Opinião

Opiniao 05 04 2016 2235

Memórias de um estádio vazio – Walber Aguiar*E o time do tempo ganhou…                                    Moacir FrancoSua ilusão entrou em campo no estádio vazio. E a bola vinha, quando os defensores partiram em sua direção. Transa e Francélio estavam lá. Francélio, nosso caboco, nosso irmão da velha Rua Coronel Mota. Companheiro de cerveja, futebol e das rodadas de viola do inconfundível Caboco Clério; que desfraldava suas cantigas e fazia chorar os mais sensíveis.

A bola foi o seu brinquedo preferido. Fez dela companheira e a tratava com carinho e muito estilo. Mesmo sendo beque, Francélio sabia dominar, roubar a pelota, driblar e fazer lançamentos. Muitos foram os títulos que ele colecionou; um deles, o Copão da Amazônia, realizado no Acre.

Se hoje o futebol roraimense passa por um tempo de crise e o Estádio Canarinho foi abandonado, naquela noite a cidade tremeu. A cada defesa de Augusto, a cada investida de Transa e Francélio, o povo vibrava, com as pernas tremendo e os cabelos nas alturas. Tínhamos orgulho daquele time que foi campeão, o River, com todas aquelas peças devidamente colocadas, como num grande e verde tabuleiro.

Francélio era um zagueiro excepcional. Um cara bonito, boa pinta, com uma facilidade enorme de fazer amizades. Uma delas foi com José Barbosa Júnior, o Barbosinha. Todos éramos amigos, mas Barbosinha tinha com ele cumplicidade. Conversava olhando no olho, a fim de entender melhor a alma, a vida, os conflitos interiores, a grandeza do amor.

E esse amor se concretizou com a esposa, a bela Neide, companheira do nosso craque. Deu a ele carinho, respeito, filhos. E o tempo passava, e, como era de se esperar, Francélio se defendia das crises, da vida dura, dos reveses, como um grande e talentoso beque.

Filho de dona Célia e seu Cleto, carinhosamente chamado de Cletin, que soltava rojões a cada vitória da Seleção brasileira em 86, caboco Francélio cresceu com enorme desejo de viver e de deixar viver. De ser feliz e abraçar os amigos com sua felicidade. Um sorriso no rosto era sua inesquecível marca. Nunca vou esquecer os sete copos de cachaça de Camiranga. Nem a gozação de Magno veio. Também aquele banquinho lá debaixo da mangueira de dona Célia, lugar de vida e de verdadeira amizade, onde tricolores, flamenguistas (caboco Mororó), vascaínos (Mário) e botafoguenses sentavam para comentar  vitórias e derrotas. Nunca vou esquecer nosso guerreiro tricolor, caboco Francélio, que nos deu muita alegria.

Descanse em paz, grande irmão e craque. Mesmo que o time do tempo tenha vencido o time da vida breve, o jogo ainda não terminou. Um dia nos encontraremos todos, nos Canarinhos do infinito. Aí, à semelhança de Mambaia, a alegria será eterna. E ganharemos de goleada…

*Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador, Conselheiro de Cultura e membro da Academia Roraimense de [email protected]————————————–Trabalhos em altura – Marlene de Andrade*

Os empregadores não suportam mais pagar tantos impostos e, se ainda não fosse pouco, inventaram que quem trabalhar em altura tem que submeter seus empregados a um número enorme de exames complementares do tipo, por exemplo, eletroencefalograma (EEG), eletrocardiograma (ECG), hemograma completo, glicemia, acuidade visual e RX de tórax.

Ora, se o trabalhador não tem doenças, por que exigir do empregador exames para procurar, desculpe-me pelo termo chulo, “chifre na cabeça de cavalo”? O exame clínico é soberano e tem mais, às vezes, a doença ainda está numa fase inicial, sendo assim, o médico nem tem como detectá-la precocemente e nem tampouco os exames laboratoriais conseguem encontrar doenças em fase inicial. O empregador paga muito caro para manter um funcionário na sua empresa, por isso se torna muito dispendioso obrigá-lo fazer exames desnecessários em seus empregados.

Um dia alguns militares estavam jogando bola em um campo de futebol dentro do Hospital das Forças Armadas/HFA, quando de repente um médico de 25 anos, começou a sentir dor no peito. Ele afirmou para todos seus colegas que estava tendo um infarto e que iria morrer e faleceu mesmo de infarto fulminante. Para uma pessoa ingressar nas forças armadas deve se submeter a vários exames e entre eles, é claro, o ECG e aí, o que dizer disso?

EEG pode dar resultados falsos, quanto ao ECG também não são completamente fidedignos. No Rio de Janeiro conheci um médico de 40 anos, magro, esbelto e cuidadoso com a sua saúde, o qual se submeteu a um check up incluindo ECG. Uma semana após também teve um infarto fulminante.

E depois, toda hora tem trabalhador fazendo convulsão em cima de andaimes? Claro que não! Quantos infartos ocorrem em trabalhadores que exercem suas funções em alturas? Portanto, essas invencionices vêm para engordar mais os bolsos dos donos de laboratórios e clínicas de Medicina do Trabalho e ninguém me convence ao contrário. Solicitar exames laboratoriais é uma decisão médica. Portanto, colocar essas obrigações nas costas do empregador que já paga alto preço por ter tido a coragem de ter se tornado empresário, no Brasil, é maldade demais.

