Opinião

Opiniao 10 04 2017 3890

Índice de (In) felicidade – Fernando Pinho*O combalido ativismo econômico estatal prejudicou e continua prejudicando muitos países ao redor do mundo, incluindo a América Latina, condenando gerações inteiras à miséria e desesperança.

O continente onde moramos está há décadas imobilizado, sempre pelos mesmos problemas: políticas econômicas que só geram crescimento de curto prazo (desastrada heterodoxia), crises políticas, máquinas públicas oneradas pelo excesso de funcionários apadrinhados e despreparados, promessas nunca cumpridas, oferta de serviços de padrão indigente, corrupção, desrespeito aos eleitores, violência exacerbada, carga tributária excessiva, crescente informalidade no mercado de trabalho, fuga de capitais, sistema educacional fragilizado, desajustes cambiais, déficits públicos crônicos, desabastecimento e inflação descontrolada. Já dizia Milton Friedman, economista norte-americano, Prêmio Nobel em 1976, que “a inflação é uma doença capaz de destruir uma sociedade”.

Segundo a Rede de Soluções em Desenvolvimento Sustentável, órgão da ONU, que desde 2012 instituiu o Dia Internacional da Felicidade, e publica um relatório oficial, que apresenta a lista de países mais felizes e mais infelizes do planeta, dentre 155 países, o Brasil ficou, em 2016, na posição 22. Entre 2013/15, o país ocupou a posição 17. Entre os dados observados estão: desempenho da Economia (PIB per capita), apoio social, expectativa de vida, liberdade de escolha, generosidade e percepção de corrupção. O ranking é liderado por: Noruega, Dinamarca, Islândia, Suíça e Finlândia. Na outra ponta, os menos felizes: Ruanda, Síria, Tanzânia, Burundi e República Centro-Africana. No caso latino-americano, a baixa produtividade das economias também contribui muito para esse descalabro, pois se trabalha pouco e com baixo padrão de qualidade.

Infelizmente, a falta de maturidade de grandes segmentos da sociedade brasileira é assustadora, absolutamente incompatível com o desejo de alcançar o pleno desenvolvimento econômico e social. Todo esse processo de intervencionismo acaba tornando-se um moto-contínuo, pois as pessoas começam a demandar do Estado, cada vez mais, um nível de tutela crescente, abdicando da saudável prerrogativa de decidir os próprios destinos. E, depois, reclamam que o Estado é ingovernável e paquidérmico.

A sociedade é aquilo que dela fazemos e cabe a cada cidadão decidir agora, de forma consciente, o que deve ser feito, visando evitar que saiamos do terceiro para o quarto mundo, como parece ser o desejo de muitos.*Economista, palestrante e consultor financeiro da Prospering Consultoria

O desenho repetido de um futuro assolado – Tom Zé Albuquerque*    A turbulência política brasileira perdura, se agiganta e apavora a muitos de nós, indiscriminadamente. O iminente julgamento dos crimes cometidos na última eleição presidencial pela dupla do barulho Dilma-Temer dará novos contornos ao futuro do país, independentemente do resultado.

Note-se que o Supremo Tribunal Federal se transformou no poder legislativo brasileiro (antes era somente uma extensão), ora pela incompetência do Congresso, ora pelos jogos de interesses dos caciques políticos do país, que há décadas ditam, travam e destroem os avanços coletivos da sociedade brasileira. E pior, estes fizeram escola, cuja geração vigente do mundo politicado está em boa parte contaminada pelo nocivo modo de fazer política no Brasil, para qual o interesse particular se sobrepõe em todos os aspectos as necessidades e desejos da coletividade.

As perspectivas do próximo pleito eleitoral são mais angustiantes ainda, visto que não enxergamos um líder, um estadista, um ser preparado e probo que possa conduzir os destinos do país continental, e que padece pela falta de um grupo tecnicamente imbuído em gerir uma nação, com suas imensas deficiências, arraigada numa cultura corroída pela normalidade da trapaça e da alienação generalizada. A maioria do povo brasileiro vive à cata de um herói providencial, defende o candidato pela superficialidade vendida através de deturpadas exposições midiática e, por conseqüência, vota errado.

Nesse furdunço, já emergem alguns possíveis nomes no vislumbre de assumir o país a partir de 2019. O primeiro responde pelo nome de Bolsonaro, defende bandeiras que boa parte dos brasileiros clama: devolução da segurança à sociedade; e combate visceral à corrupção, não economiza em ser autêntico nos seus posicionamentos, mas peca por extrapolar alguns direitos sociais já conquistados. O segundo, João Dória, hoje prefeito da maior cidade do Brasil, é uma incógnita; age como gestor (e não político), cumpre promessas de campanha, é executor e aplica o cientificismo na sua administração, mas traz contra si o legado recente da política brasileira, cujo paladino providente nada mais foi que uma caricatura destruidora de sonhos. O terceiro possível candidato responde pelo nome de Ciro Gomes, ao qual me recuso a tecer qualquer comentário a essa escória social, um sevandija que só mesmo uma sociedade alucinada é capaz de alimentar tamanho despropósito.

