Opinião

Opiniao 09 09 2016 2959

Por uma Previdência justa e solidária – Vilson Antonio Romero* Novamente, o próprio governo faz o anti-marketing da Previdência, apavorando aposentados e cidadãos aposentáveis.  O Palácio do Planalto anuncia fixar uma idade igual para a aposentadoria dos trabalhadores rurais, urbanos, do serviço público e da iniciativa privada, independentemente de sexo, e pretende desvincular os benefícios do salário mínimo.

Mas esquece de dizer que o INSS faz parte da Seguridade Social criada na Constituição de 1988, abrangendo Previdência, Saúde e Assistência Social. Esse nosso “welfare state” conta com contribuições específicas, como as sobre a folha, a receita bruta ou o lucro das empresas e as loterias da Caixa. Se falam em rombo, há anos a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (ANFIP) mostra o contrário, desvendando a falácia do rombo. Houve sucessivos superavits na Seguridade. Em 2014 foi de R$ 54 bilhões, reduzido a R$ 24 bilhões em 2015, em razão da crise e do desemprego.

 Todo ano são retirados recursos do INSS para isentar ou incentivar setores como o da micro e pequena empresa, o agronegócio, a filantropia na Saúde e na Educação, mas este dinheiro não volta todo e imediatamente aos cofres públicos. Só em 2016, serão quase R$ 70 bilhões de renúncias. Que sistema deficitário é este que permite tal desvio?

Há, sim, a necessidade de ajustes na área rural, onde se arrecada R$ 7 bilhões e são pagos R$ 98 bilhões de aposentadorias – números de 2015. Mas não esqueçamos que a solidariedade é princípio básico da Seguridade. Mesmo havendo maior aporte pelo agronegócio, lembremos que o homem do campo alimenta o da cidade e que, graças à agropecuária, o PIB nacional não caiu ainda mais.

Quanto à idade mínima, como os países desenvolvidos podem ser parâmetro se o Brasil está longe de acompanhar os parceiros do Brics – terceira divisão mundial? E como fixar uma idade mínima de 65 anos se a esperança de vida ao nascer de, por exemplo, um paraense, é de 64 anos? Será que querem condenar metade dos nascidos nesse estado a não viver até se aposentar?

Outra proposta é a desvinculação dos benefícios do salário mínimo. Se hoje 70% dos benefícios do INSS já são iguais ou menores que o mínimo, se desvincular, em pouco tempo, a totalidade dos aposentados estará abaixo da linha da miséria.

A sociedade deve se articular, assumindo a defesa dos seus direitos sociais e a da Previdência Social pública e solidária. O que se anuncia é fazer terra arrasada do maior redistribuidor de renda do mundo ocidental.

*Jornalista e presidente da ANFIP – Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil——————————————O escudo dos super-heróis – Sandra Helena Mayworm* Chegou a vez de os super-heróis mostrarem seus poderes nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. A expectativa é grande: o Brasil vem evoluindo no quadro de medalhas dessa competição. O país ficou em 9° lugar em Pequim (2008) e 7° em Londres (2012). A meta é ficar em 5° este ano.

 O esporte paralímpico surgiu após a Segunda Guerra para reabilitação dos soldados que voltavam para casa mutilados. Além de oferecer alternativa de tratamento aos indivíduos que sofreram traumas medulares durante as batalhas, aumentava a qualidade de vida e condição psicológica.

Independente se é praticado por alguém com ou sem deficiência física, o esporte de alto rendimento aumenta o risco de lesões, provocadas por treinos intensivos. No caso do atleta paralímpico, as lesões podem ser agravadas pela associação da modalidade esportiva com o tipo de deficiência.

 O fisioterapeuta é imprescindível no suporte a atletas paralímpicos, atuando em parceria com a equipe de saúde para garantir a recuperação funcional e o retorno aos treinos antes da perda de desempenho. Mas ainda há pouca informação sobre a atuação do fisioterapeuta nesse universo.

Se os atletas paralímpicos são super-heróis, os fisioterapeutas são os escudos e capas protetoras. Cada vez mais contribuem menos com a reabilitação em si e mais com a prevenção de lesões desses esportistas.

