Opinião

Opiniao 07 04 2017 3882

Informação e verdade – Célio Pezza*É estranha a forma como tratamos a divulgação de uma informação. Uma determinada informação pode mudar o que falaram. Foram absurdos que não poderiam ficar escondidos do povo brasileiro os rumos de certas decisões, mas, mantidas em segredo, nada acontece.

Homens públicos e empresas não podem ter segredos que afetem o povo e os rumos do país. O mesmo acontece com os casos de delações premiadas, em que políticos e empresários aparecem diariamente em casos de corrupção assombrosa e os advogados sempre questionam a divulgação da informação e não o seu conteúdo. Se alguém corrompeu e roubou, deve ser punido e o povo tem todo o direito de saber a verdade.

Agora, vemos o escândalo da carne no Brasil, e volta à tona esse velho questionamento. A Polícia Federal divulgou a corrupção no setor e a porcaria que determinadas empresas e fiscais fizeram com a saúde pública, mas o governo tenta minimizar o problema, dizendo que foi muito pequeno e não precisava desse alarde todo, que fez com que o Brasil perdesse divisas com exportações.

Novamente vem o questionamento de que a informação não deveria ser alardeada como foi e quer passar a imagem de que a perda das divisas foi pela divulgação da informação e não pela canalhice dos fiscais e empresários. Punam exemplarmente os culpados, peçam desculpas ao povo brasileiro pela imundície que fizeram, adotem outros padrões de conduta e, aí sim, teremos uma posição correta.

Não tentem esconder o sol com uma peneira, minimizar os danos e tornar como “vilão” a divulgação da notícia. Foi a notícia que causou estragos ao país ou a veracidade das barbaridades que fizeram? Temos todo o direito de buscar a verdade e o dever de divulgá-la. Se ninguém souber dos roubos e crimes contra a sociedade, eles nunca acabarão.

Parabéns a Policia Federal, ao Ministério Público e à Imprensa, que adotaram essa política de ir à fundo na sujeira e mostrá-la ao povo brasileiro. Lava Jato já é um marco na História do Brasil como o princípio do resgate dos valores morais no país.

Vamos acabar com essa história de segredos de justiça ou tentar acobertar a lama jogando-a para baixo do tapete para que ninguém a veja. O brasileiro já sentiu o gosto amargo da corrupção e das mentiras e agora chegou a hora de sentirmos o gosto doce das verdades e da justiça. Que venha sempre a verdade para todos, custe o que custar.*Colunista, escritor e autor de diversos livros, entre eles: As Sete Portas, Ariane, A Palavra Perdida e o seu mais recente A Tumba do Apóstolo.

Democracia Direta Já! -Alexandre Roberto Andrade Cavalcante*Em um texto publicado no Jornal Folha de Boa Vista para os dias 1° e 2 de Abril de 2017, o Defensor Público Jaime Brasil Filho falou em seu texto com o título “Qual será o nosso grito?” que os problemas que a sociedade brasileira e roraimense enfrenta decorre da acomodação das pessoas frente a situação política. Mas antes de falar em acomodação, o autor deveria partir da premissa de que no Brasil e em Roraima não se construiu bases sólidas para a implantação de uma Democracia Direta.

No mundo só existem três formas de Democracia: a representativa, a direta e a semidireta. A representativa (modelo que está em crise no Brasil) funciona quando as pessoas depositam suas responsabilidades políticas nas mãos de outras pessoas que acreditam na mesma opinião ou são do mesmo grupo ou classe; a direta é constituída por um pensamento onde os indivíduos e indivíduas não delegam suas responsabilidades políticas a outros e outras. O pensamento político de uma sociedade que adota a Democracia Direta como forma de poder é criado nas estruturas de base da democracia como associações de bairro, sindicatos, assembleias e reuniões populares. E a semidireta que é a união das ideias da representativa e da direta.

Faz-se necessário estimular cada vez mais as pessoas a optarem pela Democracia Direta. Através dela, a solidariedade entre as pessoas tende a ser mais presente, criando assim, outro grau de consciência política.

Por conta dessa falta de participação direta na política, a população brasileira carrega um fardo histórico de se deixar dominar pela classe dominante. Muito se crer na democracia como uma forma de governo da população, mas nela não só a governança deve ser exercida pela população, como o poder precisa ser transferido das mãos do Estado para a população.

Em seu livro “Os Anjos Bons da Nossa Natureza”, o psicólogo canadense Steven Pinker afirma que estamos vivendo o tempo menos violenta da história da humanidade. Apesar de ainda continuarmos vendo muita violência no cotidiano, o grau de liberdade das pessoas está aumentando e isso ajuda no combate ao aumento da violência. Por exemplo, liberdade de voto das mulheres, a abolição da escravatura, fim da jornada de trabalho para crianças e por ai vai. Essas conquistas não se deram de maneira “gratuita”. Muito pelo contrário, muito sangue derramado e muitas lutas foram pré-requisitos para o gozo desses direitos. É só com a participação direta da sociedade na política que iremos gradativamente acabar com as mazelas sociais que tanto nos assombra. Democracia Direta já!*Sociólogo

