Opinião
Opiniao 04 11 2014 235
Desencontros – Walber Aguiar* A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida. Vinicius de Moraes Era Dia de Finados. Tempo de refletir, de chorar, de visitar os cemitérios, de tentar entender a dor da perda, a vontade de estar junto, o desejo de fechar os olhos e lembrar de tudo aquilo que foi vivido, amado, que foi feito e desfeito na companhia dos que agora dormem. Naquela tarde encontrei Lindomar Neves dos Santos, o Bach. Homem dos traços e das letras, das aventuras e desventuras, das explorações e do inusitado. Ali, sentado, sob a sombra da velha mangueira, sob a canção de “Dire Straits”, passei a escrever poemas e a rever os vários filmes da vida e da morte. Lógico que a vida sobressaiu, o existir foi mais forte, o desejo de reencontrar foi infinitamente maior que a ausência, o vazio e a angústia do súbito desaparecimento. Ora, a morte é o grande absurdo no processo de existir. Converte-se em algo inexplicável, transforma a esperança em desespero, o prazer em dor, o equilíbrio relacional com o divino numa espécie de briga, de revolta, de duelo existencial. Tudo isso durante o processo de elaboração do luto, o que, convenhamos, não é fácil. Sob o sol escaldante, procuramos as sepulturas, percebemos rostos antigos, choramos a ausência, ficamos extasiados diante daqueles que se foram repentinamente, sem que soubéssemos. Procuramos por seu Isidoro, dona Lina e tantos outros. Por último buscamos o lugar onde estava sepultado o jardineiro da esperança, o plantador de buritizeiros, o poeta dos sonetos, o grande imortal Dorval Magalhães. Depois de tanta procura, rendemo-nos à frustração do desencontro. Chamei baixinho pelo seu nome. Era como se ele não estivesse mais ali, como se tivéssemos que procurá-lo em algum igarapé celestial, no infinito azul, no lombo de um cavalo selvagem do infinito, nos campos de morango da eternidade. Ainda vou lá com mais calma. Ainda vou depositar flores e poemas sob os pés do inigualável e inesquecível mestre… *Advogado, poeta, historiador, professor de filosofia e membro da Academia Roraimense de Letras. [email protected] ————————————————– Um maçom notável! – Marlene de Andrade* O americano Albert Pike, luciferiano, do século XlX, foi um maçom famoso. Esse erudito, segundo seus irmãos maçons, era uma pessoa notável. Ele era advogado, professor, jornalista e falava 16 línguas. Que bagagem! Sua iniciação na maçonaria, no rito escocês, se deu no ano de 1850. Três anos depois, essa sumidade de pessoa ajudou a refazer a redação de alguns graus do referido rito escocês. A maçonaria, para quem não sabe, possui variados ritos. Essa organização é religiosa sim e cresceu muito na América do Norte graças a Albert Pike. Ele se tornou, nos EAU, uma pessoa muito atuante dentro dessa organização. Os maçons, ao contrário dos ateus, acreditam em Deus e até em Satanás. Contudo, Albert preferia adorar Lúcifer, em vez de Deus. Esse extraordinário homem instruiu os Inspetores Gerais dos graus 30, 31 e 32 da maçonaria, explicando-lhes que os mesmos deveriam repetir sempre que Lúcifer é Deus com letra maiúscula. Ele também acreditava que Lúcifer é Deus da luz e do bem e que está lutando para derrotar Adonai, o Deus dos cristãos. Ele explicava que ficar do lado de Lúcifer, ou seja, Satanás, era um ato em favor da humanidade e que Satanás derrotando Deus, isto seria melhor para todos os seres humanos. Que absurdo! Albert em relação aos ateus dava de dez a zero neles, pois o mesmo acreditava em Deus e em Satanás. Nisso ele não errou, pois existe mesmo tanto Deus como Lúcifer, ou seja, Satanás. Ele só errou quando, equivocadamente, acreditava que Lúcifer era do bem e Adonai, o Deus todo Poderoso, adorado e louvado pelos cristãos, como sendo do mal. Mas como entender que Albert Pike podia acreditar em Deus e Satanás se não tivesse lido a Bíblia? Para mim fica claro que ele leu esse precioso livro. Ou será que ele ficou sabendo da existência de Deus/Adonai e de Satanás apenas de ouvir dizer? E se Ele leu esse Livro Sagrado e acreditava nele, gostaria tanto de ter perguntado-lhe se o mesmo havia lido João 10:10, onde é explicado que o Diabo, o mesmo Satanás, ou seja, Lúcifer, veio para “matar, roubar e destruir” e que Jesus, o qual é Deus do bem, veio para “trazer vida e vida em abundância”. Será que Albert Pike acreditava somente em algumas partes da Bíblia e em outras não? Gostaria de saber se todos os maçons pensam assim mesmo, ou seja, que Lúcifer é o deus do bem e Adonai, Jeová, o Deus do mal. Fico ainda questionando: será que somente Albert Pike era adorador de Lúcifer? Ou existem outros maçons do rito escocês seguindo essa mesma linha? “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro.”