Opinião

Opiniao 06 11 2014 246

Gasolina, aumento, república… – Robert Dagon* Passado o período eleitoral, ouvimos “sinceros” convites de união em torno do novo mandato, em nível federal. Não fosse a afirmação um tanto firme, um tanto rígida, um tanto truculenta de uma dirigente da Petrobrás, de que gasolina se aumenta e não se avisa, poderíamos antecipar o Natal e acreditar em Papai Noel. Aliás, pela margem de erro de um “certo” instituto de pesquisa, já podemos estar em pleno Ano Novo. Entretanto, o que se esconde por trás de afirmações como essa é o fato de que, após doze anos de governo de gatos e ratos (mais de ratos), é que o feitiço se voltou contra o feiticeiro, o aprendizado é retratado nos métodos e atos não muito escrupulosos, impudores, de quem diz que ganhou o governo para mudar o Brasil: nada mais pífio. Esquece-se a mencionada “dirigente” que estamos tratando da coisa pública, em um Estado que se afirma República, fruto de consulta popular, referendada, por conseguinte, pelo Povo Brasileiro. Estivesse a citada falando de atos e fatos domésticos, este texto não se faria necessário, far-se-ia desprezível, desnecessário, inoportuno. A coisa pública é tratada, de Norte a Sul e de Leste a Oeste, como coisa privada, conquista de um só homem ou mulher, de um grupo, de um partido, sem construtores, sem plantadores de alimentos, sem povo, enfim. Como no célebre escrito de Bertold Brecht: “Alexandre conquistou a Macedônia, … sozinho, sem um cozinheiro com ele?”. Fácil entender por que se expande a privatização do Estado, com as terceirizações, com o aumento de cargos comissionados, com as gratificações, com pagamentos avulsos a profissionais especializados e cientistas nas Universidades, com as indicações políticas em Instituições públicas, com as eleições de mandatos alugados (pré-pagos), com a divisão de cargos públicos entre os “aliados”, com a ausência de planejamento de longo prazo para as áreas de educação, segurança, saúde. Fácil entender que, em nome da governabilidade (não mais que isso) poderemos ver passarem-se anos e talvez um século e tudo que restará será, mais que a decepção, uma herança difícil de ser superada, com a vitória da ignorância, este “ser“ silencioso, mordaz, covarde, traiçoeiro, virulento, mentiroso, voraz. Enfim, prepara-se, talvez não tão inconscientemente, o terreno para a volta dos inimigos do Povo, os já não muito disfarçados Redentores de 1964. Como dizia o poeta Taiguara: Quem não soube a sombra, não sabe a luz”. *Bancário (95)-99129-8268    [email protected] ————————————————- Trezentos – Selma Mulinari* Em tempos de eleição valem algumas reflexões depois que a poeira baixa e a campanha chega ao fim. Trabalhar em uma campanha política não é fácil, ao contrário, é difícil demais por se lidar com pessoas, mais precisamente, com sua excelência o eleitor, que nesse período vira celebridade. Comparações à parte, o que quero ressaltar é que todos viram estrela. Em tempo de campanha também surgem algumas lendas chamadas de “lideranças”, que com uma facilidade impressionante dizem ter cem, duzentos, trezentos votos. Afirmam com a maior naturalidade do mundo, como se isso fosse um feito de extraordinária banalidade. Considero voto uma coisa extremamente difícil de conquistar e mais difícil ainda de manter. Por isso tenho uma grande tendência a me agastar com as estórias dessas pessoas que aparecem dizendo ter o domínio de cem, duzentos, trezentos votos. Não que eu particularmente ache que não se deva confiar nas pessoas, o que não costumo é dar credibilidade aos atravessadores, afinal, num Estado como o nosso, onde as esferas do poder são tão próximas, para que o povo precisa de atravessador. Num processo eleitoral onde a mídia fez a diferença por que o eleitor precisa de alguém que vá até o candidato e faça um acordo em seu nome. Críticas à parte eu gostaria de falar de outras pessoas, de outro tipo de eleitor, queria falar dos trezentos Corações Azuis. Trezentas pessoas, guerreiras, que resolveram exercer a sua cidadania de verdade e partiram para a guerra. Uma guerra de pensamentos, ideias e escolhas, mas, uma guerra. Essas pessoas foram voluntárias e trabalharam fazendo visitas e depois fiscalizando o processo eleitoral. Essas pessoas se doaram e fizeram campanha demonstrando o seu pensamento e traduzindo para outros eleitores que visitaram a sua preferência em relação ao processo eleitoral. Essas pessoas que são cidadãos comuns como eu, como você, não se omitiram, não se intimidaram, vestiram a camisa azul e caíram nas ruas. Convenceram e arrebanharam mais voluntários, fazendo valer a sua cidadania. Num processo onde a compra de votos parecia ser o diferencial, o esforço de grupos como o Coração Azul e outros que a eles se juntaram fez valer o sonho do povo e fez a diferença. O esforço de pessoas como os que formaram o Coração Azul nos faz refletir que nem tudo está perdido e que a nossa sociedade ainda tem jeito. Que ainda há uma esperança e uma luz no final do túnel. Que tudo que fazemos com o coração, fazemos bem