A importância de saber o que se quer e o que não se quer – Vera Sábio*”Quem não sabe aonde quer ir, qualquer caminho está bom” (Lair Ribeiro)O tremendo caos político pelo qual nos encontramos por diversas vezes não nos deixa saber o que queremos. Todavia, com a certeza do que não queremos de forma alguma. Não queremos a corrupção existente, não queremos os políticos que elegemos, não queremos a saúde, educação e segurança de faz-de-conta que temos etc.
Mas, afinal, o que queremos, então? Fomos muitas vezes burlados em nossos direitos fundamentais e essenciais, aceitando migalhas ou privilégios que nunca nos ajudaram a crescer com nossos próprios atos ou através dos nossos próprios méritos.
Portanto, o que tentamos fazer agora são remendos, ou seja, nada que possa de imediato limpar toda a sujeira que por anos fingimos não existir. A analfabeta educação, as doenças não tratadas, a falta de um salário digno nos fizeram acreditar que, mesmo aquele que rouba muito e distribui pouco, é alguém bom, já que implanta ilusões e mostra aparentemente aquilo que o povo desinformado e sem qualificação quer enxergar.
No entanto, tudo que somente é retirado e pouco reposto, chegará o momento em que, querendo ou não, irá acabar. Nossas riquezas de um Brasil tão abundante e cobiçado estão cada vez mais escassas, onde o dinheiro precisa deixar de ser importante, quando tivermos suficiente para uma vida justa, saudável, com educação e segurança. Ao contrário, a guerra pelo poder entre os doentes ambiciosos nos afeta diretamente.
Assim chegamos ao ponto crucial em que ou mudamos com nosso voto esta situação ou morreremos na total miséria, em um país muito rico. Enxerguem que a decisão do nosso futuro está como sempre esteve, em nossas mãos. Abra os olhos, descruzem os braços e peguem a responsabilidade para si. Pois precisamos aprender a votar
Não é o momento de críticas inconstrutivas sobre quem saiu ou quem ficou no poder. Afinal, a sujeira continua, estamos no começo da limpeza, mas demoraremos ainda uns bons anos de grandes lutas e transformações, até que a dignidade do povo sofrido possa voltar a ser respeitada.
*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cegaCRP: 20/[email protected].: (95) 991687731——————————————-
O voto étnico negro e a segregação racial – Alexandre Braga*O primeiro parlamentar federal negro eleito foi Eduardo Gonçalves Ribeiro, maranhense e filho de escrava. Anteriormente, já havia sido o primeiro negro a assumir um governo de província, a do Amazonas entre 1892 e 1896, logo em seguida é eleito senador, mas não toma posse. Em 1897 foi eleito Deputado Federal, exercendo o mandato até sua morte em 1900. E a primeira negra eleita deputada foi a catarinense Antonieta de Barros, em 1934. De 1983 a 1987, essa presença negra correspondia a 0,84% do total dos deputados federais, de 1987 a 1991, a 2,05%, de 1995 a 1999 subiu para 3,18%, em 2006 caiu para 2,92%, e em 2010 aumentou significamente para 9% a presença de negros no Parlamento nacional. Nas eleições de 2012, os partidos que mais elegeram negros foram o PT, PMDB, PRB, PSC e o novato PSD. Hoje, somente 16 partidos políticos dos 35 legalmente constituídos conformes as Resoluções Nº 23.093 de 2009 e 23.465 de 2015 no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) têm órgãos dedicados aos negros ou de setorial afro, são eles: PCB, PCdoB, PHS, PSB, PT, PMDB, PPL, PDT, PTB, PRB, PSTU, PCO, PSOL e PSDB, com o seu Tucanafro, Solidariedade e o PROS.
