Opinião
Opiniao 02 12 2014 344
Muito prazer – Walber Aguiar* Eu, sem mim Não existe Eu não consigo viver sem mim Impossível… Josimar Sousa Era o comecinho de dezembro. Lembrei daquele menino de cabeça grande e pernas finas. Filho de dona Maria e seu Genésio, nascido na velha maternidade, hoje secretaria de planejamento. Na verdade, um menino de sete meses que morrera ao nascer, engasgado com uma colher de chá. Roxo, o curumim parou de respirar e morreu no nascedouro. Daquela ressurreição em diante a vida nunca mais seria a mesma. Aquele menino viveria uma adolescência e uma infância maravilhosas. Brincaria de pião, papagaio, bolinha de gude, geral, trinta e um alerta, bandeirinha, baladeira e pelada, muita pelada no fim da tarde, na poeira da velha Coronel Mota. Também deslocaria alguns braços e pernas de meninos e meninas da redondeza e roubaria algumas galinhas nos sábados de aleluia. Ora, o menino virou um adolescente saudável. Seu Pinheiro e “chinelão” testemunharam os primeiros goles, uma espécie de iniciação ao prazer etílico. Magno, Paulo e minhas primas, Mororó, Wallace, Mário “bunda”, Camiranga, Francélio, Nego João, Márcio, Moacir “bode”, Barbosinha, Buzé, Nairon, Darlen, “boca”, Dão, Ico, Dagmar Ramalho, Ailton Wanderley, Aniceto delei, Zico, Elias, Chico Catraca, Paulo Bolacha, Enoque, Pelado, “mercadinho” e mais uma penca de gente estava ali naqueles dias de intensa agitação e quietude. Tempo em que as brincadeiras eram sadias e muito mais proveitosas. Nada contra a tecnologia, mas ela deve existir em função do homem e não o contrário. No final do dia todos estavam suados e loucos pra brincar ainda mais. Quando não, estudar e depois tomar uns goles no banco da praça ou na “faculdade”. Assim, o menino cresceu sadiamente. Mergulhou nas letras, na história, na literatura, na filosofia.Queria saber o que, pra que, porque, como, de onde veio toda essa gama de coisas, de nomes, de ciência, de eternidade. Questionou Deus, a história, os pré-socráticos, dentro desse turbilhão que passava voando sobre sua cabeça grande. Apaixonado, o garoto devorou toda a literatura que encontrou pela frente. De Sócrates a Nietzsche, de Herman Hesse e Huxley a Kyerkegaard e Caio Fábio, de Drummond a C.S. Lewis. Hoje o menino vive por aí, buscando extrair alegria das horas, nas letras de Legião Urbana, Chico, Emílio, Sérgio Pimenta, João Alexandre e Janires, mesmo nas terças feiras mais cinzentas, nos domingos mais monótonos. Apesar do distanciamento da turma, a tecnologia tornou-se amiga dos esquecidos e entrevados, daqueles que a vida tratou de empurrar para um canto qualquer. Era o dia 2 de dezembro. Precisamente. O menino, meio homem, meio touro, ainda teria muita história pra contar. E certamente contaria… *Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Leras. [email protected] ——————————————————– Para que servem as riquezas? Marlene de Andrade* O temor do Senhor é o princípio da sabedoria. Esse temor nada tem a ver com medo e sim com um respeito profundo e suprema gratidão a Deus que nos deu a vida e nos supre continuamente. Pegando esse gancho quero falar um pouco sobre Salomão, o qual foi um pesquisador por excelência, e o rei mais inteligente de Israel. Mesmo sem o avanço da tecnologia que temos hoje, Salomão se notabilizou por sua insuperável inteligência e descobertas. Esse rei era profundamente reconhecido pelas pessoas de seus dias, pois se aprofundou em grandes pesquisas estudando plantas e também animais de variadas espécies, inclusive peixes. Sua simpatia atraia pessoas de vários lugares daquele mundo antigo, pois queriam ficar sabendo quais eram suas últimas descobertas e conhecê-lo pessoalmente. Apesar de ter sido o homem mais rico do antigo Israel e ser dotado de uma inteligência rara, acabou caindo em um profundo quadro de frustração, pois começou a questionar do que lhe valia o conhecimento que adquirira, riquezas e um harém? Essa sua frustração foi tão forte que ele a manifestou escrevendo o livro de Eclesiastes. Deveras esse livro é belíssimo e cheio de ensinamentos importantes às nossas vidas. Algumas das frustrações de Salomão estão reveladas nos versículos abaixo: “Tudo é vaidade. Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol? Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece. Nasce o sol, e o sol se põe, e apressa-se e volta ao seu lugar de aonde nasceu. O vento vai para o sul, e faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento, e volta fazendo os seus circuitos. Todos os rios vão para o mar, e contudo o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam eles a correr.Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir.” (Eclesiastes 1:2-8).Como podemos perceber, apesar de Salomão ter sido um rei tão admirado por todos, passou a achar tudo muito enfadonho. De fato Salomão foi muito bem sucedido, contudo, como colocou Deus em último lugar em sua vida, acabou entendendo que nada mais havia feito do que dar socos ao vento. Se sempre tivéssemos absoluta confiança em Deus, acreditaríamos que Ele é, e sempre será a maior prioridade de nossas vidas. “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua Justiça e todas as coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6. 