Opinião

Opiniao 02 09 2019 8857

Sangue e Dor – Fábio Almeida*

Um menino! Outra menina! Vidas perdem seu sopro de alegria, esvaziando-se como uma bexiga que por descuido possui seu ar extravasado por um fator externo. O lamento, o choro, a dor e o vazio da incapacidade de evitar a tragédia, marcam centenas de famílias que veem seus entes sucumbirem diante de um estado de violência, sob o jargão midiático “Mais um Corpo”. Nossas crianças transformam-se numa estatística macabra de uma sociedade sem rosto.

Jovens, normalmente pobres, essencialmente excluídos do direito a viver, acostumados a conviver com a fome, mais também com a violência – não aquela que tirará em breve mais uma vida – mas, a causada pela omissão do Estado que desconstitui a humanidade de nossas crianças ao criar milhares de centenas de boa-vistenses vivendo na pobreza.

Os responsáveis são: poderia apontar as facções criminosas – tão idolatradas pela mídia; ou a polícia que cumpre um papel de conter os desvios, muitas vezes com excessos, os quais as vezes se confundem com o próprio crime. Porém, sou obrigado a apontar o dedo para nós. Somos todos responsáveis pela deterioração que enfrentamos. Nós escolhemos cercas elétricas em detrimento de quadras esportivas! Pagamos milícias particulares, ao invés de promovermos manifestações culturais! Gastamos muito com segurança pública e menos com educação!

Tornamo-nos mais brutos, restritos a uma “bolha social” – que hoje não precisa nem se encontrar,os bits resolvem isso! A invisibilidade cada vez maior de parcelas da população é quebrada ao vermos lançado, inerte no lavrado, mais um jovem, mais uma vida ceifada com requintes de crueldade. Por que? Qual o critério de força é medido na mutilação de um corpo? Atos de barbárie, hipoteticamente atribuídos a facções criminosas, deveriam deixar de ser notícia. Posição de respeito com a sociedade e as famílias machucadas pela perda, imatura de um ser que ainda remexe pelo ventre da mãe, em sua adolescência.

O Estado ao invés de combater os abusos humanitários que vivemos, com a inclusão social dos jovens, assume o discurso “as mortes possuem relação com as visitas realizadas aos estabelecimentos prisionais” – Não Delegado Geral! Nossas crianças morrem num conflito intenso por domínio de pontos de venda de drogas e prostituição, em busca de auferir renda e reconhecimento, mesmo que seja na editoria depolícia. Pois, vivemos em um Estado que propõe gastar quase 300 milhões com segurança, enquanto não gastará 20 milhões com esporte e cultura. 

Nós construirmos este monstro que além de consumir vidas, consome nossa liberdade. Somos nós que acostumamos ver escolas sendo militarizadas, ao invés de ter seus muros derrubados. Somos nós que decidimos ter uma assembleia que custa 300 milhões de reais e ações sociais que terão disponíveis apenas 60 milhões. Enfim, somos nós que ao invés de vermos mais jovens cantando, preferimos vê-lo silenciado, com seu coração pululando pelo lavrado – gritando socorro. Até quando admitiremos isso? Bom dia.

*Historiador e Candidato ao Governo pelo PSOL em 2018

Amazônia, insônia…

Em meio à comoção das chamas queimando vidas num importante bioma da gente, fico intrigado se, quando as chuvas passarem, nossos cidadãos terão os corações tocados e não tocarão fogo em terreno baldio. Acho que você, como eu, nem consegue dormir com tanto calor e fumaça de dezembro a abril. E lembre-se de quem joga bitucas pela janela, taca fogo no lixo ou folhas, e nem dá bola para crianças e idosos em crises respiratórias. A Amazônia é seu quintal, e também seu jardim e lar. Não tem girafas, sabemos, mas falta cidadania para quem tem vizinhos a respeitar.

