Opinião

Opiniao 09 12 2014 373

Há tempo para tudo – Marlene de Andrade* Estou aprendendo que, de fato, não adianta querer algo no tempo da gente. Deus tem projetos para nossa vida desde que ainda nem estávamos sendo gerados dentro do útero de nossa mãe. Só que tem uma coisa: esses projetos ocorrem somente no tempo dEle, e não no nosso. Às vezes, questionamos o motivo de passarmos por tantos problemas e por caminhos tão cheios de espinhos, mas estou começando a entender também porque devo aprender a esperar mesmo em meio às lutas. Lá na frente vou percebendo que Deus não me esqueceu e que no tempo dEle tudo é melhor. Deus nos coloca em algumas situações de forma pedagógica, ou seja, Ele usa as situações e as circunstâncias para nos amadurecer e também para passarmos a confiar mais nEle do que em pessoas, políticos ou na tecnologia. A gente sabe que tudo na nossa vida vai passar, mas quando estamos firmados na Rocha, a qual é Jesus, temos que desenvolver uma confiança toda especial e crer que Deus cuida da gente, nos dá Graça e prosperidade no tempo dEle e não no nosso. Creio firmemente que Deus nunca falha. De fato Deus não falha, mas a gente precisa crer que as promessas dEle na nossa vida, algumas se cumprem rapidamente, contudo, outras levam muito tempo para se cumprir. Não adianta nos desesperarmos, tudo que devemos fazer é crer que Deus na hora certa nos trará aquilo que for o melhor para cada um de nós. É lá na frente que vamos entender o porquê da demora. Deus não falha e nem nos desampara. Temos que entender também que nem todos os nossos projetos vão se realizar. Tudo que temos que fazer é confiar nas misericórdias do Senhor e crer que Ele tem sempre o melhor para todos nós. Não podemos questionar Deus, pois Ele é o oleiro e nós o barro. Ele nos molda em forma de vaso do jeito que Ele quiser e quando quiser, pois Ele é o Senhor do tempo. A semente do bambu chinês quando é plantada leva cinco anos para desabrochar. Seu crescimento vai ocorrendo silenciosamente debaixo da terra. Ninguém vê nada ocorrendo lá em baixo onde estão as raízes. Nesse período elas vão se estendendo terra abaixo, se aprofundando, se espalhando e se fortalecendo. Quando já há uma rede compacta de raízes e elas já alcançaram dezenas de metros de ramificações e aprofundamento é que poderemos enxergar o broto germinando para fora da terra e isto, volto a repetir, levam cinco anos para acontecer. Portanto, esperar em Deus é a palavra de ordem. “Mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam” (Isaías 40:31). *Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT www.facebook.com/marlene.de.andrade47 ———————————————————- O maior presente de Natal – Antonio de Souza Matos* Sou de origem humilde. Meu pai era pedreiro; minha mãe, dona de casa, faxineira, lavadeira e copeira. Meus colegas de infância, por ocasião do Natal, ganhavam bicicletas, carrões, entre outros presentes caros. Lembro-me de que, acreditando em Papel Noel, escrevia-lhe bilhetes pedindo uma bicicleta e os colocava dentro da meia, que depositava embaixo da rede. Ansioso, demorava a pregar os olhos e, no dia seguinte, acordava bem cedo para ver o que o bom velhinho havia deixado para mim. Jamais recebi uma bicicleta – sempre era um carrinho de plástico, daqueles mais baratos e frágeis. Mesmo assim, exultante, levava o brinquedo para mostrar aos amigos da vizinhança. Encontrava-os exibindo seus luxuosos carrões de madeira. Não questionava, na minha ingenuidade infantil, por que o Papai Noel lhes dava brinquedos melhores que os meus. Queria mesmo era brincar, sem importar-me com essas convenções próprias da vida adulta. Não demorava muito, um dos meninos sugeria que brincássemos de topar um carro no outro. Resultado: chegava a casa chorando, com meu brinquedo completamente destroçado. Isso se repetia Natal após Natal. Mas o meu sonho de ganhar uma bicicleta não morria. Certa vez, sonhei que havia ganhado uma e guardado o presente no quarto dos meus pais, na hora de ir para a rede. Assim