Opinião

Opiniao 07 01 2016 1896

Educação neste fabuloso mundo digital – Ronaldo Mota* A maior empresa de taxi do planeta, Uber, não tem nenhum carro na frota. O Facebook, grande provedor de conteúdo, não produz nenhuma informação. O maior ofertante de acomodações do planeta, Airbnb, não dispõe de quarto de hotel. A gigantesca rede varejista Alibaba não tem nada no estoque. As maiores agências de notícias não têm nenhum jornal. Mesmo assim, mentes ingênuas imaginam que educação passará ilesa por esta revolução e aceitamos, iludidos, que as transformações nesta área serão passageiras e superficiais. Ledo engano: as mudanças na educação e nas instituições educacionais serão rápidas, profundas e drásticas.

O comércio eletrônico é uma realidade em todos os países, mas particularmente interessante observar a China, epicentro desta revolução. As impressionantes vendas online chinesas, da ordem de US$ 620 bilhões por ano, já são superiores à soma das respectivas vendas americanas (US$ 380 bilhões) e europeias (US$ 228 bilhões). A China representa um potencial ativo de compras online, especialmente via celulares, provenientes de mais de meio bilhão de entusiasmados usuários. Estamos falando de produtos e serviços, muito além de equipamentos e incluindo, cada vez mais, desde alimentos a conteúdos educacionais.

As universidades mudaram muito pouco nas últimas décadas, seja na China ou no Brasil, mas as tendências são claras, tanto em termos de missões como de produtos e serviços ofertados. O processo ensino-aprendizagem permanece, e assim será sempre, o núcleo central da missão universitária, mas os educandos e os educadores já não serão os mesmos, bem como seus entornos. A revolução digital não é meia revolução. Ela é arrasadora e, ainda que chegue mais tarde em alguns setores, não quer dizer que chegará mais suave.

Há uma função cartorial da universidade de atestar conhecimentos e competências que, curiosamente, deverá não só permanecer como ser significativamente ampliada. Hoje, as instituições educacionais praticamente só certificam seus próprios alunos, sobreviventes de maratonas de salas de aulas, presenciais ou virtuais, e de provas espalhadas ao longo do tempo, em geral na escala de muitos anos. No futuro breve, as oportunidades de obter uma certificação, seja de disciplinas, cursos ou mesmo de profissões passarão a ser, opcionalmente para o estudante, questão de dias, o que não implica em ser mais fácil. O valor do título será proporcional ao nível de exigência, associado à marca de quem o confere, ou seja, fruto do reconhecimento social da instituição que assina o atestado.

Interessante observar que a credibilidade da marca será cada vez menos fruto do investimento em campanhas publicitárias tradicionais, mas o resultado líquido da indicação e reconhecimento coletivo dos usuários, diretos e indiretos, deste processo de certificação. Espaço este no qual as opiniões de amigos e conhecidos nas redes sociais têm papel crucial e definitivo.

Enfim, neste universo digital de docentes assemelhados a designers educacionais e de estudantes permanentes ao longo da vida, as escolas serão basicamente provedoras de conteúdos educacionais múltiplos. E porque o fazem com qualidade, resultado da capacidade de suas equipes, se legitimam para os processos de certificação de competências, tenham tais conhecimentos associados sido adquiridos dentro ou fora da instituição.

*Reitor da Universidade Estácio de Sá e diretor executivo de Educação a Distância da Estácio

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A maior prioridade é a água – Vera Sábio*

Envolvidos com novas praças, com belezas estruturais de várias maneiras no Estado, com investimento de R$700 milhões pelo ministro dos Transportes, conforme anunciado em sua visita a Roraima, enfim com tanta beleza que encanta os olhos, mas não aquece o coração.

Não aquece o coração quando pensamos na maior riqueza que possuímos cada dia em menor quantidade e qualidade; e que ainda muitos não acordaram para urgência de preservar, limpar, conservar e cuidar do nosso maravilhoso rio. Ninguém vive de concreto e ninguém sobrevive sem água.

Portanto, fechem as torneiras, consertem os canos rachados, reutilizem águas de lavagens e outras que possam ser reaproveitadas. Acreditem não só em regiões nordestinas e em São Paulo que ficou sem água, já não temos mais a fartura que tivemos. Nosso rio sente a dor da seca, nos deixando preocupados com um futuro incerto.

Quantas águas são desperdiçadas em construções que podem esperar a época das cheias para serem concluídas? Há animais morrendo de sede e águas regando plantinhas que deviam aguardar o tempo das chuvas para ficarem bonitas.

Há bairros que faltam água nas torneiras para as emergências do lar, enquanto pessoas lavam calçadas, carros e deixam chuveiros abertos em banhos longos demais. Enquanto existem vazamentos diversos sem grandes preocupações, falta maiores esclarecimentos a respeito de que tudo que se esbanja hoje, não teremos amanhã.

E qual está sendo nosso papel nessa conscientização? O que estamos fazendo para que consigamos diminuir o gasto de água diante tamanha seca?

Cuide de si, para cuidar dos outros. Comece por fechar as torneiras, reaproveitar a água, acabar com os vazamentos, diminuir o tempo no banho, as lavagens de calçadas e carros, as reformas e construções desnecessárias neste período de seca, como também, reduza o tamanho do seu jardim.

