Opinião
Opiniao 09 02 2015 604
Redescobrindo a pólvora – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Na situação do ensino primário está o termômetro mais seguro da civilização de um lugar”. (Rui Barbosa) Acho que já usei dessa fala do Rui Barbosa, por aqui. Mas se falei, não faz mal. Ela é sempre válida quando falamos de educação. Assim como é indispensável, a do Miguel Couto: “No Brasil só há um problema nacional: a educação do povo”. Um problema nacional com o qual vimos lutando há séculos, sem nenhuma orientação para a educação. Já falei, também, de um político roraimense que disse num debate político, que para ensinar a essas crianças do interior o professor só precisa saber ler e escrever. E foi assim e é, que nossa educação vem caminhando, não só pelos interiores, mas descaradamente pelas capitais. A televisão está começando a mexer nesse pantanal. E olha que vai ser uma luta acirrada. Estamos descobrindo que o que importa é a preparação do professor e não o falatório dos responsáveis pela Educação. Os dirigentes ainda não descobriram que para educar, o professor tem que ser educado. E a educação, aqui no caso, deve ser superior e dirigida à Educação. A criatividade é fundamental para quem educa. Não podemos mais tentar educar a criança de hoje com o cansativo B+a = Ba. E, pelo amor de Deus… Não vamos mais fazer campanhas pela isonomia, sem saber em que campo ela deve atuar. No meu entender, que não é nada acadêmico, o professor é um líder. E um líder não se faz; descobre-se. E cada um de nós descobre dentro de si mesmo se é, ou não, um líder. E sendo, o que deve fazer é se preparar para sê-lo dentro dos padrões de liderança. E um líder nunca está totalmente preparado. O preparo para um líder está no dia-a-dia e em cada momento do dia, no exercício de sua profissão. Quanto ao salário do professor, há uma vereda quase ínvia a percorrer. E minha sugestão é você não tentar cair na tolice da isonomia. Ela é válida, sim, mas não para igualar e nivelar professores, sem considerar o preparo de cada um. Não cair na absurda ideia de que para educar no ensino, você só precisa saber ler e escrever. Há intelectuais por aí me chamando de tonto porque eu digo que deveríamos substituir o Ministério da Educação por um Ministério do Ensino. E por que não? Mas isso só será possível quando entendermos que a educação nasce no berço. O professor ensina e prepara para a vida, com educação. O que temos são jovens que vão para a escola, sem educação. E professores, com grandes exceções, claro, que não estão preparados para encarar o problema. E seus alunos sairão sem condições de preparar seus filhos para seus novos professores. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460 ——————————————- O poder aos despoderados – Tom Zé Albuquerque* Há pessoas que não estão preparadas para o poder. Existem profissionais que recebem de mão beijada cargos estratégicos de gestão, e por não estarem acostumados em lidar com empatia, probidade, capacidade de liderar, visão holística e poder de inovação, acabam por fazer bobagens em série. O magnânimo Abraham Lincoln desferiu uma frase fartamente veiculada até hoje: “Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”. Não se sabe ainda quem é mais inconsequente, se é aquele que aceita o cargo ou se é quem o nomeia; de qualquer sorte, os vitimados são os subordinados, além dos demandantes pelos serviços prestados pela Organização na qual está o poder vinculado. Ferreira Leite coloca que “O homem é o animal mais fácil de domar. Ele é facilmente enganado e seduzido por coisas superficiais como a beleza, a fama, o dinheiro, a reputação e o poder. Às vezes parecem tolos e, mesmo que se esforcem, não conseguem enxergar as coisas que acontecem à sua volta. A convivência do homem com o poder acaba lhe proporcionando todas as demais tentações”. O mesmo autor deslancha quando alerta para a bajulação decorrente do poder ascendido, campo natural para o elogio fácil. E o poder, segundo Leite: “… alivia mágoas, elimina frustrações, massageia o ego, satisfaz o espírito, dá garantias, segurança, encobre