Opinião
Opiniao 10 10 2014 138
Poetas na Terra dos Ingênuos – II parte – José Henrique Ferreira Leite* Maroto, essa figura esdrúxula que tanto mal fez aos filhos sem malícia política dessa terra ignara, só a deixou depois de morto. Lastimavelmente o tirano deixou sucessor. E os poetas da terra sem perda de tempo entoaram: “foi-se o dragão deixando sua besta”, em alusão aos personagens do apocalipse, de cujos comportamentos o manhoso dragão maroto e seu sucessor se tornaram exímios imitadores. E que fez o tal dragão maroto? Dominou, usufruiu, consumiu, corrompeu, bagunçou, zombou de todos e depois se foi sem cumprir as promessas do megalomaníaco discurso de chegada a Terra dos Ingênuos. O astuto dragão maroto se foi. Mas, zombeteiro que era, antes de partir fez sua última maldade com a Terra dos Ingênuos; transmitiu o poder ao seu protegido, uma figura sem expressão, desconhecida e despreparada, mas que sem demora mostrou seus dotes de ótimo aprendiz das maroteiras do velho dragão. Muitos não desconfiaram, já no início, para os inúmeros e claros sinais de perigo vindos das bandas de onde se instalara o herdeiro do ladino dragão maroto. Se bem que, tal qual fizeram os poetas do passado Carlos Drumond e Augusto dos Anjos, poetas locais mais uma vez levantaram suas vozes e alertaram sobre o perigo representado pelo recém-empossado sucessor do velho dragão. E aqui se faz lembrança das palavras do apocalipse do profeta João às quais fizeram eco os poetas da Terra dos Ingênuos, assim: “Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e sobre as cabeças, nomes de blasfêmia. A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca de leão. E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade. Então vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta; e adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela? Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses (…) Se alguém tem ouvidos, ouça”. Nos primeiros dias da besta de vários chifres , assim como nos primeiros dias do velho dragão, poucos deram ouvido à advertência dos poetas da terra. Continuaram como que presos aos grilhões do antigo dragão, levando uma vidinha calma e sem surpresas, tal como no mito da caverna de Platão . Os poucos que conheceram a luz da liberdade e voltaram ao interior da caverna de falsas e bruxuleantes imagens para contar aos que continuavam ali as vantagens de viver na claridade, o fizeram em vão. Como os personagens do mito de Platão, aqueles seres ingênuos preferiram sufocar os arautos da liberdade e continuar com suas vidinhas solífugas. Optaram pelo papel de meros admiradores da besta e expectadores das imagens fantasmagóricas da caverna em que foram trancafiados pelo maroto bufão que partira. Faltou-lhes a disposição de Ulisses e seus companheiros que, retidos na caverna do gigante Polifemo , espertamente engendraram um estratagema para fugir dali. E o que fizeram? Furaram o olho do perverso ciclope e ganharam a liberdade. Mais do que nunca os filhos da Terra dos Ingênuos – assim como fizeram os filhos de Itaca, que clamaram e tiveram de volta o guerreiro Ulisses – precisam lutar pelo (re) surgimento de seu herói. Que seja logo, antes que um dos pretendentes receba o sim de Penélope e se aposse definitivamente de sua riqueza. Se isso acontecer será o fim. O fim dos ingênuos da terra. A prova definitiva de que ao se refestelarem com o repasto dos lotófagos se acostumaram com a caverna de Platão. PS: Diz a história que os poetas da Terra dos Ingênuos sempre estiveram alertas, denunciando incessantemente as façanhas dos dragões e suas bestas sucessoras. Por último têm alertado sobre outro dragão de mesma origem, maior poder e inteligência do que o velho dragão maroto. O tal anda por aí enfrentando insolentemente adversários, juízes e polícia, tentando impor aos habitantes da terra, seu sucessor e protegidos. Para tanto, como fez o já morto dragão maroto, o novo dragão além de apelar para métodos de amedrontamento e violência psicológica, cooptou e comprou com migalhas muitos dos filhos e filhas da nova geração da Terra dos Ingênuos. Sagaz e poderoso que é, deverá continuar enganando e impondo sua força, caso o Ulisses desta porção da fictícia federação não retorne. De uma forma ou de outra, porém, todos estes impostores partirão um dia – um já foi – para o lugar visitado por Dante Alighiere. Este, como se sabe, ao visitar o tenebroso lugar, o fez na companhia segura do poeta Virgílio, a mando de sua protetora e amada Beatriz. Retornou. E aos tais enganadores, quem haverá de os acompanhar? Retornarão? É bom que todos ouçam a voz dos poetas Drumond de Andrade e Augusto dos Anjos – aos quais fazem eco os poetas da terra – que poetizaram/profetizaram: “E agora José? A festa acabou, a luz apagou o povo sumiu (…). Sozinho no escuro qual bicho-do-mato,você marcha, José! José, para onde?” “Vês? Ninguém assistiu ao formidável enterro de tua última quimera (…) Acostuma-te à lama que te espera!