O saudosista – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Saudade é a presença da ausência”. (Laudo Natel)Quem de nós nunca sentiu saudade de algum momento da vida, ou de alguém? Faz parte do alicerçamento da racionalidade. Quem sente saudade é porque foi feliz. O que não devemos é ficar nadando nas marolas da saudade. Não necessitamos de virar saudosistas. Mas fala a verdade, você não sente saudade, vez por outra? Se não sente, cuide-se. Ultimamente ando afastado dos movimentos culturais e até mesmo das amizades fora das festanças. Enclausurei-me. O que é a maior tolice que alguém pode fazer na vida. E por saber disso e fazer isso é que me sinto incomodado, vez por outra. E incomoda pra dedéu. Sempre que ligo o televisor e vejo alguém com quem me relacionava e que me afastei, sinto saudade e fico com raiva de mim.
Recentemente vi uma foto no jornal, do Neuber Uchoa com seus filhos, para uma apresentação cultural. Quase chorei. Como eu gostaria de estar presente à apresentação. E por que não fui? Sei lá. Acho que vou ter que tomar cuidado comigo. Ontem abri meus e-mails e vi a Marisa Bezerra, num convite para uma apresentação teatral, ao lado de outras belezas. Fiquei triste. Há quanto tempo não vejo a Marisa. E como gostaria de assistir a seu espetáculo. E por que não vou? Sei lá. Mas vai daqui meu abraço quebra-costelas, pra você, Marisa. Todo o sucesso do mundo pra você. Ninguém mais do que você o merece. Abração.
Cheguei à recepção da Folha, peguei o jornal e saí com ele pendurado pelos dedos. Saí escrevendo este papo pela rua. Ia tão enlevado que nem percebi um carro que passou por mim. Só percebi quando o carro parou logo à frente. A porta do carro abriu-se e alguém saiu e gritou:- Mestre Afoooonso!!
Parei e arregalei os olhos. Era o Mestre Nonato Chacon. Minha nossa… outro cara que mora aqui do lado esquerdo do peito e de quem sinto saudade. Cumprimentamo-nos com carinho e afeto. E sempre que ele entra no meu peito me traz um punhado de gente a quem quero bem e de quem sinto saudade. Aí me lembro do Laudo Natel e me acalmo. A saudade é realmente a presença da ausência. E se é assim, vamos vivê-la em vez de sofrê-la. Aí comecei a me lembrar de tantas pessoas com quem convivi durante tanto tempo em contato com o Chacon. Nem me atrevo a mencioná-las. São tantas, que vão acabar me fazendo chorar, o que não me faria bem. Mesmo sabendo que as lágrimas viriam carregadas de felicidade. Se você, alguma vez, chorar de saudade, sinta-se feliz. Pessoas ou momentos trazidos à memória na nave da memória, acolha-os com felicidade. Porque suas presenças indicam que você foi feliz um dia. Pense nisso. *[email protected] ————————————Remédios ocultos – Tom Zé Albuquerque*É impressionante o número de pessoas doentes na sociedade atual. Os hospitais estão abarrotados de enfermos; as clínicas lotadas de pessoas combalidas; os divãs são preenchidos perenemente de pessoas perturbadas. Resta-nos saber em qual flanco atuam tantas enfermidades, na carne ou na alma.
Geralmente são atribuídas complicações físicas à cultura alimentar vigente, dos enlatados, encaixotados e conservantes que assolam o corpo físico. Muitos alimentos semiprontos trazem consigo aderentes químicos nocivos à saúde, ocasionando doenças efêmeras ou fatais. Mas não só isso tem degradado o ser humano deste século; paira sobre nós a tensão do dia-a-dia, a cobrança desmedida de sermos sempre melhores, mais eficazes, mais condizentes com os esdrúxulos modelos de beleza pregado por alguém, provavelmente feio. E isso, sem réstia de dúvida, tem deixado a humanidade descontrolada, causando distúrbios vários e provocando insanidades que afligem o meio social, com reações bipolarizadas de transtorno e ações eivadas de comportamentos psicóticos.
