O ‘jeitinho’ brasileiro daqueles que não têm mais jeito – Tom Zé Albuquerque*Em tempos de ascendente crise ética, é notório que o brasileiro tem se acostumado com a desonestidade, ao ponto de se convencionar que agir de forma errada é o certo. Mas uma vez ou outra nos deparamos com pessoas normais, que fazem o que é correto pelo simples fato de ser decente fazer.
Um caso interessante ocorreu na semana passada, quando um funcionário de uma empresa em Boa Vista foi ao encontro de um cliente para receber uma conta devida. Após colher e conferir o dinheiro, montou na motocicleta da empresa e, ao chegar ao empreendimento onde trabalha, notou ter perdido toda sua documentação e, pior, todo o dinheiro recebido do cliente há poucos minutos. E agora? Como daria essa notícia ao seu chefe?… Sobretudo porque três dias após aquele fato, o funcionário iria entrar em gozo de férias, o que poderia acender, segundo o próprio empregado, uma desconfiança por parte de seu superior (embora sempre algo incogitável) sobre a destinação daquela quantia.
Pois bem, e eis que uma pessoa qualquer entrou em contato por telefone com a empresa (informações contidas na documentação perdida permitiram a comunicação) para relatar estar em poder do porta-documentos. Não obtendo sucesso, contatou mais uma vez e se comprometeu em deixar os objetos na própria empresa na qual o funcionário trabalha. E num piscar de olhos, entrou no estabelecimento uma pessoa, entregou a carteira ao atendente no hall de entrada da empresa e sumiu discretamente. Constavam no volume entregue a documentação e todo o dinheiro ali acumulado, integralmente.
É estranho, caro leitor, eu estar aqui exaltando uma atitude para qual deveria ser padrão e não exceção. O normal é as pessoas não se apropriarem dos objetos alheios, e devolvê-los quando assim notarem estarem em sua posse. Mas a regra atualmente na nossa falida sociedade é a maioria da população apodera-se daquilo que não é seu, por isso convivemos com uma patifaria em todo flanco social; encontramos desonestos a todo instante, em nosso meio, das formas mais cínicas e dissimuladas possíveis.
Ora, quem não conhece um vizinho que adultera o fornecimento de água ou energia elétrica para seu benefício? Quem não já conviveu com um invasor de terras alheias? Quem não já foi vítima de burlas no trânsito ou fila cortada por um canalha qualquer? Devolver troco a mais… quem se habilita? E repassar propina para servidores públicos, não deveria ser este crime hediondo, vez que o dinheiro da saúde, educação e segurança migram para os bolsos dos pilantras? E por que pessoas (empresários ou não) ainda alimentam esse cartel mafioso? Estamos aí diante de corruptos e corruptores?
Para o inigualável filósofo alemão Immanuel Kant, preço e dignidade são coisas distintas, porque esta vale por si mesma e está acima de qualquer preço, enquanto o outro pode ser sempre trocado por um valor equivalente. Assim, dizia ele, a moralidade por excelência é a que respeita qualquer ser humano como fim em si mesmo e não através do que se quer alcançar, e complementa… “Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio”.
Afinal, quem foi o anônimo que devolveu a carteira do simples funcionário? Por que não se identificou? Por que não exigiu uma gratificação? Por que ainda teve o trabalho de ir à empresa devolver o que não era seu? Certamente porque é uma pessoa normal como deveríamos ser, ser humano íntegro, decoroso e reto, e que acredita que a sociedade ainda vai ser curada, desde que cada um faça sua parte.
*Administrador – email: [email protected]————————————-E viva a vida!!! – Vera Sábio*
Todos os dias, são os maiores presentes que Deus nos dá, por isso devemos valorizá-lo, curti-lo e fazer valer a pena. Já que ninguém garante o dia de amanhã. Sabemos que morremos a cada dia, ressurgindo em todo novo amanhecer. Existindo pessoas que curtem com maior vontade e por um tempo muito longo as coisas ruins, como tristezas, desilusões e mesmo as tantas doenças que poderiam ir embora rápido, se não fossem tão valorizadas.
O ser humano é diversas vezes movido por uma saudade sem fim, de coisas e pessoas que teve, esquecendo de lutar por algo melhor que enquanto estiver vivo possa ter. Assim ignora o quanto a vida é passageira, permanecendo tempo demais focado na dor da perda, ao invés de lutar, trabalhar e encontrar o regozijo das vitórias.