(…) A mão que afaga é a mesma que apedreja,” *Professor e Advogado ———————————————- Meu pecadinho no chão – Afonso Rodrigues de Oliveira* “A vida transforma-se numa aventura extraordinariamente interessante, se você aprender como tirar seus prazeres do mundo ao alcance imediato dos seus cinco sentidos”. (John Schindler) Por que será que nem sempre conseguimos ser feliz quando a felicidade é simples pra dedéu? Talvez seja por isso. Ficamos a vida toda procurando a felicidade sem perceber que ela está onde estamos. Temos cinco sentidos que podem nos manter eternamente felizes. E nem sempre damos atenção a eles. É muito comum conhecermos pessoas que ficam a vida toda caminhando por aí à procura da felicidade. E quando menos esperam estão rindo com alguma coisa que as faz felizes na sua simplicidade. E nem se tocam que estão apenas exteriorizando a felicidade que estava ali, dentro delas e elas nem a percebiam. A felicidade está nas coisas mais simples da vida. É só você prestar atenção a elas. Quando não estiver se sentindo feliz procure ver que pecadinho você está cometendo com você mesmo. E quase sempre você vai descobrir que é realmente um pecadinho. Uma tolice que pode estar lhe trazendo um prejuízo enorme, danificando sua saúde com a conhecida e ignorada doença induzida pelas emoções. Sabia que isso é mais comum do que se imagina? Tanto é que você nunca vai encontrar a felicidade nos corredores dos postos de saúde nem nos hospitais. Mesmo porque a maioria dos que estão ali está afetada pelas doenças induzidas. O que constitui um problema complicado para os médicos que sabem disso. Mas vamos mudar de assunto. Mantenha seu elmo e seu escudo na ativa contra a infelicidade. Ela é nada mais nada menos do que uma máscara do desconhecimento. Porque só quando desconhecemos nosso poder sobre nós mesmos é que somos atingidos pela infelicidade. Se um dia ela chegar, mande-a pra escanteio. Não há nada no mundo que justifique um momento de infelicidade. Nada além das justificativas insensatas. Procure não cometer pecados. E o maior deles é oque você comete contra você mesmo. Ignorando seus poderes, seus valores e a importância que você tem com a felicidade. Ela está em você mesmo, ou você mesma. Não faz diferença. Só somos infelizes quando não sabemos ser felizes. E este é o saber mais simples que você pode conhecer. É só prestar atenção a você mesmo. Quando você se conhece, nada, nem ninguém, é superior a você. Nunca nos conhecemos quando nos sentimos inferiores e infelizes. Somos todos iguais nas diferenças. E os diferentes não estão no patamar da superioridade. E é aí que a jiripoca pia. É quando pensamos que não somos que caímos no balaio dos inferiores. Pense nisso. *Articulista [email protected] 9121-1460 ————————————————- ESPAÇO DO LEITOR DEMISSÃO “O curral eleitoral nunca vai ter fim. O corte de trabalhadores foi porque alguns deputados perderam os mandatos no dia 5 de outubro”, disse o internauta Jairo Carvalho Moura sobre demissões na Assembleia Legislativa do Estado (ALE). O leitor Jacques Melo foi além e disse na página da Folha no Facebook que o motivo é porque o presidente da Casa, deputado Chico Guerra, não se reelegeu. CONCURSO 1 “Caro deputado, acabou! E não é só na Assembleia Legislativa que tem que haver demissões. Mas na Caer, Codesaima, Seab, CERR e muitas outras secretarias que não servem para nada a não ser para servir de cabide de emprego para cabos eleitorais e correligionários de políticos. Concurso que é bom o excelentíssimo deputado e os demais da Casa não tocam no assunto”, comentou o internauta Sérgio Pereira. CONCURSO 2 Henrique Sérgio Nobre disse que espera a publicação do edital para o concurso da ALE. “Esperamos que seja lançado definitivamente o edital da Assembleia, que saia logo esse tão esperado concurso. Logo, os esforços de quem fica nos cursinhos serão premiados com aprovação no concurso”, comentou. EXCESSOS “E como, em nome de Deus, cabe tanta gente dentro daquele prédio? O Judiciário tem prédios em vários locais da cidade e não tem 1.200 servidores. Guarda-roupa grande, hein, deputado!? Vamos enxugar essa folha aí para ver se sobra dinheiro para outras coisas. Um concurso seria de bom tamanho, haja vista que nunca houve um de verdade para essa Casa”, afirmou o internauta José David Monteiro Fernandes. VÍDEO “O senador Romero Jucá, que já ficou tempo mais que suficiente no poder, demonstra a forma patética e grosseira como a maioria dos políticos no nosso Estado lida com a lei e a ordem. A juíza perdeu uma grande oportunidade de dar voz de prisão a ele e deixar que ele passasse uma hora que fosse sob custódia da Polícia Federal. Uma pena que o nível de criticidade política da população ainda precisa melhorar muito, até que não permitamos mais que pessoas como estas governem os rumos de Roraima”, comentou o leitor Valtenir Soares de Abreu sobre o vídeo do senador do PMDB e da juíza Patrícia Oliveira dos Reis.