O papel do empreendedor imobiliário – Erasmo Sabino*O mercado imobiliário, no qual Boa Vista, com crescimento cada vez mais acelerado, tem exercido um papel relevante para a economia roraimense, não foge aos padrões do que se faz pelo Brasil afora. As regras são as mesmas e os mecanismos de execução se repetem: lança-se um loteamento, as pessoas compram, umas como investimento, outras pelas simples necessidade de construírem um teto. Por isso, o papel do empreendedor imobiliário vai além da compra e venda de imóveis. Nas sociedades modernas é preciso levar em conta também as carências sociais.
Boa Vista tem uma topografia plana, sem declives, que contribui para um sério problema que ocorre todos os anos. Assim que começam as chuvas a cidade passa a conviver com alagamentos. Decorrência justamente da falta de um plano inclinado para que ocorra o escoamento das águas pluviais em direção aos rios Cauamé e Branco, os maiores caudais que cercam o perímetro urbano, levadas principalmente por igarapés que cortam os bairros da capital.
Diante desse cenário, que sempre levo em conta quando projeto um loteamento, a primeira preocupação é justamente a de evitar que se repitam erros do passado, quando empreendimentos mal planejados, muitos deles ilegais, pois são originários de invasões criminosas, não anteviram a necessidade de as águas terem que escapar para algum lugar mais baixo, no caso os igarapés e os rios. Assim, basta uma intempérie mais forte, mais prolongada, e o que se vê são alagamentos em ruas, praças e avenidas, quando não em bairros inteiros.
As áreas que mais sofrem são, entretanto, aquelas que não dispõem de urbanização adequada, ausente em certos casos por uma série de razões, a maior delas, sem dúvida, atrelada à falta de recursos públicos para obras de canalização e drenagem. Esse cenário é muito comum, por exemplo, em bairros periféricos nascidos de loteamentos que não mereceram a devida atenção para esses fatores. Então, milhares de famílias são obrigadas a esperar a ajuda de ações do Município para poder enfrentar o período invernoso.
Estamos entrando na estação das águas e bastaram alguns dias, mesmo sem qualquer tempestade, apenas a chamada chuva mansa, para que a cidade, nas áreas mais carentes, viva, mais uma vez, os mesmos problemas que se repetem há tantos anos. Por isso, deixo aqui minha indignação: não há como um empresário consciente e responsável fugir de suas obrigações sociais com a comunidade em que vive. Elas vão muito além da satisfação de ouvir o tilintar do lucro na boca do caixa.
*Empresário—————————————O impeachment e a dívida – Jaime Brasil Filho*Ainda nos anos 1970, tive a sensação de que vivíamos em um país que tinha um povo pobre, mas cercado de uma natureza riquíssima. Agora, passados 40 anos, a percepção geral é continuamos a ter um povo pobre, só que cercado por uma natureza destruída.
De que adiantou tanto “desenvolvimento”, a quem serviu a extração de tanta madeira, tanto minério? Depois de tantos rios destruídos por represas e contaminações, de tantas lagoas soterradas e entulhadas, quem saiu ganhando?
E, neste momento, em que todos os estudos apontam para a estagnação ambiental do planeta, quando os maiores especialistas alertam para a possibilidade do colapso da biosfera, isto é, da vida no planeta terra, a nossa inclusive, o que fazem os capitalistas e os políticos que nos representam? Trabalham para terem mais direitos à destruição, à contaminação, à poluição e ao desperdício.
Na Amazônia ainda há algo a se preservar, o restante dos biomas brasileiros estão todos comprometidos. O povo continua pobre tanto lá como aqui. O país depois de 500 anos de destruição ambiental continua periférico dentro do sistema econômico mundial. E ainda há gente que diz que a Amazônia é subdesenvolvida porque não explora os seus recursos naturais. E desde quando a exploração do patrimônio natural enriqueceu um povo, uma nação? Sinceramente…
Para Roraima temos políticos querendo acabar com o Rio Branco com uma hidrelétrica desnecessária e improdutiva, e outros que querem acabar com o nosso Rio destruindo as suas nascentes, aprovando leis que permitem mineração em áreas indígenas.
Há os que querem acabar com as florestas para plantar capim, outros para retirar madeira, outros querem acabar com o lavrado para plantar soja para alimentar os porcos da Ásia, outros, arroz tão contaminado de agrotóxicos que os passarinhos vão comê-lo e morrem. Há os que prejudicam o Lavrado com as inúteis e nocivas acácias mangium.
