A ira do homem contra os outros animais – Sebastião Pereira do Nascimento*
“[…] quando nos detemos para observar um animal ou uma planta, o que mais nos surpreende é perceber que neles existe algo. Eles são vivos, eles têm vida”! (Irvênia Prada)
Nos primórdios da humanidade, os representantes da espécie humana viviam deslocando-se constantemente de um lugar para o outro, onde houvesse frutos, sementes e a presença de animais para caçar. A partir de quando o homem deixa de ser nômade, e passa ser residente, os recursos naturais por ele utilizados vão se escasseando, de modo que diante da escassez a vida do homem iria mudar num ritmo muito incessante, comparada com o longo período de vida anterior. Ele deixa de ser um simples coletor de frutos, sementes, animais e possa ser um “produtor”, ainda que rudimentar.
Observando as sementes germinando nos lugares onde passava ou onde ele próprio descartava restos de frutos silvestres, o homem percebeu que podia cultivar as plantas. Ao mesmo tempo, começava também a domesticar alguns animais, que poderiam fornecer a ele produtos diversos desde alimentação a outros benefícios (transporte, vestimentas, tração, etc.), além de servirem como animais de estimação, de proteção ou ornamentais.
Definitivamente o homem já fixado em determinados lugares, surge a necessidade de desenvolver novas tecnologias, e com elas, a buscar continua cada vez mais do controle da natureza e da tentativa de se aproximar dos animais, ou melhor, trazer os animais para seu convívio. Sendo, porém, nem sempre esse relacionamento, entre homens e outros animais, de forma harmoniosa ou recíproca. Dados da literatura indicam que essa relação se configurava a partir de um processo complexo, ora de forma passiva, ora de forma hostil, onde no geral, o homem sempre tendia ser o dominador.
Provavelmente, os primeiros animais a ser domesticados pelo homem foram os ancestrais dos cães domésticos que conhecemos hoje. E na busca de compreender esse processo, alguns estudos evidenciam que esses animais e os seres humanos teriam vivido conjuntamente durante muito tempo; sendo, a data e a origem geográfica desse processo de domesticação bastante divergente na literatura. Contudo, antes ou depois dos cães, o homem tentou domar muito outras espécies animais, em número bem maior do que existem domesticados na atualidade. Numa estratégia de sobrevivência, muitos animais resistiram às condições impostas pelo homem, persistindo com seus traços silvestres, numa clara referência de que, assim como o homem, são também dotados de logicidade e detêm suas capacidades de agir e “pensar” em ser livre como aqueles que vivem em liberdade. Partindo desse princípio, entendo que, igualmente como o homem, os outros animais vertebrados têm também sua capacidade psique – guardando as proporções – contrariando a velha retórica de que só os homens são racionais e os outros animais não. Diante dessa premissa, vejo que é o momento de quebrar esse paradigma antropocêntrico de que só homem tem a capacidade de pensar e de agir racionalmente. Pois, como estudioso do comportamento animal, entendo ainda que, assim como o homem, os outros animais têm também, além do corpo físico, a manifestação racional da vida.Baseado nesse contexto, alguns estudos evolutivos mostram evidências de comportamento racionais a partir de animais não humanos, corroborando com os enunciados da professora Irvênia Prada quando diz “… que a ciência já nos autoriza a supor, com razoável segurança, a ocorrência, nos animais, dessa potencialidade – a mente – ainda que primária, mas inegavelmente em evolução”. No caso do trato excessivo com os animais, Peter Singer, quando fala das considerações morais do princípio da igualdade, define que qualquer animal sendo tratado fora do domínio de sua natureza, sente dor e sofre quando colocado em situações hostis ao bem-estar apenas de seu “dono”. Sendo que essa subordinação de interesse e domínio do outro, significa a expressão pura de especismo, que suprime a condição básica que assegura a igualdade de todos os seres dotados de liberdade.De modo geral, o homem naturalizou de tal modo o costume de usar os outros animais em vários meios de vida, onde se declara francamente favorável às práticas violentas, ainda que não sejam só maus tratos físicos, mas que sejam também atitudes de enfeitar o animal, de expor violentamente ou ainda submeter o animal a trato como se fosse humano. Essas atitudes, antes de ser perversa e antropocêntrica, são indesejáveis por qualquer espécie animal, pois, bastaria deixar que ela escolhesse que, de certo modo não escolheria nenhuma dessas ações que depreciam seu status natural. Agindo assim, o homem, além de mostrar seu lado mais sórdido e pretensamente “superior”, se sente no direito de explorar ameaçadoramente os outros animais (apenas para sua satisfação), subvertendo os interesses mais elevados destes pelos os interesses menos relevantes do ser humano.
*Filósofo de formação e zoólogo de profissão [email protected]——————————————–Voando no tempo – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Somos o único caso de democracia que os condenados por corrupção legislam contra os juízes que os condenaram”. (Ministro Joaquim Barbosa)Tudo bem, mas nada vai mudar enquanto não estivermos preparados para fazer as mudanças. Pelo que vimos nas eleições dos Estados Unidos, ontem, as mudanças estão num processo de progresso a regresso. O mundo todo está virando de cabeça para baixo. Mas se considerarmos que a Terra é redonda, quem está com a cabeça pra baixo? Que o eixo da terra está se inclinando, está. Embora num processo muito lento, mas está. E é aí que nós iremos para o espaço. Voaremos para o espaço como os que já voaram, no último dilúvio. Se você prestar mais atenção aos acontecimentos no desenvolvimento da humanidade, verá que nada mudou. Ainda não fomos capazes de descobrir como era a sociedade, antes do último dilúvio. Tudo que sabemos não é mais do que mero espetáculo fantasioso. Ainda não sabemos, por não interessa, de onde vieram os “Deuses astronautas”. Fala sério: você já prestou atenção nos campos de futebol nos dias de jogos eletrizantes? Não dá pra você se lembrar das famosas arenas nas Grécia e Roma antigas? Pense bem. O disfarce nos absurdos políticos atuais não parecem máscaras no comportamento dos imperadores daquela época? E o que poderemos fazer para mudar esse cenário vergonhoso? O que sei é que cabe a cada um de nós fazer sua parte, mas com a consciência de que temos que mudar para melhor. E só saberemos o que é melhor para nós, quando soubermos nos respeitar simultaneamente.“Enquanto a cor da pele for mais importante do que o brilho dos olhos, haverá guerra”. (Bob Marley). Você, jovem, cuidado com o que você pensa. Somos o que pensamos. E nem sempre somos capazes de pensar no que realmente é importante para nosso desenvolvimento. E a educação é fundamental para nosso progresso. Sem ela não teremos uma política à altura do nosso desenvolvimento; não teremos uma sociedade capaz de distinguir o que é importante e o que é insignificante. Rui Barbosa também disse: “Quanto mais corrompida a República, mas leis”. E enquanto não formos uma sociedade educada e civilizada não saberemos eleger legisladores competentes para criarem leis competentes. Não se esqueça de que você é responsável pelo seu futuro, já que ninguém está nem aí pra ele. E você não vai resolver problemas criando problemas. Não é invadindo escolas que você vai melhorar a Educação. É cuidando da sua educação que você vai educar seus descendentes e melhorar o mundo. Simples pra dedéu. A tecnologia atual vai levar você para onde você escolheu ir. Pense nisso.*[email protected]