Opinião

OPINIAO 10071

Sejamos otimistas

Dolane Patrícia*

Em tempos de Corona Vírus, nada melhor que um pouco de otimismo. Afinal, é importante ter o controle da vida e dos pensamentos nesse momento que a humanidade atravessa.  Estamos vivendo em uma época onde é fácil perceber que existem coisas que o dinheiro não pode comprar.  O que é realmente uma pena, é que foi necessário um vírus para que a humanidade pudesse olhar para o que realmente tem valor: a vida! Posso começar falando da própria maneira de pensar sobre si mesmo e da esperança de um mundo melhor, onde parece que já estamos vivendo o apocalipse.

Lembro-me de algumas palavras que escutei e li ao longo do tempo que considero de grande importância. Afinal quem é você? Assim sendo, percebi que mostrar uma visão mais otimista da vida é algo de grande valor e que seria sim este o melhor momento. Este não é um artigo Jurídico, mas estamos vivendo uma pandemia! Momento perfeito para descobrirmos que Deus já nos deu o melhor presente: o livre arbítrio, a capacidade de decidir como quer viver. 

Nesse sentido, vamos refletir juntos nas palavras de otimismo que ouvimos primeiramente de Deus quando declama através do salmista Davi, as mais belas frases de otimismo e esperança: “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal nenhum”. “Mil cairão ao seu lado, e dez mil a tua direita, mas tu não serás atingido!” Deus quer que sejamos mais positivistas e que mesmo em meio a dor e as consequências do coronavírus, ainda tenhamos esperança, porque ainda não é o fim! Contudo, já li que “ninguém pode brilhar no palco do mundo se não brilhar no palco da sua inteligência.” Essa frase é do escritor Augusto Cury, que também faz outras importantes colocações sobre a importância de sermos autores de nossa própria história e que as nossas escolhas na verdade, é que determinam o nosso destino.

Quando a escolha é para que Deus seja o escritor, faz a questão ficar ainda mais empolgante! Sei que existem pessoas que em momentos como este refletem sobre sua vida inteira, como se fosse um filme. 

Na visão de Augusto Cury, ele traz em seu livro SEJA LIDER DE SI MESMO, uma visão de otimismo que emociona. Gostaria que hoje refletíssemos juntos nas palavras do autor do livro, no momento em que peço licença para deixar para você não minhas palavras agora, mas palavras que li e  que me emocionaram e que podem ajudar você ver a vida sobre outra vertente.

Trata-se de uma peça em que o Autor é uma pessoa muito especial: “Certa vez, você passeava tranquilamente pelas avenidas da vida. De repente, resolveu entrar num teatro. Ficou fascinado com sua beleza e arquitetura. O público, pouco a pouco, o lotou”. Você iria assistir à peça mais importante da sua vida.  De repente, as cortinas se abriram, seu coração palpitou. Os atores eram de primeiro time. A peça logo de inicio o cativou. O ator principal representava a biografia de um personagem magnífico.  Era inteligente, sutil, fino, corajoso. Você se encantou com o personagem e com o desempenho do ator principal. A peça continuou. O personagem tornou-se mais atraente. Mostrava gentileza com as crianças, amabilidade com os idosos e sensibilidade com os amigos. Contemplava flores, tinha tempo para as pequenas coisas.

Você suspirava, identificava-se com ele. Queria aplaudi-lo, mas se continha.  Ao mesmo tempo em que era afetivo e sensível, vivia a vida com aventura, era ousado, tinha grandes metas e grandes sonhos. Esse personagem era tudo que você sempre quis ser. Você se apaixonou por ele. Por isso, num golpe de coragem, ficou de pé e o aplaudiu calorosamente. Todos o acompanharam. O teatro vibrou. O ator principal ficou deslumbrado.

De repente, uma surpresa. Enquanto os aplausos cessavam, duas pessoas entraram no palco, interrompendo subitamente a peça. Desenrolaram uma faixa na frente dos atores.Você ficou pasmado! A faixa revelava o nome do personagem cuja biografia estava sendo encenada. Talvez estivessem homenageando uma pessoa importante do passado, você refletiu. Mas se surpreendeu…  Ao desenrolarem a faixa, você quase desmaiou na cadeira. Na faixa constava seu nome! Assombrado, esfregou os olhos e beliscou os braços para verificar se não estava sonhando. “Não é possível!”, você dizia. 

Nesse momento, o público inteiro se levantou, o focalizou e o aplaudiu prolongadamente. No palco, os atores também o ovacionaram. Você não sabia o que fazer. Sua emoção estava arrebatada, não conseguia reagir de tanta alegria. Então, descobriu que, quando se apaixonara pelo personagem, você se apaixonara por si mesmo. Não sabia que tinha uma autoestima tão borbulhante. Você chorou…”  Passado o êxtase, você ficou de pé, deu largos sorrisos para a plateia e distribuiu muitos acenos. 

