Opinião

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NOSSO VÍCIO SE CHAMA MUNDO

Wender de Souza Ciricio

Na sociologia clássica, aquela que deu início a essa corrente da ciência, houve um elemento que “cantou a bola” deixando bem claro sobre como o mundo impacta sobre nós humanos e como dele nos tornamos dependentes Me refiro exatamente a um dos fundadores dessa corrente chamado Émile Durkheim. Nascido na França em 1858 Durkheim denominou como sua tese principal o “fato social” que consistia em três elementos que permeia todo teia comportamental da sociedade, ou seja, a coerção, a generalidade e a exterioridade. O mundo age sobre nós de uma forma em que limitam nossa vontade própria nos coagindo de forma legal e ilegal. No sentido legal, como exemplo, é que temos que, ao dirigir um carro, usar cinto de segurança querendo ou não e que temos que cumprir leis independente de nossa vontade. Sobre a coerção ilegal temos como exemplo quando um delinquente rouba de nós, com arma em mãos um aparelho celular. Isso, para Durkheim, é coerção. Generalidade se refere ao fato que as coisas que há no mundo não são construídas ou elaboradas para uma pessoa apenas, mas é abrangente, é para todos.

No diálogo sobre exterioridade Émile Durkheim defende que não é o mundo por causa do homem mas o contrário disso, o homem por causa do mundo. Não existe um mundo para cada pessoa e sim várias pessoas para um mundo. Você pode dizer: “eu não gosto do Brasil” mas o Brasil não vai ficar desesperado e mudar para se adaptar a você. O mundo não se rende a uma alma isolada das demais. A pergunta que se faz a essa tese é se ela tem nexo. Tem e como tem.

A evidência clara das palavras desse pai da sociologia está estampada no desespero da sociedade que por causa de um vírus teve que mudar sua forma de viver, de se comportar, de lidar com o inesperado e com o incomum. O mundo que desenharam para nós é a fonte de nosso vício. O desespero invadiu nossos corações. Um vírus nos tirou do curso do mundo que se impõe a nós. O mundo no viciou com uma forma de agir, se comportar falar e se vestir, mas o vírus tá dizendo que por enquanto disso temos que nos abdicar. O mundo que nos viciou e nos disse que temos que ir para as baladas aos finais de semana perdeu para vírus disse que temos que ficar em de casa. Somos viciados no mundo mas ele perdeu espaço para um vírus.

Que coisa né? E agora vamos morrer por não podermos comer e beber do que esse ambiente externo a nós impõe e determina? Não é hora de reescrevermos uma outra forma de viver? Ouvi um ex jogador de futebol dizer que está feliz com tudo que está acontecendo. Ele disse que nunca havia lavado um banheiro de sua casa em toda sua vida e que agora lavou, disse que não sabia o nome de sua empregada doméstica mas que agora notou que ela é super essencial e que ela tem nome. Relatou que nunca havia brincado com os filhos mais de 30 minutos e agora brinca 3 horas seguidas deixando os filhos extasiados e eufóricos de tanta alegria. Esse homem viu na crise a possibilidade de escrever um mundo novo. É isso que precisamos.

Quantas pessoas vão sair dessa mais criativos, mais tolerantes e mais encorajados a ter uma vida de qualidade. Muitos vão perder o vício pelo mundo e vão apreciar, amar e curtir mais suas famílias. Vão aprender sobre a qualidade da vida. Outros, por exemplo, vão beber menos e menos serão seduzidos pela propaganda de bebidas que o mundo vive apresentando. Muitos vão orar mais, olhar para cima e construir uma relação legítima e sólida com Deus.

Esse mundo que nos viciou não é a última cartada, não é tudo que temos e nem tudo que precisamos. O melhor para o momento é levantar a cabeça e crer que ainda temos muito a viver.

Psicopedagogo, historiador e teólogo

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AMOR ESCRITO COM SANGUE

*Dolane Patricia **Nina Rodrigues

De todas as datas comemorativas existentes, a Páscoa é a mais fascinante. Primeiro por ser o momento em que é relembrado o sacrifício de Cristo e segundo pela celebração de sua ressurreição (mesmo sabendo que ele não ressuscitou nesse dia), nos atentamos por esse memorial do amor pela humanidade, que tanto necessita de esperança.

Entretanto, esta Páscoa será diferente de todas as outras, pois estamos vivendo cenas no mundo, jamais vistas anteriormente, em toda história da humanidade.

Não daria para expressar nem mesmo na letra de uma canção, ou mesmo em um filme, toda situação existente nos dias atuais, com a chegada do novo Corona vírus, conhecido na atualidade como Covid-19.

Um vírus.. Um ser tão pequeno que não pode sequer ser visto a olho nu, foi capaz de mudar a rotina de quase todos os habitantes do Planeta Terra, levando milhões de pessoas a se isolarem dentro de suas casas, cuidando das suas famílias.

Um alerta? Talvez! Por um instante não se via mais a multidão nos sambódromos, como acontece sempre no carnaval, carnaval esse, onde tantas vezes o nome de Jesus foi profanado, ridicularizado e literalmente desrespeitado. A praia de Copacabana já não é mais palco de shows colossais, olhando ao longe parece um grande deserto a beira mar.

