Educação à brasileira é coisa séria. É? – Tom Zé Albuquerque*
Sempre que termina um semestre letivo na faculdade, e outro se inicia, imagino o que deverá ser mudado, o que deverá ser feito de extraordinário ou diferente. Ante o modelo adotado no Brasil, a partir do ensino fundamental, não se sabe se seria expectante ou tedioso para o discente a geração de novas metodologias e práticas educacionais, pelo histórico traçado em toda vida escolar, às vezes vítimas de terem algemado o novo e encarcerado o criativo.
Há quase 100 anos, a Administração ganhava de vez lastros científicos e durante todas essas décadas as mudanças têm sido brutais, aceleradas e constantes. A Engenharia dos dias atuais é transversa e holografada, absurdamente avessa ao que se aplicava nos séculos anteriores. A Psicologia tem tomado rumos específicos pelos diversos braços que têm parido a partir do seu arcabouço geral. A ciência Contábil está se reinventando. A Medicina, nem se fala: a vida humana tem outra perspectiva desde o feto… o Ser poderá conduzir sua estada na Terra. A Inteligência Artificial tem dado os primeiros passos da revolução que irá causar neste século. A Física Quântica oportunizará entendermos a missão do ser humano neste atrasado planeta, além de permitir convivermos com vieses científicos sobre a origem e o futuro do Universo.
Diante desse cenário, cabe-nos confrontar a dura realidade brasileira de quais tipos de graduandos estão saindo dos bancos acadêmicos e como estão sendo tratados nas Universidades para se adaptarem nessa vanguarda mundial. Ocorre que o mesmo formato de sala de aula adotado há um século nas academias ainda vinga no espectro educacional no Brasil. Um atraso que reflete na baixa produção científica, na pífia geração de patentes, no minguado poder de inovação dos profissionais brasileiros, e na acanhada geração de tecnologia, ao contrário dos tradicionais EUA, da China e até da Índia.
O educador Cristovam Buarque tem bradado de forma incansável sobre a necessidade impreterível da reforma no sistema educacional brasileiro, do fundamental à pós-graduação. Esta exiguidade fica escancarada quando da enorme importância que os governos dão às greves que paralisam o sistema financeiro, por exemplo, mas banalizam as mobilizações dos professores universitários. É certo que o ambiente acadêmico, por vezes, se prostra adoecido por uma militância esquerdista que insiste numa doutrinação retrógrada que apequena os egressos transformando-os em profissionais que nada ou pouco produzem, mas inversamente, criticam a circulação aberta de produtos e recursos, conquanto, glosam a geração de emprego e renda e, pior, a autonomia familiar.
Através das festejadas “tirinhas do Charlie Brown”, Rubem Alves explora lucidamente a vericidade brasileira da nossa ominosa educação: “Sabe por que temos que tirar boas notas na escola? Pra passarmos do primário para o ginásio. E se tirarmos boas notas no ginásio, passamos para o colégio e, pelas boas notas, passamos para a Universidade, e se nesta tirarmos boas notas, conseguimos um bom emprego e podemos casar e ter filhos para mandá-los à escola, onde eles vão estudar um monte de coisas para tirar boas notas e…”. E assim vamos mantendo estagnado um promissor país, no faz de conta teatralizado para beneficiar guetos. O que é levado a sério no Brasil, então?
*Administrador
Conheça o mercado de trabalho – Flavio Melo Ribeiro*
Você provavelmente já leu que as novas tecnologias irão mudar as profissões e o modo de vida das pessoas. Mas já se deu conta que algumas profissões simplesmente irão sumir? Ou mudar de tal forma que serão totalmente diferentes? Logo, você corre o risco de escolher uma carreira que não existirá ou não estará tão atuante quando você se formar. Sendo assim, é importante que esteja ciente e preparado para encarar novos conhecimentos tecnológicos que irão incorporar no ofício que escolher.
