Opiniao 08 11 2016 3217

Um adeus filosófico – Walber Aguiar*Há certo gosto em pensar sozinho. É ato individual, como nascer e morrer.                                                                                                    DrummondNão sei exatamente quando ele se foi. Só sei que o dia estava nublado. Sei também que a solidão tornou-se ainda mais profunda e que a humanidade perdeu um bocado substancial, uma figura carismática, um homem encantador, um menino simples, bom e divertido.Valdir era um cara profundamente enigmático. Uma incógnita ambulante.

Um cidadão da polis, uma parceria quase insubstituível. No estilo Mário “Medusa”, Valdir queria o infinito e a liberdade. Buscava mais perguntas que respostas, na tentativa de mergulhar filosoficamente na vida, a fim de boiar com mais certeza e compreensão do mundo, da vida e de todos os mistérios e segredos que cercam o existir humano.Era um menino franzino, que gostava de caminhar por aí. Isso porque, enquanto se caminha se vive, se descobre, se percebe, se entende, se esbarra com as pessoas, com os indivíduos feitos de carne e osso. Quem apenas senta e se “embala” nas redes sociais, torna-se um inveterado virtual,  uma espécie de viajante ficcional, onde se “desliza na maionese”  na ânsia de mostrar o que somos e o que desejamos ser. Por isso mesmo Valdir caminhava. E não somente se exercitava na arte de andar por aí. Também cuidava de sua mãe. Fazia seu almoço, seu caldo, seu carinho,  numa capacidade de servir, de ser o mordomo, de entregar na bandeja a alegria e a felicidade domésticas.Minha irmã, Cleres, disse que não tinha quase ninguém no velório. Que havia um misto de estranheza e solidão no ar. Isso, junto com o dia nublado, parecia encobrir e tornar ainda mais denso o mistério do existir. Parecia que Valdir encerrava em seu peito a essência do desconhecido, a beleza do inusitado. Estava ali, parado, inerte, enquanto mantinha os olhos abertos. Olhos de paixão e de mistério, de tristeza e profunda capacidade de refletir sobre o vazio da realidade e a realidade do vazio.Valdir cursava Filosofia. Daí a vontade de agarrar-se às raízes de tudo, às pontas soltas de um universo frio, mudo e assustador. Não poderia ser maior e mais intenso o último mergulho filosófico. Não poderia ser mais insondável a passagem pelo último portal da vida. O absurdo processo terminal o acometera, o deixara ainda mais filosófico, naquela inércia do corpo, naquela ebulição de alma.Não sei exatamente quando ele se foi. Talvez há uns três ou quatro anos. Só sei que aquele menino mirrado e cheio de graça vai dar um anjo daqueles. Vai voar por aí a contemplar os “buracos negros” da existência, com os olhos sempre abertos, na tentativa de enxergar a verdadeira vida.Descanse em paz, Valdizinho; pois a saudade, por mais que doa, não nos mata. Um dia nos encontraremos para discorrer sobre Nietzsche, Sartre e outros meninos filósofos. Aí vamos saltar filosoficamente nos braços largos do infinito…*Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras   [email protected]   ———————————Resgatando os valores da família – Marlene de Andrade*“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.”(Mateus 5:5)Por si só as crianças são egocêntricas e por seu turno as sociedades modernas vêm trazendo às elas uma visão totalmente deturpada  em relação ao amor. A mídia em geral, tem contribuído demasiadamente para tirar a criança do foco em relação aos verdadeiros valores éticos, morais e espirituais. Devemos amar o próximo como a nós mesmos, porém a criança vem sendo criada para unicamente se dar bem, não importando a quem está prejudicando. Têm pais que educam seus filhos a não levarem desaforos para casa e partir para cima do colega que o afrontar. Outros tipos de pais fazem todos os gostos dos filhos e os mimam demais. Existem ainda aqueles que jamais fazem um elogio ao filho levando a criança se sentir abandonada pela ausência de afeto.É verdade que hoje os compromissos dos pais são muito grandes e por isso muitas vezes eles não podem dar a devida atenção que eles merecem, mas sempre há um tempinho para que os mesmos interajam com seus filhos, visto que criança precisa de atenção e de se sentir amada. O que é mais importante, o crescimento profissional ou os filhos? Essa pergunta todos os pais deveriam se fazer sempre. Para mim, principalmente, hoje, que amadureci mais, posso perceber que a disciplina quando é mal conduzida pode gerar na criança uma enorme insegurança. Aliás, hoje, mais do que nunca percebo que disciplina tem muito a ver com diálogo e bons exemplos. Como uma criança será no futuro um adulto bem resolvido se os pais não têm tempo para elas e lhe dão maus exemplos? E tem mais, não adianta usar a vara sem dialogo, sem o qual não há disciplina. Criança criada, principalmente pela babá eletrônica se torna muitas vezes agressiva, sem perspectivas, desconcentradas e focadas no nada. Não estou querendo dizer que criança não pode assistir televisão, porém ficar horas e horas diante de uma TV e conectas às redes sociais é totalmente contrário a uma boa formação educacional.Outra situação abominável é disciplinar a criança espancando-a. Isso não é disciplina e sim agressão. Outro hábito abominável é falar com a criança  em tom sarcástico e ironicamente.  Alguns pais deveriam entender que abuso não é somente o sexual e sim também o físico e psicológico. O que esperar dessas crianças? Nada, a não ser que cresçam ansiosas, revoltadas, inseguras, frustradas, angustiadas e cheias de medo. Sendo assim, elas chegarão, na maioria das vezes à adolescência, sem interesse pelos estudos e muito menos pela família, passando, por isso, a preferir amizades de “amigos” da rua do que dos  seus familiares. *Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT, pós-graduada em Perícias Médicas/Fundação Unimed e técnica de Segurança no Trabalho/Senaihttps://www.facebook.com/marlene.de.andrade47Tel.: 36243445———————————