De repente, outra grande surpresa. Ao percorrer a plateia com os olhos, descobre que ela é constituída por pessoas que passaram pela sua vida.  Lá estavam seus amigos de infância. Você marcou a vida deles, por isso eles estavam lá o prestigiando e torcendo por você. Na plateia também estavam os queridos professores.

Alguns ensinaram você a pegar no lápis, outros a entender os números e ainda outros a não temer a vida. Seus colegas de trabalho mais íntimos também estavam lá. E você pensava que eles não se importavam com você.  Lá se encontravam ainda todos os membros da sua família, dos mais íntimos aos mais distantes.

Todos acreditavam em você, o amavam profundamente.  Você nunca imaginou que era tão especial e querido. Sentiu-se a pessoa mais realizada e importante do mundo. Sentiu que era valorizado como ser humano, e não por seu dinheiro ou sucesso.  Então você abaixou a cabeça e agradeceu a todos. O palco era seu. O teatro se tornou sua casa. Neste momento, alguém lhe passou um microfone. Todos silenciaram. Esperavam suas palavras. Emocionado e sincero, você disse que não entendia o que estava acontecendo, tudo parecia um sonho maravilhoso. 

Agradeceu a homenagem e disse humildemente que não merecia tanto carinho. Mais aplausos, mais lágrimas. Você agradeceu aos atores. Fixou os olhos no ator principal, sentiu que tinha algo em comum com ele. Disse-lhe: “Muito obrigado, você é demais!”.

E falou para a plateia: “Construí amigos, enfrentei derrotas, venci obstáculos, bati na porta da vida e disse-lhe: não tenho medo de vivê-la!”.  A vida é algo belo, o tempo é algo precioso demais para ser desperdiçado, e aqui cabe agora novamente não minhas palavras, mas de Charles Chaplin: “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios, por isso, cante, chore, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.”          

         *Advogada, juíza arbitral, apresentadora de TV, escritora, colunista, mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, pós-graduada em Direito Processual Civil e pós-graduada em Direito de Família.  Acesse: dolanepatricia.com.br e baixe meu aplicativo DOLANE PATRICIA.

Comecemos pelo começo

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Na situação do ensino primário está o termômetro mais seguro da civilização de um lugar.” (Rui Barbosa)

A Ilha está totalmente parada. Nada de carros nas ruas, pessoas, uma ou outra aqui e acolá, e comércio fechado. Até quando iremos engolir esse sapo, não sabemos. Nenhum ônibus circulando. Mas, observei, pela manhã, dois ônibus escolares passando. Aí refleti sobre o contraditório. As pessoas necessitando de irem ao Iguape, para os Bancos e outras coisas.
Mas não têm transporte público e não conseguem entrar no município, se não tiverem atestado de residência. Maluquice. 

As crianças e adolescentes não estão indo para a escola, mas ônibus escolares circulam. Em outro tom, falei com meu bisneto. Ainda criança ele me explicou como pessoa madura. É que os ônibus escolares estão entregando o alimento para alunos cujos pais não têm muita condição. E quando fazemos reflexões sobre a importância que não damos, a coisas importantes como a alimentação nas escolas, amadurecemos no despertar para o carrossel da necessidade. Aí me lembro da Mirna Grzich, nas suas frases sobre as crises, como esta: “Bendita crise que vai me ensinar o que é verdadeiramente importante.” 

Não sei como irá ser seu dia, hoje. Mas sugiro que você não perca um minuto se quer, martirizando-se com as más notícias que estão nos imbecilizando, no nosso dia a dia. Não há crise que não seja passageira. E sua passagem vai depender da nossa competência para encará-la como passageira. Não aprenderíamos se não houvesse os erros. Não cresceríamos se não houvesse as crises para nos fortalecer. O importante é que aprendamos a aprender com as crises. A vê-las como um processo de evolução do ser humano. Alimentar o medo é se entregar à derrota. Todos os obstáculos na vida são uma fase no ensinamento. E podemos obter isso observando os exemplos mais simples dos que, na simplicidade, nos dão recados aparentemente hilários, mas que são exemplos.

Pode até lhe parecer hilário, mas é sério e verídico, o exemplo do “Lobinho” Raimudinho. Éramos escoteiros na Escola de Base, na Base Aérea de Natal, no final da Segunda Guerra Mundial. Ele era o “Lobinho” no meu grupo. Num treinamento, quando lhe perguntei o que ele faria se encontrasse uma árvore caída e atravessada na estrada, ele me respondeu: “Eu pulo pu riba.” Simples pra dedéu. Pule por cima do obstáculo. Se tiver que atravessar o campo minado, procure pisar sempre sobre as pegadas dos que já o atravessaram. E não são poucos os exemplos dos que já venceram os maiores problemas da história. Procure sempre seguir bons exemplos dos que os deixaram. Pense nisso. 

*Articulista  [email protected] 99121-1460