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Opiniao 08 02 2016 2021

Redes Sociais e a felicidade – Dominique Magalhães

Vivemos em um mundo tecnologicamente avançado, onde se tornou comum a exposição de particularidades: fotos, vídeos, notícias e estados de espírito. Nesta onda de compartilhamento, boa parte de nós já teve a sensação de que a “grama do vizinho é sempre mais verde”.

Entretanto é preciso lembrar que é comum nos deixarmos influenciar pela ideia de que ser feliz é morar no bairro mais caro, ter o carro do ano ou ter a ‘vida perfeita’ de uma atriz de novela. A verdade é que ser feliz tem a ver com a construção de um modo particular de enxergarmos as coisas e de sentirmos a vida, evitando comparações com a trajetória alheia.

A exposição digital não pode nos afastar do ‘olho no olho’, ou do simples ‘olhar pela janela’. Todos os exageros nos impedem do contato e da oportunidade de nos olharmos e nos reinventarmos a cada dia através do outro.

Um estudo divulgado no ano passado pela Universidade de Michigan apontou uma ligação entre o uso excessivo das redes sociais e a infelicidade. Dados coletados assinalam que as emoções ligadas à infelicidade aumentaram proporcionalmente ao tempo de exposição às postagens de gente aparentemente feliz.

Para desenvolver o material, os pesquisadores enviavam cinco mensagens diárias, durante duas semanas a cada voluntário de um grupo de 82 pessoas dentre jovens e adultos. Os links mostravam a quantidade de vezes que cada um dos usuários visitava a rede social e quais eram seus níveis de preocupação, solidão e satisfação geral com a vida.

A vida do outro tem o mesmo grau de dificuldade que a nossa. O que acontece é que a maioria das pessoas destaca somente o que acontece de bom e isso nos gera a impressão de perfeição. Não há nada de errado em evitar postagens ruins, mas devemos lembrar que as redes sociais representam apenas uma parte de nós, aquilo que achamos que vale à pena dividir, evitando ressaltar coisas negativas.

Não considero estas escolhas uma espécie de alienação, mas sim uma maneira de dizer: ‘isso é legal e eu quero dividir com meus amigos’. Muitas vezes, estamos tristes e, passear por uma postagem engraçada ou uma foto bonita, uma poesia, um vídeo, pode ser um incentivo. Todas as relações, devem ser saudáveis, sejam virtuais ou pessoais. *Autora do livro “O que falta para você ser feliz”, lançamento da Editora Gente, é empresária com atuação em desenvolvimento social e mentora do “Projeto Social Dom – Qual o seu Dom?”.

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Crise e serpentina – Tom Zé Albuquerque*

O Brasil está hoje estancado durante cinco dias para que seu povo saia às ruas para rebolar. Sim, sob o forte argumento que carnaval é alegria, folia, descontração, em todo país as festividades se espalham, mesmo diante da degradação financeira na qual vive a população.

Carnaval é uma festa que existe há mais de 3.000 anos, com raízes na Grécia Antiga – e depois Roma – com o intuito de cultuar deuses (embora haja linhas históricas defensoras da independência da criação da festa por cada região). Enxerga-se também o carnaval como festa comemorativa ao plantio de lavouras no Egito, cuja fartura externava alegria e brincadeiras, inclusive com o uso de máscaras e adereços. Os exageros da diversão, no entanto, se tornaram patentes quando o cristianismo aderiu a festividade ao domingo de Páscoa, transformando os 47 dias que antecedem a “terça-feira gorda” numa extravasada festa, com excessos de bebidas e comidas.

No Brasil, os portugueses trouxeram essa comemoração no século XVII, ainda de forma segregada, diferentemente da popularização de classes que hoje ocorre. A partir do início do século XIX, considerou-se essa festança como algo sem sentido, atrasado e sem agregação nenhuma para a sociedade. Alguns anos depois, parte da elite brasileira intelectualizada adota de vez o carnaval, já nos moldes franceses e italianos, por influência explícita daqueles povos em nosso país, enraizando na cultura brasileira os desfiles de rua, imprescindíveis para as festas atuais.

