Opinião

Opiniao 05 12 2016 3343

A BUSCA PELA BOA ESCOLA – Izabel Sadalla Grispino*A sociedade do conhecimento, ao exigir uma educação de qualidade, está conduzindo os pais, com poder aquisitivo, a procurar a melhor escola para seus filhos, mesmo porque já se começa a questionar a qualidade de muitas escolas particulares. É uma busca criteriosa, ressaltando princípios, programas, metodologias, funcionamento, capazes de produzir uma aprendizagem atualizada, prática e eficaz.Vem se notando uma concorrência salutar entre as escolas particulares. As melhores encaminham-se para o aprimoramento de atitudes, conceitos e infraestrutura. Selecionam seu corpo docente, com professores titulados, experientes e uma equipe pedagógica interdisciplinar: pedagogos, psicólogos e outros.As boas escolas apresentam um projeto pedagógico consistente, com uma concepção clara de educação, um aprendizado feito através de projetos de ensino. Apresentam um currículo plural, atualizado, contemplando as várias áreas do saber, com inclusão dos temas transversais.A linha pedagógica não é exclusiva, seja a tradicional, montessoriana, waldorf ou construtivista, acaba mesclando-se, para atender os diversos momentos da aprendizagem. O importante é respeitar a individualidade de cada aluno e desenvolver a sua potencialidade, respeitar as diferenças individuais, as habilidades, interesses e preferência de cada um. O aluno, ao ter sua individualidade respeitada, sente-se um vencedor.Os novos tempos exigem da escola uma adaptação às mudanças da sociedade, como um todo. Seu projeto pedagógico aborda as transformações sociais, através das linguagens, das ciências e da compreensão das inter-relações existentes entre os fenômenos sociais. Seu projeto, através do professor, é um mediador da aquisição do conhecimento e estimula o aprendizado para a vida.O aluno é sempre parte ativa no processo de aquisição do conhecimento – é ele quem dará as respostas aos fenômenos que o cercam – onde convivência social é estimulada e onde a abordagem humanista coloca o ser humano no centro de toda atividade.Deve estimular a potencialidade do aluno, desenvolver o espírito crítico, possibilitando ao aluno autonomia para transpor barreiras e enfrentar desafios. As aulas de educação infantil devem ser específicas para cada fase do desenvolvimento.Essa nova escola deve alimentar nos jovens a curiosidade, a vontade trabalhada de dar respostas às questões formuladas.Esses aspectos de uma boa escola, aqui mencionados, produto de observações e pesquisas, são capazes de formar um educando apto ao sucesso, na exigente sociedade do conhecimento.

*Supervisora de ensino aposentada————————————–

Elo de toda cor, de todo lugar… – Tom Zé Albuquerque*Estamos vivendo um momento de tristeza com a tragédia da queda da aeronave que conduzia a delegação do time de Chapecó, Santa Catarina – o Chapecoense, e outros profissionais do mundo esportivo. Imagine uma pequena cidade do sul, na qual contém um único clube que permite que os jogadores se integrem, se misturem à população, gerando um clima amistoso, por vezes familiar.O Chapecoense é um clube ainda jovem; surgiu no meio futebolístico na década de 1970 e após um quase declínio um grupo de empresários assumiu a instituição em 2001 para a partir daí implantar um modelo de gestão bem sucedido, com busca de receitas lícitas, rigidez em geração despesas, patrocínios confiáveis, valorização da marca, investimento em infraestrutura, ênfase em categorias de base, meritocracia, tudo muito distante da maioria do que se é implantado no futebol brasileiro. Resultado dessa organização: em quatro anos o clube subiu três divisões no quadro dos clubes do país, se manteve na elite do futebol sem traumas e estava prestes a conquistar um título internacional.Quando um avião cai deixa um rastro de desespero pelas perdas, mas quando uma instituição, um grupo uno, congregado, é destruído num átimo, o impacto emocional tende a ser bem mais impactante.