Profissões que requerem trabalho repetitivo irão sumir ou pelo menos diminuir muito nos próximos dez anos, tais como caixas e alguns setores da contabilidade, por exemplo. Outra profissão que está na mira da extinção são os motoristas por causa do desenvolvimento dos carros autônomos. Ou seja, os taxistas já estão preocupados com os motoristas de Uber, mas não se dão conta que ambos estão com os dias contados. E as profissões ditas universitárias, como ficarão nos próximos vinte anos? Por exemplo, com o desenvolvimento da nanotecnologia na área da saúde, será possível criar nano robôs que serão introduzidos em cápsulas e ingeridos pelo paciente. Mas qual será o profissional responsável por isso? Hoje existem equipes multidisciplinares, porém a junção do conhecimento de microengenharia com biomedicina será cada vez mais necessário.
Além disso, muitas outras profissões serão criadas nos próximos anos: como projetista de impressora 3D, designer de holografia, analista de inteligência de negócio, entre tantas outras que se fará necessário no novo mundo que está passando por uma drástica mudança.
O que a Orientação Profissional poderá ajudar diante desse cenário? O trabalho de Orientação Profissional vai além da escolha da carreira, prepara a pessoa para olhar o mundo de uma forma mais ampla. Ter uma visão abrangente faz a pessoa repensar suas características, habilidades e competências. Faz refletir para quem irá trabalhar e qual projeto estará disposta a investir seu tempo, esforço e dedicação.
*Psicólogo, [email protected]/00449
É assim que somos – Afonso Rodrigues de Oliveira*
“A alma humana é como a água: ela vem do céu e volta para o céu, e depois retorna à terra, num eterno ir e vir”. (Goethe)
Somos assim mesmo. Não temos o que reclamar. O que devemos é saber viver a vida que vivemos. Ela se acaba quando pensamos que acabou-se. Aí não temos mais por que viver. E é aí que paramos no tempo que não está nem aí para nós. Viemos de um mundo onde não há unidade de tempo. Um segundo e um milênio são a mesma coisa. O tempo que você passa por aqui é resultado da importância que você dá ao tempo. Se o aproveitou racionalmente, progrediu. Se não, nã
;o. E novamente estará de volta reiniciando tudo como na vida anterior. Lembrei-me de tudo isso, ontem pela manhã, vendo como o cachorrinho obedeceu a uma ordem do meu filho. Fiquei boquiaberto com a inteligência do cão que nem mesmo conhecia meu filho. Sabe o que isso significa para mim? Que todos os que vivemos sobre a terra somos de origem racional. E que todos progredimos no mesmo processo. Fiquei olhando pro meu quintal e lá estavam: cinco coelhos, um gato e um cachorro. Todos soltos e brincando juntos; e não foram treinados para isso.
É nas horas de observações e contemplações que procuro navegar pelos pensamentos. Aí me lembrei do Gandhi: “A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte”. E se você não se considera um artista, procure se conhecer melhor. Porque só quando você realmente se conhecer vai se valorizar o suficiente para saber que é capaz de fazer de sua vida uma obra de arte. Todos somos artistas. Podemos até não perceber a nossa grandeza e ficar parado esperando que as coisas aconteçam, quando deveríamos fazê-las acontecer. Faça isso. Procure fazer de sua vida uma obra de arte. Nunca caia na esparrela de querer matar o tempo, porque, na verdade é ele que está matando você. E você nem percebe. Está se enganando. Aproveite todos os segundos de sua vida para construir seu futuro, no futuro. A vida é eterna. O que fazemos por aqui é um piquenique que tanto pode ser proveitoso quanto desastroso. E o resultado só tem efeito sobre você mesmo; não importa seu sexo, sua cor, religião ou o que quer que seja. O que importa é que você viva a vida no seu processo evolutivo racional. No conhecido processo de imunização racional. Mas seja você mesmo seu pastor, seu diretor. Nada de submissão. “O reino de Deus está dentro de nós”. E com ele podemos ser o que queremos ser. Mas, por favor: não confunda este papo com religiosidade. Nada disso. O objetivo é que saiamos de dentro de nós mesmos. Não devemos mais continuar no círculo do elefante de circo. Pense nisso.