Taxas de juro e impostos massacram o cidadão brasileiro – Flamarion Portela* Um levantamento feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio/SP) e divulgado na semana passada pelo jornal O Globo apontou que os brasileiros pagaram quase R$ 500 bilhões de juros em 2017. O valor corresponde a 7,3% do PIB e reflete uma alta de 11,8% em relação a 2016.
Essa quantia exorbitante revela que o pagamento de juros, em termos individuais, representou um dos maiores itens de despesa das famílias, superando inclusive, os gastos totais com educação e vestuário.
E isso nos mostra também a ganância desmedida dos bancos e instituições financeiras, que aplicam no Brasil uma das maiores taxas de juros do mundo, com a desculpa esfarrapada que a culpa é da grande inadimplência.
Entretanto, a mesma pesquisa mostra que houve uma redução de 11,3% no valor de empréstimos atrasados há mais de 90 dias, o que significa uma queda de 6,1% na taxa de inadimplência sobre o saldo total dos empréstimos.
Mas, por que as taxas de juros são tão altas no Brasil? Para a maioria dos especialistas em Economia, devem ser observadas algumas razões, que podem ser de natureza macroeconômica, como a própria saúde fiscal do país, até aquelas relacionadas ao próprio sistema, como o chamado spread bancário, que é a diferença entre a taxa de juros cobrada aos tomadores de crédito e a taxa de juros paga aos depositantes pelos bancos.
As altas taxas de juros para o crédito no Brasil impõem um custo elevado tanto para as famílias como para as empresas, o que representa uma parcela substancial de rendimentos que acaba por inibir a capacidade de consumo e de investimento, sobretudo para pequenos empreendedores. E o brasileiro também paga uma das maiores taxas de juros do mundo no cartão de crédito, com média anual de 352,76%, de acordo com estudo da PROTESTE, Associação de Consumidores.
Some-se a isso, termos uma das maiores cargas tributárias do mundo (é a maior entre os países da América Latina e Caribe), próxima de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) e que não se reflete em benefícios para a população.
Embora paguemos juros altíssimos e paguemos os maiores impostos do mundo, continuamos sem ter uma saúde pública de qualidade, escolas adequadas para os nossos filhos, falta de infraestrutura rodoviária, insegurança, entre outros problemas que o brasileiro enfrenta no dia a dia.
De um lado os bancos e do outro o governo e no meio o cidadão brasileiro que é o maior prejudicado, que sempre precisa contrair empréstimos para conseguir equilibrar suas contas ou para realizar algum sonho, como a aquisição de um veículo ou mesmo a casa própria, e é massacrado com tantos juros e impostos, sem ter o devido retorno em serviços públicos. *Flamarion Portela é presidente do Iteraima e ex-governador de Roraima
A Justiça Eleitoral e as fakesnews – Parte 1
J. R. Rodrigues*
A função da Justiça Eleitoral é árdua, nobre e espinhosa. Em resumo: “Garantir a lisura, a retidão, a legalidade, o resultado justo e a própria sobrevivência da democracia. Todos cobram isso da JE, mas nem todos colaboram. Os partidos e os próprios políticos são os maiores obstáculos com a agravante de que boa parte do eleitorado brasileiro também não colabora e abre mão de uma boa escolha para – na melhor das hipóteses – vender seu voto e perpetuar o caos. Tudo isso gerido por regras (legislação) mutáveis, que oscila ao sabor das conveniências dos próprios legisladores, que em regra vem a ser os interessados que as coisas não entrem nos eixos. Desde 2010, quando o termo redes sociais passou a compor esse universo, muita coisa mudou, mas hoje um dos maiores entraves para que a vontade saudável da maioria dos brasileiros escolham os melhores representantes nas eleições de 2018 são as fakes News (notícias falsas).
As Fake News de hoje nada mais são do que uma repetição do que sempre foi feito no passado. Se antes eram panfletos anônimos (sem autoria) e apócrifos (com assinaturas duvidosas) que eram distribuídos pelos partidos, pelos políticos e pela população geral atacando a honra dos seus opositores, hoje são as mensagens eletrônicas de texto, imagens e vídeos que ameaçam a democracia.
Na política, as Fake News não são uma invenção da tecnologia e sim uma adaptação do que já era feito no passado. Quem não lembra dos panfletos caluniosos contra políticos A e B, certamente produzidos pelos políticos C e D? Isso também era Fake News. Ocorre que não se combate Fake News retirando apenas as notícias, textos, áudios e vídeos das redes sociais como propõe o whatsapp. É necessário ir além, construir teses e caminhos jurídicos para combater a ameaça com a força da Lei. Se combateFake News punindo quem gera o conteúdo. Na época do panfleto uma das maneiras de punir Fake News era encontrando a gráfica e as pessoas distribuindo os panfletos, prendendo, investigando e descobrindo qual a coligação e qual o candidato que patrocinava esse panfleto. Para combater as Fake News do presente, do mundo eletrônico as ferramentas são outras e mais acessíveis e a polícia judiciária eleitoral tem em mãos todas elas.