A Fisioterapia, aliás, está presente antes do deficiente se descobrir um atleta. Ele dá suporte ao indivíduo que se vê obrigado a “enterrar” seu antigo corpo para ressurgir, guerreiro, em uma nova “armadura”. É gratificante para o fisioterapeuta fazer uma pessoa descobrir que seu novo corpo é capaz de proporcionar lazer e prazer. E, por que não, ser capaz de praticar esporte de alto rendimento? A Fisioterapia é fundamental na apresentação do esporte adaptado às pessoas com deficiência física. Atua, também, na avaliação funcional dos atletas – nivelamento da capacidade física e competitiva, o que possibilita uma competição equilibrada.

Regulamentada no Brasil em 1969, a Fisioterapia é uma ciência nova e vinculada ao tratamento. Felizmente, a sociedade está entendendo que o fisioterapeuta pode contribuir com a prevenção –colaborando com um pré-natal mais saudável ou evitando complicações da velhice ou, ainda, desenvolvendo atividades de psicomotricidade em bebês. Acompanhando a tendência, alguns cursos incluíram a disciplina de Fisioterapia na Saúde Coletiva e na Atenção Básica em suas grades – como é o caso da Estácio, que tem 12 mil alunos de Fisioterapia em diversos campi do país.

Em meio a polêmicas sobre as vantagens competitivas que as próteses podem dar ao atleta paralímpico em relação ao “normal”, alguns esportistas com deficiência lutam pela chance de competir de igual para igual porque querem novos obstáculos para superar – sem rótulo “olímpico” ou “paralímpico”. A Fisioterapia é protagonista nessa luta para ampliar o raio de atuação do esporte adaptado como mecanismo de inclusão social.

*Gestora nacional do curso de Fisioterapia da Estácio——————————————Eles estão aí – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Amigo é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito”. (Milton Nascimento)Sinto uma saudade imensa sempre que ouço falar desses caras; sempre que os encontro, casualmente, pelas ruas, a saudade bate forte, e como um relâmpago meus pensamentos circulam pelo mundo boa-vistense que só está na lembrança. Foi legal pra dedéu quando nos conhecemos. Havia uma atividade ligada num relacionamento sadio e respeitável. Tanto é que continua, até hoje, sem conseguir nos afastarmos apesar da ausência de encontros pessoais. Esse papo sentou-se no meu ombro ontem pela manhã quando abri o jornal e li o programa da “Casa do Neuber”. Aí sorri um sorriso sem graça. Neuber, aquele abração pra você, cara. Como sinto falta de um encontro para um abraço-quebra-costelas.

Esporadicamente me encontro com um de vocês. E como isso me deixa feliz. Apertamos as mãos e saio curtindo a saudade de velhos tempos, mesmo eu não participando ativamente, nas atividades artísticas de vocês. Afinal quem sou eu? Mas amizade é amizade quando construída com respeito e admiração; que é o que tenho por todos vocês do mundo das artes. Nossos encontros têm sido casuais. Dia desses, eu ia saindo do “Museu do Amanhã”, no Rio de Janeiro e dei de cara com um sósia do Zeca Preto. O cara parecia gêmeo do cara. Quase corri para abraçá-lo, mas me toquei. Fiquei olhando-o discretamente e com medo que a dona Salete o visse. Ela é mais desatenta do que eu e, certamente, correria para abraçar o cara. Dia desses encontrei-me com o Zeca, ali no Banco. Contei isso pra ele e ele riu pra dedéu.

Recentemente encontrei-me com o Eliakim, também dentro de um Banco, e apenas apertamos as mãos. E se eu ficar aqui citando os que eu gostaria de reencontrar e abraçar, não haveria espaço nem tempo. Logo, um abração do tamanho do mundo para cada um de vocês. Até mesmo os que nos encontramos e não estão sendo mencionados, desculpem-me, mas não é descaso. Vocês nem imaginam como sinto falta dos nossos contatos. Mas, não sei se vocês vão acreditar, mas estou, atualmente, numa “prisão domiciliar”. Apenas sem tornozeleira. Sempre que tento sair, quando chego ao portão, ela grita: “Eeeiii… Pra onde vai? Não demore não, tá? E tadinho de mim se me demorar. E acabo rindo, da situação e não de mim, claro. Mas, brincadeiras à parte, vamos falar sério sobre o que é realmente sério, que é o carinho, amizade e respeito que tenho por todos vocês que compõem esse universo divino que é o mundo das artes. A todos os que têm a felicidade de viver nesse mundo infinito da arte, meu abraço-quebra-costelas, amor e admiração. Pense nisso.

*[email protected]    99121-1460