situações e mascara as até então transparentes verdades do homem” (…) “Não são muitos os homens que sabem conviver com o fascínio resultante do poder. Em menor quantidade são aqueles que sabem perde-lo! No auge, são poucos os homens que conservam os seus hábitos, as suas amizades e sentam-se à mesa como simples mortais”. Nota-se aí que o mau domínio do poder é uma anomalia, um distúrbio mental, tanto assim é que o perfil daqueles que têm sede de poder envolve, no mínimo: disposição desmedida para agradar aqueles que o sustentam no poder; reduzida autoconfiança; dificuldade em tomar decisões; melindre à flor da pele; necessidade extrema da aprovação dos outros; pavor à rejeição; fraqueza em expressar desacordo aos superiores, entre outras idiossincrasias. Não há réstia de dúvida que o maior dos males consiste na fragilidade de um gestor em tomar decisões coesas, sérias, legais, quando contrariarem a opinião de seus superiores. Ao ser obediente à hierarquia mesmo que contrarie o racional, o honesto e o que é justo, o gestor prostitui a si e degenera seu grupo de trabalho. Engana-se quem acha que a meritocracia se atrele somente ao formato e aos tópicos curriculares, mas nomeação por mérito exige do escolhido pulso forte, personalidade, caráter, desprendimento e ímpeto em aplicar seus princípios (quando realmente existirem). Por vezes, as organizações agonizam em busca de novos modelos e práticas de gestão. Inúmeros desafios patentes a serem transpostos residem sempre à tona, mas o gestor obediente, de tão passivo e preso ao cargo que está, prefere se prender a assuntos secundários, tratar de atividades comezinhas, transferindo para o externo os problemas que são seus numa forma sorrateira de encobrir o que lhe compete. Como disse o brilhante Ulysses Guimarães… “O poder não corrompe o homem; é o homem que corrompe o poder”. *Administrador ——————————————– Otimismo, a arte de buscar o ótimo – Fernando Piccinini* Os optimi, na Roma antiga, pertenciam à elite moral, eram aqueles que se sentiam capazes de encontrar soluções para as situações mais adversas. Nunca antes na história deste país os otimistas foram tão necessários. Otimistas são os mais preparados para superar as dificuldades, para reunir as pessoas em torno de boas atitudes e os que chegam primeiro ao oásis. Neste nosso tão maltratado Brasil, as pessoas confundem sisudez, cara feia, cenho franzido, porrada na mesa com responsabilidade e eficiência. Quem disse? Grandes invenções nasceram das dificuldades enfrentadas com alegria e fé; a esperança para reencontrar um amor eterno trouxe de volta da guerra milhares de soldados. Otimistas enxergam ouro onde o pessimista só vê areia. Otimistas devem ser preferidos em processos de seleção das empresas, dos Governos, por terem o espírito do garimpador em seu DNA. Otimistas são mais trabalhadores. Sabem canalizar e potencializar suas energias vitais. Acreditam mais em si mesmos e no brilho do outro. A intuição é respeitada. E confiam. Quanto mais difícil o cenário, mais precisamos nos cercar de pessoas que pensem fora da caixa e que exercitem a sua criatividade. Otimismo e criatividade caminham juntos e são os pais da inovação. E dá para ter uma atitude positiva com o que está acontecendo em torno de nós? O país com a maior reserva de água potável do mundo com as torneiras secas. Megalópoles no escuro. Líderes (?) omissos. O futuro está mais para Mad Max do que para Jetsons. E o filme está só começando. Ninguém mais que um otimista acredita em finais felizes. Eu acredito. *vice-presidente de criação da Rino Com. —————————————————– Uma visão otimista em um momento delicado do setor elétrico – Pedro Sega* Pouco mais de um ano após anunciar reduções de até 20% na conta de luz dos brasileiros, o governo divulga que o imposto voltará a subir em 2015, como forma de financiar o uso de usinas termelétricas, mais caras que as hidrelétricas, em meio a um delicado cenário energético. A instabilidade do fornecimento de eletricidade no País evidencia a necessidade de mudanças estruturais e isso envolve não apenas melhorias na nossa