que acordei, corri ao quarto para ver a minha bicicleta, mas ela não estava lá. Só então percebi que tudo não passara de um sonho. Tinha tanta vontade de ter uma bicicleta que me sujeitava aos caprichos do meu melhor amigo, que quase todo ano ganhava uma nova de presente. Como elas não tinham varão, eu pedalava para ele horas a fio, só para sentir o vento roçar o meu rosto, enquanto o coração se enchia de uma alegria transbordante. Só fui ter a minha bicicleta por volta dos meus dezesseis anos, assim que arrumei o emprego de cobrador na antiga Loja do Papai. Era uma Monareta vermelha. Paguei-a à prestação. Mas a sensação era diferente daquela que teria se a houvesse adquirido na infância. A bicicleta era, naquela nova circunstância, apenas um meio de transporte – um instrumento de trabalho. O tempo passou. Hoje tenho 52 anos de idade. Compreendo bem o que se passa na cabeça de centenas de crianças, adolescentes e jovens pobres neste período que antecede o Natal. Na minha infância, eram os amigos com seus presentes que geravam em mim a necessidade de ter uma bicicleta, que meus pais, infelizmente, não podiam dar-me. Hoje o consumismo alcançou níveis estratosféricos com o surgimento e a ampliação das mídias eletrônicas. Diariamente, meninos e meninas são bombardeados com propagandas que mostram que eles seriam mais felizes se tivessem determinados produtos. A mídia, por meio de comerciais milionários, tem contribuído para fomentar toda sorte de necessidade, causando frustração e revolta, principalmente nos corações infanto-juvenis, levando crianças, jovens e adolescentes, às vezes, a desprezar os próprios pais, porque estes não dispõem de recursos para comprar o objeto do desejo, ou até mesmo a enveredar pelo caminho da prostituição e/ou da venda de drogas. Precisamos ensinar a esta geração que a felicidade não está nos objetos de consumo que se veem nas vitrines dos shoppings ou nos pés e/ou no corpo de pessoas abastadas, mas em Deus, que nos dá a vida, o vento, o céu com milhares de estrelas, as flores, os passarinhos, as florestas, os rios, as árvores frutíferas, e tudo mais. Há um poema que fala sobre isso. Não recordo o título dele nem as palavras ali registradas. Mas a voz que fala, o eu poético, é de uma criança que, não obstante não possua recursos financeiros, considera-se a mais rica de todas, pois tem à sua disposição toda a natureza para brincar. Deus me ensinou que o bem mais precioso que existe é Ele mesmo; que Ele usa até as circunstâncias mais adversas para modelar nossas vidas; que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm. 8:28). O salmista Asafe também descobriu: “Quem tenho eu no céu senão a Ti? E na terra não há quem eu deseje além de Ti” (Salmo 73:25). Deus já nos deu o mais valioso de todos os presentes no primeiro Natal: o Seu próprio Filho, o Senhor Jesus Cristo. Aqueles que já o receberam como Senhor e Salvador de suas vidas são as pessoas mais ricas da face da Terra, embora, às vezes, não tenham sequer um simples brinquedo no Natal. *Professor. E-mail:[email protected] ————————————————————- Reflexo no amadurecimento – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Os homens são como os vinhos: a idade azeda os maus e apura os bons”. (Cícero) Com certeza, você já leu, por aqui, o pensamento do Alphonse Daudet: “Os homens sempre envelhecem, mas raramente amadurecem”. E se você é uma garota e está amadurecendo, comece por cair fora dessa tolice em que a sociedade caiu, recentemente. Essa luta pela igualdade entre homens e mulheres. Uma tolice que não combina com a sua superioridade. Quando nos referimos ao homem como um todo, nos referimos ao ser humano, independentemente do seu sexo. Quando queremos evoluir não nos preocupamos com o inferior, mas com a superioridade. Porque é o que queremos. E você nunca vai deixar de ser pobre enquanto ficar preocupado com a pobreza. Assim como você nunca vai acabar com a pobreza dando comida ao pobre. Há sempre uma maneira eficiente de fazer com que o pobre, ele