Opinião

Opiniao 07 11 2016 3214

Larvas educacionais – Tom Zé Albuquerque*

Que o Brasil vive um estágio anárquico, isso não é nenhuma novidade. A prevalência do “tudo pode” se instalou em nosso cotidiano, e a sensação é de vivermos numa sociedade sem lei, sem disciplina, sem critérios, sem vergonha.A última presepada tupiniquim tem ocorrido há semanas com, pasmem, a invasão por vândalos (que se autodenominam de alunos) em diversas escolas públicas nalgumas cidades no país. Recuso-me a nominar esses indolentes de alunos; assim como não aceito quando a imprensa tenta atenuar essa aberração com o epíteto de “ocupação”; em verdade, trata-se de uma intrusão mesmo, da mais bizarra possível.No país da bandalheira, torcidas organizadas afrontam a sociedade; pilantras que cometem crimes ambientais são agraciados; políticos têm foro privilegiado; servidores públicos são pomposamente remunerados sem trabalhar; pilantra de 1,90m, 100 kg de músculos, especialista em artes marciais e expert em material bélico é taxado de “criança”, porque goza de seus 16 ou 17 aninhos, mesmo que tenha cometido atrocidades em seu meio, por exemplo: estupro, aliciamento, assassinato e tráfico de drogas. E agora, a nova alternativa da malandragem: invadir e depredar escolas; pior, nesse léu, ceifando o direito de outros tantos e majoritários brasileiros que precisam e querem estudar.Mas essa modalidade anárquica não é nova, e vem passando por um processo de amadurecimento sustentado pelo Partido dos Trabalhadores (malgrado trabalhar não condizer com a sua denominação). Só para ilustrar, em 2015, em Osasco na Grande São Paulo, na Escola Estadual Coronel Antonio Paiva de Sampaio, a unidade de ensino foi tomada por pulhas (que alguns cúmplices os chamam de alunos) que tocaram fogo em biblioteca, depredaram o patrimônio público, furtaram aparelhos eletrônicos e destruíram documentos importantes. Alguém foi punido dessa vadiação? Alguém foi criminalizado? Alguém respondeu por este absurdo? Ora, óbvio que não, daí a naturalidade com que esses tunantes invadem e destroem o ativo público, fazendo com que, além do crime, o planejamento anual dos profissionais da educação, dos reais estudantes e das famílias destes seja comprometido.Para piorar um pouquinho, nesses dias assisti a um manifesto no ex-presidente Lula, em defesa da vagabundagem. Mas, não se podia esperar outra coisa de um energúmeno que brada frases como “Pra que estudar se eu cheguei à Presidência sem isso” ou “Estudar é chato”. É o retrato de um país destroçado moralmente, sem alicerces éticos, em estágio avançado de anomia. Como dizia Aristóteles: “A democracia desenfreada tende à anarquia”.*Administrador e Professor ——————————————