Desde a revolução de 1930 que o Estado (leia-se União, Estado e Municípios) interfere nesse tipo de festejo. Mas, atualmente, é deveras questionável que o poder público alimente evento dessa natureza, ainda mais quando dinheiro da população é usado para esse fim. Tanto é assim, que dezenas de municípios brasileiros tomaram a sensata decisão de não promover a festança carnavalesca, mas aplicar os recursos anteriormente orçados para festa carnavalesca em serviços à sociedade. Não há, nos dias atuais, muito sentido em parar um país por vários dias para pulos e danças.

O carnaval traz muitos mais malefícios que vantagens, em especial no sobrecarrego que ocorre no período ao sistema de saúde público. É só observarmos os altos índices de acidentes de trânsito nas datas carnavalescas, assim como o aumento substancial de doenças sexualmente transmissíveis, sobremaneira o vírus do HIV, e o avanço desregrado de gravidez indesejada e aborto. A segurança pública também é duramente afetada pela eclosão da violência, muito disso em razão do consumo de drogas (lícitas e ilícitas). Ademais, a economia no país é fortemente atingida, em razão do prolongamento dos dias sem trabalho, no enforcamento de feriados e finais de semana sem produção e produtividade, industrial e comercial.

Como disse o jornalista Zé Simão: “A folia no Brasil é assim: na Bahia tem bunda e no sambódromo tem peito! Bunda na Bahia é de tanto mingau de tapioca. E peito no sambódromo é de tanto silicone”. Espero que a partir de quarta-feira de cinzas (ou seria quinta-feira…?) o ano de 2016 comece no triplex chamado Brasil.

*Administrador

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O pulmão do mundo está virando fumaça – Vera Sábio

Respirar, algo fácil e prazeroso, ainda mais aqui em Roraima, onde ar puro sempre fez nossa fama. Moramos no cantinho da Amazônia e somos considerados o pulmão do mundo.

Sem indústrias e pouca poluição, com água limpa, animais silvestres e muito verde, éramos felizes e não sabíamos, e agora, cadê o sol? Cadê o ar puro? E principalmente, cadê a chuva?

O sol, o qual deveria ser substituído por uma bela chuva, o que é a necessidade de todos, está escondido por nuvens e mais nuvens de fumaça. Piorando a respiração, o clima e a saúde do povo e de toda a natureza.

Vivemos atualmente momentos difíceis antes imagináveis, onde a colheita da ambição, do descaso, do desperdiço e tantas irresponsabilidades de quem plantou cegamente. Faz com que mesmo os que não plantaram, enfim, todos, colham a miséria, as doenças e as carências de tudo, por falta de água.

Não há dinheiro que dê jeito, quando a chuva não vem. O pior é que quando a chuva vem, quando tudo está bem, quando podemos economizar, as pessoas ambiciosas, iludidas e de memória fraca, deixam-se levar por promessas jamais realizadas e ficam na mesmice até que a natureza mostra sua versão real dos fatos.

E ainda sim, com obras sendo realizadas com tanta água que deve ser poupada. Com canos furados e destruídos, com bombeiros insuficientes para apagar inúmeros incêndios. O que esperam do nosso futuro?

Uma cidade linda de concreto e sem água?Um deserto onde havia tantas matas virgens?Um povo doente e miserável sem ter a quem recorrer?

Vou parar por aqui, pois podem achar que estou falando demais.

Afinal, quem tiver olhos que vejam, ouvidos que ouçam e raciocínio que tirem suas próprias conclusões.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cegaCRP: 20/[email protected]. 991687731

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De lá pra cá e de cá pra lá – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“A verdade é que sob nomes diversos, nunca fomos governados senão por oligarquias de interesses, pintadas de ideologias. Em dois mil anos, desde Atenas, nada mudou”. (Georges Clemenceau)

Ontem, pela manhã, ficamos um tempão, o Alexandre e eu, batendo um papo à mesa do café. Até que a dona Salete chegou decidida e foi clara:

– Vocês querem parar com esse papo furado? Temos que sair para comprar algo para o almoço. Hoje é domingo e não quero ficar o dia todo na cozinha, tá?