mesmo, saia da pobreza. E você só vai conseguir isso, dando as mãos ao pobre e orientando-o no caminho da riqueza. A vida é assim. Emerson também nos disse que “O homem é o que ele pensa o dia todo”. E vamos repetir: Emerson não estava se referindo ao sexo do ser, mas ao ser. Portanto, isso tanto vale para o homem quanto para a mulher. Leve isso em consideração por toda esta semana. No início da outra semana você já estará habituado a manter em sua mente só pensamentos positivos e construtivos. Simples pra dedéu. Difícil mesmo é as pessoas acreditarem nisso e dirigirem os pensamentos pelas veredas do bem. Um dos maiores erros dos que estão realmente empenhados em ajudar os pobres é entrar no mundo dos pobres; em vez de orientar os pobres para entrarem no seu mundo; ou melhor, no mundo do rico. E se você estiver a fim de tentar isso, comece por entender que a riqueza nem sempre é a ostentação do ter. A riqueza está no seu interior. No que você é, e não no que você tenta mostrar que é. Procure o melhor de você em você. Todo seu poder está no seu interior. E você o externa no seu comportamento. Tanto pode ser para o bem quanto para o mal. Mesmo não querendo ou não sabendo, você está sujeito à direção que você dá a seus pensamentos. Sabendo, claro, que “A educação é como a plaina: aperfeiçoa a obra, mas não melhora a madeira”. Logo, você, garota, esteja atenta. “Não é seu vestido elegante que vai fazer de você uma pessoa elegante, mas ele é essencial para a sua elegância”. Sua elegância está no seu comportamento, sua postura e, sobretudo, no seu estado de espírito. E só quando nos sabemos racionais de origem, nos reconhecemos neste palco da vida. E só aí vivemos realmente a vida. Pense nisso. *Articulista [email protected]     99121-1460 ————————————————————- ESPAÇO DO LEITOR BARRACAS Sobre a entrega de barracas feita pela Prefeitura de Boa Vista aos vendedores da Feira do Garimpeiro, o internauta Railandio da Silva Gaia comentou: “Sinceramente, esses feirantes estão acostumado a trabalhar naquela pocilga que eles chamam de espaço. Agora a Prefeitura quer organizar e eles começam a reclamar. O povo quer melhorias e espaço iguais para todos”. SEM REMÉDIO A irmã do motorista Antônio Vilmar Rodrigues, internado no Hospital Geral de Roraima à espera do medicamento Estreptoquinase, relatou que o paciente ainda aguarda. “Quero dizer que o remédio nunca chegou e, mesmo que tivesse chegado, não iria adiantar nada. Pena que eu não gravei a conversa com os médicos. As duas ampolas estavam vencidas desde julho, sim. O caos na saúde pública está comprovado. Os médicos são heróis trabalhando sem o mínimo de condições. E mais: será que desde julho não dá entrada no Pronto Socorro nenhum paciente infartado? E se deu entrada, morreu”, desabafou Francisca Vanda dos Santos Silva. ENERGIA As constantes quedas de energia elétrica têm afetado tanto a Capital quanto o interior, como em Rorainópolis, Sul do Estado. “Todos os dias, principalmente à tarde, são constantes as quedas de energia, isso gera insatisfação. A preocupação maior é a possível queima de algum aparelho. Francamente, até onde vamos com isso, esse desrespeito, essa falta de compromisso com o desenvolvimento do Estado?”, questionou o leitor Clóvis Santos. AGRESSÃO 1 Sobre a suposta agressão de policiais militares a uma família do bairro Jardim Olímpico, Henrique Sérgio Nobre escreveu: “No momento em que forem confirmados estes atos truculentos, a Polícia Militar de Roraima tem o dever e a obrigação de expulsar esses péssimos servidores”. AGRESSÃO 2 “Não estou defendo os policiais, mas a população deve saber que eles estavam prendendo um suspeito de roubo, se estivessem cumprindo o dever, que deixassem os policiais trabalhar. Se o mesmo bandido entrasse naquela residência e matasse alguém, talvez eles tivessem uma opinião diferente em relação à polícia. Vale uma lição: em briga de bandidos e polícia, ninguém se mete. Mas sou contra qualquer tipo de violência”, afirmou Railandio da Silva Gaia.