feito. Que um sonho quando é sonhado por muitos, se torna realidade! *Mestra em História Social [email protected] ————————————————– Faça o melhor – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Se um homem é capaz de escrever um livro melhor, pregar um sermão melhor, ou construir uma ratoeira melhor que a do seu vizinho, mesmo que ele faça sua casa no meio da floresta, o mundo abrirá caminho até chegar à sua porta”. (Emerson) O importante nem sempre é o que você faz, mas como você faz. Isso facilita sua decisão quanto a mudar de emprego. Nem sempre o quanto você ganha no que faz, satisfaz tanto. Aí você fica na ilusão de estar perdendo, se trocar o que faz pelo que deve fazer, por achar que o que faz é mais importante. Pense bem, sua importância está mais em como você faz o que faz. Swami Vivecananda já disse: “Não se mede o valor de um homem pela tarefa que ele executa e sim pela maneira de ele executá-la”. É simples pra dedéu. Quando não nos julgamos inferiores somos capazes de atingir a superioridade. Nunca se julgue inferior a ninguém. É assim que não necessitamos disputar. Não disputa, apenas faça o melhor diante do seu adversário. Ele é apenas seu adversário e não seu inimigo. Nunca se julgue incapaz. Vá em frente e você alcançará o que quer. Desde que, claro, você saiba realmente o que você quer. Você não é superior pela superioridade do trabalho que você faz, nem da função que você ocupa. Sua superioridade está em você. E isso se reflete na maneira como você executa seu trabalho. Nos meus, trinta anos de trabalho na indústria paulista, tive inúmeros exemplos de como a coisa funciona. Já falei aqui, pra você, daquele faxineiro que foi indicado, pelo diretor da empresa, para uma função mais elevada. E o motivo da indicação foi a observação do diretor, sobre o trabalho eficiente do faxineiro. E este nunca soube, nem imaginaria, que foi indicado para a nova função, pelo diretor da empresa. E a empresa é uma das grandes empresas da indústria paulista. Nunca se sinta inferiorizado pela condição inferior do trabalho que você executa. Lembre-se, sempre, de que o importante não é seu trabalho, mas você. Pense nisso sempre que estiver insatisfeito com o trabalho que executa. Só você pode decidir pelo seu futuro. Se não se sentir bem, mude de emprego. Mesmo que o segundo emprego não lhe pareça tão importante. Porque se você continuar fazendo o que faz da maneira que faz, porque é mais bem remunerado, você estará prejudicando sua equipe. Você não estará sendo suficientemente eficaz. Valorize-se na disputa e você não precisará disputar. Apenas estará fazendo o que deve ser feito, como deve ser feito. E se você achar que isso é papo furado, cuidado, você pode estar pisando na bola. E quem pisa na bola geralmente cai. Pense nisso. *Articulista [email protected]     9121-1460   ————————————————— ESPAÇO DO LEITOR TRANSFERÊNCIA Sobre a transferência de reeducandos para o antigo prédio do Centro Socioeducativo, no bairro Asa Branca, o internauta Mendes comentou: “Sou morador do bairro e vejo um verdadeiro retrocesso no progresso do nosso Estado. Ninguém está julgando essas pessoas, que pagam pelos seus erros. Só queremos ser respeitados. (…) A comunidade não merece esse retrocesso e essa imensa falta de respeito por parte dos gestores públicos, que tomam decisões sem consultar os principais interessados no assunto”, opinou. LIMPEZA 1 Sobre a possível paralisação dos serviços de limpeza nos hospitais estaduais, a leitora Alcione Alexandre Freitas comentou: “Independente de quem está no poder, é dever do Governo do Estado pagar seus compromissos e direito da empresa em cobrar pelos serviços prestados”. LIMPEZA 2 Para Carlos Calheiros, é importante a manifestação de um empresário sobre o descaso do governo com o bem público. “Ao declarar situação de emergência na saúde, o governador Chico Rodrigues anunciou um rombo de R$270 milhões. Porém, até agora não foram elencados os gestores responsáveis. Não foi informado à sociedade se os materiais de todas essas notas foram entregues ou se os serviços foram prestados. Estamos diante de uma calamidade pública. Auditoria federal na aplicação do SUS já”, pediu. LIMPEZA 3 “Sempre estou acompanhando as denúncias de falta de gestão em relação à saúde. Entretanto, é necessário afirmar que todos os projetos básicos sobre a prestação de serviços na área de saúde já tem erros na sua origem, ou seja, na sua formatação. É necessário que o próximo governo foque na independência financeira de algumas instituições de saúde pública, principalmente em atendimentos médicos e ambulatoriais. A falta de gestão em saúde pública que vem ocorrendo nos últimos oito anos mostra o atraso sofrido por Roraima em relação aos outros estados do Norte”, comentou o internauta Marley. SERVIÇOS A leitora Vanderlúcia, moradora do bairro Tancredo Neves, reclamou de uma empresa que cuida do saneamento e recapeamento das ruas. “Os funcionários são arrogantes. Por conta das grosserias, eles têm quebrado vasos e calçadas, sem ao menos nos dar explicações”, reclamou.