Coisas do “Iluminado”
Walber Aguiar*
Alguém é tanto mais santo quanto mais humano seja.
Era agosto. Para alguns o mês do desgosto. Para outros, um mês como outro qualquer. Um mês marcado pelo fim do inverno, com seus relâmpagos e trovões. Outras luzes (spots) também apareceram nos céus da cidade. O “iluminado”, como foi tratado pela ingenuidade de quem não o conhece, encheu o peito de grande vaidade e se deixou bajular por aqueles que não o conhecem, que apenas ouviram falar de sua trajetória.O “iluminado” encheu a Praça do Centro Cívico com suas palavras de vitória e o culto à prosperidade. Usou a palavra de Deus para calçar seus argumentos nababescos e faraônicos, apoiado por pastores de reputação duvidosa, no que tange ao envolvimento com a justiça e suas liminares. Gente que prega a simplicidade de Jesus, mas vive a glória de Pilatos; que fala do poder de Deus, mas se dobra diante do poder dos lobos da política em seus gabinetes acarpetados. Que recebe a periferia na igreja, mas se deixa seduzir pela riqueza mal adquirida e mal empregada. Ora, o “iluminado” foi recebido com toda pompa e circunstância. Ingenuamente, os irmãos se deixaram cativar por suas palavras. Não sabiam que Deus pode usar até os animais, como a mula de Balaão, para exortar a quem quer que seja. Para dizer ao poder que Deus está acima das manobras políticas e da ganância de quem faz de tudo para entrar e se manter nele. Para abençoar o povo sedento por Deus e sua graça.O “iluminado”, influenciado pela teologia da prosperidade, de Haggin, Milhomens e seus profetas, diz que “o crente não adoece”, que é “posto por cabeça e não por cauda”, que é “portador de palavras de vitória” e “acumulador de riquezas”. Parece não conhecer os evangelhos e a simplicidade do Jesus de Nazaré; ou não saber que Paulo tinha um “espinho na carne”, uma espécie de problema crônico, e muito menos que este deixou Timóteo doente e seguiu viagem, embora preocupado com seu estado de saúde. Assim, nessa esteira religiosa, onde se cultua o deus prosperidade, o “iluminado” se vendeu aos “universais”, defendendo com unhas e dentes seus esquemas e sua obsessão pelo poder. Falou mal de Caio Fábio como quem atira pedra em cachorro morto, pois Caio nunca se dobrou aos fenômenos neopentecostais recentes, em sua loucura e insanidade pelo dinheiro e poder eclesiástico. Assim, o mês de agosto, mesmo mal falado, continuou sendo desfraldado de forma bonita e abençoada. A despeito do “iluminado”, a luz que não se esconde e a alegria que não se acaba continuou entre nós…
*Poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de LetrasE-mail: [email protected]
Jesus é a nossa Páscoa
Marlene de Andrade*
Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. (João 11:25).
