Opinião

Opiniao 02 08 2019 8673

A OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA – ESCREVENDO O FUTURO

A rede de ensino brasileira tem apresentado uma deficiência preocupante quanto à produção textual, sobretudo no uso da norma culta da língua portuguesa. Isso se dá não apenas nas produções escritas dos alunos, mas também nas produções didáticas dos professores; percebem-se resistências e limitações na forma coerente e coesa no ato de escrever. 

E para melhor organizar, orientar e se apropriar da norma culta da nossa língua, na escrita, o governo tem criado alguns programas, dentre eles, a Olimpíada de Língua Portuguesa. 

É válido ressaltar que o Programa Escrevendo o Futuro foi desenvolvido pela Fundação Itaú Social desde 2002 e contava com a coordenação técnica do Cempec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária). A partir de 2008, o programa tornou-se política pública em parceria com o Ministério da Educação, dando origem à Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro.

O objetivo é envolver os professores em um processo de formação para o ensino da língua, despertando nos estudantes o interesse e o prazer pela leitura e escrita. Está na sua 6ª edição, e nesta foi inserido um novo gênero, o documentário, direcionado aos alunos da 1ª e 2ª série do ensino médio; já a 3ª série é contemplada com o gênero artigo de opinião, os alunos do 5º ano do ensino fundamental participam com o gênero poema, 6º e 7º anos gênero memórias literárias e com o gênero crônica os alunos do 8º e 9º anos. 

Tem como tema: “O lugar onde vivo”, abordado de forma comum em todos os gêneros para orientar as produções dos alunos; ao mesmo tempo em que é um convite a olhar de forma mais criteriosa e singular o que se vê diariamente, sem perceber suas nuances e, por vezes, sem dar a sua devida importância. E esse olhar reflete os diferentes olhares do mesmo lugar, transcritos de forma singular. Permite a homogeneidade, no sentido de que todos poderão escrever sobre, mas é revelador das diferenças, das especificidades. 

A Olimpíada de Língua Portuguesa proporciona o reconhecimento e a valorização da história e do patrimônio cultural dos diferentes lugares do Brasil. 

O tema também motiva o engajamento dos discentes a buscarem outras leituras, pesquisas em sites oficiais da cidade e textos tanto de geografia quanto de história, lendas e até mesmo autores, escritores desconhecidos do mundo da literatura nacional, mas de grande prestígio regional, que carregam consigo uma gama de conhecimentos do lugar onde vivem. 

A valorização das histórias memórias, saberes e fazeres locais permite que crianças, adolescentes e jovens se reconheçam nessa história, possibilitando-lhes articulação entre passado e presente, bem como entre local e global. Para além dos saberes intelectuais e escolares, como ler e escrever diferentes gêneros textuais e aprender as quatro operações matemáticas e usá-las em situações diárias e diversas, ensina-se também a olhar a própria história e valorizar determinados produtos do trabalho humano, profissões, o lugar onde vive e grupos sociais, como importante, que traduzem beleza e significado retratados em um texto, independentemente de ser um poema, memórias literárias, crônica, documentário ou até na criticidade do artigo de opinião. 

Roraima tem participado de todas as edições. Entre as escolas estaduais, destaca-se a Camilo Dias, que da 1ª a 4ª edição tem alunos classificados, e todos sob a orientação da Profª Marcélia Nicácio. Por duas vezes já foi finalista: 2008 no gênero memórias literárias e em 2012 no gênero crônica.  Nas outras duas foram semifinalistas em ambos os gêneros.

A Olimpíada de Língua Portuguesa também estimula a escrita do relato de prática docente por meio do concurso de relatos que acontece paralelamente às Oficinas Regionais. Por isso, vale ressaltar que o educador precisa fazer da linguagem um trabalho ao mesmo tempo amplo e mais profundo: o de construção de identidades sociais plurais e plásticas que se opera por meio de uma rede cercada de relações, ou seja, trata-se de fazer da prática pedagógica, algo a que de fato o aluno pertence, contribuindo para a sua percepção no contexto que conferem com a sua identidade. A educação é acima de tudo problematizadora, ou seja, está intimamente ligada à realidade, ao contexto social em que o aluno e o ato de conhecer não está separado daquilo que se conhece.

