A didática e as novas tecnologias: breve reflexãoSolange Maria Santos Castro e Josimere de Souza Lima Apolinário*A Didática, além de ser considerada uma área da Pedagogia se constitui como uma tecnologia responsável pelo suporte metodológico às disciplinas do currículo, estando sempre articulada ao ensino e à aprendizagem (PIMENTA; FRANCO, 2010, p.7). Na sociedade do conhecimento e de constantes inovações tecnológicas a Didática tem o desafio de contribuir para um ensino mais significativo para a realidade de nossas escolas, professores e educandos. Nesse contexto, os estudantes tendem a trazer para a escola um amplo repertório de informações, ideias, valores, dentre outros aspectos, o que exige do professor atenção aos seus interesses de aprendizagem e de orientá-los corretamente, quanto ao uso dos recursos tecnológicos, tendo em vista a importância de saber como realizar pesquisas, desenvolver estudos, participar de fóruns educativos, dentre outras ações didáticas previstas em seus projetos e planejamentos. Recorrer às tecnologias, além de contribuir para o processo de ensino amplia as possibilidades de inserção dos educandos nas múltiplas culturas. Dessa maneira, a inserção dos estudantes no universo tecnológico não deve restringir o seu potencial de construir conhecimentos, uma vez que um texto já elaborado sobre uma temática serve como ponto de partida para a reflexão crítica da realidade e como apoio para constituir novas ponderações sobre um assunto pesquisado. Pensando nesses desafios, os professores precisam desenvolver ações didáticas, em que os estudantes sejam protagonistas e não meros reprodutores/expectadores da realidade, mas que a partir de sua leitura de mundo, novas ideias sejam refletidas, a fim de caminhos mais promissores para aprendizagens no contexto escolar, nos espaços convidativos para uma formação de pessoas críticas, participativas, mais humanas e capazes de transformar a realidade.
*Pedagogas———————————-A ciência e os traços inalienáveis da filosofia – Sebastião Pereira do Nascimento* Nos tempos modernos, a ciência é uma prática de conhecimento largamente considerada pela sociedade. Contudo, William Chalmers dizia que entre a humanidade aparentemente há uma crença amplamente aceita de que há algo de especial a respeito da ciência e de seus métodos. Apesar dessa consideração e da necessidade científica estimulada pela sociedade,a ciência envolve uma complexidade maior do que o seu próprio desenvolvimento. Sobre alguns conceitos empregados à ciência, Aristóteles julga que é, sem dúvida, o conhecimento mais seguro dos singulares. Para esse filósofo, a ciência é como o multiplicar das artes, umas em vista das necessidades e outras em vista das satisfações. A partir desse conceito Aristóteles constrói também que a filosofia seja a ciência de certas causas e certos princípios. Foi, com esse efeito, e pela admiração que os homens, assim hoje como no começo, foram levados a filosofar, sendo primeiramente abalados pelas dificuldades mais óbvias, e progredindo passo a passo até resolverem problemas maiores. Nesse caso o filósofo Alfred Whitehead lembra que a filosofia é a mais eficaz pesquisa intelectual. Nesse caso, a filosofia e a ciência se aproximam para que o pensamento científico, por meio da filosofia, construa uma ciência conciliadora e harmônica. Por meio deste compartilhamento, Zenão – tido como o pai da dialética – formulava seus argumentos científico/filosóficos procurando demonstrar as contradições daqueles que defendiam afirmações contrárias. Seus argumentos tinham como método mostrar as contradições daqueles que defendiam a pluralidade e mobilidade do ser, ou seja, defendiam as suas ideias a partir da negação dos argumentos contrários.A mesma consonância da ciência filosofal observa-se em Sócrates, o qual elaborou um sistema filosófico que costumava iniciar uma conversação fazendo perguntas filosóficas às pessoas comuns e obtendo dessas pessoas opiniões que ele aparentemente aceitava. Depois, por meio de uma prática hábil, desenvolvia as opiniões das pessoas, mostrando os absurdos e os contraditórios das suas opiniões, levando o indivíduo à convicção do erro. Sócrates considerava isso o verdadeiro saber. Para ele esse saber permitiria aos homens construírem uma sociedade justa e mais perfeita, além de acreditar que com esses argumentos se construía um “método” eficaz de fazer ciência. Para Karl Popper, a ciência não se dá a partir da simples observação de fatos e inferência de quaisquer enunciados. Ela pressupõe a partir do interesse de um observador em conhecer determinada realidade que seu universo de referencia já não mais satisfaz. Para este filósofo, a simples observação não é levada em conta, mas sim uma