Opinião

Opiniao 05 12 2014 361

Preconceito: uma visão etnocêntrica – Antonio de Souza Matos* Conta-se que um cidadão branco veio conhecer uma tribo aqui na Amazônia. Em chegando ali, quis atravessar um largo rio que cortava a aldeia. Então, pediu a um dos rapazes indígenas para levá-lo de canoa. Mal haviam deixado a margem, o homem perguntou ao moço: – Você já viajou de avião? – O moço respondeu “não, senhor!” e continuou a remar. Então, o sujeito lhe disse: – Você está perdendo metade da sua vida! Depois de um intervalo de uns dois minutos, o homem fez nova pergunta ao jovem: – Você já andou de metrô? – O rapaz prontamente respondeu “não, senhor!”. O indivíduo, com cara de desdém, retrucou: – Você está perdendo metade da sua vida! A viagem prosseguiu com o homem fazendo novas perguntas sobre coisas que o jovem índio desconhecia e repetindo a mesma frase de deboche: – Você está perdendo metade da sua vida! – Irritado, o rapaz, bem no meio do caudaloso rio, virou a canoa e rapidamente nadou na direção da margem, gritando: – O senhor sabe nadar? – Com olhos arregalados de pavor, o arrogante indivíduo respondeu aos berros: – Não! Não! – Então, o moço lhe disse: – Então o senhor vai perder toda a sua vida! Essa história revela que há pessoas que avaliam as outras equivocadamente, com base em suas próprias experiências de vida, menosprezando aqueles que não fazem parte do seu mundo, como se fossem seres inferiores. Não percebem que essa visão é míope e que conhecimentos dissociados da realidade contextual para nada servem. Não percebem que, num mundo diferente do seu, não passam de joões-ninguém. Não existe supremacia de raça, como julgava o psicopata Hitler, que matou, nos campos de concentração, cerca de seis milhões de judeus, por considerá-los pertencentes a uma etnia inferior. Ninguém é inferior ou superior a ninguém. A superioridade ou a inferioridade só existem em mentes doentias. Independementemente de quaisquer fatores etno-raciais, todos somos dotados de inteligência. Aliás, não existe uma inteligência única, mas múltiplas inteligências. O homem, pois, não vale pela cor da sua pele nem pelos títulos que ostenta. O valor do ser humano ultrapassa a questão cultural ou étnica. De que adianta nos gabarmos de possuir um vasto conhecimento de mundo, se não conseguimos olhar para os nossos semelhantes com compaixão? De que adianta conhecermos toda a ciência, se não temos o mínimo de humanidade? De que adianta morarmos numa mansão na zona leste de Boa Vista, se nossos corações são miseráveis? De que adianta termos corpos perfeitos, se nossas almas estão carcomidas pelo câncer da soberba? Fiquei sabendo, pelas redes sociais, que pessoas humildes de Boa Vista foram ridicularizadas durante a inauguração de um dos shoppings que se instalaram na cidade, porque ficaram temerosas e sem jeito na hora de usar as escadas rolantes. Que bobagem! Quem não fica apreensivo diante do desconhecido? Qual a mulher que não se desequilibrou ao andar primeira vez de salto alto? Solidarizo-me com as pessoas que sofreram essa discriminação. Já passei por isso algumas vezes. Sei o que é sofrer o desprezo e a zombaria por ser de origem humilde. Uma vez fui a um casamento de uma pessoa conhecida. Sentei-me no último banco. Mesmo assim, fui convidado a levantar-me para dar lugar a pessoas mais ilustres do que eu. Ontem fui assistir à colação de grau do meu filho no auditório da UFRR. A oradora da turma, no final do discurso, mencionou o nome de cada um dos seus colegas, menos o do meu filho e o de uma moça também de origem humilde – não quero crer que tenha sido proposital. Infelizmente, vivemos num mundo hostil onde as pessoas nos avaliam pela cor da pele ou pela condição social e fazem questão de mostrar, com seus olhos e atitudes, que não pertencemos a seu universo. Deus tem me ensinado, por meio das humilhações por que já passei, a não confiar nos homens, mas a perdoar-lhes, assim como Ele, em Cristo, me perdou. Sempre que sou humilhado, volto meu olhar para Jesus Cristo, o Deus que se fez homem. Seus pais pertenciam à classe C ou D de Israel. Ele nasceu num estábulo e teve como berço uma manjedoura. Era um homem de dores, que sabia o que era padecer. Foi humilhado, desprezado, traído, preso, julgado sumariamente; torturado, ridicularizado, crucificado. Mas, diante dos algozes e dos ultrajes, não revidou. Simplesmente disse: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”! Imaginem! Se o Deus Todo-Poderoso, na pele de um judeu, sofreu preconceito quando esteve neste mundo, por que deveríamos ficar surpresos com a atitude de alguns que se julgam superiores, embora não passem de reles mortais, cuja vida