Opinião

OPINIAO 09 03 2015 712

A criação divina
Afonso Rodrigues de Oliveira*
Santa
Essa que passa por aí, senhores,
De olhos castanhos e fidalgo porte,
É a princesa ideal dos meus amores,
É a mais franzina pérola do norte.
Contam que numa noite de esplendores,
A essa que esmaga o coração mais forte,
Hinos cantaram e jogaram flores,
Às estrelas, em mágico transporte.
Acreditai, talvez, ser fantasia.
Eu vos direi que não… Em certo dia,
Quando ela entrou na festival capela,
Eu vi a virgem mergulhada em prantos.
E o Cristo de marfim fitá-la tanto,
Como se fosse apaixonado dela.
(Hermeto Lima)
Até o Cristo de marfim se curvaria diante de você. Não sei por que se preocupar tanto na luta pela superioridade. Não há, sob o Sol em toda a Terra, nada superior a você. Sem a mulher nenhum homem é capaz de ser homem. Para que haja um homem completo é necessário que haja uma mulher. Sem você não haveria nem mesmo a vida. Criada para criar, você é a criação divina; o amor na sua forma mais primorosa, no reflexo dos olhos castanhos nos portes mais fidalgos e primorosos. O amor na sua plenitude.
Quem no mundo viveria se você não existisse? Quem amaria se você não fosse o amor? Olhe nos olhos, ame com amor, viva como só um ser divino vive. “Se vires a tarde fria, com ar de querer chover, lembra-te são meus olhos que choram para te ver”. Deus não teria criado o mundo sem a intensão divina de criar nele a joia mais primorosa e preciosa que é você, MULHER. Sinto-me um ninguém diante da obra prima que é você. Sinto-me incapaz de dizer o que você realmente merece ouvir. Porque só Deus está à altura de fitar com perfeição, a perfeição da beleza criada por Ele. Valorize-se no que você é e nada no mundo a superará.
O mundo inteiro, mesmo sem perceber, vive ajoelhado a seus pés. Não há como não se curvar à beleza e à grandeza da criação divina que é a mulher. Um só dia, mesmo sendo internacional, é pouco para homenagear a mais perfeita criação do Criador. Não há quem não se sinta feliz diante da mais perfeita criação de Deus, na forma de uma mulher. Toda a felicidade para você, neste dia maravilhoso e festejado sobre a Terra. E você é a escultura, esculpida em ouro, embelezando o mundo e enriquecendo a Natureza, a rosa cor-de-rosa. A beleza interior espraiando-se na felicidade do amor. Pense nisso.
 *Articulista
99121-1460
——————————————————-
O ser feminino no dia-a-dia
Tom Zé Albuquerque*
Ontem foi comemorado o Dia Internacional da Mulher. É um movimento bonito, com registros, felicitações e reconhecimento. Este dia, no entanto, deveria ter um sentido, digamos, mais específico e menos fantasioso. Mais prático e menos midiático. Afinal, a homenagem se refere a qual ou a quais mulheres?
É sabido por boa parte da população que o dia 8 de março vincula a uma greve ocorrida em uma fábrica nos EUA, em 1857, por justa reivindicação de melhores condições de trabalho, tais como a redução de 16 para 10 horas de trabalho diário e ambiente de trabalho digno. Em função disso, cerca de 130 tecelãs foram encarceradas e queimadas vivas no interior da fábrica. Mais de 50 anos depois, durante uma conferência na Dinamarca, cunhou-se o dia da mulher, ratificado por decreto em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Nada obstante a indelével data, e malgrado sabermos que na história da humanidade as mulheres sempre foram exploradas pelos homens, eu não concordo com uma data específica para as mulheres. Aliás, especificar uma data para determinado grupo, é segregar, é corroborar preconceito. Isso serve para índios, negros, homossexuais… E mulheres. Seria assim diminuir, enquadrar em ala marginal da sociedade um ser humano, por ser do sexo feminino, em determinado grupo social. Absurdo! Por que uma única data para comemorar o dia da mulher? Significa, então, que os demais dias do ano são destinados aos homens? A mulher é, acima de tudo, uma entidade humana, com prerrogativas para tal.