observação intencionalizada, orientada e seletiva que busca criar um novo sentido de referências do objeto de interesse. Popper conclui ainda que essas tais influências podem ser percebidas e, principalmente, entendidas de diversas maneiras em um mesmo evento e por um mesmo observador.Assim, a ciência diverge de várias maneiras, mas na prática exige algumas regras básicas, de métodos de análise, para entendimento dos diferentes pensamentos da natureza humana. A elaboração de perguntas chave como a compreensão da questão, o que deve ser observado e a forma de análise, como apregoa Popper, dependem muito mais da percepção e da vivência científica do que qualquer outro fator.Por outro lado, isso pode ser entendido como os limites inalienáveis que a própria ciência requer. Onde muitos pensadores definem essa inalienação como um conjunto de fatores que devem ser respeitado no exercício incessante do conhecimento científico alicerçado à filosofia. Refiro-me também que são esses mesmos mecanismos que fazem com que qualquer profissional da ciência limite-se ao desempenho moral de suas atividades – aqui a ética é o principal regulador dessa “ordem”, onde o profissional deve considerar a virtude humana acima de qualquer interesse científico e responder suas questões no âmbito da ciência. Como Platão diz, a moral é uma qualidade particular do ser humano, indispensável para que ele possa reconhecer e praticar as condutas do bem, em vez de praticar as condutas do mal.Como conclusão, acho interessante acrescentar um pensamento do filósofo David Hume, quando ele se refere à advertência da natureza sobre o entendimento humano: “Tolero vossa paixão pela ciência, diz a natureza, mas fazei com que vossa ciência seja humana de tal modo que possa ter uma relação direta com a ação e a sociedade. Proíbo-vos o pensamento abstruso e as pesquisas profundas; punir-vos-ei severamente pela melancolia que eles introduzem, pela incerteza sem fim na qual vos envolvem e pela fria recepção que vossos supostos descobrimentos encontrarão quando comunicados”.*Filó[email protected]——————————————-Siga o curso normal – Afonso Rodrigues de Oliveira*“O curso normal das coisas nos ensina a acreditar. Precisamos apenas obedecer. Se prestarmos atenção ouviremos a palavra certa”. (Emerson)Como não somos racionalmente orientados, estamos sempre querendo alguma coisa sem a receber. Há uma grande diferença entre querer algo e estar pronto para receber. Os desejos têm e seguem veredas tortuosas. A liberação exige coragem para percorrer veredas e estradas tortuosas; na maioria das vezes intransitáveis. E o segredo está em ser capaz de transitá-las. E todos nós somos capazes de transitar e caminhar pelas veredas da vida. A dificuldade está em não acreditarmos nisso e, por isso, tornarmo-nos meros fantoches. A liberação do Eu vem quando rompemos as cadeias da ignorância. Enquanto ficarmos aprisionados na cadeia do corpo, criamos, nós mesmos, tanto nosso Céu quanto nosso Inferno. O segredo está em darmos mais atenção ao nosso Eu. Que é quando aprendemos a encarar as derrotas como uma orientação para a vitória. Tudo fica claro quando aprendemos que são os erros que nos ensinam a certar. E em vez de darmos mais atenção a isso, ficamos nos curvando e nos entregando à derrota que não é mais do que o caminho para a vitória. Toda derrota traz a semente do sucesso. O problema é que não sabemos plantar a semente e, por isso a jogamos no lixo da vida. É só isso. Estamos vivendo um mundo onde não nos falta oportunidades. Nunca, na história da humanidade, o ser humano teve tantas oportunidades para a realização dos seus sonhos. Os grandes vultos da história nos mostraram o quanto somos capazes quando não nos deixamos vencer pelo pessimismo. Eles nos deram lições de como não há impossível para quem crê no possível. Para quem dirige o pequeno barco em águas agitadas é mais importante saber nadar, do que saber ler. Você só estará vencido no momento em que aceitar a derrota como uma realidade. Na verdade não sabemos quantos dilúvios já tivemos sobre a Terra. Mesmo porque há inúmeras variedades de dilúvios. E pelo que vemos, estamos vivendo mais um desses, tão ordinários que se repetem em curto prazo. Mas deixemos esse lamaçal para escanteio e vamos cuidar de nossa racionalidade. Vamos nos valorizar para que possamos ser respeitados, até pelos que não nos respeitam. Valorizemo-nos no que somos.
Não permitamos que a fumaça do incêndio nos atinja. Sejamos fortes o suficiente para não nos deixarmos abater pela fraqueza dos fracos que se julgam fortes. Vamos ser o que não somos, mas sem deixar de ser o que somos. Victor Hugo já nos ensinou isso. Somos todos da mesma origem racional, e com o mesmo valor. Pense nisso.