E agora, José! – Pedro Cardoso da Costa*

Nesse período pós resultados das eleições municipais destacam-se os novos prefeitos eleitos, os mesmos de outrora e, também, os “especialistas” em política, os mesmos de todos os tempos. Para estes, quem ganha ou perde são os velhos caciques dos partidos e não os prefeitos eleitos. Partindo dessa premissa, eles já definiram o candidato à Presidência da República em 2018 pelo Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB, cuja sigla nasceu de uma costela do Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB, mas ninguém se lembra mais disso.  A constatação óbvia da derrocada do Partido dos Trabalhadores – PT fecha o ciclo de “análises” políticas.Utilizam-se da mesma régua, em sentido oposto, para vaticinar a derrota do pretenso concorrente. Aqui um parêntese só para reforçar que a única função de partidos políticos no Brasil é lançar candidatos. Além de se sustentarem à custa do suado dinheiro do contribuinte, que recebem por meio do Fundo Partidário.Escolhido o candidato, passa-se à exposição de suas virtudes. Nunca se aponta ou comenta alguma falha, algum projeto mal executado. Ele e a segurança servem de exemplo apenas por já ter sido escolhido pela mídia. Mas, vale para qualquer pretenso candidato e para qualquer área, como educação, saúde, estradas, infraestrutura e todas as demais.A falta de segurança pode ser atestada por qualquer um, por experiência própria. No meu caso, em agosto de 2016, minha filha foi assaltada, por um pedestre, ao meio dia de um sábado, na frente do condomínio onde mora. No último dia 31 de outubro, foi novamente assaltada, desta feita por dois homens numa motocicleta, no mesmo lugar. Ela vai continuar pagando um celular que não possui mais.E esse exemplo pessoal não é dirigido somente ao governador, mas também aos “especialistas” da área de segurança, que vivem defendendo pena branda para “crime de menor potencial ofensivo”. Um celular! Não é pelo objeto. Minha filha teve a sensação de morte, ao ficar encostada numa parede, de costas para eles. Isso é o que chamam de “menor potencial ofensivo”. Se fosse um avião… O que vale menos: um celular para minha filha ou um aviãozinho para o dono da Odebrecht?Obs: um blablablá danado sobre a “necessária” reforma política, na proporção inversa de um silêncio absurdo quanto ao voto facultativo. Em 2018, ou facultativo ou nulo. Lema lançado.*Bacharel em Direito—————————————-

O QUE É O 13º SALÁRIO – Gustavo Cerbasi*O 13º salário foi criado com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), nos anos 1960. Esse direito trabalhista não é um ganho extra, mas sim uma imposição legal que, então, obrigou as empresas a reduzir em um doze avos o pagamento mensal aos funcionários, exigindo a entrega desse valor em uma ou duas parcelas perto do fim do ano. Foi a solução que o Estado paternalista encontrou para ajudar as famílias a se organizar para a típica concentração de gastos de fim e de início de ano, principalmente impostos sobre a propriedade de bens imóveis e de automóveis. Teoricamente, receber o dinheiro de maneira concentrada no fim do ano facilitaria o pagamento dos compromissos com o Estado e diminuiria o endividamento da população.Meio século depois, o resultado desse planejamento forçado é o oposto do que se esperava. Para sobreviver, o comércio concentrou forças no Natal, para aproveitar a época do ano em que mais dinheiro circula na economia. As famílias, com rendimentos mais achatados, fizeram do fim do ano seu momento de redenção, fartura e alívio das dificuldades enfrentadas ao longo do ano. No Natal e no Réveillon, a regra é comemorar, desfrutar. Depois se pensa em pagar a conta.E essa conta chega, logo no início do ano. Após tanta celebração, o 13º se vai. E, com ele, vai-se também a capacidade de liquidar, à vista, IPVA, IPTU, matrículas e material escolares, anuidades de associações e outros compromissos de início de ano. Sem a verba, esses gastos são parcelados ao longo do ano. Isso tira o fôlego do orçamento mensal e expõe as famílias a uma menor margem para lidar com imprevistos. O resultado é conhecido: dívidas se acumulam ao longo do novo ano e comprometem por antecipação parte do 13º que está por vir. É ruim para as famílias, que perdem parte de sua renda no pagamento de juros e limitam o sentimento de recompensa ao período natalino. É ruim para o comércio e a indústria, que se organizam para atender ao pico de demanda de fim de ano e têm de administrar a estrutura ociosa nos outros meses.O 13º salário prejudica uma economia habituada a comprar a prazo. Melhor seria extinguir esse benefício e aumentar a renda mensal do trabalhador em um doze avos. Isso geraria mais disciplina no consumo, redução da sazonalidade no comércio (com a consequente diluição de custos ao longo do ano) e menos risco de endividamento familiar. Haveria mais dinheiro circulando na economia, em vez de maiores pagamentos de juros aos bancos. Porém, seria impopular eliminar o direito que é hoje a salvação do consumo. Quem se habilitará? *Especialista em educação financeira e autor do livro de finanças pessoais mais vendido do Brasil

