Opinião

Opiniao 03 10 2014 110

A Mídia: veículo de Inclusão Social – Vera Sábio* Sabemos que a pessoa com deficiência é limitada muito mais pela deficiência arquitetônica, atitudinal, informativa e apática da sociedade em geral; e principalmente pelos órgãos e gestores que devem fazer cumprir as leis em prol desta população do que pela condição física, sensorial ou intelectual, da qual é acometida. Temos, no país, mais de 45 milhões de pessoas com alguma deficiência. Esta legião de gente historicamente silenciada, manipulada e vitimizada dificilmente lutará por direitos que nem sabe que tem, acostumada que está à dependência trazida pela caridade, eternamente grata a ela e que parece ficar satisfeita somente porque, vez ou outra, a quantidade de migalhas aumenta. Triste, porém real, esta situação. Sendo por isto que o Coede, pensando enquanto falta de conscientização dos direitos básicos desta grande parcela da população, percebe o quanto tudo seria diferente com informação, educação, esclarecimento e impoderamento dos que possuem uma deficiência. É certo que em vários casos é impossível retirar a limitação causada pela deficiência, porém é possível eliminar as barreiras comunicativas, arquitetônicas, atitudinais, e tantas outras que causam limitações desnecessárias. Desta maneira, não admitimos que nossos direitos sejam burlados, negados e ignorados por falta de comprometimento social, propagação e punições adequadas a quem não os cumprirem. As pessoas com deficiência não podem mais aceitar pagar pela deficiência daqueles que devem fazer cumprir as leis que as regem, aumentando assim a “industria da deficiência” e vivendo das verbas destinadas à acessibilidade e inclusão social. Como sempre, o que falta no Brasil é vontade política na realização de ações efetivas que promova a vida mais igualitária às classes menos favorecidas, o que é o caso das pessoas com deficiência. O grande obstáculo, neste objetivo, é a falta de disseminação de conhecimento e informação da “área”; não havendo, nos principais veículos de comunicação do país, jornalistas especializados no tema deficiências, a exemplo do que acontece nas áreas de economia, esporte e educação, para as quais não faltam grandes articulistas com análises críticas e politizadas. As pautas sobre as deficiências são encaminhadas a repórteres cadeirantes ou com baixa visão, o que sem dúvida ajuda, mas não é nem de longe o desejável, nem suficiente e muito menos determinante para a produção de bons artigos e  matérias que tratem esta população com toda a dignidade que ela merece. Para isso, basta o interesse genuíno pelo tema, acompanhado do suporte de consultores  independentes, com empatia e respeito pela causa, tendo vasta experiência no tema em seus mais variados aspectos, além de entrevistados com deficiência, politizados e não institucionalizados, que possam retratar sua própria realidade com liberdade, seriedade e coragem. Por isto, aproveitando a semana nacional da “Luta da Pessoa com Deficiência”, poderia aqui falar da falta de acessibilidade, de violência à pessoa com deficiência, de falta de compromisso social, de preconceitos em torno da pessoa com deficiência, de falta de trabalho e dificuldade de estudos à pessoa com deficiência, de programas políticos, de descasos políticos em relação às associações praticamente inexistentes no Estado, etc. Porém, me detenho neste grande veículo de comunicação para pedir este espaço contínuo, onde poderíamos sair da invisibilidade e comentarmos sobre estes e outros assuntos, os quais precisam ser constantemente lembrados, cobrados e criticados para que um dia a inclusão exista de fato e de direito. Por tanto, querida mídia, chamamos-lhes a este enorme desafio. Seja a Folha de Boa Vista o veículo de inclusão, informação e disseminação dos direitos das pessoas com deficiência. *Presidente do COEDE/RR (Conselho Estadual de Direito das Pessoas com Deficiência) – Telefone 2121-2600, sala 35, Setrabes, Celular 9168-7731 —————————————————– Cautela com nossas escolhas – Valdenice Silva* – “Quando os justos se engrandecem, o povo se alegra, mas quando o ímpio domina, o povo geme” (Provérbios 29.2). Estamos em mais um ano político, tempo de eleições para a Presidência