O apartheid na representação parlamentar – Há no Congresso Nacional bancadas específicas como ruralistas, evangélicos e outras que travam uma disputa de poder feroz contra pautas que poderiam avançar os direitos sociais e proporcionar maior desenvolvimento econômico e social para os eleitores negros, inclusive aqueles que tratam da mudança no modelo de financiamento partidário, no uso dos recursos do Fundo de Assistência aos Partidos Políticos, conhecido como Fundo Partidário e da aprovação de cotas para candidaturas negras nas eleições brasileiras, temas que têm grande resistência corporativa dessas bancadas. Além dessas barreiras, o potencial do financiamento privado das campanhas eleitorais ajudou a aumentar o fosso social na representação parlamentar brasileira já que boa parte considerável dos candidatos de maior peso eleitoral utilizaram, até então, recursos de empresas para custear a confecção de materiais de propaganda e a para contratar estruturas típicas do mercado publicitário. Essa estrutura contribuiu para desnivelar a concorrência entre as candidaturas negras com aquelas com maior volume de recursos e de aparato tecnológico. Na medida em que os inscritos no certame de origem étnica negra também formavam um grupo de origem popular, oriundo de camadas pobres e categorizadas como moradores de vilas, favelas e de composição de classe social pertencente aos estamos mais vulnerabilizados da sociedade. Portanto, cujas candidaturas visavam a construir projetos políticos e eleitorais distintos daqueles das camadas mais abastadas e com maiores recursos financeiros disponíveis para se empregados nas campanhas eleitorais e para manter inalterado o quadro político nacional, na medida em que muitas famílias eleitas para cargos parlamentares são oriundas e têm herança da época do colonialismo e do escravismo. Em Novembro de 20015 foi lançada a Convergência Negra Brasileira com aprovação da Carta Aberta da Convergência Negra Sobre as Eleições em que recomenda a manutenção e fortalecimento do desenho institucional das políticas públicas de promoção da igualdade racial, combate ao genocídio da juventude negra, defesa da política e da ação afirmativa e uso do Fundo Partidário conforme artigo 17 da Resolução do TSE n¤ 23.464/ 2015 para custear atividades, formação e promoção étnico e racial dos filiados e filiadas, e com o emprego desse Fundo para o sustento de candidaturas negras. Isto é, há no Brasil uma estrutura de apartheid semelhante àquela que tem chocado o mundo civilizado. E ao verificar-se a pauta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal vemos como isso se replica de forma ainda mais alarmante não só na elaboração das leis, mas ainda na votação das causas de interesse imediato da população negra. Portanto, somente uma reforma política para adotar um novo modelo de representação institucional e congressual, com garantias mínimas de ocupação dos cargos e das listas eleitorais por negras e negros, da presença de negros nas direções partidárias e na utilização do Fundo Partidário para custear a doutrinação e despesas dos temas afros no processo eleitoral.
Principalmente porque somente 20% dos negros estão representados no atual Congresso Nacional e nas eleições desse ano não têm surgido novidades para tentar reverter esse cenário de segregação política a qual os ex-escravos estão submetidos.
*Diretor de Relações Internacionais da UNEGRO e estudante de Ciências do Estado na Faculdade de Direito e Ciências do Estado da [email protected]——————————————Na faculdade do asfalto – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Nossos conhecimentos aumentam sempre, através dos nossos atos, em qualquer hora e lugar em que nos manifestamos”. (Waldo Vieira)Somos o que pensamos, e você já sabe disso melhor do que eu. E nos expressamos e agimos de acordo com nossos pensamentos. E são nossos pensamentos que nos fazem cada vez melhor, desde que saibamos pensar. Quando sabemos que aprendemos mais com o que ouvimos do que com o que dizemos, falamos menos. Devemos ter muito cuidado com nossa postura. E muitas vezes pecamos em não prestar atenção a isso. Sua postura é um fator muito importante para o seu sucesso. E seu modo de falar, sua posição no dizer, seu timbre de voz, podem muito bem dificultar seus relacionamentos. Mas não devemos ficar excessivamente preocupados com isso. Mesmo porque a preocupação vai nos mostrar nossa fragilidade. A espontaneidade é um dos fatores de relevante importância no nosso caráter. E este é fundamental para estruturar o relacionamento.
Sua simpatia pode muito bem estar no seu sorriso. Mas este tem que ser natural e simples. Uma risada espalhafatosa pode muito bem indicar atos espalhafatosos. E o importante é sermos naturais e educados. Nada cativa mais os do grupo do que sua simpatia. E esta pode estar nos seus gestos mais simples e naturais. Nunca interrompa uma conversa para externar seus pensamentos sobre o assunto exposto. Mesmo que você não concorde com o que está sendo dito, mantenha-se calado. Só expresse sua opinião quando ela lhe for pedida. Mas mesmo assim seja discreto. Você estará apenas dando sua opinião. Cabe a quem a pediu, aceitá-la ou não.
Cuidado com sua postura onde quer que você esteja. Não se esqueça de que onde você estiver estará sendo observado. E a imagem que o observador anônimo pode fazer de você pode muito bem lhe trazer prejuízo, mesmo que você nunca venha a perceber. O contato espiritual entre os seres humanos é muito mais intenso do que imaginamos. E só quando damos importância a isso somos capazes de nos colocarmos no nosso pódio superior. E se este assunto estiver muito complicado, desculpe-me, mais ele é fundamental para descobrirmos quem realmente somos no que somos. E não somos inferiores nem superiores a ninguém.
“Somos todos iguais nas diferenças”. O importante é que mostremos nosso grau de evolução, no nosso comportamento em relação às outras pessoas. Porque é respeitando-as que elas nos respeitam. E embora não percebamos, elas estão sempre nos observando e nos julgando. E cabe a você saber como quer ser julgado. E só colhemos o que plantamos. Sua vida é um jardim e você o jardineiro. Pense nisso.
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