Finalidade e consequência – Vera Sábio*
Finalidade e consequência são duas palavras que, por vezes, acabam se tornando em uma só: a tal oportunidade ou influência. Os treinados em justificarem suas posições querem que os que ainda não chegaram a um bom patamar acreditem que a finalidade do quanto se esforçaram, trabalharam e economizaram, os fizeram ter a oportunidade que alcançaram. Sendo este acúmulo de riquezas exagerado, simples consequência de suas aptidões, sendo eles dignos do que ganham.
Porém, analisem minuciosamente esses casos e percebam que a oportunidade é tão somente uma influência que possuem, ou seja: o parente que foi eleito, o favor prestado em algum ato ilícito e, ainda, formas discretas de deixar no anonimato ações que podem repercutir em punições e difamações total daqueles que os colocaram em cargos tão elevados, nos quais não têm competência para isto.
Portanto, assim percebemos que a finalidade que define uma profissão, por exemplo, a de ser médico, professor, juiz, engenheiro etc, não é tão somente a vocação, determinando com justiça a renda e a situação financeira que possuem. Mas, infelizmente, muitos estão em cargos sem nenhuma afinidade com que fazem, são colocados pelas oportunidades e influências. Não tendo capacidade em estar onde estão, dificultando o progresso e inferiorizando classes sérias de profissionais que realmente recebem por merecerem, o quanto fazem bem feito e se dedicam por cada vez realizarem melhor sua profissão.
A finalidade de uma profissão é exercer o melhor possível o que aprende, fazendo o bem, salvando vidas, julgando com justiça, definindo novas e tão boas profissões como a que possui, etc. Isto de acordo com o trabalho que cada um faz. Todavia, a consequência por esta boa realização é um salário digno e um pagamento adequado que o recompense pela dedicação e aprendizagem, visto que é preciso aprender sempre.
Como o mundo seria diferente se colocássemos como nossos administradores, pessoas realmente sérias e dispostas a realizar com ética, honestidade, moral e conhecimento a tarefa de governar o país, os estados e os municípios.
Chega ser ridículo verificarmos que, para realizar concurso para gari, é necessário ter algum grau de instrução, pelo menos o ensino fundamental. Enquanto que, para ser candidato a cargos na política, apenas é preciso ser reconhecido como alfabetizado, conseguindo escrever o próprio nome, e pronto, terá condições de administrar verbas públicas; ou seja, nosso dinheiro que deve ser aplicado na educação, saúde, segurança, urbanismo etc.
Todavia, como a finalidade de diversos políticos é tão somente ficar cada vez mais ricos com a verba pública, encontramos a terrível situação que agora temos. Ou ainda não entendemos que a verba pública é dinheiro nosso? Portanto, você que está em fases de escolher sua profissão, faça realmente algo que você goste, por aptidão, vocação, desejo e prazer.
Realize bem, sem se preocupar nas rendas que isto lhe dará. Pois a finalidade e responsabilidade sua são fazer direito e com amor; nisso a consequência será receber de acordo com a forma que realizar. Isto é o princípio da honestidade. Não querer tirar vantagem em tudo, para depois poder cobrar daqueles que querem, construindo assim um mundo mais justo e melhor de se viver.
*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cegaCRP: 20/[email protected].: 991687731
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Uma lei bolivariana – Percival Puggina*
O Congresso Nacional aprovou e a presidente Dilma sancionou um projeto de lei que, nas circunstâncias atuais do país, parece ter sido concebido em reunião conjunta com o cubano PCC e com o PSUV (partido da ditadura venezuelana). A legislação brasileira já regula e penaliza, como deve, a calúnia, a injúria e a difamação. A nova lei acrescenta uma extraordinária facilidade para a obtenção do direito de resposta, por determinação judicial, já nas primeiras 24 horas da solicitação, tenha ou não havido tempo para contraditório ou ampla defesa.
Parece desnecessário explicar que a nova lei, com data de anteontem, 11 de novembro, não foi pensada, redigida e rapidamente aprovada tendo em vista a proteção do cidadão comum ou das instituições privadas.
Quem, em primeiríssimo lugar, buscava resguardo de imagem eram os próprios legisladores que aprovaram o projeto e a chefia do governo que sancionou a lei. Na perspectiva de uns e outros, o que está a exigir providências não é o insignificante e pouco digno papel que desempenham perante a crise moral, política, econômica e social do país, mas a rejeição nacional a esse tipo de protagonismo.
Fico a me perguntar o que esperam os ilustres cavalheiros e as distintas damas que a sociedade faça? Que os corteje com aplausos e reconhecimentos? Que exclamemos – “Como vai bem o ilustre parlamentar quando defende o governo! Que gestos! Que eloquência!”. Ou então: “Os 81 senhores senadores receberam carros novos. Que atenções e medidas lhes poderão exigir as remotas províncias enquanto desfrutam o fugaz odor da novidade?”. Ou ainda: “Que mais pode fazer um governo em hora de crise, além de zelar por si mesmo?”. O país? Ora, o país! O que é ele, diante dos cargos e recursos do poder?