Enfim, a Olimpíada de Língua Portuguesa é um concurso de produção de textos para alunos de escolas públicas de todo o país. Ela veio contribuir para o incentivo da expressão, da produção escrita do aluno, apoiar a formação didática e o aperfeiçoamento dos professores da rede pública brasileira. Busca adaptar os sujeitos inscritos e participantes aos novos conhecimentos, às inovações, novos recursos pedagógicos, na perspectiva de torná-los capacitados na função de mediadores e construtores da escrita.

ProfªMSc. MarcéliaNicácio da Silva

Atua como professora de língua portuguesa desde 2000, na rede estadual de ensino.

Há quem diga – Brasilmar do Nascimento Araújo*

O título acima é parte da frase do renomado psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung (1875-1961). “Há quem diga que são os sonhos dos homens que sustentam o mundo na sua órbita”. O próprio Jung contribuiu nesse sentido no campo da psiquiatria, onde sugeriu e desenvolveu os conceitos de personalidade extrovertida, introvertida e o inconsciente coletivo. Seu trabalho tem sido influente na psiquiatria, psicologia, ciência da religião e literatura. Somos uma grande onda de massa humana de gerações que passam e outras que chegam para dar continuidade a nossa história. Onde, cada indivíduo faz as suas escolhas e traça os seus objetivos pavimentando o seu próprio caminho. Uns conseguem feitos históricos e outros nem tanto, mas todos deixam os seus legados que a história, certamente,abalizará cada um.

O americano Martin Luther King (1929-1968) foi um ativista pelos direitos civis e entrou para a história com seu célebre discurso, em Washington, nos Estados Unidos, em 1963. “Eu Tenho um Sonho”. E seu sonho foi além das fronteiras americanas. Sua luta contra a segregação racial, por exemplo, teve repercussão internacional de forma muito positiva. É cimentando cada obra que veremos que temos uma fortaleza dentro de nós, para ser lapidada e, evidentemente, alcançarmos novas conquistas; mesmo quando os obstáculos parecerem intransponíveis. O francês Louis Braille (1809-1852), mesmo com perda total da visão aos três anos de idade, conseguiu, em 1824, com apenas quinze anos de idade, criar o código que leva o seu próprio nome, Braille. O Código Braille é um sistema de leitura para deficientes visuais que tem ajudado pessoas ao redor do mundo com algum tipo de deficiência visual. 

Há quem diga que a liberdade é o grande patrimônio da humanidade. A liberdade política, artística, de credo e a liberdade individual em todos os sentidos. Livres para pensarmos entre o ir e vir. Como é o caso dos ribeirinhos que vivem às margens dos mais de mil afluentes que formam o Rio Amazonas, na Amazônia; onde, do alto de suas palafitas (casas de madeiras) planejam a cada dia extrair o alimento das águas dos rios. Tudo está entrelaçado na liberdade, na cooperação, na solidariedade
e na amizade por um mundo melhor!

O quanto é fascinante o mundo onde homens e mulheres em uma incrível caminhada sonham em imprimir suas histórias. Constituindo suas proles e erguendo construções diversas. Poetas, escritores, arquitetos, médicos, jornalistas, filósofos, pintores, cientistas, educadores e profissionais de toda ordem edificando o mundo. O mundo das composições inesquecíveis do alemão Ludwig Van Beethoven (1770-1827), mesmo com surdez parcial que atormentou a sua vida a partir dos 26 anos de idade, ele continuou sonhando com a sua obra prodigiosa. O ex-presidente brasileiro, Juscelino Kubitschekde Oliveira (1902-1976), sonhou alto quando construiu no descampado do planalto brasileiro de Goiás, Brasília, capital da República Federativa do Brasil. A capital do Brasil fazia parte das Constituições de 1891, 1934 e 1946, para ser erguida na parte central do Brasil.