De repente, todos pararam para refletir sobre suas vidas!

O vírus não escolhe cor, nem classe social. Do mais humilde cidadão da África, até mesmo o príncipe Charles e a Rainha da Inglaterra, todos tiveram uma reviravolta em suas vidas.

Nos Estados Unidos, os corpos estavam sendo pegos com pá mecânica e postos em caminhões, mais de mil e quatrocentas pessoas mortas em um único dia! No Equador os corpos já estavam sendo deixados na rua, por não ter mais lugar nos cemitérios, isso sem mencionar os espantosos números da Itália e Espanha.

Mas, esse artigo não é para falar do Coronavírus, mas é que em razão da facilidade do contágio, ele nos obrigou a ficarmos em casa e termos tempo suficiente para refletir sobre tudo, inclusive a Páscoa, mas como refletir sobre a Páscoa, sem refletir primeiro no que Jesus foi capaz de fazer?

Na verdade, a páscoa já existia antes mesmo de Jesus nascer. Sim, na verdade tudo faz parte de um grande plano, o plano da Redenção. Antes de Adão e Eva pecarem no Jardim do Eden, havia um plano para salvá-los, caso desobedecessem.

Deus avisou que o salário do pecado seria a morte, ou seja, aquele que pecasse teria que morrer eternamente! Entretanto, havia um plano, caso pecassem, o que levaria toda a humanidade ao pecado, alguém teria que morrer, mas, como tratava-se de uma Lei, não poderia ser qualquer pessoa, apenas Aquele que havia criado a Lei, só Ele teria o poder de dar a sua vida para que o pecado fosse totalmente apagado e perdoado.

Nesse sentido, Jesus, que já existia estava pronto para morrer no lugar de Adão e Eva caso pecassem, e pecaram!

Foi por esta razão que Jesus, que já existia lá no céu, acima das estrelas e de todas as galáxias, resolveu descer e consertar as coisas aqui na Terra!

Dessa forma, Jesus se despiu de suas vestes sacerdotais feitas de toda espécie de pedras preciosas e veio nascer num estábulo, foi deitado em um berço de palha, um lugar onde toda água que existia era a usada pelos animais. Ele veio para ensinar aos seres humanos, que as pessoas são mais importantes do que as coisas e para mostrar também, até que ponto ele é capaz de amar.

Contudo, era necessário que os seres humanos entendessem o significado desse ato de amor tão grande. De acordo com a Lei do Céu apenas o sangue (que significa vida) teria o poder de apagar os pec
ados. Assim sendo, era preciso que os humanos entendessem o real significado de um gesto tão nobre.

Nesse contexto, foi necessário construir um Templo, um Santuário no Planeta Terra onde seriam feitos ali sacrifícios de animais, como por exemplo, o cordeiro, para simbolizar que um dia o Cordeiro de Deus viria pagar o pecado da humanidade, morrendo de forma inocente, mesmo sem nunca ter pecado!

Na verdade, a páscoa já existia antes do nascimento de Jesus como bebê neste planeta: Houve uma época em que os filhos de Deus, concentrados em Israel, estavam sendo escravizados no Egito. Deus então, sempre pronto a salvar a humanidade, enviou Moises para que tirasse o povo da escravidão, mas havia um Faraó que não permitiu tal façanha.

Assim sendo, foi necessário que Deus enviasse dez pragas, sendo a última delas, a morte de todos os primogênitos do Egito, para que dessa forma, Faraó finalmente deixasse o seu povo ir para a terra que Deus havia prometido.

Na época, o povo de Deus também possuía primogênitos no Egito, contudo, como diferenciá-los?

Deus ordenou então que seu povo matasse um “cordeiro” e marcasse a porta da casa com seu sangue, simbolizando que o sangue de um cordeiro libertaria os primogênitos da morte.

Esse episódio foi chamado de Páscoa e foi celebrado durante muitos anos, até que um dia o cordeiro (Jesus) de Deus nasceu, viveu e morreu, derramando seu sangue inocente para salvar a humanidade da morte eterna.

Ele morreu numa sexta-feira, passou o sábado no sepulcro e ressuscitou no domingo. A partir de então, tudo passaria a fazer sentido, a morte dos cordeiros no Templo e a marcação com sangue nos umbrais da porta no Egito.

Desde então a Páscoa passou a ser celebrada rememorando o sacrifício do cordeiro de Deus. Assim, após ressuscitar, Jesus apareceu para alguns amigos e depois aos olhos de todos, subiu aos céus, com a promessa de que um dia voltaria, para buscar todo aquele que nele cresse.

Muitos não acreditam que essa história realmente aconteceu, muitos sequer acreditam em Deus, mas em vírus, será que acredita? Nem dá pra ver!!!

A verdade é que a própria natureza, criação de Deus fala por si, se nunca ninguém tivesse falado de Deus, a própria natureza já falaria por si do seu poder e do amor que Ele sente por cada um de nós.

