O menino que virou suco – Walber Aguiar*E há tempos o encanto está ausenteE há ferrugem nos sorrisos…Renato RussoEra inverno. Tempo de reflexão e muita água acumulada acima de nossas cabeças. Também era o momento de correr na chuva, de observar o voo camicase dos insetos na direção da vida e da morte. Meninos e meninas se lambuzavam na rua encharcada, na tentativa de extrair qualquer coisa nova dos dias apressados.
Ironicamente, naqueles dias rolavam comentários acerca do céu e da terra, da liberdade e da prisão, do pântano e das flores no lavrado. Falava-se muito de uma tal de redução da maioridade penal. Seria isso uma forma de absolver os homens e condenar os meninos? Ou uma espécie de inveja dos mais jovens?
Ora, onde está a educação de meninos e meninas? Falo de uma educação de qualidade, não de escolas com professores mal remunerados, desanimados e sem a estrutura mínima para desemprenhar suas funções. Falo de exemplos a serem dados, conduta ilibada, profundidade ética de homens públicos que querem devorar sem dar preparo, que querem vigiar sem amar, que querem punir sem usar a consciência e julgamento próprios.
Assim, a grade maioria dos jovens de dezesseis a dezoito anos, sem falar nos mais novos, carregam sobre si mesmos o devido castigo. A dor de pais desestruturados, a pobreza hereditária, o esfacelamento da conjugalidade, a falta de geração de emprego e renda. Ainda pesa sobre eles o fato de ter nascido num país que foi colonizado pela exploração, pelo saque, pelas propinas, por um jogo político sujo e venal, que, no entender de Rui Barbosa, faria com que o homem sentisse vergonha de ser honesto.
Ora, esse é uma dos argumentos contrários à redução da maioridade penal. Muitos outros ainda serão desfraldados nos textos que se seguirem a este.
Os “homens” públicos que defendem a redução da maioridade penal pensariam diferente, se seus filhos e netos fossem os punidos, os infratores, os dejetos que a sociedade empurra para debaixo do tapete.
Numa sociedade composta por uma elite burra e vazia, os frutos ruins precisam ser curados. É muito fácil espremer e transformar em suco o subproduto de um pomar cheio de fungos morais e bactérias aéticas.
Era inverno. Meninos e meninas queriam apenas florescer e dar bons frutos….
*Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras. [email protected]——————————————Exames laboratoriais desnecessários – Marlene de Andrade*O que é ávido por lucro desonesto transtorna a sua casa, mas o que odeia o suborno, esse viverá. (Provérbio 15.27).A Associação Nacional de Medicina do Trabalho/ANAMT não surgiu para dar “jeitinhos”, mas ao perceber que a legislação trabalhista é em algumas situações omissa em relação aos exames laboratoriais, fez descer, com muita propriedade, um protocolo voltado para trabalhos executados em alturas. Esse protocolo é muito importante, pois não são quaisquer pessoas que podem exercer essa função. A guisa de exemplo cito o caso de pessoas portadoras de epilepsias, obesas ou ainda dependentes químicos.
Porém, temos que ter em mente que esse protocolo da ANAMT não tem amparo estatístico, literário ou científico que possa justificar a necessidade de solicitar exames complementares para trabalhadores assintomáticos, ou seja, aqueles que não apresentam nenhum sinal ou sintomas de doenças. Neste contexto, trago este assunto, o qual envolve os pedidos de exames complementares, muitas vezes sem nenhuma necessidade e sim somente com o intuito de lucrar nas costas do empregador já tão vilipendiado pelos escorchantes impostos.
O exame clínico e físico realizado pelo médico é muito mais fidedigno do que os realizados em laboratórios. Claro que não estou afirmando que exames laboratoriais não são importantes, porém não podemos empurrar “goela abaixo” um número de exames, na maioria das vezes, desnecessários e extremamente onerosos para os empregadores em geral. Contudo, o que se vê hoje no Brasil é uma verdadeira comercialização nesse sentido.
