A lição das urnas – Walber Aguiar*Vivem contando dinheiro e não mudam quando é lua cheia…. CazuzaO dia finalmente chegou. O tempo de dar o troco, de mandar embora os lobos vorazes da coisa pública, os que engordavam seus corações em dias de matança, aqueles que maltratavam mulheres, mentiam, criavam desculpas esfarrapadas em nome do desvio de dinheiro público, sob a alegação dos salários defasados e outros discursos venais e mirabolantes.Ora, pra que o pacote ficasse completo deveriam sair todos os que envergonharam a cidade em pleno “Fantástico”, com todo tipo de argumento sem pé nem cabeça. “evangélicos” sob o manto de uma santidade sem ética, de um deus conveniente e manipulador, da ingenuidade nem tão ingênua dos fiéis “ignorantes” e alienados com a teologia da prosperidade e o absurdamente imbecilizado “governo dos justos”, que se fundamenta na totalidade dos líderes políticos engenhosamente fabricados dentro do sistema religioso. O que não possui nenhuma consistência, visto que o mesmo enfrenta extrema decadência e não encontra respaldo na bancada evangélica que aí está.Na época, escritórios de advocacia viraram pontos de frango assado, locadoras de veículos converteram-se em lojas de produtos veterinários e assim por diante. O nariz crescido dos “pinóquios” era o maior indício de que até boi voa nessa Boa Vista de vista nem tão boa assim. Mas, esse olhar embaçado sobre a cidade se dá justamente por essa gente gananciosa e cínica.Ali tinha e ainda tem de tudo um pouco. Gente sem estudo, mas cheia de esperteza vulpina; pessoas superficiais, rasas, mas que aprenderam a papagaiar o politiquês com os mais experientes. Tem até evangélico, de quem se cobra o bom comportamento, o decoro, a ética; mas que são os primeiros a se eleger com os votos dos “ingênuos” encabrestando os fiéis em currais eclesiásticos. Gente que se esconde atrás da Bíblia e de jargões religiosos, e até se cobrem com uma frágil capa de santidade. Deus vomita esse tipo de gente de sua boca e não precisa de tais “emissários” em seu Reino.Os aprendizes de Pinóquio que envergonharam a cidade de Boa Vista sofreram na carne o repúdio, o desprezo das urnas, do povo cansado de tanta mentira, de tanta fraude, de tanto desvio. Todos deveriam ter sido execrados, porém, a força da grana e dos esquemas de poder do sistema fez com que ficassem os filhotes de uma administração acusada de improbidade administrativa.Todos sentem saudade do tempo do fio de bigode; dos homens que honravam as calças que vestiam. Gente que defendia os munícipes com ética, grandeza e honestidade. Homens do quilate de Íris Galvão Ramalho, João Evangelista de Melo e outros.Era outubro. O povo, monstro de mil cabeças, que ainda precisava aprender muito sobre ética e política, mesmo manipulado pelo dinheiro, soube dar a lição nos desprezíveis que ficaram de fora. A lição da indiferença e da justiça. A grande lição das urnas….*Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de [email protected]————————————–Que tipo de crentes somos nós? – Marlene de Andrade*“…Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.” (Romanos 14:10).Segundo o pastor Alfredo de Souza, da 1ª Igreja Presbiteriana do Brasil, em Boa Vista, Mestre e Doutor em História Social pela UFRJ e professor na UFRR de Teoria da História e História da Religiosidade, a Igreja, nos dias atuais, está vivendo um Evangelho egoísta, lutando por ferro, palha e madeira que logo, logo desaparecerão. Ele afirma, ainda, que os ímpios afrontam ao Senhor lutando pelos bens materiais que ao primeiro sopro se dissipam com os ventos. Ele deixa claro que não é errado ser rico, ou ter boa casa e carro do ano, o que não se pode é focar os bens materiais em detrimento das coisas de Deus.Nesse contexto, ele também disse que a nossa luta deve ser para estabelecer a Glória de Deus aqui na Terra e que por isso não adianta acumular tesouros neste mundo, pois diante do Reto Juiz tudo vai ser queimado. Esse será o famoso batismo com fogo, ou seja, o juízo final. Já pensou naquele palacete que alguém construiu com tanto amor e aquele seu carrão do ano e a sua polpuda conta bancária? Pois é, vai ser tudo queimado durante esse batismo. Não vai ficar nada aqui na terra, porém lá no céu Jesus está, desde