da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Em Roraima, os acordos foram realizados, os candidatos apresentados à sociedade e os discursos lançados. Compete a nós, eleitores, fazermos nossas reflexões e escolhas para que no amanhã não venhamos a nos lamentar, culpando as pessoas, fazendo-nos de vítima e responsabilizando os outros pelas péssimas escolhas e a má administração, tanto do nosso Estado como do País. Escolhas equivocadas poderão trazer transtornos futuros, sobre os quais lamentaremos por mais quatro anos. Não se enganem, os marqueteiros estão apresentando suas lindas e maravilhosas propostas e/ou projetos, tanto para a nação brasileira quanto para o Estado, cada um colocando diante da sociedade os discursos prontos e muito bem elaborados que de certa forma encantam os clientes (eleitores). Na corrida pelo e para poder, alianças foram feitas, discursos foram invertidos e os produtos lançados no mercado da política nacional e local. Produtos estes envoltos de lindas e maravilhosas embalagens. Não é e nem será de estranhar-se ou fazer uma minuciosa observação para encontrarmos nesse mercado produtos com defeito de fabricação, data de validade vencida, exibição de propagandas enganosas entre outras mazelas encontradas no meio político. Entre os candidatos e eleitores, detectamos aqueles que, quem sabe amedrontados, se omitiram durante o exercício dos mandatos, deixando de verbalizar suas críticas e se tornando agentes 007, saíram do armário, vestiram suas camisas e não medem esforços para alcançar seus objetivos, sejam estes políticos partidários e/ou de interesse pessoal. Portanto, nesse momento é bom ter cautela ao fazer suas e/ou nossas escolhas. Destarte, compete a nós, como cidadãos e formadores de opinião, conscientizar de forma positiva as pessoas do nosso convívio, seja este familiar ou social, para em 05 de outubro de 2014 voltarem às urnas, desta feita, para escolher pessoas de boa índole, que realmente possam e tenham compromisso com o povo, com a Nação e o Estado, que não venham a atribuir somente a si as conquistas adquiridas, mas ao conjunto de homens públicos que visam o bem comum. Deste modo, o problema não é e nem está na política propriamente dita, mas nos políticos. Assim, como cidadãos, somos também responsáveis pela boa ou péssima administração do País e de nosso Estado, uma vez que somos eleitores e são com os votos majoritários que escolhemos e elegemos nossos representantes, seja para comandar a Nação brasileira, conduzir o Estado, compor e liderar a Câmara e Senado Federal, ou ainda representar-nos junto a Assembleia Legislativa de Roraima. Por conseguinte, embora o cenário político brasileiro não seja um dos melhores, visto o povo não ter muitas opções, haja vista as mesmices que assistimos diariamente, necessário se faz usarmos lentes de aumento ou uma lupa e de forma consciente selecionarmos os que mais se aproximam das expectativas da sociedade. Vale lembrar que o termo “O povo tem o governo que merece” aplica-se a todos que, em suas práticas e nos círculos viciosos, de formas irresponsáveis, fazem do seu voto uma moeda de troca, vendendo e/ou comprado o “voto” e consequentemente a própria dignidade. Sejamos, pois, cautelosos em nossas análises a fim de escolhermos nossos lideres políticos para que estes venham a fazer a diferença e deixe legado à posterioridade. *Secretária Executiva/Cientista Social e Especialista em Psicossociologia das Relações Afrobrasileiras pela UFRR E-mail: [email protected]. —————————————————— Sacode a poeira – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Nossa maior glória não reside na ausência de fracasso, mas no fato de nos erguermos sempre que fracassamos”. (Confúcio) Errar nem sempre indica fracassar. Errar é humano, insistir no erro é que é estupidez. Mas podemos, e até devemos, insistir desde que não estejamos encarando o erro como fracasso. Afinal é com os erros que aprendemos a acertar. O importante é que uma vez acertado, esqueçamos os erros, definitivamente. Você nunca vai alcançar o sucesso enquanto estiver ligado e preso aos erros. Simples pra dedéu. Você nunca vai se livrar da doença enquanto permanecer preocupado com ela. Enquanto ficarmos presos à doença não temos como