O brincar como ferramenta para o desenvolvimento integral das crianças
Mariângela Carocci*
A Primeira Infância é reconhecida como uma etapa crítica para o desenvolvimento humano, segundo as evidências e contribuições da Neurociência e de acordo com o Núcleo de Ciência pela Infância. Essa fase, que se refere aos seis primeiros anos de vida, é responsável pela formação de 700 conexões neurais por segundo. Nos primeiros anos de vida, a arquitetura básica do cérebro é construída através de um processo contínuo, que se inicia antes do nascimento e continua até a maturidade. O brincar também ajuda a criança a desenvolver habilidades que são as bases de todo o aprendizado. É brincando que a criança estimula a fala, a leitura, a escrita, entre outros. Leia livros infantis com e para as crianças com as quais tem contato.
Ao brincar com o adulto, a criança gosta de imitá-lo, dessa forma amplia o seu repertório de experiências e aprendizados. É essencial também que ela possa vivenciar momentos de um brincar livre, para que faça as próprias escolhas e descobertas. Brinque com seu fi lho, sobrinho, neto e outras crianças em parques. Vivências na natureza são ótimas para estimular os sentidos delas. As crianças de até três anos gostam de brincar de esconde-esconde, de explorar os objetos, de empilhar coisas e desmontar. Entre quatro e seis anos, é a fase do faz de conta e as relações com seus pares são potencializa
das através das brincadeiras. No entanto, é preciso criar espaços lúdicos seguros e adequados para esse brincar, que não se restrinja à escola, à casa da criança ou a parques infantis. Unidades básicas de saúde, hospitais, centros de assistência social e qualquer lugar frequentado pela criança. É preciso pensar no brincar como uma maneira de também favorecer o bem-estar dos pequenos. O ambiente dever ser estimulante com blocos de construção, por exemplo, que possibilitam o exercício da criatividade e imaginação da criança. A brincadeira no chão é
muito mais segura e possibilita o desenvolvimento motor principalmente nos primeiros anos de vida. O brincar antes de tudo é um direito de todas as crianças que está defi nido no artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança, no Estatuto da Criança e do Adolescente e no Marco Legal da Primeira Infância. Portanto, estamos falando de direitos humanos e o brincar é, antes de tudo, um direito da criança! Portanto, brinque com as crianças todos os dias, durante todo o ano e por quantos anos for possível. Assim, teremos jovens e adultos cada vez mais fortes, inteligentes e conscientes de seu papel na sociedade.
*Especialista em Primeira *Especialista em Primeira Infância da Plan InternatioInfância da Plan International Brasil e Gerente do projeto “Famílias que Cuidam”
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Duas vertentes do feminismo
Vera Sábio*
Antigamente, bem antigamente, as mulheres eram totalmente submissas, a ponto de o homem não apresentar sua esposa quando chegava uma visita em casa, a ponto de o homem ter várias amantes e a mulher não poder reclamar de nada e, pior ainda, a ponto da mulher ser apedrejada e exposta em praça pública por qualquer deslize, pois ele tinha direito de limpar sua honra com a morte da companheira sem qualquer punição.
Mulher não trabalhava fora, não tinha direito de estudar, de falar em público. Mulher simplesmente era alguém sem importância, usada para fazer fi lhos e desprezada com facilidade se o homem achasse conveniente.
Então, graças a Deus, pela união de várias mulheres e como surgimento do movimento “feminista”, a mulher se reconheceu gente, começou a trabalhar fora, cursar universidades, valorizar seu corpo, sua vida, sua maternidade e seus gostos próprios. Ou seja, se libertou das amarras machistas e sem sentido.
Isto foi ótimo, maravilhoso, justo e proporcionou verificarmos que há tantas mulheres em cargos superiores aos dos homens, assumindo qualquer área que desejam, com grande autonomia e maestria. Porém, a libertinagem também surgiu e a mulher acabou tendo outra vertente do feminismo, perdendo sua identidade em prol de querer ser o que nem ela sabe direito o porquê de assim ser.
Tudo que está no extremo normalmente fere algum princípio básico.
É claro que ainda temos muitas mulheres que sofrem abusos dos homens, que recebem salários inferiores aos deles, mesmo com a capacidade igual à deles; aquelas que ainda se deixam ser agredidas, quando existem várias rescendências de agressões sem denúncias; quando perdoam o imperdoável e acabam retirando a queixa feita no momento de dor e assim outra e mais outra agressão é repetida, até chegar à morte da vítima.
