Opinião
Opiniao 04 05 2015 941
De olhos abertos – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Os militares não gostam de assumir o poder. O que acontece é que quando os senhores, civis, estão no poder, bagunçam tudo, e quando o País entra na bancarrota, os militares assumem o poder, botam a casa em ordem e devolvem pros senhores. Aí, os senhores bagunçam tudo de novo. Agora, quando os militares assumirem o poder, vão ter que ficar, pelo menos, trinta anos, para arrumar a casa de maneira que os senhores nunca mais possam bagunçar”. (Marechal Juarez Távora) O Marechal Távora falou isso, numa entrevista ao polêmico Sargentelli, na televisão, em 1961. Mas o que me preocupa, é que os militares de então, não completaram os trinta anos programados. Ficaram só 21 anos. E como o plano deles era arrumar a casa de maneira que os civis não pudessem mais bagunçar, ainda estamos lhes devendo nove anos. Voltamos a bagunçar, e agora? Acho que devemos ficar atentos. Os militares não são oportunistas nem invasores, mas são devesa e estão atentos, na defesa do País. Então vamos ficar de olhos abertos. Quem viveu aqueles anos anteriores à Revolução de 64, sabe do que estou falando. A bagunça de ruas e os protestos daquela época não eram inferiores aos de hoje. Cinquenta anos atrás os aspectos nos movimentos eram bem diferentes, mas apenas os aspectos, é claro. Eu trabalhava, à época, na indústria paulista. E, não estou exagerando, dificilmente trabalhávamos mais de três dias por semana, porque os sindicatos não nos deixavam trabalhar. E se você é sindicalista e está pensando em botar o dedo indicador no meu nariz, corta essa. Sempre fui sindicalizado. Sempre que ingressava numa empresa me sindicalizava. Mas nunca fui para as ruas protestar. Porque sei que os problemas na política se resolvem na política. E só precisamos ser competentes para fazer isso. Enquanto formos um povo politicamente analfabeto, seremos sempre reféns dos maus políticos. E não adianta ficar esperneando nem bagunçando, na tentativa de resolver os problemas políticos, sem entender bulhufas de política. Mas é bom e sensato que fiquemos de olhos abertos para os problemas que estão afundando nossa política, através da incompetência dos políticos. E a única maneira de resolver isso é amadurecendo politicamente, para que possamos reclamar. Porque a responsabilidade pelos desmandos na política é problema exclusivo do cidadão. E enquanto formos obrigados a votar, não seremos cidadãos. Mas precisamos nos preparar politicamente, para ter direito ao direito do voto facultativo. Enquanto não, não seremos mais do que meras marionetes dos maus políticos eleitos pelas marionetes. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460 ——————————— DIAMANTES E MADEIRAS: ELES SÃO ETERNOS – Rubens Marchioni* Naquela grande cidade, entrei em uma rua, escolhida sem critérios, diante de tantas que podia seguir. Por todos os lados, os trabalhadores braçais se mostravam muito ocupados. Usavam grandes marretas e equipamentos hidráulicos. Usavam toda a força que podiam encontrar em seus braços e pernas. Nada poderia resistir às suas investidas violentas e cheias de determinação. Nada ficaria em pé. Com fúria e certo prazer velado, deitavam, uma a uma, as paredes no chão. Paredes centenárias. Todas construídas com pouco tijolo e grande quantidade de madeira. Madeira de lei. Exclusivas e com pedigree. Tudo muito bem conservado. Inclusive a pintura com a qual se revestiam para percorrer uma história feita de séculos. Indestrutíveis. Deixei aquela rua para me livrar da sua monotonia composta pelo grande número de casas tombadas, abatidas por esse exército faminto de demolidores. Tempo perdido. Outros casarões ruíam à minha frente. Naquela cidade e em tantas outras. Um cenário inacreditável, desses que fariam com que Spielberg se sentisse um estagiário da sétima arte. Foi então que um facho de luz inundou o meu entendimento. Finalmente, compreendi de onde sai tanta madeira de demolição com que marcenarias produzem todo o mobiliário suficiente para abastecer o mercado. Móveis exclusivos. Sempre exclusivos. Ao mesmo tempo, outra interrogação foi removida da minha cabeça preconceituosa e desinformada. Refiro-me ao fato de que a cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, tem a extensão equivalente à de São Paulo, Capital. Exceto a igreja, uma pequena escola, um posto bancário e um pronto