Manifestações oriundas de várias partes do planeta ocorriam em constância. Clubes e jogadores de futebol se manifestaram de imediato em todos os continentes. No mesmo dia do acidente, atletas europeus, americanos, africanos… não se esquivaram em declarar suas condolências ante tão cruel ocorrência. No Brasil, as equipes se prontificaram em ceder jogadores; pedidos de benefícios para reerguimento da Chapecoense vieram de vários flancos. Nessa desventura, emergiu um expressivo elo de amabilidade, de cumplicidade, de sentimento solidário e de emoção, especialmente do mundo esportivo. A cada dia estamos mais frios, mais alheios aos infortúnios de tão corriqueiros que são, mas a raça humana guarda em si uma parcela de mutualidade que respalda a amparar àqueles que estão em situação desfavorável, intempérie ou desgraça. Atos solidários às famílias (filhos, pais, parentes…), homenagens justas e honras de Estado aconteceram. Erguer-se-á uma nova era, nova história, uma nova instituição, vitimada que foi da irresponsabilidade, da ganância, do descaso, da negligência, do desprezo para com a vida humana.A mídia deu cobertura pouco vista em fatos trágicos no país, nos detalhes, em todos os momentos, inclusive se excedendo em incursões e inconveniências perante momento tão cruel. A principal rede de televisão do Brasil, num recurso infantilizado e pobre, chegou a comparar o caos de agora com o desastre que matou uma banda de música chamada Mamonas Assassinas. Mas, nesse contexto, não explicou o porquê do desdém, a mudez com o recente assassinato de outros brasileiros, quatro policiais, pais de família a serviço da sociedade, com a queda de um helicóptero provocada por traficantes.Recomeçar é a palavra. O ano de 2016 tem sido deveras turbulento, mexendo profundamente com os brios, a emoção e o anímico da população brasileira. Mas o elo expandiu, mesmo que nessas circunstâncias, inflou um espírito solidário, um esteio legítimo e cúmplice que por um momento foi podido imaginar que havia sido extinto.*Administrador ————————————STF DA FRUSTRAÇÃO À DEPRECIAÇÃO – Percival Puggina*Quando acontece de modo singular, tem-se a frustração. Quando se repete, a irritação. Quando se torna frequente, vem a depreciação. Lembremos. Ao concluir-se a votação do impeachment da presidente Dilma, a senadora Katia Abreu apresentou aquele famoso destaque propondo o fatiamento da pena para que o impeachment não acarretasse perda dos direitos políticos. Tratava-se de um arreglo tramado em sigilo, durante reuniões de elevada hierarquia, que acabou se transformando em decisão política com a qualidade jurídica de caderno de armazém. Quem discursou em favor da medida? Renan Calheiros, que justificou a providência com o consistente argumento segundo o qual aplicar o impeachment e sua consequência natural seria dar um coice depois da queda. E quem proporcionou aval jurídico àquela decisão (dizendo que não estava a fazer isso, como soe acontecer no STF)? O ministro Ricardo Lewandowski, que presidia o Senado transformado em tribunal. Ele argumentou que se aceita a dupla punição, a presidente estaria inabilitada até para ser merendeira de escola. E Dilma, que perdeu o mandato por crime de responsabilidade, para não incidir sobre ela o absurdo impedimento de não poder ser merendeira, ganhou o absurdo direito de, em tese, disputar novamente a presidência em 2018… Frustração!*Membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org.Tirando de letra – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Uma instituição que renega a lei de sua origem, é uma instituição periclitante” (Rui Barbosa)Que estamos navegando na onda das incertezas, da vulnerabilidade, ninguém ignora. E como sair dessa? Depende de cada um. O salva-vidas está aí, na sua capacidade de remar contra a maré, sem naufragar. Eu adoro música clássica. E ontem à noite eu estava assistindo a um programa de música clássica pela televisão, e de repente me lembrei de episódios que costumo citar aqui neste espaço cansativo. Você pode até achar que nada tem nada com nada. Mas tem sim. Primeiro lembrei-me do caso do maestro, de que nunca falei por aqui. Vamos lá.Estavam no ensaio, pela manhã, quando de repente o maestro parou e falou:- Terceiro sax tenor… Tocar mais baixo!Reiniciou o ensaio, mas logo parou e quase gritou:- Terceiro sax tenor… Tocar mais baixo!Reiniciou e quando parou pela terceira vez não teve tempo de falar. Um dos músicos levantou o braço e falou:- Mestre… O terceiro sax tenor ainda não chegou.O maestro não se alterou e com muita calma falou:- Então, quando ele chegar diga pra ele tocar mais baixo. Não sei como você reagiria, mas eu teria dado uma risada maior do que o maestro. Mas ele deu uma lição de como podemos sair do fundo do poço sem o auxílio da corda. Você já conhece a historinha do Cabo Sivirino. (Foi assim que ele se apresentou, quando respondeu à ameaça do comandante do navio). O comandante irritado com aquela luzinha na rota do seu navio gritou numa mensagem: – Aqui quem fala é o comandante! Você está na minha rota! Afaste-se senão, eu mando abrir fogo!Aí veio a resposta bem calma:- Aqui quem fala é o cabo Sivirino. Se você não se desviar quarenta e cinco graus noroeste, vai colidir com o farol.O terceiro caso que me ocorreu, com a música clássica, foi a do soldado na trincheira. Era noite escura e ele estava na trincheira quando de repente, por trás dele, alguém acendeu um cigarro. Ele gritou:- Apague esse cigarro! O cigarro continuou aceso e ele gritou novamente. O cigarro continuou aceso e, irritado, ele gritou e virou-se para ver quem era o teimoso. Só que quando virou-se deu de cara com o General que fazia inspeção na trincheira. O soldado apavorou-se, mas o general, calmo, tocou no ombro do soldado e falou:- Fique calmo, filho. E dê graças a Deus por eu não ser o subtenente.A razão nem sempre está com quem está no poder. Quando você se julga o dono da cocada, baseado no cargo que você ocupa, cuidado: você estará valorizando mais o seu cargo do que a você mesmo. O que é muito comum entre dirigentes incompetentes. Pense nisso.*[email protected]        ———————————– 