Também considero indecente a afirmativa que a mulher é um sexo frágil. Ora, se for por dor física, o que dizer da dor do parto? Se for pela sensibilidade, engana-se quem crer que emoção é sinônimo de fragilidade. A mulher é comprovadamente mais organizada, mais perspicaz, age com mais retidão que nós, homens. Não compactuo com a defesa que a mulher é diferente do homem, por isso tem que ser tratada de forma diminuída, como algo indefeso, ao ponto de se separar um dia ao ano para comemorar seu dia. Homenagem deve haver à mulher, aquela especial e suas inúmeras qualidades, e não às mulheres a granel e em forma de estereótipos.
Quantas e quantas mulheres desbravaram os abusos, o apartheid, a repartição social, a participação política, direitos das mulheres negras, ao voto, ao acesso à academia, a igualdade de remuneração; tudo isso iniciado ainda no século XVI. Estas sim, são merecedoras de aplausos. É justo exaltar aquelas mulheres viúvas que criam num tortuoso caminho sua prole; mulheres que saem de casa ainda escuro para trabalhar, retornando tarde da noite após encarar ao final do dia a banca escolar. São passíveis de congratulações as mulheres que abraçam a jornada tripla (muitas vezes quádrupla), com serenidade e otimismo. Mas não merecem ser aplaudidas aquelas mulheres que buscam o sexo fácil; que vendem o corpo sem necessidade; que pregam a devassidão, difusoras da bundalização. Repugno as mulheres que assediam e se deixam assediar à Cata de melhores cargos em seus ambientes de trabalho; repudio as corruptoras, corruptadas, as ociosas que vivem vegetando sem gerar a própria história. Exemplos não faltam.
Não foco a mulher depravada, a mulher fútil e alienada por indolência. Respeito sim, a mulher proba, batalhadora, decente, e a felicito todos os 365 dias do ano pela sua peculiar qualidade de tentar ser a cada dia um pouco melhor, o que já é muito. Como disse Lya Luft “Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa – uma mulher”.
*Administrador
—————————————————-
A MELHOR IDEIA
Rubens Marchioni* 
Os melhores ambientes para se viver, na empresa, na igreja e na escola, favorecem o uso da espontaneidade. Abrem espaço para que manifestações do que há de mais natural na pessoa aconteçam. Não raro, é daí que surgem grandes ideias, aquelas que resolvem problemas insolúveis pelo caminho convencional.
Genialidade é a arte de simplificar o que é complicado, certeza que Albert Einstein proferiu, com outras palavras. E uma das características do gênio é intuição, que não pode ser mutilada, a fim de que ele continue vendo sem esforço o que os outros somente descobririam com grande trabalho. Quando as circunstâncias favorecem, o gênio aparece, trazendo soluções. A História que o diga.
Em geral, elas são simples e fazem toda a diferença. Afinal, nasceram livremente, longe de elaborações pretensiosas, e chegam com o único propósito de recolocar, de maneira diferente, elementos desconexos e com pouco sentido ou utilidade prática. Daí porque é inteligente motivar o surgimento de boas ideias, nascidas de um ambiente idem.
*Jornalista, escritor e publicitário
—————————————————-
SEM RAIZ, SEM IDENTIDADE
Rubens Marchioni*
“As raízes são galhos que penetram fundo na terra. Os galhos são raízes que se estendem para o alto no ar.” – Tagore
Em certo lugar, havia um bando de pássaros, que todo ano migrava para outros campos, em busca de comida e do calor que lhes aqueceria o corpo e o canto.
