Incluir ou integrar – Vera Sábio*Antigamente, os portadores de deficiência, ou seja, a deficiência era considerada como algo que se porta ou não porta quando bem entender. Fácil seria se assim fosse, pois teria uma deficiência aquele que quisesse porta-la, ou pelo menos aquele que tivesse uma deficiência teria possibilidade de deixar de porta-la, sendo com um tratamento ou alguma outra terapia.
Vendo neste prisma, no entendimento que a deficiência não é uma doença e sim uma característica genética, congênita ou adquirida por vários meios.
A partir da Convenção da ONU, esta definição tem sua grande importância na conscientização de que aqueles acometidos de alguma anomalia, seja ela: (visual, intelectual,auditiva e física), são “pessoas com deficiência”.
Como “pessoas” temos todos os direitos que qualquer ser humano tenha, e por ter uma deficiência deve ter as condições necessária para que se desenvolva de acordo com suas possibilidades. O ser humano sendo muito versátil, tem condições suficientes de fazer do seu jeito, coisas que para outros que por não ter as características, pertencente somente a “ele”, não consegue, nem se quer compreender como, com tal limitação, aprende e faz…
Por isto, o maior mandamento pregado pela Convenção da ONU e que vale com poder constitucional é que “nada seja feito por nós, sem a nossa participação”.
Cada pessoa é única em suas particularidades e desenvolvimentos, e por isto precisa que todos os governantes e legisladores estejam sempre em contato com as associações e conselhos das pessoas com deficientes para serem eficientes nas efetividades dos direitos constituídos para esta classe de pessoas. Todos têm direito de aprender e participar das escolas destinadas a qualquer tipo de pessoas, pois antes de termos uma deficiência, somos uma pessoa e parte da sociedade, tendo os mesmos direitos de toda sociedade.
Para isto é bom que fique bem claro o que é integração e o que é Inclusão.
Por termos direito a participar da escola, conseguimos até com grande facilidade, estar na escola, ou seja, “ser integrado nesta escola” (colocado no meio).
O que é totalmente diferente de inclusão. Pode-se ir para escola, junto com os demais que lá estão, frequentar a mesma sala de aula, estarmos mesmos ambientes; no entanto se não estiver lá incluso de nada adianta.
É impossível uma criança surda participar de uma aula, na qual todos são ouvintes e o professor fala e fala e ela lá no cantinho, quer dormir ou fazer qualquer outra coisa que lhe desperte a atenção, pois nada escuta e está somente integrada ali, não tendo nada que a permita estar inclusa.
Incluir é adequar desde o transporte acessível para chegar nesta escola, como todos os ambientes da escola acessíveis para que ela tenha total autonomia; e na sala de aula, condições acessíveis de aprendizado, de acordo com sua real necessidade.
Só consegue-se saber do que o ser humano é capaz de aprender e se desenvolver, a partir do momento que lhes é apresentado todas as condições dignas de aprendizado, sem esquecer, que este aprendizado tem que ser de acordo com as suas capacidades.
Não posso exigir que o cego entenda o que está sendo explicado no quadro, se se quer ele enxerga ou imagina como seja o quadro…
Não posso querer que uma pessoa com deficiência intelectual tenha os mesmos desenvolvimentos que outra pessoa que não tem problemas cognitivos. Mas quantas habilidades podem ser desenvolvidas com ele, com amor, dedicação e condições adequadas de ensino.
Esta inclusão ainda é um sonho bem distante, mas como cega, profissional, independente, graduada, concursada, mãe e lutadora, sei que isto é possível, pois se eu sendo uma pessoa com deficiência consegui ultrapassar os limites impostos pela deficiência da sociedade e do sistema em me acolher, com certeza todos também do seu jeito conseguem. Por isto afirmo que a única deficiência que não tem jeito é a deficiência da vontade.
Não desistam dos seus parentes e amigos com deficiência, lutem para que tenham direito a inclusão arquitetônica, atitudinal, profissional, pessoal e social que cada ser humano tem direito, independente da sua condição.
Temos o Conselho Estadual das Pessoas com Deficiência, onde todo cidadão pode levar suas denúncias sobre qualquer lei direcionada a pessoa com deficiência que não estejam sendo cumpridas.
“Façamos os nossos deveres, para que exijamos nossos direitos”.*Conselheira do Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência———————————Vida louca, Vida breve! – Profª. MSc. Selma Mulinari*A violência tem tornado breve a vida de alguns cidadãos, que por puro acaso se veem expostos as cenas da violência cotidiana. É chocante percebermos que não estamos seguros em lugar algum, se estamos na rua estamos sempre expostos a violência, se estamos dentro de casa também.
O homem a cada dia que passa cria mecanismos e desenvolve tecnologias para melhorar a sua vida nesse planeta. São milhares de ideias que florescem todos os dias para que algo seja inventado em prol da melhoria da qualidade de vida para que o homem possa usufruir mais da sua efêmera passagem pela vida terrena.