Excelência na gestão é essencial ao setor de Saúde – Enrico De Vettori*O ano de 2017 prossegue, enquanto o setor de prestação de serviços de saúde, especialmente no ramo hospitalar, se vê, mais uma vez, atado em antigas discussões. Destacam-se, nesse contexto, algumas questões. Como garantir a sustentabilidade e a qualidade na oferta de atendimento atuando cada vez mais pressionado pela alta dos custos? O que fazer para lidar com o achatamento das receitas diante da grave crise econômica pela qual passa o Brasil? Como fica a tensão imposta pela necessidade de se atender um número geralmente crescente de pessoas que buscam não depender dos serviços públicos? E de que maneira é possível responder ao desafio de acompanhar a frenética evolução tecnológica, que traz impactos significativos sobre os investimentos, por um lado, e sobre as expectativas de resultados e de qualidade de atendimento exigidos pelas pessoas que contratam esses serviços, por outro?

A primeira resposta que sugerimos é: fazer investimentos em uma gestão de excelência. Eis, portanto, o grande segredo de sucesso em um mercado ultra competitivo, com a grande parte de seus serviços sendo regulados e que dispõe de uma margem financeira muito restrita para garantir resultados econômicos positivos aos seus investidores e empresários.

Como é notória, grande parcela dos prestadores de serviços hospitalares no Brasil ainda está longe de contar com estruturas maduras de gestão empresarial. Em geral, nossos hospitais estão sujeitos a graves problemas que afetam sua saúde financeira: como a cultura do desperdício; a prática de fraudes e desvios; a ineficiência administrativa de recursos físicos e monetários; a exposição a condições ineficientes de gerenciamento de infecções hospitalares; a má gestão das compras; e a falta de eficiência no gerenciamento de recebíveis e outras contas, entre diversos fatores complicadores.

Diante de um cenário tão pouco adequado como o descrito, o repasse aos preços da alta sistemática e exponencial de custos acaba sendo uma medida inevitável. No entanto, essa espiral de reajustes repassados ao cliente certamente está encontrando um teto.

Na área de saúde, o Brasil e os brasileiros continuam e continuarão sendo ávidos pela prestação de serviços de excelência, já que nosso sistema público de atendimento universal está distante de ser capaz de dar conta da demanda gigantesca que existe, com a qualidade esperada. Há, portanto, um vasto espaço para o crescimento da oferta de serviços privados no setor.*Sócio-líder da Deloitte Brasil para atendimento às empresas dos segmentos de Life Sciences e Health Care

Que rei sou eu – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Nossa maior glória não reside na ausência de fracasso, mas no fato de nos erguermos sempre que fracassamos”. (Confúcio)Mesmo você não aceitando, porque não acredita, todos nós temos um deus dentro de nós. A verdade é que muitas vezes desconfiamos disso. Geralmente é quando as coisas acontecem quando não acreditávamos que acontecessem. O que é muito comum no dia a dia. Você é que não presta atenção. Pelo que vi ontem, você perde mais tempo com coisas que não merecem seu tempo, do que com o que lhe interessa.

Normalmente passamos o dia bicudo sem nem mesmo saber o que está nos aborrecendo. Pare um pouco. Respire, pense e descubra o que está acontecendo. Naturalmente, seus aborrecimentos vêm de dentro de você. É você que está aborrecendo você mesmo. E como não tem conhecimento disso, fica botando a culpa em quem você nem mesmo sabe quem é. Relaxa cara. Quando as coisas não dão certo com você, é porque você está falhando em algum ponto. Procure ver onde e no que está falhando.

Nunca perca tempo com os erros cometidos, porque isso, por si só, já é outro grande erro. Aprenda com seus erros em vez de se aborrecer com eles. Eles são um indicador de que você tem que aprender a acertar.

É acertando que não erramos. Não perca seu tempo remoendo arengas; aborrecendo-se com quem foi grosseiro com você. Se seu chefe é um cara-de-pau, procure outro emprego. Mas não se aborreça com ele. Ele é o que é e você não pode mudá-lo. Sabendo disso, se você continuar querendo enfrentá-lo estará se igualando a ele. Está naquela de, dize-me com quem andas e te direi quem és. E o pior, se nivelando por baixo, já que você acha que ele é inferior a você. Procure outro emprego onde haja um líder em vez de um chefe. Com certeza você se dará melhor num ambiente que condiga com você. Mas, cuidado para não se precipitar. Às vezes não queremos o que temos, porque não sabemos o que queremos.

O importante é que você saiba o que realmente você quer. Uma vez decidido, vá em frente. Ninguém poderá impedi-lo, se você estiver realmente determinado. Uma vez determinado, faça sempre o melhor que puder fazer no que faz, não importando o que faz. Nunca considere seu trabalho, seja qual for, uma insignificância. Lembre-se das palavras do Michelangelo: “As insignificâncias causam a perfeição. E a perfeição não é uma insignificância”. Pense grande, faça grande e você será grande. “Somos o que pensamos”. E você nunca vai ver um pobre pensando como rico, nem um rico pensando como pobre. Valorize-se no que você faz, faça o que você pensa e a recompensa virá como resultado dos pensamentos. Pense nisso.*[email protected]