Já o quarto elemento é bem conhecido do povo brasileiro, formador de um grupo partidário que arquitetou o maior sistema de corrupção da história do Brasil – e que certamente nunca haverá de surgir algo parecido – mas que, pasmem, tem grandes chances de lograr êxito no próximo pleito eleitoral. Lula, o homem que defende o modelo cubano de viver e que externa manifestos formais em apoio ao Governo venezuelano, e que acredita o locupletar ser uma das atribuições naturais do gestor público, deveria ter sido expurgado da política brasileira, caso o Brasil fosse um país sério.

O seu eleitorado estrelado acredita que com a vitória do Lulão mensalão a retomada da anarquia (considerada que é a deturpação da democracia, segundo Aristóteles) será automática; ou ainda que os tempos áureos de dinheiro ao rodo voltarão, seja pelo boom econômico mundial do primeiro quinquênio da década de 2000 (que nada tem a ver com a gestão do PT), seja pelo desejo vadio do retorno da roubalheira ao seu patamar confortável de obras faraônicas, inchaço do serviço público com a repartição remuneratória e, obviamente, a prostituição partidária, cujas sacanagens com dinheiro da população eram maiores o quanto mais dormente fossem seus capachos e servos.

O famigerado e quase santificado candidato petista é o que se tem de pior na história política brasileira. O país demorará décadas para recuperar a destruição comandada por esse pústula, mas corremos o risco de afundarmos ainda mais. O Brasil é uma nação falida – econômica e moralmente. O que poderá mais acontecer de trágico? As urnas dirão…    *Administrador

“Pule pu riba” – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Faça, todo dia, tudo que você pode fazer nesse dia, e faça cada ação em uma maneira diferente”. (Wallace D. Wattles)Não consigo mais me lembrar do tipo físico do Raimundinho. Mas nunca me esqueci, nem me esquecerei, dessa resposta que ele me deu quando lhe fiz uma pergunta, num treinamento. Ele era um Lobinho, no meu grupo de escoteiros do ar. Foi quando lhe perguntei o que ele faria se no caminho ele encontrasse uma árvore caída cruzando a estrada. Sem pestanejar, ele respondeu: “Eu pulo pu riba”. Foi com encantamento, que associei a simplicidade da resposta à maturidade da criança de sete anos de idade. Pular por cima dos obstáculos, ou rodeá-los, é a forma mais sensata para vencê-los.

A força que cada um tem dentro de si mesmo é incomensurável. E tanto podemos usá-la para o bem, quanto para o mal. À escolha é de cada um. E você faz parte desse grupo: “cada um”. Então faça sua parte dentro da racionalidade. E esta só aponta para o caminho da imunização racional. E ser racional é conhecer-se e saber a responsabilidade que tem sobre si mesmo. Saber o que você quer da vida para viver a vida que você quer viver. Mas não se esquecendo de que você faz parte da humanidade.

Os positivistas dizem que nem todos os seres humanos fazem arte da humanidade. Dela só faz parte aqueles que vivem para o seu desenvolvimento. E você está contribuindo para o desenvolvimento da humanidade quando faz sua parte, no aprimoramento humano. E é simples, pra dedéu, fazer isso. É só você ser feliz. E como ninguém, além de você mesmo, tem o poder de fazer você se sentir feliz ou infeliz, escolha o que você quer. Mas não se esqueça de que a felicidade só é válida quando dividida. Porque só somos felizes quando fazemos as outras pessoas se sentirem felizes. A distribuição da felicidade é gratuita. Nunca espere retorno quando tentar fazer alguém feliz. Você está dando felicidade e não vendendo ou trocando. A felicidade está na doação.

Só quando nos amamos sabemos amar. Não há amor onde não há pureza de espírito. Comece por não permitir que alguém dirija sua vida. Ninguém tem o poder de fazer você se sentir livre. Só você pode libertar você, das correntes da incerteza. E só quando confiamos em nós mesmos sabemos que vereda tomar, para chegarmos onde queremos chegar. Vá em frente, sempre. Os obstáculos sempre surgirão. As árvores sempre cairão bloqueando a estrada. Cabe a você saber como ultrapassá-las. Pulando por cima ou dando a volta pelos lados. O que importa é que você não pare interrompendo sua caminhada, rumo ao seu sucesso.

E ele está bem ai, na sua frente. Pense nisso.

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