Hoje a grande preocupação do mundo gira em torno de uma cadeia produtiva que luta incessantemente para cada vez mais produzir e cada vez mais lucrar mais com essa produção. O mundo gira em torno da incessante busca por fontes de energia para mover uma engrenagem que ele próprio criou e que o tempo se encarregou de tornar pesada e cara.
O mundo gira em torno de uma incessante busca por formas menos agressiva para a produção de alimentos e luta também para não continuar destruindo o que recebeu de graça da mãe natureza.
Acredito que o homem só vem esquecendo-se de se precaver contra ele mesmo, de se precaver contra a sua própria bestialidade, contra a sua própria ganância, contra a sua própria monstruosidade, contra a sua própria crueldade.
A violência a que somos expostos todos os dias na vida urbana, a violência doméstica, a violência no trânsito, vem fazendo com que o homem se perca dentro do seu mundo e vem tornando esse mundo um lugar difícil de viver.
Hoje vivemos numa ciranda onde todos vivem correndo sem parar para pensar um momento no sentido de se ter uma vida louca. Vivemos e corremos tanto que nem dá para perceber o real sentido de estarmos vivos.
Com isso estamos contribuindo para que a nossa passagem por este mundo seja breve e talvez para alguns, completamente sem sentido. O homem vem conseguindo estragar tudo vem conseguindo expor a humanidade a transtornos intransponíveis. Até quando vamos conseguir levar essa vida, não sabemos, o que sabemos de certo é que a cada dia estamos contribuindo para que o caos se instale.
O caos não deve ser visto somente quando acontecem grandes catástrofes, o caos deve ser enxergado nas mortes diárias de pessoas atingidas por balas perdidas, o caos deve ser visto nos inúmeros acidentes de trânsito. O caos deve ser visto nas grandes enchentes que arrastam vidas inocentes. O caos deve ser visto no cotidiano das pessoas que morrem todos os dias sem ter tido sequer um atendimento digno!!!*Mestra em História [email protected]———————————–Pelas Veredas da Vida – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende”. (Leonardo da Vinci)Quando sabemos caminhar não tememos as veredas ínvias e tortuosas da vida. É nelas que aprendemos a viver. O importante é aprender a caminhar. E quando sabemos para onde vamos não tememos os obstáculos. Nunca permita que o medo faça de você uma marionete da vida. Confie em quem merece sua confiança. Porque se não tiver o prumo da vida viverá sempre em desequilíbrio. Não permita que a desconfiança tome conta de você. Ela traz o medo. E o medo neutraliza a mente. Determine seu rumo e vá em frente. Só você sabe para onde quer realmente ir. O sapo da Alice já ensinou que quem não sabe para onde vai qualquer encruzilhada serve.
Seja dono do seu destino. Busque orientação, sempre que sentir necessidade. Mas não permita que o orientador dirija sua vida. Quando orientamos apenas dizemos o que o desorientado deve fazer e qual a melhor maneira de fazer. Mas a decisão em fazer ou não, é dele. Nunca tente dirigir a vida de ninguém. Apenas mostre-lhe o caminho que você já trilhou. Sabemos que o meio mais seguro de se atravessar um campo minado é ir pisando sobre as pegadas dos que já o atravessaram. Aprenda a aprender com seus erros e os erros dos outros. Os erros nos ensinam a acertar.
É olhando nos olhos que aprendemos a ler os pensamentos dos que nos querem dominar ensinando-nos a seguir os pensamentos deles. Não permita que nada, nem ninguém, consiga fazer de você um títere. E somos títeres quando não sabemos caminhar pelas nossas veredas e caminhamos pelas veredas dos outros. Nunca permita que ninguém tire de você o seu direito de pensar. Ninguém deve tirar seu livre arbítrio no pensar.
O importante é que você aprenda a pensar. E isso só se consegue com o aprimoramento mental. Tarefa exclusivamente de cada um. É um poder que temos porque o trouxemos da nossa origem racional. Somos todos da mesma origem. Viemos todos do Universo Racional. Portanto, somos todos iguais nas diferenças. Caminhar por veredas distintas e nem sempre aprovadas pela racionalidade, faz parte da imunização racional. É através dos nossos pensamentos que alcançamos nosso sucesso. E não há sucesso sem aprimoramento mental. E ninguém, além de você mesmo, tem o poder de aprimorar sua mente. Não tente dirigir a vida dos seus filhos. Apenas mostre-lhes o caminho certo e procure aprimorar os conhecimentos deles para que eles próprios comecem a dirigirem-se no caminho certo, mesmo que este seja cortado por veredas tortuosas. Aprenda sempre com os erros. Pense nisso. *[email protected]