Com seu exemplo, converse com amigos e familiares a respeito, e denuncie aqueles que não possuírem esta conscientização. Analise quem servirá para nos representar na política. Dê o primeiro passo a favor da água, da natureza e da vida em harmonia, sem desmatamento, esbanjamento, envenenamentos e ambições doentias.

Cada um poderá colocar uma gotinha nesta fogueira, fazendo com que renasça um futuro onde a seca não existirá, com a preocupação e a morte que existe agora.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/[email protected].: 991687731

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E lá vamos nós – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Tudo está em transformação, e portanto, nada jamais morre. Assim como na vida, também além da morte você continua se transformando”, (Deepack Chopra)

Você costuma prestar atenção às coisas à sua volta? Ou é dos que ficam o dia todo fixados ao celular? Fiquei pensando nisso ontem pela manhã, refletindo sobre o tempo em que ainda não existia telefone. E mesmo depois que ele surgiu, a dificuldade para usá-lo era terrível. Se a ligação fose para fora do seu Estado, ou mesmo para um interior, você teria que depender da telefonista. Era assim: você pegava o telefone, ligava para a empresa de telefonia, falava com a telefonista e pedia para ela fazer sua ligação. Aí você ficava um tempão esperando que ela conseguisse a ligação e chamasse você para atender. Era ridículo. Mas não parecia ridículo na época. Ao contrário, ficávamos orgulhosos por poder usar um dos maiores inventos da ciência moderna.

A televisão entrou no Brasil no inicio da década dos cinquantas. Foi uma euforia imensa. As primeiras imagens eram em preto e branco e quase indistinguíveis. A televisão em cores só surgiu na década dos setentas. Foram vinte anos de espera por uma melhora. Mas o que melhorou? Muita coisa. Mas ainda temos muito para melhorar, não só na tecnologia do aparelho delevisor. É bem verdade que o Barão de Itararé fisse isso ainda quanto a televisão era em preto e branco: “A televisão foi a maior invenção da ciência, para a imbecililzação do ser humano”. É caro que ele foi cruel, mas, quando assistimos a certos programas aplaudimos o Barão.

Em todas as áreas do desenvolvimento intelectual há falhas que devem ser considedradas, mas respeitadas, porque sabemos que estamos em evolução. Mas não é por isso que devemos nos acomodar e aceitar os desmandos. A evolução racional está numa aceleração que não tem por que ficar à mercer de futilidades e irresponsabilidades administrativas. Por exemplo, temos a fala do Chico Anísio, tida como cômica, mas que na verdade é o retrato da nossa acomodação: “O material escolar mais barato que há no comércio é o professor”. Eu assino embaixo, Chico. Ainda não amadurecemos. Ainda não nos tocamos que somos um país com todos os recursos para ser um país de primeiro mundo, com recursos suficientes em todas as áreas do desenvolvimento humano. Mas em vez de subirmos a escada estamos descendo os degraus que nos levam ao fundo do poço. Ainda não desenvolvemos nosso intelecto para entender as palavras do médico Migual Couto: “No Brasil só há um problema nacional: a educação do povo”. E esta está falida em todas as áreas. Pense nisso.

*[email protected] 99121-1460

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ESPAÇO DO LEITOR

BURACOSLeitor que enviou e-mail reclama da situação das ruas da Capital que receberam obras de ampliação de esgoto. “Essas ruas, em sua maioria, estão esburacadas e a poeira tomando conta da cidade. Com a chegada do inverno, como vai ser com tantos buracos e muita lama? Parece que só eu consigo enxergar isso e ninguém vê, ninguém reclama. Fica aqui o meu desabafo e indignação. Resido no bairro Alvorada, inclusive, a minha rua não foi contemplada com essa rede de esgoto”, comentou.

ESTATUTOProfessor Adalberto da Silva Santos comentou que o Estatuto da Pessoa com Deficiência deveria ser melhor formulado, ouvindo outras pessoas, e não apenas os membros do Conselho Estadual de Direito da Pessoa com Deficiência. “Existem ali alguns números incorretos, como por exemplo: no Brasil são 40 milhões de Pessoas com Deficiências, e não 50 milhões; em Roraima essas pouco mais de 100 mil pessoas representam uma população com deficiência em torno de 21,23% da população em um Estado com apenas 520 mil habitantes. E muito mais…”, escreveu o leitor, que é o coordenador do Movimento Nacional de Lutas por Direitos da Pessoa com Deficiência.

GUARDALeitor que pediu anonimato enviou o seguinte e-mail: “A Prefeitura simplesmente não tem data para empossar os 80 pais de família que foram obrigados a pedir demissão dos empregos para fazer o curso de formação da Guarda Civil Municipal. Os mesmos estão aguardando a posse, que não tem data e nem saiu a homologação ainda. Só dizem que farão de tudo para chamar o mais rápido possível. Que falta de respeito. Os alunos estão angustiados com a falta de respostas concretas e com a falta de previsão. O que a prefeitura fala a respeito? Nada, só mostra que está tudo bem. Enquanto isso, a escala da GCM está totalmente defasada”.