Opinião

Opiniao 04 08 2016 2798

Astrologia x Astronomia – Roberto Barbieri*Primeiramente precisa-se dizer que estes dois termos, hoje, possuem em comum apenas a referência aos astros celestes. Nada mais.

Tudo uma questão de época, de evolução cultural, de disponibilidade de tecnologia para se observar os astros no universo e daí passar-se para a interpretação filosófica do ser humano durante o seu período evolutivo.

Neste diapasão, tornou-se claro que a astrologia foi o berço da observação astral, o “olhar para cima”, com o período dos questionamentos transcendentais e a criação de respostas prontas para tudo aquilo sobre o qual não tínhamos de fato respostas ou conhecimento.

Quando a ciência adquiriu mais conhecimento sobre estes astros, começou a briga entre as áreas, com a astronomia colocando em cheque as interpretações mitológicas, místicas e criativas, com as ausências de comprovação da primeira. Fato é que no nosso cotidiano não é uma questão resolvida e entre a metade que acredita na astrologia contra a metade que diz não acreditar. Na maioria das revistas, de programas de mídia radiofônica ou televisiva, de sites da internet ou Apps, encontram-se os mapas astrológicos consultados por bilhões de pessoas, seja na versão suméria, grega ou chinesa, por aqueles que lhe dão inteiro crédito e por aqueles que querem dar só “uma olhadinha”.

Em vez de cada um ficar entrincheirado em suas posições, sabendo-se que nenhuma das partes, nem a astronomia e nem a astrologia, está conseguindo ser inequívoca, questiona-se o porquê de não resolverem suas questões de vez com a ajuda de outras ciências, já que a própria astrologia se diz ciência. Quem sabe a psicologia e a biologia poderiam entrar na análise e demonstrar de vez se existe razão para continuar existindo a astrologia ou ser definitivamente desmascarada como uma fraude.

Considerando que a base da astrologia é a indicação de tendências ou mesmo de definição de temperamentos e personalidades com base no dia do nascimento dos indivíduos, não parece ser difícil fazer-se um estudo bem feito, desde que os centros de estudos acadêmicos considerem este assunto de importante impacto na sociedade e passem estudar seriamente o assunto.

Por exemplo, as grandes empresas, os psicólogos que trabalham na identificação do perfil das pessoas, sob o comando de uma Universidade de respeito, poderiam participar entregando seus registros de forma anônima somente com o sexo, região e data de nascimento. Assim se juntariam os sanguíneos, os coléricos, os melancólicos, os fleumáticos, mais os perfis INTx, ENTx, INFx, ENFx, ISTx, ESTx, ISFx, ESFx, de acordo com as análises coletadas de cada indivíduo e classificados pelos seus dados de nascimento. Desta forma, poderia ser verificado se haveriam concentrações de características de pessoas dentro dos períodos de nascimento pesquisados. Veríamos então se existe alguma tendência real dos SIGNOS terem alguma influência real nas características dos seres ou entrarem de vez para a lista das histórias e fantasias de carochinhas.

Em primeira análise a astrologia é um grande engodo, porém e se ela, mesmo sem querer, ter dado um tiro no escuro, apontando para uma outra análise ainda não identificada nem por eles e nem pelas ciências?As ciências, tão zelosas de suas posições, deveriam averiguar utilizando seu método já que a discussão aparentemente não interessa à astrologia.*[email protected]——————————————–“VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA” – Percival Puggina*Nos anos 80 encontrar nas bibliotecas exemplares do livro Veias Abertas da América Latina. Esse era o livro mais indicado pelos professores e mais procurado pelos alunos. E continua muito recomendado ao que me informam. Malgrado seja um amontoado de asneiras, Veias Abertas tornou-se o texto introdutório ideal da pregação marxista, objetivo primeiro de grande parte do mundo acadêmico nacional.

Talvez ninguém expresse melhor do que o próprio autor o que acabei de afirmar a propósito de seu louvado trabalho. No dia 11 de abril passado, o uruguaio Eduardo Galeano concedeu uma entrevista em Brasília. Ele era o homenageado da 2ª Bienal do Livro e da Leitura. O destaque que recebia tinha tudo a ver, por certo, com a popularidade que lhe adveio desse livro (alguém conhece outra obra de Galeano?). Na entrevista, com todas as letras, ele declarou: “Veias Abertas tentou ser um livro de economia política, só que eu não tinha ainda a formação necessária. Não estou arrependido de tê-lo escrito, mas é uma etapa superada. Eu não seria capaz de ler de novo esse livro. Cairia desmaiado. Para mim, essa prosa de esquerda tradicional é chatíssima. Meu físico não aguentaria. Teria que ser internado em Pronto-Socorro. ‘Tem alguma cama livre’, perguntaria”.

Nesse trem do qual Galeano já saltou fora ainda existe muita gente embarcada, com o livro dele na mochila.  Pois bem, para quem leva Veias Abertas a sério, Cuba vive, há 55 anos um modelo mais do que perfeito.

Todo o patrimônio das espoliadoras empresas norte-americanas caiu, de um dia para o outro nas mãos do Estado cubano, sem que o Estado tivesse que pagar um centavo por ele, cessando, também, toda a remessa de lucros. Dois anos mais tarde, Fidel estabeleceu com a URSS uma aliança altamente vantajosa: os soviéticos passaram a lhe prestar ampla ajuda técnica, militar e científica, e se responsabilizaram pelo seu superávit comercial comprando açúcar e níquel cubano a preços superiores aos de mercado e vendendo seus produtos a preços inferiores aos de mercado. Um negócio da China, segundo o qual o regime não só fechou suas veias como cravou a seringa na artéria dos russos.