As clínicas, muitas delas, trataram logo de se ‘equipar’ com aparelhos de eletro encefalograma/EEG, e de Eletrocardiograma/ECG, chegando ao cúmulo de tirarem sangue dos trabalhadores dentro de suas dependências mesmo sem terem um laboratório de análise clínica chancelado por um bioquímico.
O empregador, principalmente aqueles que possuem empregados que desenvolvem suas atividades em altura deveriam questionar o porquê da solicitação desses exames de forma tão numerosa. A gravidade maior, é que alguns desses exames como o EEG e o ECG, são laudados por médicos fora do estado e encaminhados para eles via internet e sem o critério do bom senso.
O médico não deve criar uma bateria de exames complementares de tal modo que exclua o trabalhador do mercado de trabalho. Além do mais, ser portador de uma doença, nem sempre é sinal de inaptidão. Além do mais, medicina e bom senso devem sempre caminhar juntos.
*Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMThttps://www.facebook.com/marlene.de.andrade47——————————————-Dê adeus à tristeza – Afonso Rodrigues de Oliveira*“A alegria é o fogo que mantém aceso o nosso objetivo, e acesa a nossa inteligência”. (Helen Keller)Deu um bom-dia ao dia? Ótimo. Então, mantenha-se alegre para que o dia seja um bom dia. O poder, você já viu, está com você. Inicie seu dia pensando em que dia você vai querer pra você. Porque é exatamente isso que você irá ter: o dia que você preparou pra viver durante o dia. Vá em frente, cara. Não permita que os desacertos dos outros façam de você uma pessoa desacertada. Por que ficar triste com os erros dos outros? E se isso lhe parecer desumano, como os despreparados pensam, não pense como eles. Seja você mesmo, e dono dos seus pensamentos, porque são eles que dirigem seus sentimentos. Afinal de contas, somos o que pensamos. Olhe para o céu nublado, em vez de olhar para a poça-d`água no chão. Você nunca vai manter suas tristezas olhando firmemente para o céu. E você pode fazer isso no céu azul no dos seus pensamentos. Este é o céu que você mesmo pode manter azul ou nublado. O poder, repetimos, é seu, todo seu e de mais ninguém, em relação a você.
A felicidade está sempre ao nosso alcance. Nós é que nem sempre conseguimos vê-la onde ela realmente está que é dentro de nós mesmos. Passamos a vida perdendo tempo procurando a felicidade lá fora. E nem percebemos que ela está sempre de mãos dadas com a oportunidade, e bem ali, do nosso lado. Normalmente, não prestamos atenção, porque nem percebemos, à felicidade que está ali, porque estamos ocupados, prestando atenção às desgraças dos outros. E é assim que construímos nossa própria desgraça. E sem perceber, estamos construindo nosso mundo como não o desejamos. Não importa nem interessa o que está acontecendo no mundo, que não lhe traga conforto mental. Porque sem o conforto mental não teremos felicidade. Ignorar os erros dos outros não é menosprezá-los. É nos colocarmos em nossa posição segura sem os ignorar, para que possamos fazer o melhor para melhorar a situação. Nunca iremos resolver os problemas do mundo envolvidos com eles. São os erros que nos ensinam. E o que devemos é não ignorá-los, mas não nos prendermos a eles.
Não há vencedor entre os que vivem presos aos problemas. Os vencedores estão sempre em busca das soluções, independentemente do tamanho dos problemas. É com os erros que aprendemos, e não com os acertos. Então, por que se preocupar com os erros? Se ficarmos presos a eles, continuaremos errando. E a escolha é de cada um de nós. Dê sempre bom-dia ao dia. Não o encare, veja-o. Receba-o como um escudo para o dia a dia. Sorria sempre para ele para ele sorrir pra você. Pense nisso.
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