Histórico
As eleições de 2018 serão marcadas pela propagação e pelo combate às Fake News via whatsapp, mas a partir de 2010 outras redes sociais foram protagonistas. Criado em 2004, o velho Orkut vivia seu auge em 2010, ano em que essa rede social foi palco de muita baixaria, calúnias, injúrias e difamação, através dos perfis (a maioria falsos) e das suas famosas comunidades.
Muita gente não sabe, mas o facebook também foi criado em 2004, mas só passou a ser popular alguns anos depois. Fato é que em 2012, o facebook, no auge, enfrentava um Orkut em declínio, mesmo assim as baixarias eram veiculadas nas duas plataformas e através do whatsapp, criado em 2009 e nessa época em franca expansão.
Nas eleições seguintes (2014), o Orkut já não existia mais e as fakesnews eram veiculadas nos perfis e páginas (verdadeiros e falsos) do facebook e no whatsapp. As eleições de 2016 consolidaram o quadro de 2014, mas por ser uma disputa municipal, não chamou tanta a atenção. As eleições gerais de outubro próximo são o primeiro grande desafio para a justiça eleitoral, por que depois de tantas mudanças e aperfeiçoamentos das redes sociais, do melhoramento e da redução dos preços dos smartphones, cerca de 97% da população brasileira tem acesso ao Whatsapp, o que deixa nesse universo cibernético o destino da eleição, da democracia e da reputação da Justiça Eleitoral.
A verdade é que mesmo estando em declínio, o Facebook ainda é uma rede social bastante acessada e com a ferramenta do impulsionamento (pagamento para uma publicação – texto, vídeo ou imagem alcançar mais visibilidade), ainda pode ser usada para o bem e principalmente para o mal. A questão é que o controle do conteúdo veiculado no Facebookpode facilmente ser administrado pela própria empresa ou através de intervenções judiciais e assim o combate às fakesnews é facilitado. Sem muita tradição em Roraima, o Twitter tem outro formato, outra linguagem e no Instagram não há registro de que seja comum no Instagram a veiculação de fakesnews, então o que sobra de ambiente cibernético para abrigar o trabalho sujo dos cri
minosos virtuais, que atacam as pessoas, os políticos, etc., é mesmo o whatsapp.
*Advogado, Jornalista e Especialista em Poder Legislativo pela PUCMG
Você compreende? – Afonso Rodrigues de Oliveira
“As palestras de autoajuda pouco ajudam, quando as pessoas não compreendem o funcionamento da mente.” (Augusto Cury)
Quando tratamos de ser humano fica difícil, pra dedéu, entender o problema. E ele consiste na dificuldade de entendermos o funcionamento da mente. O que sempre prejudica o ser humano no seu desenvolvimento profissional. Ser um bom profissional não significa apenas entender da profissão. Há um pacote de atitudes e procedimentos, sem os quais o profissionalismo fica sempre na esteira do comodismo. Abrir a mente é entendê-la na sua incomensurável medida. Mesmo porque ela não tem tamanho. O tamanho que damos aos acontecimentos é apenas pequena demonstração de evolução. E nesta está incluída a evolução profissional.
Mantenha-se ligado. O tempo não para nem passa. E como somos de origem racional, devemos levar em conta que no mundo de onde viemos não há unidade de tempo. E como teremos que voltar às nossas origens, devemos viver como se o tempo não existisse. O que nos indica que devemos viver o momento atual. Os minutos passados são passado. E para vivermos o presente é necessário que tenhamos a consciência de que estamos nos preparando para o momento futuro. E o futuro é amanhã; amanhã hoje será passado.
Pegue todo esse aparente engodo, jogue-o no cadinho da cultura e você estará fundindo o conhecimento necessário para seu aprimoramento profissional. E não importa que profissão você exerça. O que importa é como você a exerce. Você tanto pode ser o gari, ou o prefeito, seu dever para com seu crescimento profissional é o mesmo. O que ratifica o ensinamento que somos todos iguais nas diferenças. SwamiVivekananda já nos disse: “Não se mede o valor de um homem pela tarefa que ele executa, mas sim pela maneira de ele executá-la.” Seja um bom profissional. Mas não se esqueça de que o aprimoramento na profissão, seja ela qual for, está no aprimoramento no conhecimento das Relações Humanas. Sem ela não teremos qualidade. E sem qualidade não teremos bons profissionais.
A mudança de prosa, aqui, foi planejada. Vamos a ela. Não deixe de levar em consideração sua responsabilidade como cidadão. Procure se informar e se preparar politicamente, seja você quem for, para poder merecer o voto facultativo. E sem ele não somos nem seremos cidadãos, de fato e de direito. Mas para que o mereçamos temos que nos preparar. O cidadão deve votar por dever, e não por obrigação. Mas leve isso a sério, sem arrufos. Estamos lutando pelo nosso dever, que está sendo ludibriado pelos, ou ignorantes ou desonestos. Vamos lutar pacificamente, pelos nossos direitos. Pense nisso.
*Articulista [email protected] 99121-1460