Opinião

Opiniao 05 04 2019 7951

Osteopatia é tratamento para infertilidade – Randy Marcos*

Constituir uma família é o sonho de muitas mulheres, porém alguns fatores podem dificultar esta realização. Entre eles, está a infertilidade. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (EUA), são consideradas inférteis mulheres em idade reprodutiva que não engravidam após um ano de relações sexuais desprotegidas. Mundialmente, cerca de 1,5 milhão de mulheres casadas com idade entre 15 e 44 anos sofrem com este problema, sendo relacionado com diversas causas: 27%, desordens ovulatórias; 25%, problemas masculinos; 22%, disfunções tubárias; 17%, fatores inexplicáveis; 5%, endometriose; e 4%, outros fatores.

Retração facial, cicatrizes e deficiências circulatórias quebram a homeostase corporal, tornando o meio susceptível às congestões linfáticas na cavidade pélvica, além das alterações na distribuição espacial dos órgãos na pelve, do aumento nas assimetrias biomecânicas, déficits no funcionamento do sistema nervoso autônomo, diminuição na nutrição local pelo mau suprimento sanguíneo, além da alta concentração de “lixo metabólico”, o que torna a mulher inapta para a concepção da vida. Perceber se há algum problema com o sistema reprodutor, pode ser mais fácil do que se imagina. Alguns sintomas são previamente identificados, como cólicas menstruais, síndrome pré-menstrual, cistos ovarianos, instabilidade emocional e depressão.

O tratamento de origem osteopática – uma especialidade da fisioterapia que atua por meio de técnicas manuais em favor de todo o organismo – favorece o metabolismo tecidual e promove uma espécie de limpeza nos órgãos reprodutores, diminuindo a pressão nos vasos sanguíneos, facilitando o suprimento arterial e colaborando para a absorção de nutrientes. Há uma grande quantidade de ligamentos no sistema genital, os quais são importantes para o funcionamento dos órgãos pélvicos. O ligamento uterovesical liga a bexiga ao útero, o uterosacral liga o útero ao sacral, suspendendo o útero posteriormente, além dos ligamentos ovarianos e tubo-ovarianos. Tais conexões possibilitam a dinâmica dos órgãos pélvicos, principalmente durante o ciclo menstrual e gravídico.

Ter conhecimento e realizar o tratamento necessário destes sintomas é essencial para melhorar o funcionamento dos órgãos reprodutores, porém é preciso ficar atento e, no caso da osteopatia não apresentar uma melhora, buscar um tratamento mais intenso.

 *Fisioterapeuta osteopata e Coordenador da Escuela de Osteopatía de Madrid Brasil em Recife, Pernambuco

Tudo como dantes! – PARTE II – Selma Mulinari*

Passamos então para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Quem assumiu foi uma pastora evangélica que representa a bancada da Bíblia e já assumiu querendo regular a sexualidade das pessoas com processos de restauração sexual, crítica à união gay, negação à diversidade de gênero. Posiciona-se contra o aborto, mas não oferece saídas para ajudar milhares de mulheres brasileiras que passam por esse processo tão sofrido e, pra coroar, é contra o feminismo. 

Somente nesse início de discurso, já vemos vir por terra processos de lutas tão respeitados, por anos de enfrentamentos no Brasil. Para completar, então, a ministra vem com um discurso que de agora para frente no Brasil os meninos serão príncipes e meninas serão princesas, que menino veste azul e menina veste rosa. Que temos que conscientizar os meninos que menino e menina são iguais, mas temos muitas diferenças e que continuamos bem frágeis e delicadinhas. Então, o que seria do amarelo se todos gostassem do vermelho? 

Continuando a nossa conversa, chegamos ao ministro da Educação, que em suas falas já deu um verdadeiro show, chamou os brasileiros de canibais, mal-educados como cidadãos, que os brasileiros surrupiam pertences dos locais de turismo que frequentam, enfim, não sabem se comportar. Não parou por aí. Veio com a polêmica do patriotismo disfarçado quando ao acentuar a importância do civismo na escola devemos acrescentar o slogan do governo. 

Até acho que a imprensa nessa situação posicionou mal o canhão. Fui educada sabendo quais são os símbolos da minha pátria, nos ensinaram na escola respeitar e valorizar, assim como nos ensinaram o que é civismo. Aprendi a ter orgulho e amor pela minha pátria. Como professora e educadora, só lamento a forma como tudo foi colocado e o acréscimo final da conotação político-partidária. Somos brasileiros, amamos a nossa pátria, independentemente de quem esteja sentado na cadeira de presidente. 

Ainda não acabou, com três dias de governo, no dia 3/01/2019, foi decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente a Lei 13.796, que altera a LDBEN no que tange o direito de prestação alternativa e frequência às aulas realizadas em dia de guarda religiosa. Outro ponto da bancada da Bíblia. Ora! Entendemos que num país que tem a diversidade étnica que tem o Brasil, temos que ter campos de maleabilidade, contudo a celeuma que vai ser criada no âmbito do ensino superior, assim que tivermos que agir em disciplinas que só têm uma opção de oferta semanal, assim que tivermos que definir quem vai pagar a hora-aula a mais para o professor horista fazer o atendimento, quem será responsável pela emissão de documento de comprovação para pessoa física, como será o registro no diário de classe, como serão reguladas as aplicações de provas e assim vai. 