Naquele ano, o ritual se repetiu, a exemplo de sempre. Em comunidade, o líder à frente, eles voavam para aquela terra onde encontrariam a felicidade e o gosto pela vida de pássaro, livres, por natureza, do trabalho de semear, ceifar e acumular – eram “as aves do céu”. De repente, um deles foi ficando propositalmente para trás. Seus olhos haviam sido encantados por luzes de diferentes coloridos e intensidades, naquela noite relativa. Reduziu a velocidade de suas asas que já não se abasteciam do mesmo combustível de antes: o sentido de comunidade. Reduziu a velocidade e colocou o imenso tapete de asfalto em sua mira, transformando-o no seu foco absoluto.
Para estímulo na caminhada, já não contava com o barulho do bater de asas dos companheiros, certeza de que dispunha da força de seu grupo, nem com o canto que os guiava na direção para a qual haviam sido chamados desde a origem.
O pássaro solitário foi sugado por prédios duros, frios e impessoais. Viu-se perdido entre luzes ameaçadoras de carros e ônibus, na sua frenética disputa por mais um metro de chão e de vantagem sobre os demais. Como ração, apenas encontrou restos de alimentos jogados, em estado de decomposição e malcheirosos, pelos senhores daquele lugar tão estranho quanto sufocante. Seu canto solitário e frágil foi impiedosamente abafado por milhares de buzinas e pelo atrito de pneus contra o solo.
Ele perdeu o contato com sua raiz, galho sem tronco, sem árvore, sem a seiva da vida. Tentou alçar novo voo, mas já lhe faltavam forças e direção. Foi atropelado e, aleijado, perambula por ruas e avenidas tentando novamente voar – acredita cegamente que é um avião. A ausência do grupo roubou-lhe completamente a noção de identidade, além de lhe negar qualquer perspectiva de um futuro feliz.
*Publicitário, jornalista e escritor. Colunista da revista espanhola Brazilcomz, da canadense BrasilNews e da americana BrasilUsa Orlando. Publicou Criatividade e Redação, O que é, como se faz, A conquista, Um desafio para você treinar a criatividade enquanto amplia os conhecimentos e Câncer de mama. Vitória de mãos e mentes, este último sob encomenda. –[email protected] – http://rubensmarchioni.wordpress.com
—————————————————–
ESPAÇO DO LEITOR
HOMICÍDIOS 1
“Fico triste em ver que nossa cidade está ficando cada vez mais violenta, ocorrendo assassinatos a todo momento. Vemos uma polícia sem capacidade para investigar e um governo que não investe na segurança do cidadão”, afirmou o internauta Marcos Antonio Marques Trindade sobre as três mortes violentas registradas na sexta-feira.
HOMICÍDIOS 2
Ainda sobre a onda de crimes violentos no estado, o internauta Junior comentou que: “A Polícia Militar, que tem a função de prevenir esses crimes, não está conseguindo pois não é onipresente e tem um efetivo reduzido nas ruas. E os delegados só trabalham de segunda a sexta até às 13h30. Ainda assim, a população não tem dúvidas de que esses crimes serão esclarecidos. O histórico da Delegacia de Homicídios é o que nos conforta um pouco. Sabemos que pode demorar, mas eles descobrem o culpado. Sei disso porque eles demoraram um pouco, mas descobriram os assassinos de um parente meu, que hoje está na cadeia”.
DESAPARECIDO
Sobre o desaparecimento de um adolescente, o internauta Antonio Mineiro Filho comentou que: “Já faz bastante tempo que estamos convivendo com esse tipo de crime. O pior é que não temos notícias de providências para coibir essa prática. Espera-se que sejam tomadas. Entretanto, sabe-se que o número desses casos tem se intensificado em virtude das punições serem irrisórias”.
MULHERES
O internauta Saulo Salviano Silva parabenizou a produção do espetáculo ‘Mulheres’, apresentado neste final de semana em Boa Vista. “Apesar de curto, o espetáculo consegue explorar as características femininas marcantes na sociedade. Para mim, uma cena que resume o que assisti é a da poesia ‘uma mulher’. A poesia é muito interessante, pois consegue enaltecer toda mulher. Indica um mistério feminino presente em cada uma. A cena teve muito profissionalismo e cuidado com os detalhes técnicos, que transformou um texto poético-descritivo em uma realidade visível”, comentou.