Passei um e-mail para a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), questionando tais fatos. A Diretora de Legislação da ANAMT me respondeu dizendo que meu pensamento está correto e que o exame clínico quando bem feito, é que vai nortear a solicitação dos exames complementares. Então, de fato, minha visão a este respeito não é equivocada.

“O Senhor odeia os lábios mentirosos, mas se deleita com os que falam a verdade.” (Provérbios 12:22).

*Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMThttps://www.facebook.com/marlene.de.andrade47———————————–Está conosco – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Há uma coisa muito mais forte que o capricho das crueldades políticas: é a opinião pública de uma nação livre, próspera, feliz, moralizada”. (Rui Barbosa)Se se analisar maduramente se verá que não estamos prósperos, não somos tão felizes quanto pensamos ser, nem somos um país moralizado. Nem nunca seremos enquanto não formos um povo educado. E quem está, dentro da política, realmente preocupado com nossa educação? O desmando na nossa política vem desde tempos remotos. Ainda somos, politicamente, analfabetos. E enquanto não formos educados politicamente não seremos cidadãos capazes de lutar pela democracia. Ainda levantamos os braços em defesa de uma democracia que não existe. Ainda nos mantêm no círculo da obrigatoriedade, onde dançamos o sacudido da ilusão, pensando que somos uma democracia. Já estamos esfregando as mãos, felizes porque vamos votar, sem perceber que não vamos votar por dever, mas por obrigação.

Não adianta ficarmos que nem títeres, gritando pelas ruas, esbravejando contra os corruptos que nós elegemos. Eles merecem todo nosso desprezo, mas não devemos nos esquecer que eles estão lá porque nós os pusemos lá. Eles não venceram concursos nem foram nomeados, foram eleitos por nós. E se é assim, a culpa pelo desmando é somente nossa. Então vamos nos educar politicamente, para que tenhamos uma política realmente democrática e moralizada. Que devemos mudar o cenário político, devemos. Mas o lugar mais indicado para fazer isso com maturidade e eficiência, é na urna. Mas nunca efetivaremos esse poder enquanto não nos respeitarmos como cidadãos. E nunca seremos cidadãos enquanto formos obrigados a votar. Simples pra dedéu. Mas nunca mereceremos a liberdade no voto, enquanto não formos educados para votar.

Que critério você está adotando para a escolha dos seus próximos candidatos? De acordo com a competência política dele, ou de acordo com o tipo de tijolo que ele vai lhe mandar, para a construção de sua casa?

Desculpem-me pela grosseria, mas isso acontece com mais frequência do que se imagina. Que é o que leva os ladrões e corruptos para nos representar no poder público. Diante desse quadro negro, tornamo-nos meros títeres nos famosos, e já anacrônicos, movimentos de rua. Que é quando jogamos a Bandeira Nacional para o chão e erguemos a bandeira do partido, como a salvação da lavoura. Vamos crescer. “No Brasil só há um problema nacional: a educação do povo”. E enquanto não acreditarmos nisso, não seremos um povo educado, como cidadãos de um País digno de respeito e que não está sendo respeitado, mas vilipendiado. Pense nisso.

*[email protected]    99121-1460     ————————————-

ESPAÇO DO LEITOR SEM LEI O leitor Gilberto Andrade Silva enviou o seguinte comentário: “Há dias estamos alertando para a situação em que se encontra o Município de Caracaraí em relação à situação de abandono, além das várias deficiências nos setores da saúde, educação e segurança pública. Neste fim de semana, uma jovem, infelizmente, foi vítima da violência que assola o município. Já não temos apoio de nada na localidade e, por tabela, a Câmara de Vereadores segue no mesmo patamar, e assim o povo se encontra sem representatividade”.SITES O internauta Isaías Galvão escreveu que, com a proximidade do término do prazo de declaração do Imposto de Renda, vários e-mails falsos estão sendo enviados aos contribuintes pedindo para atualizar o cadastro na Receita Federal. “Incrível como nossas informações de e-mail, telefone e contatos bancários chegam aos sistemas de sites piratas e conseguem rastrear informações sobre conta corrente e outros dados. É bom sempre buscar no órgão que supostamente estaria enviando estes pedidos de regularização se é verdade o envio do e-mail”, frisou.LAMA “Nem bem começou o inverno e nós, moradores da Rua Oscar Ferreira, no bairro Asa Branca, estamos com a via tomada por água e lama. Sem ter para onde escoar, este é o terceiro ano que estamos passando por esta dificuldade. Nossa preocupação é com a chegada das chuvas mais fortes. Como iremos conseguir sair de casa?”, questionou a moradora Silvia Queiroz.PAGAMENTO Em relação à matéria “Para reitor, crise financeira não afeta ações na UFRR”, a leitora Joana Darc comentou: “Sou bolsista da Proqualifica da UFRR e retifico a fala do reitor. Realmente, algumas bolsas já foram pagas, contudo, a bolsa Proqualifica referente ao mês de fevereiro está atrasada. Sei que foram empossados recentemente, então, espero honestamente que respeitem mais os bolsistas. Estamos cansados de tanto atraso”.