Por questão de formação, cuido de ser civilizado nas minhas críticas, que raramente são pessoais. Por isso, não temo incorrer nas vedações da lei. Mas é forçoso reconhecer que ela inibe a crítica política. Decisões a esse respeito dependerão exclusivamente do entendimento imediato dos juízes a quem couberem (a lei exige urgência nas decisões relativas à matéria). Os julgadores podem considerar que não há distinção entre honra objetiva e subjetiva, ou seja, o reclamante pode ser um canalha condenado e preso, mas tem o direito de não ser chamado de canalha ou (como li num artigo jurídico) “não ser totalmente canalha”.
Doravante, desonrados lutarão bravamente em defesa da própria honra, em breves e exitosos duelos jurídicos, apadrinhados pela nova lei.
*Membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário.
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A superioridade do homem – Afonso Rodrigues de Oliveira*
“O homem é feito para dominar, e quando não pode exercer a sua soberania sobre os seus semelhantes, tiraniza os animais para ostentar a sua superioridade”. (Marquês de Maricá)
Todos os grandes pensadores que não acreditam na escultura do Adão, nos levam ao pensamento da racionalidade. E quando se referem ao homem, não estão separando os sexos. Mas vamos nos ater ao homem em si. Todos nós somos da mesma origem. Viemos do mesmo Universo, e porque quisemos vir. Ficamos aqui porque quisemos ficar. Mas não estamos sabendo como retornar ao nosso mundo de origem. E esse fechamento mental veio como consequência da nossa deformação aqui. Mas não sabemos, também, que estamos num processo de evolução racional que um dia nos levará ao nosso mundo. Mas é preciso que tomemos consciência disso para que façamos nossa parte na nossa evolução. E todo esse poder está em cada um de nós, como exclusividade.
Viemos de um mundo onde não há unidade de tempo. Onde um milhão de anos não é mais do que um simples piscar de olhos. E como vivemos num universo com tempo contado, ficamos presos ao tempo. Como se viver pelo tempo fosse o natural. E por isso somos todos agressivos. Até mesmo os considerados santos. E é simpes pra dedéu. Como nos sabemos superiores a todas as outras raças no mundo animal, procuramos demonstrar nossa superioridade atrevés da violência. Você sabe quantos milhões de reses foram mortas ontem para você comer seu bife de hoje? E você o comeu com o maior prazer.
Quanto você se divertiu na vaquejada do mês passado? Em que minuto você parou para pensar no sofrimento que o boiadeiro impôs ao garrote? O que sofre um touro numa tourada, para divertir os seres humanos? Tiranizar os animais irracionais é uma características dos apenas animais racionais. É a maneira mais simples de o “racional” demonstrar sua superioridade. Reflita sobre isso. Veja o quanto somos irracionais convencidos de que já somos racionais. Doce ilusão. Não quero ser grosseiro com você. Mas pense em quanto ainda somos atrasados na nossa racionalização. Ainda temos muito que aprender para caminharmos na direção certa. Procure viver cada dia da sua vida com o propósito de se tornar um ser racional, para poder voltar ao seu mundo de origem. De onde você veio e para onde terá que voltar, não importa quantas eternidades você ainda terá que passar por aqui; neste pequeno universo que ainda está em desenvolvimento. E todo esse poder está dentro de você e só de você. Valorize-se no que você é para ser o que você ainda não é. Porque é assim que seremos o que somos. Pense nisso.
*[email protected] 99121-1460
ESSPAÇO DO LEITOR
DROGAS
A respeito da matéria que trata do tráfico de droga no Conjunto Pérolas, a leitora Francisca Vanda dos Santos Silva comentou: “Lamentável que isso continue a ocorrer em uma cidade extremamente pequena, a menor Capital do País. O problema com as drogas deve ser tratado urgentemente como um grave problema de saúde pública, pois todos os assaltos e latrocínios que ocorrem são praticados por pessoas usuárias de drogas, seja substância química ou álcool, praticados sem o menor peso de consciência, pois os mesmos precisam sustentar o vício. O tráfico deve ser combatido com a mesma força que se combate uma doença grave de UTI. Crianças e adolescentes estão crescendo sem vínculos familiares, vivendo na rua, sem perspectiva de uma educação redentora e de um futuro promissor. O Estado não oferece condições para internação destes jovens que estão se perdendo nas drogas, e, além disso, não ajuda as instituições que se propõem a fazê-lo, ou seja, as igrejas e associações”.
DESMANCHE
“Nessa contabilidade dos números indesejáveis e negativos da cidade, deveria ser acrescentado o número dos locais de desmanche de veículos roubados, o que ajudaria a população para uma melhor compreensão da intensa atividade do crime. Não dá para continuar utilizando o álibi de que tudo que é roubado aqui segue para países vizinhos. Essa desculpa já passou dos limites”, escreveu o internauta Francisco Muniz.
REEMBOLSO Robson Gomes critica o processo de reembolso pelo chip: “(…) Estou desde dezembro de 2015 tentando dar entrada na documentação. A última novidade do Detran: a conta bancária precisa estar no nome do titular,pois, caso contrário, nem inicia-se o processo para o reembolso do dinheiro. Outra coisa: eles falam no Detran que o prazo para o recebimento do dinheiro é de 30 dias. Agora sai, na Folha, que é de 72 horas. Está na hora de o Detran falar uma só língua. Até parece que o servidor que está recebendo a documentação não passou por nenhum treinamento”.