33 *Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT www.com/marlene.de.andrade47 —————————————————————- Tirem- me as algemas, por favor – Afonso Rodrigues de Oliveira* “A vida é uma peça de teatro que não admite ensaio. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos”. (Charles Chaplin) Há sempre um momento agradável nos momentos mais desagradáveis. É uma questão de como você vê o que acontece no momento. Não estou querendo ser o tal, longe disso. Mas deixem-me lhes contar por quê. Nos últimos dias de agosto último, fiz uma pequena cirurgia de hérnia. É uma operação simples. Mas, já no dia sete de setembro, às três horas da manhã, entrei às pressas na emergência do HGR, agora com uma úlcera furada, sei lá. Foi algo tão sério que às onze da manhã, eu já estava operado e adormecido, na cama da enfermaria. Quando acordei, ri forte e perguntei pra dona Salete: – Onde é que eu estou? Daí para frente tudo foi motivo para eu rir e procurar saber o que estava acontecendo. Foram duas cirurgias sob a responsabilidade de duas médicas extraordinárias. A coisa foi tão extraordinária que se criou um clima de amizade e respeito entre elas e mim, além de toda a equipe que me atendeu durante a semana em que fiquei ali. Três daqueles dias passei-os com uma mangueira enfiada no meu nariz, fazendo não sei o que no meu estômago. Foi uma verdadeira farra. Já em casa, fiquei contando os dias para me livrar das algemas. Era assim que eu me sentia: algemado. Não podia fazer nada e nem mesmo fazer minha caminhada diária até à Folha, pela manhã, pra pegar o jornal. Ontem acordei cedo e fui me apresentar à Dra. Cinthya, a responsável pela primeira cirurgia. Quando entrei no seu consultório, foi aquela alegria. Só que quando lhe perguntei se ela iria me tirar as algemas, ela riu forte e respondeu: – Não senhor! Nada disso. Você ainda vai ficar algemado por mais dezoito meses. Aí, sim. Estará livre leve e solto. Rimos forte, conversamos um pouco e caí fora. Hoje é dia de encontro com a Dra. Rochelle, a responsável pela segunda cirurgia. Vai ser um encontro legal, sei. Sempre que nos encontramos rimos muito falando dos acontecimentos aparentemente simples, na simplicidade de uma amizade simples e sincera. Só estou preocupado em saber se ela vai demorar tanto assim para me tirar as algemas. Mesmo porque estou infringindo as regras. Estou caminhando mais do que deveria, desrespeitando as orientações das duas. Mas que esse papo fique só entre nós. Se você falar isso para as duas médicas, eu vou ficar muito arara com você e não vou tirar suas algemas. Fica tudo entre nós. Mesmo porque estou tão forte quanto um Pão de Açúcar em miniatura. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460 ————————————————————- ESPAÇO DO LEITOR RR-325 Um leitor, que pediu para não ser identificado, relatou a falta de sinalização nas proximidades da ponte sobre o Igarapé do Grotão, na RR-325, rodovia que fica depois da Vila Samaúma e liga os municípios de Alto Alegre e Mucajaí. “Antes da ponte, não existe nenhuma sinalização, em nenhum dos dois sentidos, indicando a existência dela. Durante este ano, o número de acidentes na ponte chega a cinco, sendo que o último foi na noite de quarta-feira passada, quando uma L-200 tombou em cima da ponte. Por sorte, foram apenas danos materiais”, comentou o leitor ao pedir urgência para a instalação das placas de sinalização. SALÁRIOS 1 “Uma me coisa me chama a atenção: todo ano, a partir de outubro, o pagamento dos servidores comissionados, da administração indireta, não é feito na data correta. Só depois do dia 10. Gostaria de saber por que isso acontece? Acho isso um ato de ofensa, diminuição e humilhação com todos os servidores comissionados. Se eles trabalham, é porque precisam receber o salário. Fica aqui minha indignação”, relatou a leitora Rosilma Pereira. SALÁRIOS 2 “Depois que acabam os processos eleitorais, o Estado sempre aparece com problemas financeiros. Antes das eleições, o Estado paga no dia certo e diz que tem dinheiro para tudo. Mas, passa o período eleitoral, e o Estado quebra. Por que será? Cadê o dinheiro?”, perguntou o internauta Marcus Farias. KROKOREMA O leitor Alexsandro de Andrade Lima pediu orações ao sargento Ranildo, da Polícia Militar, baleado durante Operação Krokorema. “Conclamamos aos amigos policiais militares, familiares e a sociedade em geral a mantermos viva a corrente de oração em prol do nobre amigo e irmão de farda sargento Ranildo. Rogamos a Deus que derrame sobre ele suas bênçãos, o proteja com seu manto sagrado, para que ele saia dessa situação crítica, retorne para o seio da sua família e da nossa corporação, para continuar prestando seus relevantes serviços à briosa Polícia Militar e à sociedade roraimense. Força, Ranildo!”, escreveu o leitor.