Opinião

Opiniao 08 04 2019 7963

A Seguridade Social e a PEC 06/2019, um ataque aos mais pobres – Parte 2 – Fábio Almeida

A proposta de Bolsonaro mexe diretamente com o BPC – Benefício de Prestação Continuada –, amparo social destinado a quem completa 65 anos e não comprova 15 anos de contribuição ao RGPS. Passa esse brasileiro a receber um salário mínimo por mês. Esse recurso consiste hoje na única fonte de renda de várias famílias brasileiras, permitindo ao idoso e seus familiares o direito de comer. Uma boa parte dos municípios brasileiros recebe mensalmente mais recursos do BPC do que de FPM. O comércio funciona nestas localidades em virtude do BPC. Deficientes físicos e portadores de doenças terminais incapacitados ao trabalho, independentemente da idade, também fazem jus ao benefício que popularmente recebe a denominação de “encostado pelo INSS”. O impacto financeiro desta política no País é de R$ 18,4 bilhões, dados de 2015.

O governo propõe dificultar o acesso a este benefício ampliando de 65 anos para 70 anos de idade. Define-se 65 anos em virtude de ser a idade máxima para aposentadoria. Como a maior parte dos trabalhadores não consegue comprovar 15 anos de contribuição – e nesta idade não consegue continuar no mercado de trabalho – resta apenas o BPC para garantir a segurança alimentar de sua família – a qual, ao contrário das casas da classe média e da burguesia – está lotada, pois sua prole não consegue independência financeira para sair de casa. É esse povo que está diretamente sendo atingido pela proposta do atual governo.

Para dificultar ainda mais o acesso ao BPC, a proposta da PEC 06/2019 altera o conceito de baixa renda para miserabilidade, exigindo ainda outra condicionante a existência de bem inferior a um teto que será estabelecido em lei. Como hoje boa parte dos trabalhadores da iniciativa privada não consegue comprovar 15 anos de contribuição aos 65 anos de idade, recorrem ao BPC. Com a inclusão desta nova imposição da figura patrimonial deixará de ter direito ao BPC boa parte dos trabalhadores. Lembro que se a regra de alteração de 15 para 20 anos de contribuição para que o segurado do RGPS possa ter direito à aposentadoria estivesse valendo, 88% das pessoas que se aposentaram nos últimos dois anos não teriam conseguido o benefício, recorreriam ao BPC. Veja como a proposta, ao invés de restringir privilégios, penaliza o povo trabalhador.

Outra questão imoral é vedar a família de baixa renda ao percebimento de BPC e qualquer outro benefício assistencial ou previdenciário. Hoje, o BPC é um direito inalienável. Mantidas as condições de baixa renda a família pode acumular benefícios, a exemplo de bolsa família e aposentadoria de membros familiares. Com a nova proposta, o BPC não pode ser recebido conjuntamente com outro benefício da Seguridade Social, mesmo que mantidas as condições de baixa renda. Um crime essa proposta contra os mais pobres. Bom dia.

*Historiador. Especialista em Gestão Ambiental. Candidato ao Governo em 2018 pelo PSOL.

Entre egos e ferido – Tom Zé Albuquerque

Não raro ouvimos declarações, reportagens, artigos sobre a dissonância social na qual vivemos, sobretudo por problemas mentais que geram uma crise sem tamanho, especialmente no Brasil, um país atrasado em vários aspectos, mormente da ausência de comportamento coletivo.

Este e tantos outros desatinos provêm de uma desorganização que orbita em nosso meio, pondo milhões de pessoas que, geralmente pela necessidade de se projetarem para a sociedade como esta as impõe, acabam agindo no sentido alheio à sua essência. Chega a ser desesperador para muita gente quão imprescindível é acompanhar a moldagem social do jargão “sempre feliz”; e o mais preocupante de tudo isso é que tanto a causa como os reflexos desse tipo de comportamento estão intrinsicamente ligados ao Ego.

Trata-se da parte que todos nós tentamos mostrar aos outros, sob o comando do princípio da realidade percebida de cada um, particularmente pelas contradições externadas pelo ser humano, em sua fala e os correlacionados atos e, notadamente, pela incoerência praticada, geralmente explícita. O Ego alça realidades cotidianas na sociedade gerando passividade das pessoas em relação às regras de comportamento e de cumprimento de “etiquetas”. 

O Ego deve sempre ser um aliado no desenvolvimento e convívio humano, por nos oportunizar a definir entre o certo e o errado. Mas, comumente, as pessoas de Ego inflado não aceitam aquilo que não lhes convém, gerando desavenças. Algumas características de Egos dilatados são patentes: a inveja; a não aceitação do sucesso do próximo; a conveniência de manipulação; a autoimportância; propagação perene de seus feitos; individualidade; falta de empatia. Porquanto, crê-se que o Ego inchado pavimenta nas pessoas, sem distinção de classe, sexo, cor… o sofrimento, prioritariamente pelo mascaramento individual.

Para esta situação, o artista e professor jamaicano Mooji escancarou (exemplificadamente) essa triste realidade ao afirmar que “Se você acha que é mais ‘espiritual’ não ver televisão porque destrói seu cérebro, tudo bem, mas se julgar aqueles que ainda assistem, então você está preso em uma armadilha do Ego; se você acha que é mais ‘espiritual’ fazer yoga, se tornar vegano, comprar só comidas orgânicas, comprar cristais, praticar reiki, meditar, usar roupas extravagantes, mas julgar qualquer pessoa que não faça isso, então você está preso em uma armadilha do Ego”. Para

o Ego obeso não há prazer, sobretudo da não libertação da ansiedade pela mente.