Todos nós estamos doentes. Todos nós somos doentes. Mas não se sabe bem quem de nós quer atingir a cura real. Será que somente a ação medicamentosa através de drogas industrializadas pode restaurar o corpo físico? Quais seriam as causas de tantos seres depressivos? Por que atua tão pouco a mente em prol de alívio espiritual? De qual valia terá o medicamento externo se não se trabalha o íntimo? Que abusos comportamentais são promovidos que tanto corroem a paz dos povos? Como regenerar a saúde se são destinadas ao próximo horas diárias de cólera? Quais hábitos perniciosos ainda temos que geram em nosso meio tanta destruição mental?
Muitas pessoas vivem entorpecidas por mentalizarem o mal, devorando energias com maledicências constantes, destinando o valioso tempo de missão na Terra com inutilidades, com conversações infrutíferas. Sem resistência moral, muitas pessoas vivem em turbulência mental, consequente daquilo que maligno fez ou do que deixou de errado acontecer, não raro para benefício próprio. Quais os valores que nos sustentam? No leito de morte, estaremos convictos do nosso invulgar esforço na contribuição terrena para com a sociedade? Ou a despedida será alicerçada de remorsos e culpas?
Por toda parte, em vários tempos, emergem convites à edificação e ao aprimoramento humanos em prol da coletividade. O individualismo apequena o convívio e gera dívidas espinhosas para a próxima missão. O plantio é, pois, facultativo; a colheita, obrigatória.*Administrador———————————–O que fazer com o que você sabe? – Rubens Marchioni*Naquela noite, quando Valkíria tomou o microfone e começou a falar, o auditório, estático, deixava de ser o mesmo. Ele se dava conta de que a obtenção do conhecimento é apenas o primeiro estágio de um empreendimento de sucesso. A quantidade de certificados obtidos, concluía, não faz diferença, quando não se convertem em fonte de resultados, primeiro para si mesmo, e depois para empresas e instituições.
Conhecimento: esse passo, isoladamente, não tem o efeito de uma caminhada. Preenche espaços na mente. Mas não transforma a realidade. Para ser completo e produzir frutos, ele requer ação. Que o diga o educador Paulo Freire, para quem “A esperança que não se faz na ação não é uma esperança esperançosa”. Mais do que isso, é indispensável que a teoria e o domínio da técnica – habilidade -, sejam acompanhados pelo desejo de criar envolvimento com projetos que tragam benefícios palpáveis. A isso se chama atitude. Como se sabe, a semente que não deixa o laboratório para comungar intimamente com a terra não produz sombra, flores e frutos.
Saber. Saber fazer. Querer fazer. Ou, respectivamente, Conhecimento, Habilidade e Atitude. Uma trindade perfeita, que não se pode desmontar.
O primeiro domina conceitos, a essência da realidade. Sabe tudo a respeito do sabor, do valor nutritivo etc. de uma torta mousse de chocolate. O segundo, artesão, é mestre do passo a passo que inclui a seleção e manuseio dos ingredientes, além do uso dos instrumentos indispensáveis à produção dessa iguaria, digna de uma Ofner. Já o terceiro é movido pela vontade forte de transformar toda essa teoria em prática que alimenta e dá prazer. Este é o sonho de consumo de toda a sociedade nos seus diferentes níveis.
A apresentação atingiu plenamente seus resultados. Valkíria concluiu sua fala questionadora com uma última provocação: “E agora, o que vocês vão fazer com isso que sabem?”.*Publicitário, jornalista e [email protected]://rubensmarchioni.wordpress.com——————————————Deus é mais… -Vera Sábio*Há mais mistérios entre o céu e a terra, do que suponha nossa vã filosofia. Existe um só Deus (Onipotente, Onisciente, Onipresente). No entanto, os seres humanos e falhos sentem-se no direito de julgá-lo os outros pelos próprios parâmetros; realizados a partir de nossascrenças, costumes e ideologias.
Agimos de acordo com nossa forma de interpretar o que é certo ou errado. Nossos instintos, nossa cultura e até mesmo o divino inspirado em nós, mas que somente através de “nós” será possível sua atuação, conforme a nossa vontade.