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E agora? Pra onde eu vou? – Afonso Rodrigues de Oliveira*“O caminho acima e o caminho abaixo são um só e o mesmo”. (Heráclito)Quando você se sente como a Alice diante do sapo, na encruzilhada, alguma coisa está errada com você. Porque você não sabe para onde quer ir. Veja se você não está nessa encruzilhada. Se estiver, não conte com o sapo, porque ele vai lhe dar a mesma resposta que deu para Alice. Encare as encruzilhadas como um desafio de um sapo brincalhão. Porque a vida é um palco. Você está no picadeiro, queira ou não. E é uma tolice tentar encarar isso como tolice. Não dar atenção ao problema não significa não lhe dar a importância que ele tem. Não o menospreze. Apenas não lhe dê atenção. É como não se familiarizar. Tanto a felicidade quanto a desgraça estão ao seu lado o tempo todo. Cabe a você ser suficientemente esperto para saber a qual evitar. Porque é na encruzilhada que você escolher, que você irá encontrar o que deseja e quer. Olha… A dificuldade em as pessoas entenderem isso está em elas não conhecerem a si mesmas. Porque quando nos conhecemos sabemos viver nossas vidas. Sabemos quem somos, o que somos, e por que somos.

Porque somos o que pensamos. Tudo que nos acontece é fruto dos nossos pensamentos. Alguém já nos disse que mais de noventa por cento das pessoas que são assaltadas nas ruas, são exatamente aquelas que saem de casa se benzendo para não serem assaltadas. Valorize-se no que você é. E é exatamente isso que leva pessoas a vidas desregradas. Elas se valorizam no que pensam, independentemente da qualidade dos seus pensamentos. Todos nós conhecemos exemplos fantásticos de ambos os lados da história; de grandes construtores e de grandes destruidores. E como somos todos iguais nas diferenças, porém humanos, concentramo-nos mais nos destruidores do que nos construtores. Pensa que não? Ligue seu televisor no horário dos telejornais. Quais as notícias com mais frequência? Mas não nos preocupemos muito com isso. Isso faz parte da evolução humana. E o fato de não nos preocuparmos indica que não devemos nos entregar ao negativo. Não podemos ficar deitados na redinha da incompetência. Deixando o negativo de lado aproveitemos o tempo para cuidar do positivo. E tudo está em nossos pensamentos. Procure estar mais ocupado com assuntos positivos; olhando a vida pelo lado do positivismo. Mas sem ilusões. Nosso sucesso está em nossas ações. Não permita que ninguém dirija sua vida. Você é o timoneiro. Você, e mais ninguém, pode dirigir sua vida para alcançar o destino que você quer. E o resultado vai depender dos seus pensamentos. Poder ou não poder depende de você. Pense nisso.*[email protected]      ——————————————–Queda da inflação x Taxas de juros ao consumidor – Fernando Pinho*As contínuas quedas dos diversos índices inflacionários têm induzido muitas pessoas a tomar como definitiva a diminuição dos preços na Economia. Nada mais errôneo. O setor de serviços continua com uma resistência tremenda a baixar preços e é onde se apresenta o maior perigo para o refluxo da inflação. Também foi anunciado recentemente o aumento dos preços do etanol nas bombas de combustível, bem como um reajuste nas tarifas de energia elétrica. Ambos são insumos que devem causar algum impacto inflacionário.É inegável também o fato de que a falta de renda da população fez com que o consumo diminuísse acentuadamente, colaborando para a baixa da inflação. Porém, dado o terrível histórico inflacionário de nosso país, fica a dúvida: Será que quando a economia voltar a crescer com vigor, a inflação não recrudescerá fortemente? Com as taxas de juros ao consumidor, na modalidade cartão de crédito, atingindo 480,3% ao ano, uma pessoa endividada vai pagar, ao fim do financiamento, aproximadamente 5 vezes mais por sua dívida original. E se a inflação voltar a acelerar, essa pessoa corre o risco de ter sua dívida ainda mais aumentada, pelo contínuo aumento das taxas de juros. Portanto, fica o alerta para a população, muito cuidado com o endividamento e a euforia do consumo (o chamado Efeito Manada).*Economista e consultor financeiro da Prospering Consultoria