já, preparando mansões celestiais para àqueles que verdadeiramente a Ele se converteu. E mesmo antes que venha o juízo final, morremos e tudo aqui deixamos. Sendo assim, será que vale a pena trocar uma vida terrena e tão passageira por uma eternidade junto com Deus?O mundo está carente de crentes que cumpram a Palavra de Deus, pois no Brasil hoje tem perto de 40% de pessoas que se dizem evangélicas, mas que não produzem, infelizmente, diferença alguma no meio da sociedade. São os famosos “crentes” nominais, ou seja, só de “fachada”.Desgraçadamente, os cristãos têm sido atingidos por ventos de doutrinas que descaracterizam a importância da Igreja de Jesus aqui na Terra. O que se vê hoje em algumas denominações é um absurdo. É gente caindo na “unção”, outras imitando vozes de animais, gritando palavras desconexas, ou então tentando barganhar com Deus a prosperidade financeira. E o mais grave é que, estão tirando Deus do centro e nele colocando “homens cheio do poder”.Esse mesmo pastor ainda assevera que precisamos impactar a nossa sociedade vivendo com nosso testemunho cristão uma vida reta, buscando, cada vez mais, o aperfeiçoamento espiritual. Sendo assim, em meio a tanta confusão, pergunto a mim mesma: que impacto tenho causado no meio da sociedade como cristã? Será que vou à Igreja apenas para me tornar uma pessoa bem-sucedida financeiramente, ou o meu alvo é ver, de fato, estabelecida a Glória de Deus aqui na Terra?
*Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMThttps://www.facebook.com/marlene.de.andrade47————————————-
Nós na política – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Há uma coisa muito mais forte que o capricho das crueldades políticas: é a opinião pública de uma nação livre, próspera, feliz, moralizada”. (Rui Barbosa)No último debate político em Boa Vista semana passada, sentimos a necessidade de reflexão sobre nossa política. O debate foi realmente decepcionante. Mostrou-nos o despreparo político dos políticos presentes, tanto quanto dos iniciantes. Um debate que poderia nos dar a visão real do que necessitamos e queremos para as mudanças, foi todo desorientado em comentários, na intenção de promover discussões comadrescas e desnecessárias. Finalmente não assumimos o descontrole da mesmice, com os iniciantes e os políticos despreparados. Depois da decepção lembrei-me do Rui Barbosa, na sua advertência para o atraso político em que vivíamos na época dele e ainda vivemos na nossa.Dentro da política nada é mais forte do que a opinião pública de uma nação livre. E ainda não somos uma nação livre. Ainda não somos civilizados a ponto de nos valorizarmos. E por isso ainda não somos uma nação próspera. Ainda não temos como avaliar e comentar os resultados destas eleições. Mas dá para ver que há uma tendência a mudanças. Só que ainda não sabemos mudar. E enquanto não aprendermos continuaremos trocando seis por meia dúzia. E vamos continuar na ignorância política enquanto não formos educados politicamente. E isso tem que começar nas escolas. Não é fácil engolir o jiló amargo do descaso encortinado pela ignorância, quando ouvimos autoridades falando que devemos respeitar nosso direito de votar. Porque o que temos em relação ao voto é obrigação de votar, e não direito. E enquanto formos obrigados não seremos livres. Simples pra dedéu. E não seremos livres enquanto não formos preparados politicamente para o voto facultativo. Ele agora seria um desastre, mas ele é necessário e fundamental para a cidadania. Vamos aproveitar os dois anos que teremos para novas eleições, para pensar nos nossos direitos de cidadão. E o voto facultativo é um deles e, talvez, o mais importante.
Vamos preparar nossos políticos para que eles nos preparem para que sejamos cidadãos dignos de respeito. Só assim corrigiremos a fanfarra que os não cidadãos fazem com nossa cidadania. E tudo está na Educação. E nas campanhas atuais não ouvimos nenhum candidato falar em educação para os seus eleitores. Pensemos mais em nossos filhos. Que futuro queremos para eles se não formos capazes de eleger um quadro político capaz de cuidar de sua educação? Nunca seremos um povo próspero e feliz enquanto não formos um povo politicamente educado. Pense nisso.*[email protected] 99121-1460