos indignados em razão de mais uma convocação dos aprovados, mas os auxiliares de serviço de saúde não foram contemplados nesta chamada. Será que somos menos importantes que as outras áreas? É bom lembrar, aos atuais gestores da saúde, que para o bom funcionamento das unidades e dos hospitais são necessários os auxiliares. Então fica a pergunta: por que não nos convocam?”.