Contudo, para absoluto espanto, malgrado a massiva expropriação que procedeu, malgrado as veias fechadas, malgrado quase três décadas favoráveis no balanço hematológico com a URSS, malgrado 55 anos de um padrão de consumo que faria padecer um monge franciscano, Cuba é, ainda hoje, um país tão pobre quanto você imagina um povo obrigado a enquadrar suas necessidades numa renda mensal inferior a 12 dólares e onde as atividades mais estimuladas batem num teto de 30 dólares. Um exército de policiais e informantes vigia a vida privada e o procedimento, nas ruas, dessa multidão de carentes.*Arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+ e membro da Academia Rio-Grandense de Letras——————————————Trinta Minutos para pensar em si – Flavio Melo Ribeiro *Quando foi a última vez que você parou para pensar em si? Faço frequentemente essa pergunta aos meus pacientes e a resposta mais comum é: “não lembro quando parei e refleti sobre a minha vida”. Isso mostra o quanto as pessoas não param para refletir sobre suas relações, tarefas, objetivos e trabalhos. No máximo, lamentam determinado infortúnio. Então, faço o seguinte questionamento: você percebe que não pensar em sua própria vida é permitir ser comandada pelo outro, mas sem deixar de ser responsável? E geralmente a resposta é negativa. O interessante é que nos alimentamos, escovamos os dentes, nos lavamos, cuidamos dos bens, etc., mas pensamos muito pouco em nós mesmos. Falo isso porque a falta de tempo é a justificativa mais comum.

Se você não pensar no que está construindo, quem irá? Essa questão é mais séria do que muitos imaginam. Num primeiro momento, parece que a resposta mais coerente é “ninguém vai pensar por mim”. Mas não é isso que ocorre. Na maior parte das relações, sempre tem alguém para pensar sobre a sua vida. O problema é que ela geralmente não pensa para realizar os seus desejos, mas os dela próprio. Não o faz por mal, pois parte do próprio ponto de vista e considera que é o melhor para ela e para você. Se acertar, fica feliz, mas na maior parte das vezes reclama e, se realmente der errado, é você quem “paga”, financeiramente, com o tempo da sua vida, com retrabalho e quase sempre com sofrimento. E porque isso? Porque você não parou para pensar sobre si mesmo, sobre o que gosta, o que quer fazer, o que lhe realiza. Parece estranho, mas essas questões não são respondidas pela maioria das pessoas. Consequentemente, tantas pessoas têm dificuldade de escolher e, o pior, de aceitar o que não gostam.

Por isso é de suma importância parar, pelo menos uns trinta minutos por dia, para pensar em si. Não há necessidade de ser contínuo, mas no decorrer do dia disponibilizar esse tempo para si. Procure disponibilizar alguns minutos pela manhã para refletir sobre o que fará no dia e suas consequências. Aproveite esse tempo! Esse tempo é um investimento para sua vida.*PsicólogoCRP12/[email protected]——————————————-A força do Negativo – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Negativa não significa necessariamente que seja má; significa que a declaração criou a imagem exatamente oposta ao que se deseja”. (José Silva)Há dias em que você sai por sair, mas que na verdade nada dá certo no que você queria como certo. Ontem foi meu dia. Saí para resolver pendências já com sinais de caduquice. Circulei, encontrei, falei e nada como eu queria e necessitava. Fui à TV Ativa, à secretaria Municipal de Saúde e em vários outros lugares, e tudo isso a pé, como sempre, debaixo de um sol escaldante. Nada deu certo. Ninguém que eu procurava estava. Aí resolvi mudar a estratégia. Resolvi visitar pessoas queridas que fazem parte do meu dia a dia, na minha atividade, no mundo da penosa cascuda cultura. Iniciei o círculo de visitas pela minha querida amiga Catarina Ribeiro. Comecei tranquilo porque as visitas teriam que ser no ambiente de trabalho de cada um. E foi aí que me dei mal. Catarina foi a primeira a estar em trabalho externo.

Parei na calçada e tracei, mentalmente, o roteiro para a próxima visita. O resultado foi o mesmo. Nada de encontrar alguém. Cheguei a pensar que fosse feriado e que eu estava dando uma de lelé. Finalmente cheguei à Fetec e todas as portas estavam fechadas. Eu já estava quase desistindo quando abri uma das portas e dei de frente com minha amicíssima Flávia Bezerra. Foi legal pra dedéu. O papo, a partir daí, compensou todo o sacrifício de rodar sem destino, praticamente a manhã toda. Só nós dois na sala. Ela elaborava um documento. Esperei que ela o concluísse e demos início a um papo altamente instrutivo por parte dela. Aprendi um montão de coisas que eu pensava que já sabia.  

Embora eu não a tenha procurado com tal objetivo, necessitava mesmo de informações técnicas que só ela poderia me passar. E passou. E ela nem imagina a encrenca que acabou de criar pra ela mesma. Vou deitar e rolar nas orientações dela, daqui pra frente. E tudo que eu pude fazer no momento foi saturá-la com meu sonho de realizar meus sonhos, repassando o que sei de Relações Humanas para os que quiserem viver melhor, em relacionamentos indispensáveis para a vida que desejam, e sonham. Falei pra dedéu. E estava necessitando. Durante minha ausência, nos últimos dois meses, estive analisando a perda de tempo que vem sendo uma característica no nosso desenvolvimento urbano. Sobretudo no empresariado. Não é fácil fazer entender que não há um desenvolvimento profissional sem um bom relacionamento entre os profissionais, assim como não há boa educação sem um sólido alicerce cultural. Pense nisso. *[email protected]