A importância de rótulos limpos e ingredientes naturais – Lilia Kawazoe* O mercado brasileiro de alimentos e bebidas saudáveis está crescendo em ritmo acelerado. Como prova deste fato, mesmo em período de crise econômica, a venda de orgânicos registrou alta de 25% no país em 2015. O levantamento foi realizado pelo projeto Organics Brasil, programa de promoção internacional aos produtores orgânicos sustentáveis, fomentado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), com direção executiva do Instituto de Promoção do Desenvolvimento (IPD).Para 2016, os dados são ainda mais animadores: a expectativa do programa é que o ano apresente expansão entre 30% e 35% nas vendas, com faturamento superior a R$ 3 bilhões. Esses números podem ser explicados pela visão holística dos consumidores de bem-estar, composta pelo equilíbrio entre alimentação saudável, atividade física e saúde mental. Esse tripé aumenta a demanda por produtos mais naturais, simples e com maior transparência de informação.O fato é que o uso de ingredientes artificiais segue em tendência de queda. As pessoas não querem ingerir alimentos industrializados, com compostos químicos que elas não consigam entender logo na leitura do rótulo. São tantos nomes e siglas desconhecidos, que isso repele os consumidores, principalmente quando o assunto é alimentação infantil.Em função dessa movimentação, os consumidores estão mais atentos às embalagens, leem e até estudam as propriedades presentes antes da decisão de compra. É aí que surge a tendência do Clean Label, rótulos mais limpos, simples, com menor número de ingredientes e livres de aditivos indesejáveis. Há uma maior compreensão dos consumidores na procura de alimentos com menor quantidade de açúcar, livres de transgênicos (GMO free), sem glúten, sem lactose e sem alergênicos.Além disso, a utilização de corantes artificiais, aromas sintéticos e aditivos químicos melhoradores de performance parece mesmo fadada a ser substituída por itens mais autênticos, práticos, saudáveis e naturais. A simplicidade e a transparência cativa o consumidor! As empresas precisam se comunicar de forma a atender à necessidade das pessoas e a educá-las sobre a alimentação, pois este também é um dos fatores com grande valor na decisão da compra.* Gerente Comercial da Unidade de Negócio Concepta Ingredients