Páscoa significa passagem, mais especificamente passar por cima e tem a ver com a décima praga do Egito, quando o anjo da morte passaria por cima das casas e mataria os primogênitos das famílias. Porém, isso não ocorreu com os judeus que eram escravos no Egito, pois eles seguindo a orientação de Moisés, pintaram os umbrais e as soleiras de suas casas com sangue de um cordeiro, fato esse que poupou os primogênitos judeus.Hoje, a Páscoa nos faz lembrar a Ressurreição de Jesus que se imolou como Cordeiro Perfeito para nos redimir de nossas culpas, visto que todos nós já nascemos manchados pelo pecado de Adão e Eva, os quais transgrediram os mandamentos de Deus.Portanto, nós cristãos não precisamos mais festejar a páscoa judaica, pois somos salvos através de Cristo Jesus e isso ocorre mesmo sem merecermos, mas que fique claro que a remissão de nossos pecados se dá através de Jesus e nós, ainda assim, não nos tornamos “bonzinhos”. Os alcançados por Jesus deixam somente de serem pecadores ímpios para se tornarem pecadores redimidos pelo Sangue do Cordeiro Perfeito: Jesus.Muitos judeus continuam aguardando o Messias. Eles não creem que Jesus é o nosso Salvador e por isso, eles festejam a Páscoa nos moldes do Antigo Testamento, fato esse bastante equivocado, pois Jesus já nos deu esse livramento ao morrer na Cruz do Calvário.Os redimidos por Jesus que ainda residem no Egito terreno estão salvos pelo Sangue precioso de Jesus, entretanto a nossa Páscoa é Jesus, o qual nos garante, mesmo com a diversidade de nossos pecados, a nossa passagem desse egito/mundo para o céu. Então pecar não faz o redimido perder a salvação? Claro que não, pois à medida que crescemos espiritualmente, o Espírito Santo vai transformando nossas vidas, nos tornando cada vez mais maduros espiritualmente fazendo crescer dentro de nós o fruto do Espírito, o qual éamor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.E quanto aos ovos de páscoa? Eles nada têm a ver com a morte e a Ressurreição de Jesus Cristo e tem mais: comê-los não é pecado, o que não podemos é trocar Cristo por coelhos e gostaria muito que os comércios vendessem esses ovos o ano todo, entretanto para mim, eles deveriam ser com chocolate sem açúcar e impregnados com castanhas de caju, do Pará, nozes e avelãs.
*Médica Especialista em Medicina do Trabalho
Vamos mudar
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Procure manter sua mente livre de pensamentos negativos. Por menor que eles sejam”
Sempre que sinto vontade, e até necessidade, de dizer isso pra alguém, faço uma reflexão. Nunca imaginei encontrar a dificuldade que estou encontrando para manter minhas matérias em dias, no jornal, nos últimos dias. Desde que cheguei que o computador não funciona. E ele ainda está na garantia. E é exatamente esse o problema. Por estar em garantia, o Alexandre não teve como mexer no cara. Mandou-o para o técnico indicado pelo vendedor e o engodo começou. O resultado mais negativo em tudo isso é que o Alexandre perdeu todos os arquivos de mais dez anos. Um prejuízo incalculável, bem maior do que o meu que não é pequeno. Estar aqui em Sampa com o Alexandre é uma tarefa hercúlea. Ainda não tive tempo, nem mesmo de visitar meus irmãos. Estou encontrando uma dificuldade enorme em ir ver minha filha Helena, no Rio de janeiro. Quando minha irmã, Zilda me convida para ir à praia, passar o fim de semana, adoro porque vou ficar, pelo menos, dois dias sem fazer comida nem arrumar as camas. Ontem nos preparamos, Alexandre e eu, para irmos ao MASP
. Estou necessitando. Mas lembrei-me que tinha que fazer almoço, lavar roupa e um punhado de coisas mais. O MASP ficou para a próxima vinda por aqui. Mesmo porque tenho que aproveitar o horário em que os filhos do Elinaldo estão em casa para eu poder fazer meu texto do dia, para a Folha. Continuo usando o computador deles. É refletindo sobre todos esses entraves que tenho cuidado no aconselhar as pessoas a não se deixarem levar pelo desespero. E o pior dos desesperos é o desespero silencioso. Aquele em que naufragamos sem perceber que estamos naufragando. É quando nos atolamos nos maus pensamentos. Nos pensamentos negativos que insistem em não nos deixar. Uma das dificuldades maiores que o ser humano enfrente é livrar-se dos pensamentos negativos. Não é fácil, mas é simples. O importante é que aprendamos a controlar nossos impulsos, mesmo que estes sejam os mais simples do mundo. Quando os controlamos, sabemos exatamente quais os que convêm e os que não convêm. E cada um de nós deve saber exatamente o que mais convém. E o que convém é o que nos faz sentir bem e estar de bem conosco mesmo; não importando o que isso possa parecer para os que não são capazes do que somos capazes. Quaisquer que sejam suas dificuldades, seja sempre superior a elas. Nunca deixe que elas façam de você um farrapo humano. E é assim que nos sentimos quando não controlamos nossos pensamentos. Pense nisso.