Fingimos não ouvir, mas disfarçadamente aceleramos a conversa para terminar em paz. Os dois saíram para a compra e eu aproveitei, corri para o computador, para bater esse papo com você. A mesma coisa que acontece quase todos os dias aí em Boa Vista. Nada mudou, nada muda nem vai mudar. E assim é a vida. A bronca dela com o nosso papo é que minhas conversas sempre a desagradam. E só porque falo muito de política e de histórias que batem de frente com as religiões.

Depois das broncas dela fico tentando segurar o riso e normalmente caio fora do ambiente. E é lá fora que reflito sobre o que muda na vida do ser humano, no seu dia a dia. Nos últimos dias tenho constatado que nada muda para melhor no cotidiano. E se refletirmos um pouco, pelo menos, veremos que as mudanças vêm num ritmo tão lento que nem as tartarugas suportariam se prestassem atenção. Mas vamos falar sério. Você sabe, tanto quanto eu, que vivemos num mundo em evolução. E que as mudanças dependem única e exclusivamente de cada um de nós. O que nos leva à responsabilidade de fazer nossa parte no que devemos fazer melhor. E é aí que ajiripoca pia. Quem está nos orientando a fazer o melhor? E ainda não evoluímos o suficiente para saber quais nossas obrigações na evolução.

Mas não fique impressionado, ou impressionada, com isso. Apenas faça sua parte para com você mesmo. Mas o importante é que a faça da melhor maneira que puder fazer. E a melhor maneira é estar de bem com você mesmo. E só estamos de bem conosco mesmo quando nos amamos. E só aí conseguimos fazer as coisas com perfeição. Desempenhe seu trabalho com amor e ele lhe dará o prazer de viver a vida como ela deve ser vivida. Não perca seu tempo com as coisas feias à sua volta. Elas fazem parte da vida. Sem os erros não aprenderíamos a acertar. Se não víssemos o feio não entenderíamos o belo. Não desperdice seu dia hoje, com aborrecimentos. Jogue-os para o lixo que é o lugar indicado para eles. O carnaval se foi. A alegria que você viveu na folia deve ser mantida na sua lembrança como o momento vivido. Mude sua vida e melhore o mundo. Pense nisso.

*[email protected]

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ESPAÇO DO LEITOR

NOTA FISCALO leitor Edilson Mestre Braga denunciou que ganhou um prêmio no valor de 50 reais do programa Nota Fiscal Roraimense e até agora não o recebeu. “Ganhei em dezembro do ano passado e o valor nunca foi depositado na minha conta poupança. E olha que já fiz a correção dos dados bancários e fui duas vezes pessoalmente à Secretaria de Fazenda. Acho que tem alguma coisa estranha nesse sorteio”, afirmou. MATERNIDADEUm leitor, que preferiu não ser identificado, denunciou que uma paciente estava internada há cinco dias no Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth. “Mesmo com o sofrimento de tanta dor, ainda não fizeram o parto. Acredito que tenha que ser cesárea, mas estão relutando em fazer e a jovem já desmaiou várias vezes”, relatou.

ACESSIBILIDADEO jornalista Minervaldo Lopes registrou, no início da tarde de ontem, o desrespeito às leis de trânsito e à acessibilidade em um restaurante de Boa Vista. Uma picape estacionou em cima da calçada, bloqueando a rampa de acesso que possibilita que cadeirantes ou pessoas com mobilidade reduzida entrassem no restaurante.

FRONTEIRA 1O internauta Rodrigo Colares da Costa comentou sobre a fronteira Brasil/Venezuela: “Indígenas jogados à própria sorte e buscando, na ilegalidade, meios de sobrevivência ante uma dura realidade. Eis um dos frutos mais nefastos da incompetência do governo Lula em Roraima. Lamentável!”.

FRONTEIRA 2Já o leitor identificado como R. M. disse que é necessário intensificar a fiscalização na fronteira. “Tem que intensificar as fiscalizações no posto policial de Pacaraima. Caso não haja essa conscientização da parte das nossas autoridades, continuará o tráfico de drogas, de cães, gasolina e etc. A solução para reduzir e coibir tudo isso é aumentar o efetivo de policiais e reformar os prédios, assim teríamos policiais fiscalizando 24 horas por dia”, disse.