É triste demais perder um ente querido, todavia não podemos continuar estagnados no sentimento de morte, por mais tempo do que o luto dure. E este “luto” tão sentido, chorado e lamentado, nunca deve durar mais do que o necessário para renascermos novamente dispostos a lutar, mudar, progredir, partilhar e tantos verbos que precisam ser conjugados, fazendo a vida mais boa e feliz. É mais gostoso agradecer pelo que temos, do que viver lamentando pelo que perdemos.
Sei que quando morre um ente querido, estas palavras são inúteis e soam como ausência de empatia e solidariedade pois deve-se chorar com os que choram e sofrer com os que sofrem. No entanto, chega o momento em que é preciso deixar com que a ida da vida continue. E depois da noite mais escura, da tempestade mais tenebrosa, das lágrimas mais amargas, surgirá o sol de um novo amanhecer, mostrando que viver é bom demais.
Sejas feliz o máximo de tempo possível, aprenda diariamente, cultive tesouros que a traça não destrua e não desperdice sua vida com rancores, ódios, invejas e tantos sentimentos de “morte” que aos poucos deformam sua existência, lhes deixando desanimado, doente e com o espírito velho e destruído.
Todos iremos morrer um dia, mas não precisamos adiantar este momento tão tenebroso, de onde ninguém consegue com precisão explicar como será. Por isso, faça hoje qualquer atitude boa que deixaria para fazer depois. Ame, perdoe, plante a justiça, espalhe a paz, regue a solidariedade, lute pelo bem de todos, cultive a esperança que some diante da corrupção e refaça diferente gestos que podem trazer um futuro melhor.
A morte pode chegar sem te avisar, mas a vida deve ser plantada com suas mãos.
*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cegaCRP: 20/[email protected].: 99168-7731
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Saber escolher – Flávio Melo Ribeiro*Em alguns períodos, preferimos ficar sozinhos, curtindo a nós mesmos e aproveitando novas atividades. No fundo, sempre somos nossas próprias companhias. Assim, é melhor gostar de si. Porém, em outros períodos, a convivência com outro é essencial. Então vem o questionamento: existe uma pessoa certa? Quem nunca escolheu uma pessoa “errada” e sofreu com as consequências?
Li uma frase que dizia “Não escolha a pessoa mais bonita, mas a pessoa que faz a sua vida ficar mais bonita”. Concordo plenamente. A beleza física se deteriora com o tempo e ficam o conteúdo e a maneira de se expressar. Portanto, o melhor é escolher aquela pessoa que lhe faça bem e que goste da sua companhia. Mas, é claro, não é uma tarefa fácil.
É comum nos depararmos com pessoas fisicamente atraentes a nós, mas que com poucas frases nos decepcionam e nos fazem interromper a aproximação. Essa decepção ocorre porque o que ouvimos não correspondeu aos nossos valores ou ao que esperamos da vida. Mesmo nas relações de amizade, é preciso que esses aspectos sejam compartilhados, para criar o interesse mútuo.
Acontece, ainda, de o problema não ser necessariamente o conteúdo, mas a forma como aquela pessoa se expressou. Isto pode nos fazer relembrar pessoas ou relações que estavam no passado e nos incomodam até hoje. Não basta ter conteúdo, é preciso carinho. Não tem sentido ser agressivo com quem você gosta e quer continuar a se relacionar. Como também é insano tratar mal, gerar desconfiança e querer que o outro esteja bem.
E fica a dica: procure alguém que lhe ajude a realizar seus sonhos com companheirismo. Invista naquela pessoa que lhe auxilia no equilíbrio pessoal, que apoie suas aventuras e conquistas, que lhe ajude a crescer. Evite relacionamentos com pessoas que lhe tragam sofrimento, que puxem sua vida para o retrocesso. Você é a pessoa mais importante para construir seu próprio futuro. Preste atenção em quem você é, o que falta para lhe completar e quem é o outro. O sucesso é o objetivo.
*Psicólogo CRP12/[email protected]———————————Em busca da felicidade – Afonso Rodrigues de Oliveira*“A felicidade não se produz por grandes golpes de fortuna, que ocorrem raras vezes, mas sim por pequenas vantagens que ocorrem todos os dias”. (Benjamin Franklin)Todos nós vivemos perdidos no mundo da Alice, perdidinha no país das maravilhas. Nossa procura pela felicidade é permanente, não importando quantas vidas vivamos. Sair por aí procurando a felicidade é uma furada. Ela está dentro de você. No que você vê lá fora está apenas a oportunidade para você contemplar e viver, ou não, a felicidade. E o que você viu ali e fez você se sentir feliz pode não surtir o mesmo efeito em outra pessoa que não soube despertar a felicidade. Simples pra dedéu. Pessoas felizes estão sempre alegres; já prestou atenção nisso?