(Mateus 6:24). *Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT Facebook: www.com/marlene.de.andrade47 ————————————————- Não somos ignorantes – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Nesta vida, os erros e a ignorância expiam-se como se fossem crimes”. (Armando Palacio Valdez) E quando ignorância e erro se expiam, nós é que pagamos o pato. E já vimos pagando esse preço há sabe-se lá quantas eternidades. O Joseph F. Goodavage, no seu livro “Astrologia Espacial”, chama-nos a atenção para o perigo que corremos, atualmente, com as mudanças climáticas. Mas o problema é que mesmo não sendo ignorantes não damos a mínima bola para o assunto. Há um capítulo no livro, não me lembro qual é, em que ele nos chama a tenção para o assunto dilúvio. Ele diz que não sabemos quantos dilúvios já sofremos aqui na Terra. Mas nos alerta para o fato de que, provavelmente, estamos nos aproximando de um novo dilúvio. Que o eixo da Terra está se inclinando; fator que provavelmente nos leva a uma parada brusca do planeta. E que é aí que somos jogados para o espaço e sem direito à volta. Mas não vamos nos estender no assunto que é complicado e que eu necessitaria de dar mais uma lida nele. Mas há um dilúvio que está mexendo com minha cabeça. Mesmo não sendo ignorantes, não estamos nos tocando para a inclinação perigosa que está acontecendo no eixo da política brasileira. É fato que não sou um especialista como o Joseph. Mas não sou tão tolo a ponto de não perceber os erros que estamos cometendo, guiados pela ignorância. Você conheceu o Marechal Juarez Távora? Era popularmente conhecido como o Marechal revolução. E isso porque ele participou de todas as revoluções que se sucederam desde de 1930. E eu considero as revoluções como mine-dilúvios. E quantos mine-dilúvios já tivemos, no Brasil? Não sei se você se lembra, mas já falei da fala do Marechal revolucionário. Foi em 1961 que ele disse, pela televisão, que quando os militares assumissem o poder no Brasil teriam que ficar no poder, pelo menos 30 anos, para pôr a casa em ordem, para que os civis não pudessem mais bagunçá-la. Em 1964 os militares assumiram, mas só ficaram 21 anos. O que indica que não estamos devendo nove anos aos militares, mas que os civis ainda têm nove anos para começar a bagunça. E o que nós vimos nas últimas eleições me deixou com cabelos arrepiados. Acho que seria melhor que não embarcássemos na piroga furada e tomássemos mais cuidado. Sei que os militares estão de olhos abertos. Mas seria bom que abríssemos, também, os nossos olhos. Política não é euforia, mas é o que está parecendo. E parecer é pior do que ser. Mesmo quando não somos ignorantes, mas ignoramos as inclinações do eixo político. E olha que ele está inclinando assustadoramente. Pense nisso. *Articulista [email protected] 9121-1460 ———————————————– ESPAÇO DO LEITOR DIAGNÓSTICO 1 “Meus amigos, isso que está acontecendo na saúde, educação, segurança e agricultura de Roraima não chega mais a ser um desafio ou uma meta, mas sim um milagre. No dia em que Roraima vier a ser forte na agricultura – não confunda com plantio de soja, monocultivo, em que o dinheiro vai para o bolso de um, e sim no fortalecimento da agricultura familiar -, em que todos os benefícios, sejam eles financeiros, técnicos, ambientais e sociais são garantidos a todos”, comentou Sérgio Pereira sobre a situação do Estado. DIAGNÓSTICO 2 Ele disse ainda: “As verbas existem e não são poucas. Não adianta dizer que a terra é pouca, botando a culpa no Incra, Funai, Ibama e outros órgãos. O que passou, passou. Quem ganhou ou perdeu na política não interessa. O que interessa é que temos um Estado que está endividado, e a dívida só aumenta”. IRRESPONSABILIDADE Ainda sobre o auxílio alimentação para os servidores públicos estaduais, o leitor Carlos Calheiros acredita que o projeto seria uma irresponsabilidade. “Primeiro, passaram cinco meses e nada foi realizado em benefício dos servidores. Até as mentiras lançadas na primeira semana de governo não foram cumpridas, tais como o fechamento de secretaria e institutos inócuos, venda de aviões e leilão do Conjunto dos Executivos. Não existe dinheiro para cumprir com os repasses, por causa do endividamento do Estado, nem para pagar os salários dos servidores. Ainda bem que estamos no final desse governo, para que a governadora eleita Suely Campos possa harmonizar a máquina estatal enferrujada”, afirmou. SALÁRIO Internauta identificado como Sousa concorda ser preciso valorizar o servidor público. “Mas isso deve ser feito com responsabilidade, e não de qualquer jeito. Se o nosso governador tivesse ganhado, será que ele teria feito a mesma coisa? Já que não está nem pagando a todos, de acordo com o que foi anunciado de que apenas servidores da administração direta receberiam no começo do mês e o restante dia 11, é porque não tem grana, não é mesmo senhor governador?”, comentou. SAÚDE “O mais engraçado é que mesmo assim [com a falta de verba] conseguem desviar R$ 17 milhões da saúde. Imagino eu, se houvesse mais recursos, quanto é que não seriam roubados da nossa saúde. Isso está mais é para uma falta de gerenciamento do que falta de recursos”, comentou Edivaldo Nascimento Silva.