Há quem diga que as mulheres, além da beleza física que caracteriza cada uma delas ao redor do mundo, cada vez mais têm demostrado excelência em todas as esferas do conhecimento humano, naquilo que se propõem a fazer. Contribuindo, assim, com a prosperidade em seus respectivos países e, em alguns casos, seus feitos alcançam todas as fronteiras do mundo. A cientista franco/polonesa Marie-Curie (1867-1934), Prêmio Nobel de Física em 1903 e Química, em 1911, é um exemplo. Curie, ao descobrir a Radioatividade deu um grande salto que possibilitou os diagnósticos de foto-imagem, como é o caso da ressonância magnética, que muito tem ajudado em inúmeros tratamentos de saúde. As mulheres e suas conquistas. Elas são fortes, atuantes, mães e belas.

A humanidade ao longo de sua história vem contribuindo, em distintas gerações, com a continuação do sonho que sustenta o mundo em sua órbita!

*Articulista e Poeta  [email protected]

Vamos representar – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Sem representação não há nação livre; sem livre escolha não há representação.” (Antônio Carlos Andrada e Silva)

Acha mesmo que estou martelando demais na bigorna? Não, não estou. O que me preocupa é que não vejo muito avanço na nossa política. Continuamos perdendo tempo, tentando justificar o injustificável. Quando não necessitamos justificar, quando fazemos a coisa certa. Então vamos fazê-la. Nossos representantes na política continuam os mesmos. E foi com eles que as coisas ruins criaram força. Porque elas vêm de longe. E foi, e é, nessa cultura que nos educaram. E fica difícil pra dedéu corrigir a má educação depois de adulto. Então vamos iniciar nova tarefa, educando nossos filhos e netos para as mudanças no mundo em que eles irão viver. Simples pra dedéu.

Vá refletindo de mansinho. Nada de arrufos. Não iremos corrigir os erros que nos torturam atualmente. Porque eles vêm de longas datas. E, na nossa ignorância política, vimos alimentando a bagunça que vai se estendendo. O que você está programando para as próximas eleições? Que candidato você está mirando para sua escolha? Quais os motivos de sua escolha? Ou você ainda compõe o grupo dos que votam porque são obrigados a votar? Ou ainda vende seu voto porque “são todos iguais”? Ainda se sente no círculo de elefante de circo, achando que fulano merece seu voto porque ele rouba, mas faz? Mas faz o quê?

Mude seu olhar no horizonte político. Por que você votaria num amigo seu? Só porque ele é seu amigo, ou porque ele é um excelente político? Reflita sobre isso. Como você pode valorizar seu voto se não valorizar sua escolha na hora de votar? Como você pode se valorizar se não respeitar o valor do seu voto? São coisas simples, mas que pela sua simplicidade merecem respeito. Você nunca será um cidadão, ou cidadã, respeitado, se não se respeitar. E você nunca se respeitará enquanto ficar votando em candidatos que não merecem respeito. E você só poderá fazer sua escolha quando se respeitar como cidadão.

É claro que você não irá conseguir isso agora, mas comece a tarefa; lute pela faculdade do voto. Nunca seremos cidadãos brasileiros enquanto não tivermos o voto facultativo. Enquanto formos obrigados a votar, seremos marionetes de políticos desonestos e que nada entendem de política, independentemente da posição que ocupam na política. Mas não tire de sua mente, que não mereceremos o voto facultativo enquanto não formos educados e preparados para ele. Então vamos nos educar e nos prepararmos para o que merecemos como brasileiros. Mas só teremos o voto livre elegendo candidatos educados politicamente. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460