Somos o que pensamos – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Não é suficiente ter uma boa mente: o principal é usá-la bem”. (Descartes) O mais dinâmico centro de funcionamento em nós está em nosso cérebro. É ele que desempenha os mais importantes papéis nas nossas vidas. O mais importante é que devemos aprender a pensar. É através dos nossos pensamentos que enviamos as mensagens ao nosso subconsciente. Porque é aí que está toda a força de que necessitamos para um bom desempenho. Todos nós buscamos uma maneira de desenvolver uma forma que nos leve ao sucesso. Como nutrir essa forma é o que nos deixa na gangorra da vida. Não podemos ter sucesso ocupando nosso cérebro com pensamentos focados no fracasso. Simples pra dedéu. Tão simples que a maioria dos seres humanos não consegue perceber. É na nossa forma de ser que somos: nos nossos hábitos de pensar, na nossa forma de falar, no nosso comportamento diante das pessoas. É como nos apresentamos que somos vistos. E nem sempre percebemos a importância que isso tem. Nosso comportamento é a matriz interiorizada que deve ser sempre reativada. Não podemos, nem devemos, ficar parados esperando que as coisas mudem, quando elas não estão dando certo. É mudando nossa forma de pensar que mudamos os resultados obtidos. Porque eles vêm através dos nossos pensamentos. O cérebro não distingue a experiência, da realidade. E como o executor é o subconsciente, devemos lhe passar a mensagem real do que realmente queremos e não do gostaríamos de ter. Já sabemos que nosso subconsciente não tem inteligência. Ele apenas executa, e com precisão, o seu desejo, de acordo com o recado que você lhe manda. De acordo como você lhe diz o que quer, mesmo que não queira. Resultado de como você lhe passou a mensagem. A maneira mais eficiente de nos prepararmos para o futuro é nos concentrarmos em nossa imaginação. E tudo está concentrado na nossa ação, no que fazemos hoje e agora. Por tanto, faça hoje o melhor que você puder fazer. Até mesmo na sua maneira de pensar. Nunca transmita ao seu subconsciente qualquer pensamento sobre o que você não quer. Fale com ele, sempre em total silêncio. Ele não entende o que você fala, mas o que você pensa. E pra ele, tudo que você pensa é o que você quer. Mas do que você, ele sabe que você é o que você pensa. Falo sério. Nunca use a palavra “não”, quando estiver falando com seu subconsciente. De per si isso já faz com que você acostume-se a não usar palavras negativas no seu dia a dia. Que é o que apresenta você como uma pessoa altamente positiva, agradável e social. É com nossos pensamentos que abrimos as veredas da nossa vida. Pense nisso.*[email protected] 99121-1460