se esvai como a flor da erva, que hoje existe, mas amanhã é lançada no fogo?! *Professor. E-mail:[email protected] —————————————————————— Sem luta não há vitória – Afonso Rodrigues de Oliveira* “A boa madeira não cresce com sossego. Quanto mais forte o vento, mais fortes as árvores”. (Willard Marriott) Se se prestar bem atenção, com o decorrer do tempo descobriremos que nossa luta se iniciou já nos primeiros meses de nossas vidas. Foi quando começamos, mesmo sem saber que estávamos começando, a tentar os primeiro passos para a vida. E não conhecemos nenhum ser humano que tenha desistido da luta, já nos primeiros tombos. Todos nós caímos, nos ferimos, choramos, mas nos levantamos; ajudados ou não, levantamo-nos. A vida muda, as coisas mudam, os tempos são outros, mas nós continuamos os mesmos. Até mesmo quando aprendemos com os tombos da infância, porque há muitos que não aprendem, continuamos tombando vida a fora. Mas repito, isso faz parte da evolução humana. Não sei, nem sei se alguém sabe, até quando continuaremos nos comportando como animais racionais. Até quando continuaremos recusando a olhar para trás da cortina de nossa ignorância racional. E a ignorância racional está, e bem acomodada, até nos elementos considerados os mais intelectuais. Estamos vivendo presos a pensamentos estipulados pelos que nos dirigem espiritualmente. Sem bronca nem crítica. Vê lá. Mas a coisa está em não sermos capazes de ver o mundo pelo retrovisor do tempo. Ainda nos referimos aos acontecimentos, colocando-os num espaço de tempo considerado o tempo. Ainda, até mesmo os mais intelectuais, acreditam que vivemos no século vinte e um. Quando na verdade vivemos a vigésima primeira eternidade. Há quase um milênio antes do início do nosso século vinte e um, astrônomos já diziam que as duas luas de Marte eram artificiais. Vamos dar um passo, pelo menos, na direção da nossa racionalização? Ou nos racionalizamos ou continuaremos criando seres humanos com comportamentos desumanos. A população terrestre cresce assustadoramente, mas não racionalmente. Logo, tudo é normal. Vamos agir ou esperar um novo dilúvio para que comecemos tudo novamente, e do mesmo jeito que começamos depois do último dilúvio? Pense nisso. *Articulista [email protected]     99121-1460     ———————————————————- ESPAÇO DO LEITOR ILUMINAÇÃO 1 “Como é triste a realidade. Enquanto uns não têm uma lamparina para iluminar a rua, outros têm até demais. Basta olhar no trecho norte da BR-174: é poste de um lado e do outro da pista, é tanta iluminação que chega a ser uma humilhação em detrimento de outros contribuintes”, comentou Sérgio Pereira sobre a falta de iluminação no trecho sul da BR-174. ILUMINAÇÃO 2 O mesmo internauta disse que, além da falta de iluminação, os moradores ainda têm que conviver com o mau cheiro do Distrito Industrial. “Nem o rio Tietê fede tanto quando o que sai de parte do Distrito Industrial. Que tal se a prefeita tivesse coragem de ficar dez minutos ali? O desafio está lançado”, sugeriu. LIMINAR 1 “E ainda dizem que o problema do Brasil são os políticos. Se tivéssemos um Judiciário sério, esse país também seria sério”, comentou o leitor Júnior sobre a volta de Chico Rodrigues ao Governo do Estado por meio de liminar. LIMINAR 2 “Para não terem que depender de decisões judiciais para que os políticos fiquem no poder, votem em pessoas honestas nas próximas eleições”, afirmou o internauta Santos P. LIMINAR 3 “Essa decisão tardia do TRE provocou toda essa disputa jurídica e ainda absolveu da inelegibilidade o maior responsável pelo caos administrativo, financeiro, político e moral em que se encontra Roraima. E agora mais uma liminar do TSE vai administrar o Estado. Passaram-se mais de três anos, com uma dupla, desgovernando sobre o manto das famosas liminares. Enquanto isso, o Estado padece das irresponsabilidades dos gestores praticando os desvios, conluio, fraudes, desmandos, endividamento e tudo com o amplo apoio daqueles que têm a obrigação de fiscalizar a aplicação do erário. Diante de todas essas mazelas, só nos resta acreditar no novo governo para que promova uma administração austera e que seja providenciada uma auditoria administrativa, financeira e fiscal para que todos os responsáveis em colocar o Estado na bancarrota sejam punidos conforme os ditames da lei”, comentou Carlos Calheiros. SAÚDE “O atendimento primário em saúde pública é e sempre será essencial, pois caso não ocorra conforme o fluxograma, é o Estado que arcará com as demandas. Sempre fui a favor de estadualizar o Hospital da Criança Santo Antônio. Fato este que já deveria ter ocorrido há bastante tempo”, comentou o internauta identificado como Marley.