Não tem incêndio rolando desse lado do equador, mas vai acontecer. A queima, suspensa por decreto federal é técnica de limpeza de terrenos para plantações ou formação de pastos, que fora de controle causam incêndios de grandes proporções. Mas, em terra de lei que cola e não cola, gosto de lembrar da lei de Crimes Ambientais, nº 9605/ 1998, que em seu artigo 54, descreve o crime de poluição. Um exemplo simples é a queimada de lixo doméstico. Há penas e multa, ok? Se esta não pegar o incendiário, temos em Boa Vista a Lei Municipal nº 947/2007 que proíbe a queima de qualquer natureza dentro do município e pune com advertências e multa. E o fiscal bate à porta.

Toda vez que alguém me diz que tentou ligar no 156 para denunciar e não deu em nada, insisto que nossa obrigação é cobrar até dar certo. Contato intenso com competentes fiscais ambientais do município, ofícios, indicações, foi a água mole em pedra dura que gerou ação da gestão municipal com sinalização, instalação de lixeiras e controle de acesso de veículos na areia das praias em respeito à lei ambiental. E olha que tudo pra gente aconteceu após de uma denúncia sobre pneus enterrados. O papo de cidadão consciente é fórmula de sucesso, mas precisa da ajuda de todos. Se vir irregularidades, denuncie. O que não falta é construção em banhos e igarapés em área proibida em lei. 

Olha, lixo não tem pé, não anda até a lixeira. Jogar nas esquinas não é legal, já passou da hora de mudar esse hábito cultural. Largar no chão sua sujeira não tem pé nem cabeça. Atear fogo então, deixa para Nero. Isso é coisa do passado. Acredita que encontramos esgoto despejado no Igarapé Grande com ajuda de alunos e professora do Cinturão Verde que fazem da cidade sala de aula? Um morador da região do Igarapé Pricumã nos alertou de crime ambiental meses atrás. Não há melhor fiscal que você. Afinal, os olhos do estado somos nós mesmos. Alertas, atentos e operantes.

Os meus olhos teimam em orçamento dedicado ao meio ambiente; em monitorar águas e na recuperação de áreas degradadas; em estimular feiras de ciências e aulas de campo; brigar contra invasão em áreas de proteção permanente e quem sabe um dia ver a gestão ambiental municipal, contribuir para o desenvolvimento econômico do município. E se é para sonhar, quem dera um Plano Diretor de Arborização Urbana, orientando as pessoas sobre o tipo de planta, o local certo e o período ideal para o plantio. Seriam além das mudas de árvores nas praças, canteiros da cidade, outras muitas mudas doadas à população, com incentivo fiscal e pela redução da temperatura, dando conforto térmico em parceria cidadã. Em campo queimando, há sempre tronco resistindo.

E não adianta me chamar de ecochato. Meio ambiente é assunto de todo dia. Aqui temos feito ação de conscientização nos igarapés com crianças pensando no futuro. Você pode não perceber, mas nessas importantes veias deveriam correr vida e destino de uma cidade como a nossa, e não entulhos. Sempre há tempo de mudar perspectivas. Todo mundo é capaz de aprender. E se nós estamos aprendendo que os recursos naturais um dia acabam, temos que aprender a se comportar de outro jeito perante a vida, a Política com outro comportamento. Sensibilizar para conscientizar sobre nosso lugar e papel como gente, bicho, planta. Que a fumaça comunique e traga novos tempos.

Linoberg Almeida Professor e Vereador de Boa Vista

O benefício da inteligência emocional nos pacientes oncológicos – Mário Maciel*

O câncer tem sido considerado a doença do século que continua causando impactos psico-f
ísico-socio-emocionais nos pacientes, familiares e amigos próximos. Afeta negativamente o bem-estar dos seus portadores, tais como perda de peso, falta de ar, sangramentos, problemas associados à alimentação, medos, ansiedade, depressão e até suicídio. 

O tratamento e adaptação às novas condições de saúde, bem como o aumento da sobrevida dos pacientes, têm despertado uma grande preocupação nos pesquisadores dessa temática. 

A inteligência emocional é uma das áreas de grande interesse nos pacientes oncológicos; onde o que se busca é a capacidade do indivíduo gerenciar suas percepções e emoções em si e nos outros, melhorando assim seus resultados de saúde. Ela é responsável pela visão otimista da vida e pela mudança na percepção clínica de toda a equipe multiprofissional envolvida com esse perfil de paciente.

