Opinião

Opiniao 06 02 2015 596

Evitar tropeçar versus saber levantar – Ronaldo Mota* As teorias educacionais são, em geral, ancoradas em seus procedimentos, metodologias e referenciais teóricos, decorrendo daí as respectivasabordagens efocos. Não seria nenhum exagero afirmar que a imensa maioria dos procedimentos, metodologias e abordagens tem tradicionalmente adotado como objetivocentral evitar os tropeços dos alunos. Fundamentalmente, o ensino tradicional, ao informar,o faz para que o educando acerte e evite os erros. De forma resumida, ter sucesso, normalmente, quer dizer “não tropeçar”, sabendo responder as questõescorretamente e completando,positivamente, os desafios apresentados. Mais do que simplesmente aprovar os que acertam e reprovar os que erram, a cultura educacional estabeleceu como referências aqueles que tudo sabem e nada erram, fruto essencialmente de estarem bem informados eterem boa memória, reverenciando-os como vitoriosos e exemplos a serem seguidos no processo ensino-aprendizagem. Os modelos padrão e suas práticas usuaisde ensino têm sobrevivido porque níveis razoáveis de sucessopuderam ser observados no passado, gerando a expectativa de que provendo informações com competência e evitando os tropeços,teríamos solução educacional também para o presente e, eventualmente, até mesmo para o futuro.Nada mais ingênuo. Os novos tempos apresentam mudanças profundas com desafios inéditos e o ensino tradicional dá mostrasclaras de incapacidade de decifrá-los ou resolvê-los. Entre as rápidas mudanças em curso, está aquela que torna progressivamente a informação o produto mais disponível e o mais barato da atualidade. O surgimento de uma sociedade em que a informação está totalmente acessível, instantaneamente disponibilizada e gratuitamente adquirível traz consequências educacionais ainda não assimiladas e, por vezes, sequer percebidas. As metodologias, as ênfases e os focos demandam imediatas mudanças, em especial deslocando o centro do simples saber, enquanto ser informado, em direção ao complexo saber resolver, baseado na informação assumida como completamente disponível, online e gratuita. Mais do que o acesso à informação, saber selecioná-la e, em equipe, saber decifrá-la e resolver os problemas passam a ser atitudes fundamentais, tanto no mercado de trabalho como na vida. O ensino por etapas dá lugar à educação ao longo da vida,onde o aprender a aprender é mais relevante do que o aprender em si. Além daquilo que se aprende, ter consciência e domínio sobre o “como se aprende” passa a ser prioritário. Assim, os novos tempos impõem uma realidade em que é mais importante focar no aprender os procedimentos de superação após o erro do que a obsessão simples por nunca tropeçar. Não há nenhuma garantia de que aquelesque nunca tropeçaram saberão levantar caso errem. Mas há fortes indicadores de que aqueles que aprenderam a aprenderterão todasas condições de superação. Os “erros” mais do que serem vistos como naturais, podem ser parte integrantes e indispensáveis do processo ensino-aprendizagem. Muito mais importante que evitar tropeços, portanto, é aprender a levantar. *Reitor da Universidade Estácio de Sá e diretor de Pesquisa do Grupo Estácio ————————————- Dia Mundial de Combate ao Câncer – Francisco Neves* Desde 1990 atuo na causa do câncer infantojuvenil como voluntário. Pouco antes, havia perdido um filho para a leucemia e, desde então, estava decidido a lutar para que outras crianças e adolescentes não tivessem o mesmo destino. A luta contra o câncer é um desafio, especialmente porque afeta não só o paciente, mas toda a família. As estratégias de combate ao câncer infantojuvenil apontam que a articulação entre sociedade civil, governo e iniciativa privada tem sido o diferencial para alcançarmos esta evolução e mudarmos, de fato, o cenário da oncologia pediátrica no Brasil. O Dia Mundial contra o Câncer, celebrado esta semana, é uma oportunidade para aumentar a consciência de que há muito que pode ser feito na sociedade. As soluções para a cura do câncer estão ao nosso alcance, com a escolha de uma vida saudável e uma melhor qualidade de vida, buscando uma detecção precoce e acesso a tratamento especializado no sistema público de saúde. Um dos focos da campanha do Dia Mundial do Câncer para 2015 é o diagnóstico precoce. A taxa de cura do câncer hoje é de 85% quando diagnosticado precocemente. O Brasil tem sido reconhecido internacionalmente pela prevenção de câncer. A melhoria da qualidade de vida dos brasileiros e o maior acesso à saúde provocaram queda da mortalidade por câncer no país. Ainda não são conhecidos os primeiros sinais e sintomas de todos os tipos de câncer, mas para muitos deles – incluindo alguns tipos de câncer infantil – as vantagens de programar abordagens planejadas para a detecção precoce e os cuidados médicos são indiscutíveis. Está ao nosso alcance enfrentar o desafio se for desenvolvida uma educação inovadora, ampliação das políticas públicas de saúde sobre o câncer e