infraestrutura, sujeita a crises em momentos de baixos níveis de chuva, mas também uma reflexão sobre os nossos próprios hábitos de consumo. Neste momento de conscientização, a adesão a novas tecnologias representa uma saída, que passa pelo uso de um vasto portfólio de lâmpadas, desde halógenas e fluorescentes, até chegarmos ao LED, o que há de mais moderno no ramo. O temor por “apagões” e a necessidade de racionar energia é uma preocupação constante. A situação brasileira não é tão confortável como gostamos de pensar, mas, optando por analisar a situação com otimismo, alguns passos já estão sendo dados na direção de tornar nosso consumo mais eficiente e sustentável. Em junho deste ano, as lâmpadas incandescentes de 60 W, mais usadas no país, terão a fabricação encerrada. Embora o prazo para retirá-las completamente das prateleiras seja maior, a tendência é que não sigam por muito tempo no mercado, considerando os baixos estoques nos pontos de venda. O fim desse ciclo abre espaço para que os brasileiros descubram as vantagens de tecnologias mais avançadas de iluminação, sobretudo o LED. Ao trocar uma incandescente por uma lâmpada LED, o consumidor se beneficia com maior vida útil, pouco calor, ausência de mercúrio na composição e, sobretudo, economia no consumo de energia. Com lâmpadas mais eficientes, o risco de quedas de energia diminuirá, sem a necessidade de um grande sacrifício por parte da população. Não temos o poder de provocar as chuvas necessárias para aumentar o nível dos nossos reservatórios hidrelétricos. Porém, está ao alcance de todos nós tomarmos maior consciência sobre economia de energia e procurar produtos que reduzem o consumo elétrico. Em meio a dificuldades para se administrar a energia no Brasil, a boa notícia é que cada vez mais as grandes produtoras investem na tecnologia LED, que tende a crescer e se popularizar nos próximos anos. O futuro já chegou – e será bem iluminado. *gerente de Produto da OSRAM, responsável pelo portfólio de lâmpadas halógenas, LEDs e incandescentes. ———————————— ESPAÇO DO LEITOR IGARAPÉ AZUL A internauta Francisca Vanda dos Santos Silva denunciou que o Igarapé Azul está sendo usado de forma ilícita por algum sitiante. “Suas águas estão paradas e sujas, como se houvesse uma barragem em algum lugar. A denúncia foi feita em todos os órgãos públicos responsáveis e nada foi feito até agora”, relatou. CRÉDITO SOCIAL Sobre a convocação de servidores do programa Crédito Social para prestar esclarecimentos, o internauta Giovanni Trajano de Lima comentou: “Bom, todo ano é essa coisa. Os deputados nunca fizeram nada e agora, porque a governadora Suely, ganhou estão fazendo isso. Esses deputados têm que trabalhar”. AGROTÓXICO 1 Sobre a prisão de um empresário suspeito de receptação de um agrotóxico proibido, o internauta Sérgio Pereira comentou: “Sem contar que o uso indiscriminado de inseticida, herbicida, fungicida e muitos ‘-icidas’ da vida, além de colocarem a fauna e a flora em perigo, atingem também as pessoas”. AGROTÓXICO 2 “Os seres humanos só querem vislumbrar lucros sem se importar com a natureza e o meio ambiente. Seria bom que a Polícia Federal, com o seu núcleo de combate aos crimes ambientais, verificasse o que estão fazendo com os lagos formados e com os que estão ainda em formação, drenando e plantando. Enquanto o País inteiro está sofrendo com estiagens e secas, aqui alguns estão destruindo reservas de águas”, concluiu o internauta. PAGAMENTO Para o internauta Dalcimar Duarte da Silva, o Governo do Estado deveria priorizar o pagamento de quem realmente trabalha. “E não pagar quem nada faz, como o Legislativo, que ganha muito bem”, comentou. ISENÇÕES “As isenções são poucas, sendo que a mais conhecida é a de produtos com valores inferiores a US$ 50 enviados de pessoa física para pessoa física. Só que isso é ilegal. (…) Disso já tínhamos conhecimento. Entretanto, o que poucos sabiam ou lembravam é do regime de tributação simplificada das remessas postais internacionais”, comentou o internauta Ramón Alves sobre a fiscalização mais rigorosa dos Correios e Receita Federal.