Um ponto nessa lei deve ser objeto de reflexão. Em um de seus incisos, ela ressalta que não se aplica ao ensino militar, já que o ensino militar é regulado por legislação própria. Está bom pra vocês? Bom mesmo foi a comemoração do 31 de março!

Voltando para a Terra de Makunaima, podemos dizer que tudo continua na mesma! O presidente da Assembleia é o mesmo, foi reconduzido por seus pares até 2022. Continuamos com problemas na rede pública de saúde, chegando a ser decretado estado de calamidade pública na área. Continuamos com altos índices de violência urbana, continuamos com problemas na Educação e os problemas oriundos da imigração venezuelana só crescem a cada dia. Pelo que se desenha, já estamos com problemas de fornecimento de energia com a suspensão do linhão de Guri.

Em Roraima, a atual equipe de governo assumiu desde 10 de dezembro de 2018 com a intervenção federal no Estado. O interventor foi justamente o governador eleito, portanto temos transcorridos mais de cem dias de trabalho e o que temos para mostrar? Tivemos o calendário escolar adiado, até agora não foi iniciado o ano letivo nas escolas do interior, não temos merenda escolar, não temos transporte escolar,parte das escolas de tempo integral, que fazem parte de um projeto do governo federal, foram desativadas. 

A Praça do Centro Cívico está cheia de cobradores, os concursos foram cancelados, o salário dos professores que é pago pelo Fundeb está sendo pago com atraso. Sem contar que não sabemos como foi utilizado o dinheiro que o governo federal mandou para socorrer o Estado como parte do acordo da intervenção, pois os fornecedores do governo continuam com suas dívidas na Sefaz sem previsão de pagamento. 

Os PCCRs de alguns segmentos que foram aprovados em anos anteriores correm o risco de ser esquecidos, ou melhor, completamente abortados. Esperamos até agora o enxugamento da
máquina e o cumprimento da promessa da demissão de 30% dos cargos comissionados para que a folha de pagamento enxugasse.

No entanto, durante a campanha eleitoral, foi amplamente pregada pelo grupo que hoje ocupa o Palácio Senador Hélio Campos a máxima que dizia: “dinheiro tem, não é problema! O problema esse tempo todo foi má gestão”. Estamos esperando o choque de gestão. Estamos esperando as mudanças prometidas, afinal, depois de eleito, o governo deve governar para todos, independentemente de quem votou ou não nesse grupo.

Assim sendo, vamos trabalhar e parar de ficar tentando resolver problemas com falácias! 

*Mestra em História Social; Conselheira do CEERR. [email protected]

Como viver a crise – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Bendita crise que é o ponto de mutação.” (Mirna Grzich)

Tenho procurado me afastar um pouco dos blá-blá-blás da política. Na maioria, são assuntos que não têm nada a ver com política. Mas fazem parte da política. O ser humano sempre viveu e sempre viverá momentos de crise. Ela faz parte da evolução humana. É um ponto de mutação. Não mudaríamos se não houvesse momentos de crise para que pudéssemos analisar. O importante é que não nos deixemos abater pelas crises. Em vez de ficarmos presos a elas, devemos deixá-las de lado e procurar a solução. A crise política que estamos vivendo no momento não é maior nem pior do que as tantas que já vivemos. A dificuldade está em não termos aprendido com as anteriores. Então, vamos aprender com a atual. 

Comecemos nossa tarefa assumindo a responsabilidade pelos nossos atos. Talvez nem percebamos a responsabilidade que temos com a formação dos nossos políticos. Afinal, somos todos responsáveis pela política que temos. Ou assumimos essa responsabilidade ou continuaremos marionetes dos que nos mantêm no curral da ignorância. Simples pra dedéu. Mas tem que ser levado a sério. Não podemos ficar sem entender que somos responsáveis pelos governos que temos. Eles, os governantes, são nossos servidores. São eleitos para nos servirem. Se não nos servem, devemos substituí-los, mas com responsabilidade. Que é o mais difícil de encontrar no nosso sistema político. 

Vamos amadurecer como cidadãos. Mas primeiro temos que ser cidadãos. E nunca o seremos enquanto formos marionetes na pantomima como a obrigatoriedade do voto. Um cidadão vota por dever e não por obrigação. Enquanto a política desgovernada governada pelos políticos mal-intencionados predominar, não seremos mais do que títeres de titeriteiros. Mas a coisa é muito simples, mas muito difícil de entender. E por isso ainda não entendemos que tudo começa pela educação. E é exatamente por isso que nenhum político está preocupado com a educação do povo. E enquanto não formos um povo realmente educado e civilizado, não seremos cidadãos de fato e de direito. Seremos sempre fantoches em um mundo poluído pela deseducação, pela ignorância e, sobretudo, pela corrupção. 

Vamos fazer nossa parte. Vamos trabalhar e lutar pela nossa Educação. Porque sem ela nossos descendentes irão sofrer os mesmos vexames que sofremos hoje, sem nem mesmo perceber que é um vexame. Uma vergonha. Não há povo civilizado que não se sinta envergonhado em ver seu ex-presidente como presidiário e seus maiores políticos presos e envolvidos nos maiores e mais decepcionantes crimes. Pense nisso. 

*Articulista [email protected] 99121-1460