Opinião

Opiniao 06 08 2015 1297

Um terço do terço no meio ambiente – Lindomar Neves Bach*Imagine um cenário com um grupo de pessoas formando um círculo em carteiras escolares, sugerindo que a reunião seja no período noturno de alguma escola regular. Na ponta o mentor desse grupo, com um notebook no colo, pede pra que alguém compartilhe algo. Nisso um sujeito de barba mal feita se levanta, cumprimenta os demais se manifesta: – “Boa noite, meu nome é Ambrósio” (nome fictício). Os outros o saúdam uníssono: “Oi, Ambrósio”.

Então ele declara: “Quero dizer que já faz um ano, um mês, duas semanas e quatro dias que não agrido o Planeta”. Dito isso, ele volta a sentar-se com um ar confiante, sendo elogiado por todos que o incentivam na sua luta para livrar-se dessa difícil compulsão.

Outro recém-chegado no grupo toma a deixa e levanta-se em seguida declarando-se um poluidor e destruidor compulsivo que está em busca de ajuda. E assim segue-se a reunião. É servido um lanchinho de mandioquinha frita com suco de caju. Por fim, todos pegam suas bicicletas e voltam para suas casas.

Situação tão caricata daria um roteiro para um vídeo do “Porta dos Fundos” com certeza. Mas o assunto está longe de ser uma piada. Hoje os defensores do meio ambiente, mesmo os institucionalizados, estão inertes ou jogando contra, sendo omissos e fazendo vista grossa para grassas faltas que o sistema comete.

Mas o que temos que atentar é o quanto cada indivíduo realmente se importa com o meio ambiente? Será que estamos preocupados com os resultados da nossa displicência, com nosso comodismo, já que seu lixo é recolhido periodicamente pela prefeitura. Não importa qual o destino que é dado a ele, desde que seja longe de sua vista? Quanto lixo cada indivíduo produz? Multiplique por sete bilhões de indivíduos no planeta. Até quando nosso planeta vai suportar?

Quanto será que as empresas tem se incomodado com o quanto poluem para levar seu produto a preços competitivos ao consumidor? E quando consumimos o produto, será que estamos preocupados com a forma que este foi produzido.

Sou otimista, no entanto, fico preocupado quando até os que se dizem defensores do meio ambiente quando vão ao supermercado se valem de “trocentas” sacolinhas plásticas para embalar suas compras. Amantes da natureza que acham o cúmulo trazer o lixo que levam nos passeios ao ar livre. Jipeiros que acham o máximo destruir as pequenas e frágeis dunas formadas na Praia Grande. Nem tem como falar então de quem deliberadamente joga a latinha de cerveja e a bituca de cigarro pra fora do carro. Não tem como reclamar dessa moçada, nem todos, talhada na força do game que usa o skate pra destruir o patrimônio público da Praça Fábio Paracat. Já que a Praça das Águas está fechada para reformas.

Adote atitudes no seu dia a dia para diminuir esse impacto negativo, comece por você, por sua casa. Se valendo da afirmação que o planeta é sua casa; leve essas atitudes para o local de trabalho, pro seu bairro, sua cidade… Você trabalha oito horas por dia, em média, que é um terço do dia, use um terço desse tempo para repensar suas atitudes e achar meios de ajudar o meio ambiente. Não seja omisso.

Somos responsáveis pelo mundo que estamos deixando para as futuras gerações. Deixe de desculpinhas, enquanto você se mantiver nessa zona de conforto você está na contramão do processo de recuperação. Deixe de usar seu carro, algumas vezes, faça alguns percursos de bicicleta, mas até pra ir à padaria da esquina você vai de carro. Com a filosofia do “Tô Pagando!” Você está contribuindo com sua própria ruína.

Pessoas que invadem áreas de risco e de preservação permanente para especular, que entopem bueiros e que têm a mania de queimar seu lixo são as primeiras a reclamar de alagamentos, de falta de água, de sujeira nas ruas. É muita hipocrisia.

O discurso dos responsáveis por regulamentar as leis de defesa do meio ambiente é fajuto, esses órgãos são os primeiros na fila do descaso. O exemplo está no lixão às margens do igarapé Ai Grande, que tem gente que teima em chamar de aterro sanitário.

A Amazônia tem uma condição privilegiada por ser a maior bacia hidrográfica do planeta. Mas o pensamento da maior parte da população é de que esses recursos são ilimitados.

O sofrimento das nações pobres não sensibiliza as maiores potencias que para manter esse status são as que mais agridem o planeta.

Discursos só funcionam com atitudes: Oi, meu nome é Bach, fui um consumidor e um poluidor compulsivo, mas há 10 anos adotei a bicicleta e o transporte público para me locomover. Faço caminhadas, reduzi o consumo de produtos à base de polietileno e de combustíveis fósseis. Uso a água e energia racionalmente. Reutilizo matéria-prima e reciclo o máximo do que consumo. Fico muito feliz e satisfeito por compartilhar isso com vocês. Ufa que alívio!