E complementa… “O Ego adora entrar pela porta de trás. Ele vai pegar uma ideia nobre e, então, distorcê-la para servir o seu objetivo ao fazer você se sentir além dos outros”. Arbitramento e condenação, eis intensas ferramentas dos Egos. Como a felicidade é volátil, corre o risco de o mundo verdadeiro se tornar uma fábula.

*Administrador

Cuidados com os pequenos – Vera Sábio

“Deixai vir a mim as criancinhas, pois delas é o reino dos céus” (Jesus)

As crianças não nos dão o direito de piscar. Por mais que este ditado seja comum, infelizmente tragédias como esquecer crianças pequenas em carros, ou longe do alcance, ou mesmo sem trocar as fraldas quando necessário, por vezes são comuns. Afinal, piscamos.

As crianças dão aos adultos um cansaço a que é difícil se acostumar. Todavia, com amor e disciplina, logo nos acostumamos e, mais rápido do que pensamos, elas crescem, conquistando assim uma confiança cada vez maior, o que depende exclusivamente dos educadores e responsáveis por elas.

É necessário, desde muito pequenas, que os adultos sejam verdadeiros, quando o não é não e o sim é sim, não deixando serem vencidos pelas teimosias; pois as crianças são muito espertas e entendem perfeitamente o que precisam fazer, para obterem o que desejam.

Quando percebem a facilidade em vencer os pais e responsáveis pelo cansaço; quando sabem que suas manhas farão eles cederem, usarão sempre destes artifícios e crescerão sem o limite necessário para conquistar o mundo com seus esforços e não com atos escusos.

Portanto, adultos irresponsáveis, folgados e mar
ginais, diversas vezes se tornaram assim devido à má educação adquirida na infância.

Muitas pessoas fugiram da regra, mas a maioria é resultado do que aprenderam.

É importante ter esta consciência e ganhar um futuro bem melhor, dando atenção para os pequenos.

Ame as crianças, sendo elas o maior tesouro que Deus entregou aos seus cuidados. Lapide-as com amor. Não entregue a responsabilidade dos filhos às tecnologias e queira tranquilidade enquanto eles se calam diante dos computadores, celulares e artifícios que atrapalham a pureza da infância e atropelam as menores idades.

Cada idade tem suas descobertas e suas conquistas. Não tenha pressa para seu filho se tornar adulto, afinal ele terá praticamente todos os anos da vida na fase adulta. Portanto, vale muito apena ganhar de sete a dez anos da vida em cuidados com os pequenos, e depois ter os outros 60, 70 anos para usufruir da recompensa, de filhos crescidos com responsabilidade e atitudes de bons cidadãos.

*Escritora, psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega com grande visão interna.Adquira meu livro: “Enxergando o Sucesso com as Mãos”.Cel 95 991687731 Blog: enxergandocomosdedos.blogspot.com.br

Iluminando o caminho percorrido – Afonso Rodrigues de Oliveira

“A experiência é uma lanterna dependurada nas costas que apenas ilumina o caminho já percorrido.” (Confúcio)

Na caminhada da vida, os caminhos percorridos enriquecem e fortalecem a alma. Não importam quais tenham sido os obstáculos encontrados. O que importa é que os tenhamos vencido. Tentar viver apoiado nas experiências pode dificultar as caminhadas futuras. Vá com calma. Caminhando com perseverança, coragem e muito entusiasmo. Todos e quaisquer obstáculos que possam surgir na sua frente, hoje, não são mais do que o indicativo de que você deve buscar nas experiências anteriores uma lição. Se você achar que a vida hoje está muito difícil, procure ver como foi a vida de seu pai ou de seu avô. Aposto que eles tiveram muito mais dificuldades do que você tem hoje. Não perca tempo com o passado. Viva cada minuto do seu dia, como se ele fosse o último. O mundo nunca viveu um momento tão evoluído quanto o atual. É muito provável que antes do último dilúvio já houvesse uma tecnologia avançada. Mas esse é um assunto para os entendidos. Vamos lê-los.

A única coisa que eu realmente entendo é que não entendo nada. Mas isso não me impede de pensar. E como penso, devo externar meus pensamentos, assim como você deve externar os seus. O que nos leva à responsabilidade sobre nossos pensamentos. E eles normalmente devem seguir as veredas da experiência. Pensamentos vazios não criam. Eles nos levam sempre ao negativismo. Nunca perca seu precioso tempo com assuntos que não produzam bons resultados. E os pensamentos positivos e produtivos vêm sempre de experiências vividas. Mas cuidado. Não se deixe levar pelo ilusionismo. Nem sempre as experiências indicam sabedoria. Deu pra sacar?

Nunca se esqueça de que o bom conversador não é o que fala mais, mas o que escuta e ouve mais. Evite sempre discussões. Elas não levam a lugar nenhum. Ninguém ganha uma discussão. O “perdedor” quase sempre está naquela de “Não há bobo mais bobo do que o bobo que pensa que eu sou bobo.” É a forma mais inteligente de se encerrar uma discussão. Equilibre-se nos seus pensamentos. Respeite sempre os pensamentos da outra pessoa. Ela está na dela. Então, fique na sua. Alinhe-se, equilibrando-se na corda bamba do circo da vida. Somos todos atores. Cabe a cada um de nós fazer o melhor no nosso picadeiro. Vamos citar mais uma vez o Swami Vivekananda: “Não se mede o valor de um homem pela tarefa que ele executa e, sim, pela maneira de ele executá-la.” O importante é que saibamos valorizar nossas tarefas. Procure ser sempre o melhor, ou a melhor. E você pode se achar que pode. É sua vez. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460