programas de treinamento dos profissionais de saúde, baseados nas pesquisas existentes, nas instituições que atuam na causa e nas redes de solidariedade. Estamos contribuindo para que crianças, adolescentes e seus familiares reconquistem a esperança. Acreditar no amanhã faz toda a diferença! * Superintendente do Instituto Ronald McDonald. ——————————– Será que é sorte? – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Engraçado… Costumam dizer que eu tenho sorte. Mas só eu sei que quanto mais me preparo mais tenho sorte”, (Anthony Robbins)  No Brasil estamos vivendo um momento importante na afirmativa de que a sorte está no preparo. Encontrar um emprego está cada vez mais difícil para quem não se preparou pra ele. E quando saímos do círculo do preparo, descobrimos o que já devíamos saber,seguido, e divulgado. E uma das afirmativas mais importantes para isso está na fala do médico Miguel Couto: “No Brasil só há um problema nacional: a educação do povo”. E não é pouco o volume de problemas que continuamos enfrentando, quando já deveríamos tê-los solucionado. E todos eles estão ligados à educação. Ou mais precisamente: à falta de educação. Não perca tempo com a ilusão de que tudo pode ser resolvido se você tiver sorte. A sorte está aí. Juntinho de você. O problema é que você não presta atenção e desperdiça seu tempo quando deveria aproveitá-lo, preparando-se para o desenvolvimento que está acontecendo, e você não se liga. Prepare-se para o futuro. E o futuro é amanhã. O tempo está correndo e nós continuamos sentados na gangorra da incompetência. Você tem conhecimento do potencial aquífero que temos em Roraima? Já ouviu alguém se preocupando em como usá-lo para evitar a falta de água que, certamente, nos afetará em breve? Na verdade ninguém tá nem aí. Deixa faltar água, primeiro. Depois veremos qual vaiser o custo do despreparo. Afinal somos nós, cidadãos, que pagamos todos os prejuízos que os despreparados nos causam. Cada um de nós é responsável pelo seu próprio destino. Cada um de nós colhe exatamente o que plantou. Então vamos nos preparar para o plantio. E não vamos dar uma de matuto. Não vamos ficar esperando e rezando para Deus nos mandar chuva. Vamos cavar o poço. Vamos cuidar da nossa própria educação para que nos preparemos para um futuro melhor. Porque, queiramos ou não, vamos viver o futuro. E o que ele será para cada um de nós vai depender do que cada um de nós fizer na preparação para o futuro. Estamos vivendo um dos momentos mais difíceis da vida, embora não percebamos. E não nos damos conta, porque todos os momentos que já vivemos foram tão difíceis quanto este. E assim será, mesmo que você se prepare. Mais não vai ser por isso que você não deva se preparar. Não fique, ilusoriamente, esperando pela sorte. Ela só vai chegar quando você estiver preparado para ela. Nunca se esqueça de que você é responsável pelo seu destino. E só quando estamos preparados para a luta é que a ganhamos. E o mais eficiente é lutar sem luta. Pense nisso. *Articulista [email protected]     99121-1460 —————————— ESPAÇO DO LEITOR SELETIVO Vários professores estaduais enviaram e-mails preocupados com a data da realização do seletivo. “Fomos informados de que a data provável para a divulgação do edital será no dia 20 de fevereiro, faltando apenas três dias para o início das aulas e, por tal razão, acreditamos não ser possível conseguir, em tempo hábil, lotar todos os seletivados em seus respectivos estabelecimentos de ensino. É algo a ser repensado pela secretaria estadual de educação”, comentou um deles. VALORIZAÇÃO O professor Adelmo Alves fez o seguinte comentário: “Espero que, ao retornarmos em 2015 para a sala de aula, possamos encontrar uma realidade diferente, com uma estrutura adequada para desempenharmos um bom trabalho, diferente do que aconteceu em anos anteriores, quando fomos pouco valorizados, chegando ao absurdo de ter que limpar, com a ajuda dos alunos, a sala de aula pela ausência de servidores. É a mesma coisa que um construtor chegar para dar início à obra e não ter o cimento”. VENEZUELA A internauta Mônica Silva escreveu que, apesar de toda a recomendação e relato dos problemas que a Venezuela enfrenta, os turistas vindos do Amazonas e os de Roraima insistem em correr o risco de serem assaltados e extorquidos neste período de carnaval ao optarem em deslocar-se para as praias localizadas naquele país. “É bom lembrar que, em nosso país, quando algum sinistro ocorre, temos o apoio das autoridades policiais, diferente de um país onde somos tratados com indiferença”. BURACOS O leitor João Hebert sugeriu que a solução para resolver a questão dos buracos no Município de Mucajaí seria organizar um bloqueio na BR-174 em protesto, para que as autoridades tomem providências. “Com vida não se brinca. Outra forma de evitar acidentes é colocando redutores de velocidade próximos à ponte. Faltam placas, tambores e sinalização vertical comunicando que ali existem buracos que oferecem risco aos motoristas”, afirmou.