*Artista plástico, cartunista, designer gráfico e [email protected]————————————Ensine aprendendo – Afonso Rodrigues de Oliveira*“A vida é uma escola onde são mestres as vivências”. (M. Taniguchi)Não há quem não tenha um momento de recordações, vez por outra. Mesmo que seja algo considerado sem importância. Desde que sejam boas recordações, todas são importantes, independentemente da importância que lhes damos, ou pensamos que damos. Todos nós tivemos um momento na vida, que vez por outra vem à tona na nossa cabeça. Importante é quando aprendemos a viver esses momentos de recordações sem nos deixar acabrunhar. O dito popular diz que só sente saudade quem foi feliz. Aproveite esses pequenos momentos de felicidade armazenada, para ser feliz. Nunca encare uma recordação, com tristeza. A saudade deve ser sempre salutar. Deve abrir sempre um sorriso e um sacudir de cabeça, alegres. Ensine isso para seus filhos. Aprenda com eles a importância de ser feliz. Eles estão vivendo, mesmo que em momentos e ações diferentes, as mesmas felicidades que você viveu na idade deles. Vivemos vidas e épocas diferentes. Não podemos limitar nossos filhos às nossas limitações. Aprenda com eles como viver os momentos atuais e os ensine a vivê-los com racionalidade. E nunca tente evitar que eles os vivam.

O que mais afasta os filhos dos pais, atualmente, são os pais que afastam os filhos. Pais que querem que os filhos aprendam com eles e não querem aprender com os filhos. Sem arenga, cara. E se possível, sem cedência. A convivência e o relacionamento são os instrumentos mais eficazes para os entendimentos. E só aprendemos quando nos entendemos. E a confiança é o esteio do relacionamento. Converse com seus filhos. Mas converse, não tente dirigir os pensamentos deles. Como é que você vai querer saber o que se passa na cabeça deles se você quer que eles pensem com sua cabeça? Mas não limite seu campo de aprendizado a seus filhos. Estenda-o ao seu círculo de amizades. Esteja sempre pronto para aprender. E comece por não falar de mais. Sabiamente aprendemos mais com o que ouvimos do que com o que falamos.

Capte e aproveite o que ouve, mesmo que tenha que peneirar depois. Mas se tiver que fazer isso, faça-o depois. Nunca critique nem discorde da pessoa com quem você conversa. Quando criticamos e discordamos é porque não estamos sendo capaz de entender. Quando entendemos aprendemos na garimpagem do que ouvimos. E nessa interação o interlocutor está aprendendo conosco. São momentos simples que vêm posteriormente como recordação, quando nos lembramos de alguém que fora atencioso conosco. Pense nisso.

*[email protected]          9121-1460——————————–

ESPAÇO DO LEITOR ÁGUAMoradores de Rorainópolis enviaram a seguinte reclamação: “Após passarmos por problemas em relação ao abastecimento de água, agora a água fornecida pela Caer está simplesmente sendo colocada para a população sem nenhum tratamento. Durante esta semana começamos a notar uma coloração diferente, inclusive manchando até as roupas que são lavadas. É uma falta de respeito com a população: uma hora falta e, quando tentam normalizar o abastecimento, ocorre este problema”, comentou um morador.ASSALTOA aposentada Raimunda Torres cobra que os órgãos de segurança realizem fiscalização ostensiva na cidade, intensificando a abordagem a menores que estão assaltando as pessoas que fazem na praça Ayrton Senna. “A tática de quem age geralmente em dupla e de bicicleta é a seguinte: se aproximam de forma rápida e já anunciam o assalto colocando em pânico as pessoas que ali transitam ou fazem alguma atividade física. Com a inauguração recente desta praça, poderiam ter destinado um boxe para a Guarda Municipal”, disse, se referindo à Praça Fábio Paracat.CULTURASobre a matéria relatando o abandono da Casa da Cultura, o leitor Jamil Vargas comentou: “É com tristeza que a classe artística observa as condições em que se encontra um dos maiores patrimônios históricos e culturais de Roraima, servindo literalmente de deposito de lixo e entulho. A obra de restauração já foi anunciada, inclusive em outras gestões. A cada dia o prédio sofre a ação do tempo e atualmente serve apenas para acúmulo de lixo. Enfim, é o reflexo da valorização da cultura local”.SAÚDEMoradores de Santa Maria do Boiaçu, no Baixo Rio Branco, enviaram o seguinte e-mail: “Gostaríamos de denunciar que o posto de saúde que atende a população ribeirinha está com deficiência de profissionais. Quando a população se desloca das vilas mais distantes, não consegue atendimento de imediato em razão da falta de enfermeiros e auxiliares de saúde”.