socorro, tudo tem seus dias, espaços e mão de obra ocupados pela produção de móveis. Todos feitos com madeira da melhor procedência. Que também pode ser de demolição, por que não? Muito bem, deixemos que os operários, vorazes, derrubem os milhares de casarões que puderem encontrar, e que Gramado não repouse da sua tarefa de produzir móveis. Afinal, os vendedores precisam continuar acreditando nessa verdade que um dia compraram e, agora, desejam dividir comigo a qualquer preço. *Publicitário, jornalista e escritor [email protected] http://rubensmarchioni.wordpress.com ————————————— Dois lados, dois excessos… um interesse – Tom Zé Albuquerque* Incansáveis vezes tenho manifestado minha indignação sobre o desdém com que é tratada a educação em nosso país. Sinto-me exaurido, com a sensação crua que nada vai mudar nos próximos cinquenta anos. Esse desânimo tem fundamento, uma vez que tratar professor como um cão pulguento é regra no país da corrupção. O último desvario do poder público ocorreu no Estado do Paraná, na quarta-feira passada, 29, quando houve o espancamento a professores por parte de policiais, em reivindicação a uma manobra da Assembleia Legislativa daquele Estado em direcionar a previdência de aposentados para que, doravante, os servidores ativos arquem com essa despesa. Nesse mister, a causa – embora relevante – é menor que o ato, pois nada justifica tratar servidores públicos como vândalos, sobretudo profissionais da educação O educador Cristovam Buarque, sobre o fatídico episódio, discorreu que “não consigo imaginar qualquer outro país com as cenas que vimos esta semana de professores sendo espancados nas ruas de Curitiba. Ainda mais difícil encontrar país onde haja comemoração dentro da sede do governo ao ver professores sendo perseguidos por policiais e cachorros. Houvesse empolgação nacional com educação, professor seria profissional respeitada, seus salários estariam entre os melhores, não haveria necessidade de greves, eles não precisariam manifestar-se nas ruas, aquelas cenas não ocorreriam”. O parlamentar tem razão, em especial, quando toca na causa do problema, uma vez que greve, manifestação ou outro ato dessa natureza é consequência de algo que não está funcionando, ou que algum direito está sendo subtraído. Mas, nesse episódio, o método de agir me deixou intrigado, conquanto a agressividade dos professores perante os policiais, a voracidade deles de se enfrentar a polícia, a sua falta de prudência em afrontar um batalhão de choque, a destreza impetuosa do grupo em avançar sobre tão fortemente armados homens. E muito pior, como teriam os professores tão infeliz atitude em depredar o patrimônio público? Como esses lúcidos profissionais seriam capazes de disparar bombas caseiras e pedras tão estrategicamente definidas para o confronto? Como os professores paranaenses conseguiriam se organizar tão meticulosamente para o embate físico sem experiência para vandalismo? As respostas para esses questionamentos vieram dias após a confusão em Curitiba, sobremaneira pelas inúmeras imagens divulgadas pela imprensa imparcial mostrando a maligna influência no ato de confronto da professora Marlei, ativista do grupo petista, e do prof. Hermes Leão, braço forte da senadora Gleisi, do PT. Não bastasse isso, os black blocs estavam lá, e aí não precisa dizer mais nada. O dogma defendido pela presidente Dilma (com sua licença de eu pronunciar essa palavra) que “Vamos fazer o diabos pra ganhar essa eleição” ecoa nas unidades da federação, em qualquer esfera. Cabe mais uma perguntinha: onde se escondem os black blocs nos Municípios e Estados comandados pelo PT? Enquanto isso, os professores ora são tachados de vândalos, ora de vítimas de violência, quando o problema é bem mais profundo e ocultado pelos manipuladores de plantão. Nesses dias, o Filósofo Carlos Borges nos alertou sobre o perigo de se acreditar “… no famoso mantra marxista ‘a violência é a parteira da história’”. Policiais são profissionais para preservar a coisa pública, principalmente sindicalistas radicais mascarados portando coquetéis molotov, bombas caseiras, paus e pedras, e não há como não entrincheirar o avanço violento de um grupo enfurecido, mesmo que sejam professores. Erraram os policiais com os excessos, erraram os professores por se deixarem contaminar com interesses políticos de mais uma ala podre da sociedade. E como disse o jornalista Reinaldo Azevedo: “Ninguém, a não ser os mais soturnos cultivadores da máxima do quanto pior melhor — eles existem e são bem conhecidos —, pode estar comemorando os resultados desse confronto lastimável, por mais que todos os cidadãos de boa-fé lastimem o confronto e os feridos — tanto manifestantes como policiais”. Outros choques virão, infelizmente, e os parasitas do poder irão adorar. *Administrador ——————————— QUEREMOS CHUVA – Vera Sábio* – “Peçam e vocês receberão; procurem e vocês acharão; batam, e a porta será aberta para vocês” (Mateus 7,7) É difícil considerar todos seres humanos no instante em que percebemos que a ambição retira a essência e a noção do quanto precisamos nos tornar unidos. Estamos sem tempo para esperar para depois, para ficarmos na mesmice de antes, confiantes que o que tiver que ser será. Afinal muita coisa não deveria estar da forma que está e os responsáveis por tudo isto somos nós mesmos. Ai lhes pergunto: – Quem é ser humano suficiente para não somente assumir a culpa e ficar de braços cruzados, mas principalmente arregaçar as mangas e dar o passo necessário para reverter tantas tristes situações? Moramos em uma terra riquíssima que a cada dia enriquece mais outros países, enquanto a população definha pelo ralo da corrupção. E isto se reverte contra nós de todas as maneiras possíveis, inclusive pela falta de chuva de uma região, no instante em que outra se acaba em água. Assim chegamos ao momento crucial, onde só nos resta clamar a Deus que nos envie uma chuva abençoada. Pois ser humano é isto mesmo. É reconhecer limitado e incapaz de todas as decisões sozinho. A união ainda continua sendo a melhor maneira. Unidos, poderemos tirar do poder aqueles que estão acabando com a pátria. Unidas, nossas orações terão mais forças e Deus com certeza iluminará nossos passos, nossos pensamentos e nossas decisões para que sejamos melhores e façamos um mundo melhor. Unidos, haverá menos desigualdade social, mais fraternidade e condições necessárias para reviver o mundo que se tornou imundo. A seca de solidariedade existente nos corações individualistas, é parecida com esta seca tremenda que deixa os campos desertos, queimados e improdutivos. Porém para irrigarmos quaisquer locais, teremos que clamar, orar, renunciar, perdoar e doarmos nosso ser para que seja inundado pelo Espírito de solidariedade, amor e paz, o qual transbordará em chuvas de bênçãos a todos nós. *Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega [email protected] cel. 991687731 ————————————— ESPAÇO DO LEITOR PENITENCIÁRIA 1 “Lembro-me de que em meados da década passada, houve intenção do Governo Federal de construir um presídio federal em Roraima. Porém, uma onda de opiniões contrárias surgiu na sociedade local e envolveu, desde o povo nas ruas, políticos e imprensa. Todos, em uníssono coro, a vociferar os malefícios que essa iniciativa poderia causar no Estado devido a uma profética e hipotética possibilidade de que, uma vez instalado, o presídio de segurança máxima atrairia a marginalidade do sul do País para essa pacata capital do além Equador”, comentou o internauta Arthur Donavann sobre a situação do sistema prisional no Estado. PENITENCIÁRIA 2 Ele continuou: “Eis que agora assistimos à contaminação do nosso sistema carcerário por membros de facções lá de baixo. Aí, aconteceu o inevitável: agora necessitamos mandar nossos pacatos prisioneiros para um lugar mais seguro e isolado em outra capital do centro-oeste. Posso imaginar o que essa chegada natural do crime organizado ao interior dos presídios não estaria causando de editoriais ávidos por culpar o presídio federal caso este tivesse sido por aqui construído. A culpa seria toda dele, quando vemos que mesmo sem a tal cadeia federal por aqui, o crime avançou do mesmíssimo jeito e com o agravante: não temos onde trancafiar esses novos clientes do sistema de segurança pública”. LEI DE TERRAS Sobre o parecer dado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pela constitucionalidade da Lei Estadual de Terra, a internauta Raquel da Silva Fernandes comentou: “A questão fundiária do Estado precisa urgentemente de uma solução para o bem e a tranquilidade de muitas famílias. Com profissionais competentes na área jurídica, com experiência e afinco em resolver o problema, como o Dr. Edival Braga, nós temos esperança de que teremos sucesso e conseguiremos tal façanha, pois acreditamos no seu trabalho”.