O problema ambiental é complexo, tem a ver com o nosso subdesenvolvimento que até hoje nos obriga a exportar apenas matérias-primas porque não temos investimento em educação, ciência e tecnologias próprias. Tem a ver com a lógica capitalista do crescimento infinito do PIB em um mundo de recursos naturais finito. Tem a ver com os pilares do próprio capitalismo, em que o lucro e a cumulação de riquezas são os maiores objetivos. Mas, o que é a riqueza senão algo de sai da natureza e é produzida pelo trabalho humano coletivo. E que mundo é este que permite `as pessoas acumularem o que nunca lhes pertenceu?
Algum leitor pode falar: esse assunto não é importante. O impeachment é importante. Já chego lá. É que os dois assuntos caminham juntos.
A corrupção não é a causa dos nossos problemas, é a consequência deles. Claro que a corrupção é responsável pela ausência do Estado onde ele deveria estar: saúde, educação, segurança etc. É claro que a corrupção deve ser combatida exemplarmente. Mas, toda corrupção brasileira não se apropria nem de 10% do que os verdadeiros culpados pelas nossas desgraças abocanham anualmente. Esses, sim, são os culpados: banqueiros e especuladores financeiros.
O nosso problema é que nos inserimos no sistema capitalista e somos a periferia dele. O nosso problema é que esse modo de produção não leva em conta o grau de felicidade do povo, preocupa-se apenas com os índices de crescimento a partir da capacidade de produção e consumo, que, assim, gerarão mais ganhos aos donos do capital.
O capitalismo é um modo de produção tão estranho que hoje, no mundo inteiro, não há nenhum único país que diga que sua economia vai bem. Nenhum. Que sistema é esse onde todos os que o adotam se dizem insatisfeitos com suas economias?
É que o capital não pertence a um só país, pertence aos capitalistas. Para os bancos não há crise, vide os lucros atuais dos bancos no Brasil. A crise existe apenas para os povos do mundo.
No nosso caso, é preciso entender que o “lastro” da nossa moeda, o Real, se dá em cima de uma “bolsa” de moedas estrangeiras que somente permanecem por aqui porque têm a promessa de que pagaremos aos agiotas o valor, em juros, estabelecido na taxa SELIC, hoje no patamar de 14,25% ao ano. Ou seja, o cidadão deixa o dinheiro no Brasil, comprando títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, e no final de um ano terá o seu dinheiro de volta e mais o valor da taxa SELIC. E se não pagarmos, o que acontece? O dinheiro foge, o dólar sobe, a inflação dispara e o desemprego aumenta. Essa é a chamada dívida mobiliária, há ainda a dívida externa.
Alguém ainda perguntaria, já que temos que pagar, de onde sai esse dinheiro todo? Do nosso bolso, claro. E é por isso que Lula, ainda no primeiro mandato, atacou os direitos previdenciários. É por isso que Dilma cortou ano passado 20 bilhões em direitos dos trabalhadores. É por isso que não tem dinheiro para educação, saúde, segurança.
Para se ter uma ideia, quase 50%, isso mesmo, metade do orçamento anual do Governo Federal é para pagar a rolagem da dívida pública. Cerca de 20% é gasto com a Previdência Social, e para saúde, educação e segurança, não sobram 10%, às vezes nem 5%, para cada uma dessas áreas.
E, assim, o governo brasileiro, ano após ano descapitaliza o país. Todo ano a nossa dívida aumenta, e todo ano sai mais dinheiro do que entra.
Não importa se produzimos muito ou pouco, estamos a cada ano sempre mais pobres, perdendo dinheiro, mais endividados. E, como o país precisa de algum dinheiro externo que não seja de especulação financeira, o que temos a oferecer ao mundo, tecnologia? Não. Temos a natureza do nosso solo e os minérios do subsolo. É isso. Porque o patrimônio público já foi entregue em grande parte para os glutões capitalistas pelo FHC e seus sucessores. Não havendo mais patrimônio público a entregar, estamos entregando o nosso patrimônio natural.