Já não há dúvidas, através das pesquisas atuais, de que as respostas aos tratamentos, bem como a recuperação e sobrevida, estão ligados; entre outros fatores, a alterações do humor e depressão. 

Os estudos afirmam que a inteligência emocional desempenha um papel importante na autoconsciência, o que, de certa forma, resgasta a esperança de viver nesses pacientes. O fato de compreender e gerenciar o otimismo permitem-os ter vibrações positivas e descartam as negativas; melhorando assim a sua qualidade de vida.

Habilidades da inteligência emocional já estão comprovadas cientificamente que são úteis no campo da psico-oncologia. Portanto, é importante assegurar que os pacientes que sofrem de câncer tenham um ajuste emocional durante o tratamento, pois isso os ajudam a ter o otimismo necessário para enfrentar a doença com sucesso. 

As evidências visíveis da prática e desenvolvimento dessa modalidade (inteligência emocional) ganham contornos robustos no campo do tratamento complementar dos pacientes oncológicos, refletindo de forma direta no enorme elemento da essência de todo ser humano: a arte de viver.

*PhD, Dr Mário Maciel Jr, Médico Urologista / Coach, Coordenador do Curso de Medicina – UERR

Depende de você – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“O sucesso está em sermos coerentes e enjeitar tudo que possa desviar nossa atenção de nosso triunfo objetivo.” (Emma Curtis Hopkins)

Quando temos um objetivo, temos que buscá-lo. E nunca o alcançaremos se desviarmos o foco. Simples pra dedéu. O sucesso está onde está o final da corrida. Alcançá-lo depende da corrida que você fizer. E tudo está na sua mente. Se você tem um objetivo, foque nele, e só nele. Você não pode alcançar um objetivo pensando noutras coisas. Tem que ter a escolha. Quando sabemos o que queremos devemos ir à busca do que queremos, e só. Procure sempre estar de bem com você mesmo. Fora disso tudo é bobagem. Mesmo porque nunca alcançaremos o que queremos, buscando outra coisa.

Nunca perca seu tempo com notícias negativas, que é o que ouvimos a todo instante, pela mídia nacional. E a única maneira de você se livrar da influência dela é evitá-la. Por que ficar se lamentando por um problema que não é seu? E você só conseguirá isso se for capaz de tirar de letra os seus problemas. Nunca permita que seus problemas sejam maiores do que você. Não se faça um problema para se igualar ao seu problema. Recentemente não consegui assistir a um programa televisivo sobre o ciúme. Ainda estamos num processo evolutivo que não evoluiu nem evoluirá enquanto não evoluirmos mentalmente. Muito simples. Não precisamos ser filósofos, psicólogos ou coisa assim, pra entender que o ciúme é uma doença. E ela está enquadrada no pensamento em que você não consegue ver que não tem saúde mental. Então, é um doente mental. Você nunca vai ver uma pessoa ciumenta mentalmente sadia. E por isso não é possível ver uma pessoa mentalmente sadia e ciumenta. 

O ciumento é como o fumante. Este sabe que o tabaco o está matando lentamente, mas como ele não tem pressa, continua fumando. O que nos leva a uma reflexão sobre uma doença mental. Deu pra sacar? Então vá pensando nisso e levando em consideração a sua capacidade de ser o que você realmente quer ser. Você está na encruzilhada do sapo. A decisão é sua. Ou você se cura, ou continuará sofrendo a amargura da inferioridade sem perceber que está sendo inferior. Corta essa. Você é dono, ou dona, de si mesmo e de mais ninguém. Então seja maduro o suficiente para saber ser racional nas suas escolhas. Lembre-se do Emerson: “Você é tão rico ou tão pobre quanto o seu vizinho, senão não seria vzinho dele.” Porque se você se associar a uma pessoa em quem você não confia, o boboca é você. Lembre-se de que não haveria vigaristas se não existissem os otários. E só tem ciúme quem desconfia. A escolha na união é sua, e só sua. Pense nisso. 

*Articulista [email protected] 99121-1460