“Quem não tiver nenhum pecado que atire a primeira pedra”, disse Jesus. Porém, facilmente julgamos. E no momento em que Jesus nos pede para doar tudo aos pobres e segui-lo, ou para dar a outra face a ser batida, ou a outra mão para ser cortada. Voltamos a nossa insignificância, e repensamos melhor, ou justificamos de outra forma o que foi lido, e por nossa conveniência deve ser diferentemente interpretado.
Hipócrita! Quer converter o outro, mas nunca chegou a ser realmente convertido; não leu nas escrituras que “Os mornos serão vomitados”.
Todavia, precisamos perdoar “7 vezes 7”, ou infinitamente, conforme as compreensões de cada um.
É fácil pegar trechos espalhados pela Bíblia, para justificar qualquer ação e formar por interesses comerciais outra religião, ou outra denominação religiosa.
“Aceitar Jesus” é uma frase muito repetida, quando alguém quer que modificamos nossos dogmas religiosos, não refletindo o quanto somos pecadores, falhos, mutáveis, sem nenhuma condição de aceitar o santíssimo Jesus, nosso salvador.
Somente Deus pode nos aceitar se quiser, nos perdoando constantemente e sabendo que novamente iremos trai-lo, nunca ocorrendo o contrário.
As pessoas detentoras dos dons de pregação sabem que “Muitos dirão Senhor, Senhor… mas poucos serão de Deus”. No entanto, seus interesses pessoais requerem ter cada vez mais o domínio dos “irmãos”, e trazer mais e mais fieis, que paguem o dízimo e enriqueça a igreja.
Esquecendo daquela passagem da Bíblia, a qual relata que os primeiros pregadores confeccionavam tapetes, vivendo do trabalho, e não de rendas da igreja trazidas pelos fiéis.
Doavam suas vidas, seus esforços e seu tempo para Jesus, entendendo que: “Quem amar e acolher o menor dos meus filhos, é a mim que ama” (Jesus).
Você que luta pela igualdade, fraternidade e partilha é capaz de dedicar-se a um doente sujo e mal vestido, a uma criança abandonada, a um idoso desprezado, a uma pessoa com deficiência ou doente mental jogado pelas ruas?
Consegue doar seu tempo, seu amor e parte do seu salário; mesmo que para isto não tenha nem tanto tempo, nem tanto dinheiro e nem tanto amor a oferecer na igreja?
A oração sem ação é morta; por isto faça mais do que fale, e deixe realmente o Espírito de solidariedade agir…*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega—————————————-
ESPAÇO DO LEITORREVITALIZAÇÃOSobre a parceria que o Governo do Estado está tentando firmar com o 6º Batalhão de Engenharia de Construção para a revitalização do Distrito Industrial, o internauta Sousa comentou: “Creio que agora o governo está dando um passo muito importante para a melhoria do nosso Estado. Entretanto, gostaria que essas obras não acontecessem somente no Distrito Industrial, mas em toda a cidade, porque nós, os moradores, já estamos cansados dessa história de abrir um buraco nas ruas, depois fechá-lo. Não demora muito, eles se abrem de novo e os catombos vão ficando nas ruas. Parece que as coisas não são planejadas. Tenho certeza de que se o 6º BEC tomasse conta deste serviço, as ruas de Boa Vista seriam ótimas para o tráfego”.SALÁRIOS“Enquanto há altas remunerações para os representantes dos Executivos estadual e municipal e seus secretários, milhares de trabalhadores recebem apenas um salário mínimo e outros milhares não recebem nada por estarem desempregados. Sendo Roraima e Boa Vista entes de população pequena e comicamente fracos, o ideal é que a governadora, a prefeita e os secretários recebessem metade do que ganham. Segundo o filósofo grego Aristóteles, ‘a virtude é um meio termo’”, comentou o internauta Natal Altair sobre o levantamento dos salários dos principais órgãos de Roraima, feito pela Folha.EXONERAÇÕESO internauta Marcelo dirigiu um questionamento à Câmara Municipal quanto à data de pagamento das rescisões dos servidores exonerados. “Até a presenta data, o presidente não informou quando fará o pagamento das rescisões. Todos devem ter famílias e contas para pagar. Até onde fiquei sabendo, existe uma parte significativa dos exonerados se organizando para fazer um protesto em frente à Câmara, pois acreditam que a Casa tem recursos para pagar a todos. A questão é vontade política”, disse.