Assim, refletindo sobre toda a beleza que a páscoa trás consigo, temos uma linda programação voltada para todos aqueles que desejam conhecer melhor essa linda história do cordeiro que foi morto na cruz, estamos como associação AAmar trabalhando ame a Deus, ame as pessoas e ame a missão.

Com isso surgiu em nossos corações o desejo pela Páscoa solidária que envolve o amor aos necessitados do pão de cada dia.

Como cristãos sabemos que Jesus é o pão da vida, e para que isso se torne real na vida das pessoas precisamos viver esse Cristo ressurreto em nossas atitudes em meio a esse caos que a pandemia esta trazendo a algumas pessoas que são menos providas.

Na cidade de Boa Vista Roraima, através do trabalho do Pr. Edivan J. Oliveira, diretor da ASA-Assistência Social Adventista as igrejas Adventistas, foram ponto de arrecadação de alimentos, roupas no final de semana.

Vários supermercados da cidade nos apoiaram permitindo que ali na portaria de seus estacionamentos fossem colocados DRIVE THRU, com três voluntários acompanhados de seus lideres religiosos para arrecadar alimentos, Deus abençoe a todos que ali estiveram e nos ajudaram.

Não poderia deixar de citar a Escola Adventista sobre a direção do Diretor Pastor André Rodrigo Souza que também esteve com o DRIVE THRU arrecadando alimentos. A TV novo tempo canal 33 vem trazendo uma programação toda voltada para a páscoa em sua programação diária para você e sua família.

Aproveite em momento de quarentena para cuidar da saúde da família, e porque não da nossa espiritualidade, se achegando mais a Cristo, em oração intercedendo pela saúde mundial.

A Semana Santa existe porque Jesus um dia derramou seu sangue inocente, demonstrando o verdadeiro significado da palavra amor.

Um amor escrito com sangue!

*Advogada, Juíza Arbitral, Apresentadora de TV, escritora, colunista, Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, Pós Graduada em Direito Processual Civil, Pós Graduada em Direito de Família, Personalidade da Amazônia e Personalidade Brasileira, YouTube: Dolane Patricia RR. Acesse dolanepatricia.com.br. Baixe o aplicativo Dolane Patricia.

** Professora Nina Rodrigues Graduada em Pedagogia Pós Graduada Em Docência do Ensino Superior, e Pós Graduada em Neuropsicologia.

Minha semana

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Segunda faço novena

Terça corro na esteira

Quarta vou ao cinema

Quinta dia de feria

Sexta escrevo poesia

Sábado fico cabreira

Domingo durmo de dia.”

(Leide Moreira)

Taí uma semana de quem não tá nem aí para os problemas. Faça com que sua semana seja vivida. Cada dia é um dia. A poesia da Leide me remeteu à minha infância. Eu era criança, mas prestava muita atenção a casos assim. Tínhamos um vizinho que em todos os fins de semana ele fazia uma festinha em casa. Sempre aos sábados. E tinha um cara que sempre cantava uma música com essa letra: “Segunda-feira eu vou pra feira; Terça-feira eu chego lá; Quarta-feira eu faço a feira; Quinta-feira eu saio de lá; Sexta-feira eu chegou a casa; Sábado eu estou enfadado; Domingo é dia santo, eu não posso trabalhar.” Um cara muito malandro.

Use sua malandrice na sua semana. Mas não se esqueça de que há uma malandrice responsável. Que é quando a gente vive o dia, sem perder tempo com o que não nos convêm. E o que não nos convêm deve ser jogado para o baú da insignificância. Se você perdeu o melhor dos seus dias, nos dias que já se passaram nesta semana, aproveite e vá treinando para a semana que vem. Quando olhar para o céu não perca seu tempo se preocupando com as nuvens escuras. Elas podem estar avisando que aí vem chuva. Então, em vez de ficar preocupado com a chuva, prepare o guarda-chuva. Simples pra dedéu.

Não sei como você está se sentindo, hoje. Mas isso não importa. O que importa realmente é que você tome o controle dos seus pensamentos. Segure o timão com a firmeza de um bom navegador. Vamos repetir o caso do cabo Sivirino? Parece hilário, mas na verdade ele nos remete ao pensamento sobre a importância de cada um, não no que ele pensa que é, mas no que ele realmente é. Então vamos lá. Não me lembro em que livro esta história está, mas eu a li várias vezes como lição de vida.

O navio navegava a altas horas da noite, num mar tremendamente escuro. De repente, lá na frente, apareceu uma luzinha bem miudinha. Com o alerta do timoneiro, o Comandante do navio ligou para a lanterninha: “Você está na minha rota, afaste-se.” Logo veio a resposta: “Desvi-se quarenta graus a noroeste.” Depois do terceiro aviso e resposta, o Comandante gritou: “Aqui quem fala é o Comandante! Se você não se afastar em cinco minutos eu mando abrir fogo.” E logo veio a resposta, bem calma e serena: “Aqui quem fala é o cabo Sivirino. Se você não se desviar quarenta graus a noroeste vai colidir com o farol.”

Seu valor não está no que você faz, mas como você faz. Não importa se você é o Comandante, ou o Cabo. O importante é que você esteja certo. Pense nisso.

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