E, ainda mais. Não basta dizer que vai pagar os juros aos especuladores, tem que demonstrar que terá condições para fazê-lo. Por isso inventaram o tal “superávit-primário” e Dilma subtraiu, do ano passado para cá, inúmeros direitos dos trabalhadores e já encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de lei que retira ainda mais direitos do povo na área previdenciária. Tudo para acalmar e agradar os banqueiros, para mostrar que pagaremos os juros que eles querem.
E o que Dilma, Temer, Aécio e todos os mais cotados têm de diferente entre si em relação a essa forca financista e especulativa que só não nos mata porque botamos ovos de ouro para os banqueiros? Nada. Lula, Dilma, Temer, Aécio etc., todos têm a mesma perspectiva de não colocar a dívida pública no centro do debate nacional.
Há estudos que apontam para a ilegalidade e para a ilegitimidade de grande parte dessa dívida. Se não a auditarmos e revisarmos, não haverá governo que nos salve enquanto nação.
E para aqueles que dizem que dívida deve ser paga, como se fosse uma dívida privada, trago a recordação de que a Alemanha, depois de tudo o que fez e destruiu na Segunda Grande Guerra, teve a sua dívida perdoada pelos Estados Unidos e aliados.
Nós poderíamos nos aprofundar nos detalhes de como essa dívida atinge o nosso dia a dia, mas o espaço aqui é limitado, e o assunto é árido para a maioria.
Mas, fica a dica de que quando vocês ouvirem falar em economia de gastos do governo, em arrocho salarial para o servidor público, quando vocês ouvirem falar em austeridade, redução de ministérios, corte no bolsa-família e nos programas sociais, lembrem-se que esse dinheiro “economizado” não será para investir em nada, não. Será somente para pagar dívida para os banqueiros e especuladores.
*Defensor Público —————————————Motivando-se – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Não procure nunca uma motivação fora de si mesmo, dos seus desejos. Tudo está dentro de você, nos seus sonhos”. (André Blanchard) Estamos vivendo, agora, o último dia de mais uma semana. É uma semana a mais, ou uma semana a menos? Tudo depende de como olhamos o tempo. E olhamo-lo de acordo com nosso estado de espírito. E é nesse estado de espírito que nos motivamos ou nos quedamos. O que indica que o poder de ser, está dentro de cada um de nós. E se temos esse poder, por que desperdiçá-lo quando podemos usá-lo para nossa evolução?
É claro que nossa jornada nessa vida terrestre faz parte de nossa evolução racional, queiramos ou não. E quando temos consciência disso procuramos o caminho certo para evoluirmos. Vá batendo na porta devagarzinho e vá entrando de mansinho.
Viva o momento atual. Amanhã hoje já será ontem. Se você insistir em ficar remoendo coisas do passado você não irá para frente. Continuará parado, preso no círculo de elefante de circo. Quando ficamos presos ao passado não conseguimos ir a lugar nenhum. As veredas da vida são e estão abertas para você. Mas você tem que estar consciente do seu valor. Do poder que você tem para ser o que você deseja e quer ser.
Porque não basta querer, é preciso querer querer. Não há como vencer uma luta pensando na derrota. Mantenha seus pensamentos sempre na estrada que leva ao sucesso. Encare seu dia de trabalho, hoje, como o resultado vitorioso de uma semana de resultados positivos. Não importa os contratempos que você tenha enfrentado para chegar ao hoje. Eles fizeram parte do seu aprendizado para sua evolução racional.
É com os erros que aprendemos a acertar. Mas temos que aprender, com racionalidade, que os erros não fazem parte da vida. Eles apenas nos mostram os caminhos certos. Nós é que ainda não aprendemos a aprender com eles. E enquanto os ignorarmos, eles nos dominarão. E tudo se torna mais fácil quando aprendemos que os erros não querem nos dominar, nós é que não somos capazes de entendê-los. E o caminho, com cara de vereda, está nos nossos pensamentos. Porque estes, sim, são o poder maior que temos para encarar e enfrentar todos os obstáculos na vida. E aí está o segredo da automotivação. Valorize-se no que você é, e não no que você pensa que é. Bata um papo com seu subconsciente. Ele é a força mais poderosa sobre a Terra, para lhe dar tudo que você desejar de verdade. Cabe a você distinguir o que é realmente seu desejo e a dimensão dele. Veja se você não está misturando pensamentos negativos com positivos. Porque o que é positivo pra uns pode não ser pra outros. Pense nisso.
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