Todos nós somos donos do nosso próprio destino. E isso por si só já é o suficiente para que sejamos sempre felizes. É uma questão apenas de sabermos o poder que temos para ser o que realmente somos. Quando alguém se sente infeliz é porque não sabe que pode ser feliz, se estiver a fim. E você só será feliz quando for capaz de transmitir sua felicidade para outras pessoas. E não tente fazer isso através do convencimento. Convença com seu comportamento adequado. E este você o demonstra com o externar da felicidade amena e sem euforia. Muitas vezes você sorri, rir, age e demonstra certa euforia, e na verdade está externando sua felicidade plena. Todos nós sabemo distinguir o que é uma felicidade plena, da euforia na tentativa de mostrar felicidade.
Nunca tente mostrar nem fingir que é feliz. Apenas seja. Quando somos felizes o clima que se espraia à nossa volta é contagiante. Não há como não sentir a presença de uma pessoa feliz. E a apresentação sempre está na simplicidade. Não tente demonstrar felicidade atavés do exibicionismo. É pura ilusão. Repita-se, toda felicidade esteia-se na simplicidade. Somos todos da mesma origem. Nossos comportamentos são indicação de nossa evolução. Quando nos preocupamos com nosso comportamento é porque estamos procurando o caminho que o sapo indicou para a Alice. Quando não sabemos para onde queremos ir nenhum caminho nos serve. Somos nós os responsáveis pelos resultados de nossas caminhadas. Todos buscamos a felicidade; e ela não está no mesmo lugar para todos. Nossa felicidade está exatamente no degrau de nossa evolução. E quanto mais evoluímos, mas nos sentimos superiores na simplicidade. Busque sua evolução dentro de você mesmo. Todo o poder de que você necessita para evoluir está em você.
A felicidade e a infelicidade estão dentro de você. Cabe a você escolher o que lhe convém. Pense nisso.
*[email protected] 99121-1460 ———————————–ESPAÇO DO LEITORINVESTIGAÇÃO 1Leitor que se identificou como Pessoa comentou sobre a matéria em que vítima de furto matou, a tiros, o acusado que invadiu sua casa. “Não podemos fazer justiça com as próprias mãos, mas, verdade seja dita, eu já tive minha loja arrombada e levaram quase toda a mercadoria. Descobri, sozinho, onde os ladrões moravam e que eles estavam vendendo a minha mercadoria e usando as minhas sacolas para entregar as mercadorias. Avisei a polícia, dei todas as informações, porém a Polícia Civil nunca se dignou a ir investigar”, frisou. INVESTIGAÇÃO 2O leitor Dawson Santos fez o seguinte comentário: “Registrar B.O. [Boletim de Ocorrência] aqui no Estado só serve para estatística, pois ainda não vi a Polícia Civil fazer investigação de furto/roubo quando se trata de um desconhecido. Às vezes, você diz quem é o autor do delito e nenhuma providência é tomada, imagina tendo eles que investigar”.INFRAESTRUTURA 1O leitor que se identifica com Bandeira enviou o seguinte comentário: “Sou morador do bairro Aeroporto, próximo de quase tudo, ou seja, sou vizinho do shopping, do luxuoso hotel prestes a inaugurar, do gigantesco supermercado que está sendo erguido e, agora, do mais novo ponto turístico (avião). Mas, se pudesse escolher, preferiria ter as poucas ruas daqui asfaltadas. Senhora prefeita, até quando os moradores e contribuintes sofrerão com a falta de atenção por parte do poder público? Até quando pais e filhos terão que sair pulando feitos sapos para não melar de lama seus calçados e roupas já ensopadas pela água da chuva no período de inverno?”.INFRAESTRUTURA 2O leitor continuou: “Até quando seremos obrigados a contribuir com as altas taxas e tributos sem, sequer, receber, em contrapartida, serviço essencial para proporcionar melhores condições de moradia, conforme o que preconiza nossa Carta Magna? Hoje rogamos pela mesma atenção dada a bairros mais recentes, pois me lembro, quando recruta, quando vinha à Base Aérea, a cena era a mesma: enquanto em outros lugares a disparidade é muito grande, tendo desde praças, escolas, postos de saúde etc., aqui sequer tem uma rua pavimentada. Também merecemos o mesmo tratamento, pois só assim teremos o mínimo de dignidade para viver como seres humanos”.