encontrar a solução para a saúde. Sei que você já sabe disso. O difícil é se livrar disso. Não se prenda os seus erros. Procure acertar e os esqueça. Thomas Edison disse que sempre que errava estava apenas aprendendo como não fazer. Mentes abertas não se prendem ao fracasso. O importante é não se intimidar com a queda. Imagine se uma criança desistisse no primeiro tombo. Com certeza ela nunca aprenderia a andar. Levante a cabeça. É assim que sacudimos a poeira. Sua autoestima é a arma mais poderosa que você tem para encarar a derrota. E só você tem o poder de manter sua autoestima em alta. E tudo vai depender de sua riqueza de espírito. Quando somos ricos de espírito sorrimos para os desafios. Seja forte. Esse é o escudo para sua defesa. Quando somos fortes não tememos a derrota. E esta é exatamente como os cães e os covardes. Os cães sabem quando você está com medo; os covardes sabem quando você não está. Não permita que seus medos façam de você uma marionete de você mesmo. E quando não confiamos em nós mesmos não somos mais do que meros fantoches de nós mesmos. Não somos capazes de nos dirigirmos. Sem perceber, vamos remando na canoa da obsolescência. Não vemos os dias passarem e continuamos navegando pelos riachos do passado. Acorde, cara. Sorria, cante, dance, chore, viva. Viva a vida antes que ela se apague. Só quando sabemos viver não tememos nem nos preocupamos com a morte. Ela faz parte da vida. O importante é que saibamos viver e isso depende do nosso preparo racional. E a racionalidade nos guia por caminhos livres, livrando-nos dos erros incorrigíveis. E não há erro mais incorrigível do que o que nos mantém presos a limites de pensamentos.     Já pensou nisso? Que o poder de manter sua felicidade ou infelicidades está em você mesmo? Ninguém, além de você mesmo tem o poder de fazer você se sentir feliz ou infeliz se você não estiver a fim. Então escolha o que você quer. A escolha é sua. Pense nisso. *Articulista [email protected]     9121-1460 —————————————————— ESPAÇO DO LEITOR FISCALIZAÇÃO 1 O comerciante Félix Ferreira França denunciou a maneira como os funcionários do Instituto de Pesos e Medidas de Roraima (IPEM-RR) fizeram a fiscalização em sua loja, no bairro Cambará. Segundo eles, os fiscais notificaram 40 produtos do estoque sem aprovação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que atesta a eficiência dos produtos para serem legalmente comercializados. Porém, ele alegou que os produtos não necessitavam de aprovação do selo do Inmetro. FISCALIZAÇÃO 2 “Há 22 anos atuo no mercado local com a venda destes produtos e nunca houve qualquer problema. Especificamente os produtos notificados não requerem a aprovação do Inmetro. Entendo que abordagem da mercadoria ocorreu de forma irregular, pois ao término da fiscalização eles se recusaram a deixar alguma notificação, apenas disseram para retirar os produtos da prateleira e que retornariam no dia seguinte”, relatou o comerciante. ASFALTO 1 A leitora Elizabete Soares denunciou a falta de pavimentação na rua onde mora, no bairro Araceli Souto Maior, na zona Oeste. “Há anos minha rua era somente buracos. Há menos de um mês, a Prefeitura de Boa Vista mandou a equipe espalhar barro na rua, e a equipe disse que no outro dia eles iam recapear. Esperamos até hoje e nada de a equipe retornar. Nada fica limpo em casa”, relatou. ASFALTO 2 “Minha filha sofre de asma e rinite. Já fomos quatro vezes com ela ao hospital por causa dessa poeira. Um vizinho meu, vendo o sofrimento da minha filha, foi à Secretaria de Infraestrutura saber por que só jogaram o barro até agora. Lá, eles disseram que aquela rua tinha sido recapeada há poucos dias. Depois disso, não tenho esperança de ver minha rua asfaltada e de que a saúde da minha filha seja reestabelecida”, afirmou Elizabete Soares. HABILITAÇÃO Sobre a denúncia de que candidatos estariam prometendo pagar taxas para a primeira carteira de habilitação, um internauta comentou: “Acredito que se o Ministério Público Eleitoral estivesse nas ruas, eles tirariam muitos mais políticos de circulação”. BANCÁRIOS O mesmo internauta comentou ainda sobre a greve dos bancários: “Os bancos estão ai somente para usufruir do seu dinheiro. Nunca para pagar por danos aos usuários”.