No entanto, como protesto contra grandes absurdos ainda realizados contra a mulher, surgiu o “feminismo” que ultrapassa qualquer moral, cultura, ética, qualquer sensibilidade e qualquer característica intrínseca do gênero feminino.
Para exemplificar, observe um adolescente rebelde que não aceita os limites impostos pelos pais e resolve se libertar da proteção familiar. Acaba, então, este adolescente se perdendo nas drogas, no vício e tanta libertinagem que o deixa preso de si mesmo. Antes, ele se sentia preso à cultura e costumes familiares; mas tinha tudo, conseguia crescer e pelos limites impostos, estudava, adquiria responsabilidades, descobria talentos e conquistava seu espaço, se tornando um adulto íntegro e com sucesso. Ao contrário, nos vícios e na libertinagem, pode adquirir doenças, perder referências e ser prisioneiro de si mesmo; dizendo que quando quiser, sai desta vida, mas na verdade alcança a morte muito antes e perde o futuro.
Estas são as duas vertentes do feminismo. Feminismo este tão importante para a consciência do valor da mulher; para que a mulher cresça, conquiste seu espaço, seja feliz com a sensibilidade e características que possui. E a outra vertente, onde a mulher se perde, sem saber direito o que é ser mulher, sempre se sentindo ameaçada e inferior de si mesma. Acreditando que sua maneira sensível a deixa menor e mudando assim sua essência vital. Ou seja, perde a liberdade de ser ela mesma.
Será isto avanço ou retrocesso?
Pois eu, como mulher, acredito que posso andar ao lado do meu marido, ser produtiva, ter vontades próprias, ser inteligente e mesmo assim ser sensível, ter um olhar doce de mãe, ter compaixão e romantismo, usar rosa e azul e ser feliz com minhas características próprias.
*Escritora, palestrante, psicóloga, servidora pública, mulher, mãe e cega com grande visão interna.
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A Vida e a Escolha
Maria Félix Lopes da Rocha*
A vida é feita de escolhas, e pode-se dizer que sem essa possibilidade ela perde o s
eu verdadeiro sentido e significado. Todos nós escolhemos e tomamos atitudes diante das coisas e das circunstâncias ao longo da nossa existência, isso é estar vivo, mas também é viver e ser livre. No meio de tantas opções, somos sempre levados a escolher; fazemos escolhas certas, mas também fazemos escolhas erradas, é por escolhemos novamente e voltamos a escolher enquanto vivermos, afinal a vida é uma escolha e ela é movida pelas escolhas que cada um faz. Assim, enquanto é possível escolher, é possível também viver, por isso que a vida é uma escolha e viver é escolher.
No entanto, apesar da vida ser uma escolha e nós sermos livres para escolher entre várias opções possíveis, devemos ter consciência de que em todas as nossas escolhas, nós somos os únicos responsáveis por elas, isto é, ninguém deve responsabilizar o outro pelas escolhas que fez. Assim, se não queremos ser prisioneiros ou vítimas das nossas próprias escolhas vivermos, precisamos então escolher com cuidado e atenção. É preciso, portanto, que se escolha bem para que seja possível viver no mínimo em paz e livre. Cada escolha errada pode ser um passo atrás ou simplesmente um empecilho no caminho da vida, mas cada escolha certa é, sem dúvida, uma chance de iluminar o próprio futuro e de tornar a vida mais bela e significativa.
Portanto, a vida é uma escolha, e a boa escolha faz bem à vida, pois ela poderá determinar o nosso amanhã para o bem ou para o mal, dependendo do nosso compromisso com ela. É por isso que todas as escolhas devem ser feitas de forma livre e refletir não o momento ou o motivo pelo qual ela foi feita, mas sim quem nós somos verdadeiramente. Escolher é, sem dúvida, viver, mas também é mudar alguns rumos desta mesma vida; cada decisão tomada é uma mudança que se aproxima. Todos os dias, temos a oportunidade de escolher, e cada vez que deixamos de fazer a escolha, estamos parando um momento da nossa própria vida. A vida é certamente nossa. Apesar de ela não ter sido escolhida por nós, temos toda a liberdade e condições de escolhermos o que fazer a respeito dela.